A ESPIRAL DA CULTURA CIENTÍFICA

Documentos relacionados
DIFUSÃO E DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

DIFUSÃO E DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Comunicação e divulgação científica no Brasil algumas iniciativas institucionais

DIFUSÃO E DIVULGAÇÃO DO CONHECIMENTO CIENTÍFICO

Projeto SAPO Scientific Automatic Press Observer: um barômetro de ciência e tecnologia na mídia

Divulgação científica: Agência FAPESP. Heitor Shimizu Coordenador do Setor On-line FAPESP

Metodologia Científica. Saiba Mais. Dicas de links úteis

PERCEPÇÃO PÚBLICA DA CIÊNCIA E DA TECNOLGOIA

Fundação UNIVESP Universidade Virtual do Estado de São Paulo

Prefácio. de ciências, divulgação, futebol e bem-estar cultural. Carlos Vogt

Onde estudar? Jorge Meléndez AGA 0421

PLANO DE DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL DO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL PRINCÍPIOS NORTEADORES DO DEPARTAMENTO

Fornecer aos estudantes subsídios para que possam refletir mais profundamente acerca das influências da sociedade e cultura nos aspectos científicos.

Rodrigo Herrero. Em busca de projetos na área de comunicação. experiências. educações. São Bernardo do Campo, SP

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO Departamento de Expressão e Linguagens AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO PARA PROGRESSÃO FUNCIONAL

FORMAÇÃO TRANSVERSAL EM DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA

Onde estudar? Jorge Meléndez AGA 0421

Período: TOTAL GERAL VÁLIDO TOTAL GERAL VÁLIDO. 1 o Ano 2 o Ano 3 o Ano - - -

ESCOLA DE COMUNICAÇÃO E DESIGN JORNALISMO

Desempenho Docente - ANUAL Ano: Nome:

PRÉ-VESTIBULAR / EXTENSIVO INTEGRAL POR ÁREAS

O hibridismo no processo de produção televisiva do jornalismo pós-industrial: estudo de caso do canal My News

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE ARTES E COMUNICAÇÃO DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA

PERIODICOS NACIONAIS DE ENSINO DE CIÊNCIAS. Ciência e Educação (UNESP) (www2.fc.unesp.br/cienciaeeducacao/)

I Workshop Intergrupos Instituto de Estudos Avançados IEA USP

[ICIA46] - Fundamentos Históricos e Epistemológicos da Ciência da Informação

PONTUAÇÃO PARA PROGRESSÃO FUNCIONAL DE DOCENTES (Aprovada na 207ª Reunião do Conselho da Unidade do IM, em 25/09/2009)

Conferência Paulista de C&T&I

Ciclo de Conferências 50 anos das Ciências da Comunicação no Brasil: a contribuição de São Paulo Renovadores das Ciências da Comunicação

Relação Lattes/ Avaliação Cultura e Extensão Pesquisa em processo*

ANEXO I - TABELA DE PONTUAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA (NP)

BIOGRAFIA SANDRO ROBERTO VALENTINI

CURRÍCULO LATTES MINICURSO

Acadêmicos On-line1. Luan Barbosa OLIVEIRA2 Pedro Henrique Cabral ROSA3 Anielle Aparecida Fernandes de MORAIS4 Faculdade Objetivo, Rio Verde, GO

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA - LICENCIATURA

Grade Curricular - Comunicação Social. Habilitação em Publicidade e Propaganda - matutino

Plano/Relatório Individual de Trabalho Docente (PIT/RIT)

Anna Charlotte Coelho Reis de Souza Curriculum Vitae

Introdução. Relatório de Mídias Sociais Unesp outubro/2012

Identificação. Estrutura. PROEX - Projeto de Extensão Universitária Página 1. Modalidade: Com solicitação de bolsas e/ou recursos

Apresentação. Prezados Professores e Coordenadores de Curso,

ROTEIRO BÁSICO PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO ANUAL SOBRE EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA

O blog que só mostra o que a Região Serrana do Rio tem de melhor para oferecer!

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba. Jornalismo e Divulgação Científica

Lista das disciplinas com ementas: DISCIPLINAS OBRIGATÓRIAS:

Índice Geral. Parte I. O papel do Jornalismo e dos jornalistas nas democracias em mudança

Popularização da C&T no Brasil Ildeu de Castro Moreira

Instituto de Ciência e Tecnologia de Sorocaba. Jornalismo e Divulgação Científica

UFV - UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA

Políticas públicas de comunicação em CT&I

Projeto SAPO: um barômetro de ciência e tecnologia na mídia 1. Sabine Righetti, Carlos Vogt, Yurij Castelfranchi, Rafael Evangelista e Iuriatan Muniz.

A PERSPECTIVA DOS ALUNOS DO CENTRO DE ENSINO CÔNEGO ADERSON GUIMARÃES JÚNIOR SOBRE O USO DA REDES SOCIAIS COMO FERRAMENTA DE APRENDIZAGEM

Mestrado Acadêmico em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde. Ementas 2016

GRUPO I FORMAÇÃO ACADÊMICA (peso 2)

ANEXOS REGIMENTO DO PPGLA

Claudia Reyes Setembro, 2012

Universidade Federal da Paraíba

Universidade do Algarve Escola Superior de Educação e Comunicação Recensão Crítica do Website. Portal:

Programa de Pós-Graduação em Educação Mestrado e Doutorado - PPGE/UCDB 2015 Boas vindas!

Seja um Parceiro Premier da SBEB

Sobre o Currículo Lattes

BAREMA - PROFESSOR TITULAR

Túlio Chiarini INT/MCTI e IE/UNICAMP Márcia Rapini CEDEPLAR/UFMG Karina Pereira Vieira IBGE

RELATO SOBRE A PBCIB E SEUS 11 ANOS DE PUBLICAÇÃO

White Paper para Divulgação e Popularização em Astronomia

O discurso dos indicadores de C&T e de percepção de C&T

Campus Itaperuna. Associação de Ensino Superior de Nova Iguaçu Universidade Iguaçu Curso de Graduação em Direito. Relatório de Periódico

UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO ANEXO I QUADRO PONTUAÇÃO ÁREAS

ENTREVISTA COM CARLOS VOGT

FICHA DE AVALIAÇÃO DO PROGRAMA

COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

UFV Catálogo de Graduação COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO. COORDENADOR Erivam Morais de Oliveira

UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS CENTRO DE EDUCAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO NORMAS PARA CREDENCIAMENTO DE PROFESSOR PERMANENTE

Desenvolvimento do projeto

Julgamento de títulos Peso 4 Prova escrita Peso 3 Prova didática e/ou didáticoprática.

ENSINO MÉDIO 3ª SÉRIE

CURRÍCULO VITAE DOCUMENTADO SABINE RIGHETTI

F A C U L D A D E C Á S P E R L Í B E R O

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE BOLSAS DE EXTENSÃO PIBEXT/UEMASUL (2017/2018) ANEXO I - FORMULÁRIO DE INSCRIÇÃO PIBEXT ( )

Currículos dos Cursos UFV COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO. COORDENADORA Mariana Lopes Bretas

CURSO DE HISTÓRIA - LICENCIATURA

Universidade Federal da Paraíba

PROGRAMA INSTITUCIONAL DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES PARA EDUCAÇÃO BÁSICA DA UFRRJ

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS REGIONAL CATALÃO MESTRADO PROFISSIONAL EM HISTÓRIA RESOLUÇÃO INTERNA PMPH.

Plano de Comunicação e Marketing

NORMA INTERNA Nº 07/2019

Mapeamento de demandas e propostas

ANEXO 2 ATIVIDADES ACAD ÊMICAS. Atividade

Tel. (32)

PROGRAMA ADE PRODUZ VÍDEO DOCUMENTÁRIO SOBRE A GREVE DOS PROFESSORES DO PARANÁ

Livio Amaral Diretor de Avaliação

A CONTRIBUIÇÃO DA UNIVERSIDADE PÚBLICA PARA A SUPERAÇÃO DOS DESAFIOS DA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO BÁSICA NO BRASIL

RESOLUÇÃO Nº 25/2003

Planejamento de Desenvolvimento Institucional. GRUPO 9 Políticas de Atendimento ao Aluno. 22/Outubro/2016

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Centro de Informática Departamento de Sistemas de Computação

MÍDIA KIT 2018 REVISTA EDUCAÇÃO

Ronaldo Tenório CEO Hand Talk

O NIT da UFBA em 2006/2007

Transcrição:

CONTECC 2016 - Congresso Técnico Científico da Engenharia e da Agronomia 29 de agosto a 1 de setembro de 2016 A ESPIRAL DA CULTURA CIENTÍFICA Carlos Vogt Coordenador do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Presidente da Universidade Virtual do Estado de São Paulo (Univesp)

CULTURA CIENTÍFICA Tipo particular de cultura, de ampla generalidade no mundo contemporâneo, constituída pelo conjunto de fatores, eventos e ações do homem nos processos sociais voltados para a produção, a difusão, o ensino e a divulgação do conhecimento científico. 1. Cultura da ciência a) cultura gerada pela ciência b) cultura própria da ciência 2. Cultura pela ciência a) cultura por meio da ciência b) cultura a favor da ciência 3. Cultura para a ciência a) cultura voltada para a produção da ciência b) cultura voltada para a socialização da ciência

NÃO HÁ CIÊNCIA SEM COMUNICAÇÃO E DIVULGAÇÃO A comunicação pública da ciência desempenha um papel central nas sociedades contemporâneas, tanto na formação dos cidadãos e na gestão das democracias, quanto devido a uma necessidade da própria ciência. O princípio basilar da ciência acadêmica é que os resultados da pesquisa devem ser públicos. [ ] A instituição fundamental da ciência, então, é o sistema de comunicação. (John Ziman, 1984)

ESPIRAL DA CULTURA CIENTÍFICA Exotérico (Apropriação) III. Ensino para ciência Cientistas, professores e administradores de museus de ciência que destinam ciência a estudantes e público jovem IV. Divulgação científica Jornalistas e cientistas destinam informação científica para a sociedade Discurso educacional monossêmico (Monofônico) Discurso polissêmico (Polifônico) II. Ensino de ciência e formação de cientistas Cientistas e professores destinam informação a todos os níveis de estudantes I. Produção e difusão de ciência Cientistas são destinadores e destinatários da ciência Esotérico (Produção/Apropriação)

Indicadores Indicadores de C&T "Uma série de dados que mensuram e refletem os esforços em ciência e tecnologia de um país, demonstra suas forças e fraquezas e segue o seu caráter mutante nomeadamente com o objetivo de fornecer alerta precoce de eventos e tendências que possam prejudicar a sua capacidade para satisfazer as necessidades do país" (OECD, 1976 apud Sirilli, 2005, p.7). Indicadores de percepção de C&T Mensuração de aspectos centrais da relação entre ciência e sociedade: o funcionamento contemporâneo da cultura científica e da cidadania, as dinâmicas de difusão e apropriação do conhecimento, a relação entre política e conhecimento científico-tecnológico etc. (Manual de Antigua, Ricyt, 2015)

Indicadores na Espiral

Indicadores na Espiral Número de artigos brasileiros, da América Latina e do mundo, na área de Engenharia, publicados em periódicos científicos indexados pela Scopus, 1996-2012 300.000 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Brasil América Latina Mundo 1998 Eng 520 Total 3.915 2014 Eng 1.613 Total 16.745 1996 Brasil 676 AL 1530 Mundo 132.163 2012 Brasil 2.888 AL 5.936 Mundo 261.140 Fonte: Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)

DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL RESUMO 1947 primeira coluna de ciência de José Reis, na Folha de S.Paulo 1949 revista Ciência & Cultura (SBPC) 1970 projeto divulgação científica da Fapesp documentários de conteúdo científico produzidos pela Fundação Padre Anchieta 1977 as revistas Veja e Visão e os jornais Folha de S.Paulo e O Estado de S.Paulo criam editorias de ciência 1982 revista Ciência Hoje (SBPC) 1987 revista Superinteressante (Editora Abril) 1994 Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo Labjor/Unicamp 1995 Notícias Fapesp (posteriormente, revista Pesquisa Fapesp) 1999 programa Mídia Ciência (Fapesp) e revista eletrônica ComCiência (Labjor) 2003 Agência Fapesp 2009 revista Unesp Ciência 2010 revista digital Pré-Univesp 2014 revista eletrônica ClimaCom 2014 Inovação revista eletrônica de P,D&I [...]

DE CIÊNCIAS, COMUNICAÇÃO E FUTEBOL O objetivo ideal do divulgador da ciência é que o conhecimento científico, como fenômeno cultural, possa ser tratado e vivenciado como o futebol. Embora sejam poucos os que efetivamente o jogam, são muitos, na verdade, os que o entendem, conhecem suas regras, sabem como jogar, são críticos de suas realizações, com ele se emocionam e são por ele apaixonados. Nem todos somos cientistas, como não são muitos os que jogam futebol, profissional e competentemente. Que seja assim com o conhecimento e com a cultura científica! Que sejamos todos, se não profissionais, amadores da ciência, como torcedores e divulgadores críticos e participantes de sua prática e de seus resultados para o bem-estar social e o bem-estar cultural das populações do planeta.

Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (LABJOR)

Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (LABJOR) LINHAS DE PESQUISA I RESUMOS Cultura Científica Estudos sobre aspectos culturais da ciência, tecnologia e inovação (C,T&I) e sobre a ciência como parte da cultura contemporânea Percepção pública da ciência e tecnologia Estudos sobre a relação entre a sociedade e temas das C,T&I e a participação pública nas tomadas de decisões referentes às políticas científicas Divulgação Científica e Cultural Estudos sobre o papel da divulgação nas sociedades contemporâneas Cultura literária Estudos da produção cultural e literária Novas mídias e divulgação Estudos do papel das novas mídias na divulgação científica

Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (LABJOR) PÓS-GRADUAÇÃO Especialização em Jornalismo Científico (desde 1999) Oito edições concluídas; nona turma em andamento 320 alunos formados 122 alunos bolsistas Mídia Ciência (Fapesp) entre 2000 e 2016 Especialização em Divulgação Científica e Saúde: Neurociências (desde 2009) 29 alunos formados Mestrado em Divulgação Científica e Cultural (desde 2007) Nota 5 na avaliação Trienal da Capes (2010-2012) 28 professores doutores integram o corpo docente dos mais diversos Institutos e Faculdades da Unicamp (IEL, Labjor-Nudecri, Labeurb-Nudecri, Instituto de Física, Faculdade de Educação, Instituto de Geociências, Instituto de Artes, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e Faculdade de Ciências Aplicadas) 61 alunos atualmente matriculados 82 dissertações defendidas

Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo da Unicamp (LABJOR) PUBLICAÇÕES

Universidade Virtual do Estado de São Paulo (UNIVESP)

UNIVESP TV no YouTube: mais de 500 playlists 6 mil vídeos 290 mil inscritos 48 milhões de visualizações Estes números colocam a UNIVESP entre as 40 universidades no mundo com canal no YouTube em número de acessos

Curso de Engenharia da UNIVESP no YouTube: 30 playlists (disciplinas) 520 videoaulas

Edições mensais temáticas: 59 números no ar Conteúdos semanais Cerca de 60 mil acessos mensais Revista eletrônica de divulgação científica e cultural Conteúdos que fazem parte da grade curricular do ensino médio e dos principais vestibulares do país, em linguagem jornalística Público-alvo: estudantes e professores do ensino médio

OBRIGADO