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Transcrição:

CONFLITO DE COMPETÊNCIA. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA. AGRESSÕES PERPETRADAS POR GENRO CONTRA SOGRA. INCIDÊNCIA DA LEI N.º 11.340/06. 1. A incidência da Lei n.º 11.340/06 depende de que a violência seja baseada em questões de gênero, indicativas da vulnerabilidade da mulher ofendida em relação ao masculino. Questão que não se confunde com a diferença biológica entre homens e mulheres, mas, sim, guarda relação com a desigualdade que se estabelece culturalmente entre os papeis destinados ao masculino e ao feminino nas relações familiares e íntimas de afeto. 2. No caso concreto, segundo se depreende do registro de ocorrência policial, as ameaças perpetradas contra a ofendida tiveram origem na inconformidade do suposto autor do fato com término do relacionamento afetivo mantido com a filha da vítima. Esse é o fato que, segundo a ofendida, teria desencadeado a conduta agressiva de seu genro. Como visto, a origem do fato possui relação com a questão de gênero, como acima caracterizada. As ameaças foram perpetradas no âmbito das relações domésticas, contra mulher e em razão da sua condição de sexo feminino, na medida em que o acusado não se conformou com o término do relacionamento com a filha da vítima, externando que mataria a sogra como vingança. Neste cenário, está bem delineada a vulnerabilidade que determina a incidência da Lei n.º 11.340/06. CONFLITO JULGADO PROCEDENTE. CONFLITO DE JURISDIÇÃO Nº 70072697014 (Nº CNJ: 0033816-70.2017.8.21.7000) PRETORA JECRIM ADJ 4V CRIM COM CANOAS JUIZA DE DIREITO JUIZ VIOL DOM FAM COM CANOAS TERCEIRA CÂMARA CRIMINAL COMARCA DE CANOAS SUSCITANTE SUSCITADO A C Ó R D Ã O 1

Vistos, relatados e discutidos os autos. Acordam os Desembargadores integrantes da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado, à unanimidade, em julgar procedente o conflito, a fim de determinar a competência do juízo suscitado para o processamento e julgamento do feito. Custas na forma da lei. Participaram do julgamento, além do signatário, os eminentes Senhores DES. DIÓGENES VICENTE HASSAN RIBEIRO (PRESIDENTE) E DES. INGO WOLFGANG SARLET. Porto Alegre, 03 de maio de 2017. DES. SÉRGIO MIGUEL ACHUTTI BLATTES, Relator. R E L A T Ó R I O DES. SÉRGIO MIGUEL ACHUTTI BLATTES (RELATOR) Trata-se de conflito negativo de competência, suscitado pelo juízo de Direito do Juizado Especial Criminal da comarca de Canoas, em face do juízo de Direito do Juizado de Violência Doméstica da mesma comarca, em razão da declinação da competência para julgamento do fato objeto do expediente criminal etiquetado sob nº 008/2.16.0008962-6, que versa sobre agressões praticadas no âmbito doméstico. Ao suscitar o presente conflito, o juízo suscitante destaca que o fato objeto do mencionado expediente criminal versa sobre agressões perpetradas por genro contra a sogra, no âmbito das relações domésticas, hipótese esta que determina a competência do Juizado de violência Doméstica. Nesta instância, emitiu parecer o ilustre Procurador de Justiça Renoir da Silva Cunha, opinando pela procedência do conflito. 2

É o relatório. V O T O S DES. SÉRGIO MIGUEL ACHUTTI BLATTES (RELATOR) Eminentes colegas: O juízo do Juizado Especial Criminal da comarca de Canoas suscita conflito negativo de competência, aduzindo que o fato objeto do expediente criminal nº 008/2.16.0008962-6 se enquadra nas hipóteses de violência doméstica. No caso, consoante registro de ocorrência policial, depreende-se que a ofendida teria sido ameaçada de morte pelo seu genro. O fato estaria relacionado com a inconformidade do suposto autor do fato com o término do relacionamento afetivo mantido com a filha da sedizente vítima. Em razão disso, o autor do fato [...] proferiu ameaças de morte para si e para sua filha, S. J. C. A., dizendo que matéria as mataria a vítima para se vingar do fim do relacionamento com S. (fl. 10). Registrada a ocorrência policial, com representação da ofendida, foram deferidas medidas protetivas de urgência (fl. 47). O expediente foi distribuído ao Juizado da Violência Doméstica e Familiar da comarca de Canoas, ocasião em que a magistrada titular entendeu que o fato objeto da ocorrência policial não se enquadra nas hipóteses da Lei n.º 11.340/06 e, consequentemente, declinou da competência para o Juizado Especial Criminal. Redistribuído o feito, a Pretora do Juizado Especial Criminal suscitou o presente conflito, por entender que a hipótese de agressão praticada por genro contra sogra se enquadra nas hipóteses de violência doméstica reguladas pela Lei n.º 11.340/06. Pois bem. Tenho que assiste razão ao juízo suscitante. O artigo 5º da Lei n.º 11.340/06 dispõe que configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero quando perpetrada contra mulher em situação de vulnerabilidade (I) no âmbito da unidade doméstica, (II) no 3

âmbito da unidade familiar ou (III) em qualquer relação íntima de afeto, independentemente de coabitação. Destarte, a incidência da Lei n.º 11.340/06 a determinado caso concreto e a solução do presente conflito, consequentemente passa pela definição do significado de gênero e pela adequação da hipótese fática a um dos três incisos do artigo 5º da Lei n.º 11.340/06. Gênero é uma categoria utilizada pela sociologia, cujo conceito presta-se à compreensão dos papeis socialmente pré-definidos para o homem e para a mulher na estrutura familiar moderna, perpetradores de relações hierárquicas desiguais. 1 É, pois, um conceito sociológico que auxilia a compreender a desigualdade entre a condição de ser homem e a condição de ser mulher. Nesta linha, gênero guarda relação com os papeis atribuídos ao homem e à mulher nas relações familiares, com a expectativa culturalmente estabelecida e reproduzida com o passar das gerações. O papel da mulher na estrutura de família, na medida em que vinculada esta com o âmbito doméstico, é de cuidado com o lar, com o marido e com os filhos. Portanto, dela se espera delicadeza, sensibilidade, subordinação e obediência. Já o papel do homem, vinculado ao ambiente público, é de provedor, chefe do lar. Portanto, dele se espera coragem, virilidade e agressividade. 2 Neste cenário, a reprodução dessas expectativas gera no âmbito das relações domésticas uma cultura de legitimação do poder do homem em detrimento da mulher, potencializando uma estrutura familiar assimétrica e hierárquica, na qual a mulher acaba por assumir uma posição de subordinação, de vulnerabilidade, de inferioridade em detrimento do homem provedor. Através da categoria gênero, então, é possível compreender as relações familiares como relações de poder, nas quais a autoridade outorgada ao masculino é determinante à destituição da autonomia do feminino. 1 GOMES, Nadielene Pereira et al. Compreendendo a violência doméstica a partir das categorias gênero e geração. Acta Paul Enferm, v. 20, n. 4, p. 504-8, 2007. 2 Idem. 4

Não se trata, pois, de uma questão meramente biológica, entre o sexo masculino e o sexo feminino. Aliás, neste sentido, a própria Lei n.º 11.340/06, em seu artigo 2º, afirma que toda mulher, independentemente de orientação sexual, goza dos direitos fundamentais inerentes à pessoa humana. Em outros termos, a violência baseada no gênero guarda relação com a idéia de vulnerabilidade da mulher no âmbito das relações familiares e domésticas, é aquela que tem na sua origem a submissão do feminino em relação ao masculino. No caso concreto, segundo se depreende do registro de ocorrência policial, as ameaças perpetradas contra a ofendida tiveram origem na inconformidade do suposto autor do fato com término do relacionamento afetivo mantido com a filha da vítima. Esse é o fato que, segundo a ofendida, teria desencadeado a conduta agressiva de seu genro. Como visto, a origem do fato possui relação com a questão de gênero, como acima caracterizada. As ameaças foram perpetradas no âmbito das relações domésticas, contra mulher e em razão da sua condição de sexo feminino, na medida em que o acusado não se conformou com o término do relacionamento com a filha da vítima, externando que mataria a sogra como vingança. Neste cenário, tenho que a vulnerabilidade que determina a incidência da Lei n.º 11.340/06 está bem delineada. Em verdade, é consequência da submissão da ofendida ao agressor, a qual guarda direta relação com o gênero e com sua posição de sogra. Doméstica. Destarte, a competência para julgamento é do Juizado de Violência Voto, pois, por julgar procedente o conflito, a fim de determinar a competência do juízo suscitado para o processamento e julgamento do feito. DES. INGO WOLFGANG SARLET - De acordo com o(a) Relator(a). DES. DIÓGENES VICENTE HASSAN RIBEIRO (PRESIDENTE) - De acordo com o(a) Relator(a). 5

DES. DIÓGENES VICENTE HASSAN RIBEIRO - Presidente - Conflito de Jurisdição nº 70072697014, Comarca de Canoas: "À UNANIMIDADE, JULGARAM PROCEDENTE O CONFLITO, A FIM DE DETERMINAR A COMPETÊNCIA DO JUÍZO SUSCITADO PARA O PROCESSAMENTO E JULGAMENTO DO FEITO." Julgador(a) de 1º Grau: 6