CAPA Investimentos aumentam capacidade de transmissão Novas obras e modernização das subestações garantem maior confiabilidade e segurança no abastecimento de energia elétrica Paralelamente à modernização em andamento do parque gerador, FURNAS vem realizando importantes investimentos também em suas linhas de transmissão e subestações, atualizando seus equipamentos com as mais modernas tecnologias. Prevista para o final de março, a energização da linha Ouro Preto 2-Vitória, que beneficiará especialmente o Espírito Santo e o Norte fluminense, será potencializada com um aumento de 25% na capacidade de transformação da Subestação de Vitória e a futura construção da Subestação de Areinha (ES). Nas subestações de Tijuco Preto, Campinas, Guarulhos (SP), Furnas e Poços de Caldas (MG), entre as maiores do Sistema FURNAS, as obras estão em ritmo acelerado. Novos disjuntores, equipamentos de proteção, bancos de reatores, transformadores e outras unidades de última geração estão sendo instaladas em um trabalho que envolve diversas unidades da Empresa. 6 REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005
Revisão dos disjuntores do Sistema FURNAS Medida é preventiva devido ao tempo de utilização dos equipamentos Renata Nascimento A revisão dos disjuntores de DHVF 345 kv instalados nas subestações de Guarulhos (SP), Poços de Caldas (MG) e na Usina de Furnas (MG) dá início à modernização no sistema de transmissão. O processo teve início no mês de janeiro com a troca do primeiro disjuntor da Linha de Transmissão Guarulhos-Poços, Circuito 1. Para realizar o projeto, que tem um custo de R$ 2,5 milhões, a Empresa fechou um contrato de mão-deobra de dois anos com a Asea Brown Boveri (ABB), que vai fornecer peças originais, de acordo com o supervisor de manutenção da Divisão de Manutenção Eletromecânica (DMES.O), Marcos Antônio da Nóbrega. O Sistema FURNAS possui três disjuntores na Subestação de Guarulhos, sete na Subestação de Poços de Caldas e 11 na Usina de Furnas. A revisão dos disjuntores é uma medida preventiva, devido ao tempo de utilização. Os estudos junto à fabricante para a produção de peças e montagem do cronograma de revisão dos 21 equipamentos tiveram início ano passado. O processo de revisão não é nada simples e leva em torno de 21 dias, dos quais cinco são para retirada e recolocação do disjuntor, etapa em que é necessário o desligamento da linha. Todos os disjuntores serão retirados e deslocados para uma oficina para a troca e a revisão das peças. Este trabalho está sendo acompanhado por um técnico de FURNAS, de acordo com o especialista de manutenção eletromecânica da DMES.O, Hamilton Martins da Silva. Na foto acima, a montagem do disjuntor e, na foto ao lado, componentes do equipamento REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005 7
CAPA Novos transformadores chegam à Subestação de Vitória Empresa adiciona mais 25% na capacidade de transformação da unidade oferecendo energia com o padrão de qualidade do Sistema Elétrico Nacional O transporte dos transformadores por 1.279 km até a Subestação de Vitória envolveu uma complexa logística que garantiu a segurança da operação Juliana Reis/ Arquivo FURNAS Os dois transformadores de 345/138 kv, com 80 toneladas cada um, transportados por FURNAS do Rio de Janeiro para ampliar e reforçar a capacidade da Subestação de Vitória (ES), chegaram àquela unidade capixaba na manhã do dia 15 de fevereiro, após uma bem-sucedida epopéia de duas semanas e 1.279 km. No dia 30 de março, os novos transformadores entrarão em operação. Com esses equipamentos, a Empresa agrega à subestação mais 25% em sua capacidade de transformação, passando para 1.125 MVA, oferecendo à população e aos novos empreendimentos produtivos previstos para o Espírito Santo, energia com o mesmo padrão de qualidade do Sistema Elétrico Nacional. O reforço da Subestação de Vitória, com a implantação de mais um banco de transformadores, que se soma aos quatro outros existentes, faz parte de um conjunto de obras de transmissão, estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia, para a melhoria do suprimento ao estado do Espírito Santo e à região Norte fluminense. Os empreendimentos somam investimentos da ordem de R$ 300 milhões, e incluem a inauguração, também em 30 de março, da linha Ouro Preto 2-Vitória, além da construção da Subestação de Areinha, no município de Viana (ES), que deverá estar em operação até o final deste ano. Para cumprir os cronogramas traçados, técnicos dos departamentos de construção e operação de FURNAS trabalham em tempo integral para concluir a linha, com extensão de 383 km e 759 torres. Também estão em ritmo acelerado, as obras nas subestações da Cemig, em Itabirito (MG) e de FURNAS, em Vitória, necessárias para a energização e interligação com a subestação da Espírito Santo Centrais Elétricas (Escelsa), distribuidora local. 8 REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005
DESAFIOS Para transportar os dois transformadores, com 7,80m de comprimento, 3,55m de largura e 4,70m de altura, foram utilizadas duas carretas de dez eixos e 29m de comprimento. O Departamento de Administração de Material (DAM. G) desenvolveu uma complexa logística que envolveu vários técnicos de diversas áreas, além de batedores credenciados, especialistas de transportadoras e do DAM.G, que são responsáveis pelo planejamento e acompanhamento da operação. Os equipamentos estavam em unidades distintas de FURNAS e teriam de atravessar áreas urbanas. Iniciamos o transporte do transformador localizado na Subestação de Jacarepaguá (RJ), na noite de 31 de janeiro, e o da Subestação de Adrianópolis (RJ), na noite do dia 2 de fevereiro, pois não tínhamos como evitar a passagem em áreas residenciais. Por segurança, esta operação é realizada de noite e de madrugada já que nestes períodos o número de veículos nas ruas é menor, observou Pedro de Souza Moreira, gerente do DAM.G. A estratégia de transporte contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal nas quatro rodovias percorridas (ver quadro abaixo). Nas áreas urbanas, tanto no Rio de Janeiro, quanto no Espírito Santo, as equipes técnicas da Light e Escelsa atuaram na desobstrução das fiações aéreas, não sendo necessário o desligamento das redes elétricas das distribuidoras envolvidas. Entre os dias 4 e 9 de fevereiro, período de carnaval, o comboio foi paralisado devido ao aumento do fluxo de veículos na rodovia BR-101, que liga os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. As carretas, que durante a viagem mantiveram uma média de 25 km por hora, ficaram estacionadas em um posto de gasolina, no município de Mimoso do Sul (ES), retomando o percurso na quinta-feira, dia 10. Entre o dia 12 e a manhã do dia 15 de fevereiro, nova parada a 15 km da entrada da Subestação de Vitória, aguardando a finalização das obras de recuperação da pista de acesso. CHUVAS As fortes chuvas que castigaram a região Sudeste ao longo do mês de janeiro e na primeira quinzena de fevereiro, provocaram o afundamento de parte da estrada de acesso à Subestação de Vitória. Por três dias, técnicos do Departamento de Engenharia Civil (DEC.T) e trabalhadores da empreiteira contratada atuaram para recuperar a área, a fim de não comprometer o cronograma de transporte e instalação dos transformadores. Após avaliação preliminar das informações do projeto da estrada, da inspeção do local e das escavações realizadas, elaboramos um resumo de especificações construtivas, constando basicamente do preenchimento da cava com solo argiloso compactado, formação de talude e um dique de proteção e contenção, constituído de sacos de solo-cimento, observou o gerente do DEC.T, Helio Goulart Júnior. A fim de ultrapassar o trecho recém recuperado com mais segurança, os técnicos orientaram os motoristas das carretas para que as direcionassem ao centro da estrada, evitando deste modo para a lateral do aterro compactado um peso total de cerca de 280 toneladas. Enfim, a missão estava cumprida. Rodrigo Lobão REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005 9
CAPA Ampliação no banco de reatores da Subestação de Campinas Iniciativa vai melhorar o controle de tensão da linha Cachoeira Paulista-Campinas Reator de Campinas. Na foto acima, montagem do disjuntor Amodernização dos equipamentos da Linha de Transmissão Cachoeira Paulista-Campinas na Subestação de Campinas (SP) inclui a ampliação de potência de quatro unidades de reatores e a montagem de um disjuntor que permitirá a manobra dos equipamentos sem o desligamento da linha de 500 kv que atende os estados do Rio de Janeiro e Espírito Santo. Com a ampliação, o banco composto por quatro reatores com potência de 27 MVAr cada, sendo um reserva, passará de 81 MVAr para 136 MVAr, o que vai melhorar o controle de tensão da linha. O projeto, orçado em cerca de R$ 11 milhões, teve início em janeiro e está previsto para ser concluído em abril. Este banco de reatores tem a função de compensar o reativo da linha de transmissão, melhorar o fluxo de potência entre as subestações, dando mais flexibilidade operacional para o sistema elétrico, explica o gerente da Subestação de Campinas, Edgar Kenan Garcia. Renata Nascimento PROTEÇÃO A ampliação do banco de reatores também modernizará o sistema de proteção e controle com novos anunciadores, relés digitais e plugs de substituição pelo reator reserva, permutando o sistema atual, que estava em funcionamento desde a energização da LT Cachoeira Paulista-Campinas, em 1976. O estudo deste projeto foi iniciado em 2003 como parte da ampliação do Sistema FURNAS, desenvolvido junto ao Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e encaminhado para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que libera investimentos para a obra. O trabalho vem sendo realizado por uma equipe formada por 30 pessoas, entre empregados da obra, manutenção e fabricante de equipamentos sem que haja desligamento da linha. Todos os operários conhecem o sistema, estão capacitados para realizar as atividades e são supervisionados pela Divisão de Manutenção Eletromecânica (DMES.O), Divisão de Manutenção Eletroeletrônica (DSML.O), Subestação de Campinas (STCA.O) e Escritório de Construção de Mogi (ECMO.T). 10 REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005
Modernização em Tijuco Preto Gleice Bueno Novos equipamentos de proteção garantem mais segurança na operação da subestação paulista A modernização na Subestação de Tijuco Preto foi iniciada em janeiro, com a substituição dos equipamentos que atuam na proteção diferencial das ilhas e na proteção de falha de disjuntores dos bancos de capacitores Shunt de 345 kv. Estão sendo trocados os relés da proteção diferencial das quatro ilhas, trechos de barramentos de 345 kv que alimentam nove bancos de capacitores de grande importância no controle de tensão do sistema. Esta atualização também inclui a substituição das 15 proteções Breaker Failure (BF), responsáveis por evitar a propagação de falhas elétricas nos bancos de capacitores, em situações em que algum disjuntor é acionado e não executa o comando de desligamento solicitado pelo sistema de proteção. Três novos painéis digitais estão sendo instalados no lugar dos eletromecânicos existentes, que estavam em funcionamento desde a energização da subestação, em 1982. Esses novos painéis recebem do campo as informações das grandezas de tensão, corrente, e posição de seccionadoras e disjuntores e, baseados em algoritmos internos, analisam a necessidade de acionar a proteção para comandar a abertura dos disjuntores. Orçada em cerca de R$ 1,2 milhão, a modernização dos equipamentos de proteção conclui o projeto de ampliação dos bancos de capacitores iniciado há dois anos, e torna mais rápido e seguro o processo de proteção contra falhas no sistema, de acordo com o engenheiro eletricista Carlos Marino Dosatti, supervisor da Divisão de Manutenção Eletroeletrônica (DSML.O). Acima, painéis digitais que substituíram os eletromecânicos que estavam em funcionamento desde 1982 em Tijuco Preto. Na foto abaixo, técnicos trabalham nos novos equipamentos de proteção COMPLEXIDADE O trabalho que vem sendo realizado por uma equipe composta por seis técnicos e um engenheiro de FURNAS é considerado complexo, exigindo muita atenção e coordenação, pois os novos painéis precisam ser ligados a outros já energizados. Dosatti explica que são muitos circuitos a serem modificados e há necessidade de programar desligamentos de bancos de capacitores e vãos de disjuntores. O trabalho em painéis energizados exige muito cuidado por parte do pessoal envolvido, pois pode acarretar riscos de desligamentos acidentais dos bancos de capacitores, previne o engenheiro. Para evitar que isso ocorra, o projeto é analisado cuidadosamente e são executados levantamentos de circuitos envolvendo cada ponto de conexão elétrica nos painéis, como forma de garantir a execução correta das modificações necessárias. A conclusão da instalação dos novos equipamentos está prevista para o final do mês de março. Ilha de banco de capacitores REVISTA FURNAS ANO XXXI Nº 318 MARÇO 2005 11