RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA

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0 UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL DEPARTAMENTO DE ESTUDOS AGRÁRIOS CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS ORIENTADORA: PROFa. MSc. CRISTIANE BECK SUPERVISORA: MED. VET. PhD. PAULA CRISTINA BASSO Linessa Daiane Ruaro Ijuí, RS, Brasil 2014

1 RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA Linessa Daiane Ruaro Relatório do Estágio Curricular Supervisionado na área de Clínica Médica de Pequenos Animais apresentado ao curso de Medicina Veterinária, da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ, RS), como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária Orientadora: Profa. MSc. Cristiane Beck Supervisora: Med. Vet. PhD. Paula Cristina Basso Ijuí, RS, Brasil 2014

2 Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul Departamento de Estudos Agrários Curso de Medicina Veterinária A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Relatório do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO elaborado por Linessa Daiane Ruaro como requisito parcial para obtenção do grau de Médica Veterinária COMISSÃO EXAMINADORA Cristiane Beck (Orientadora) Maria Andréia Inkelmann (UNIJUÍ) Ijuí, 03 de dezembro de 2014

3 DEDICATÓRIA A minha mãe e ao meu pai, razões da minha vida, amores maiores que tudo.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus, por me conduzir nos momentos de incerteza e dificuldade, por me dar conforto diante das derrotas e sobretudo pela conquista da profissão por mim desejada desde a infância. A minha mãe Inês, que sempre depositou muita confiança em mim, me ensinado a lutar diante das adversidades da vida e me deu a oportunidade de ter realizado este sonho que é ser Médica Veterinária. Ao meu pai Lile, que apesar de não estar mais entre nós, é a minha inspiração, e com certeza me guia e protege diante as dificuldades da vida. Ao meu amigo, companheiro de todas as horas e namorado Cássio, pelo carinho, apoio e compreensão dos momentos em que me ausentei para me dedicar aos estudos. As minhas amigas de fé, que sempre pude contar, tanto para realizar trabalhos, quanto para as divertidíssimas manhas e tardes de estudos. A todos os professores, que ao longo de cinco anos nos transmitiram conhecimentos. Ao Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria pela oportunidade de colocar em prática meus conhecimentos teóricos, disponibilizando toda a sua estrutura ao aprendizado dos alunos de estágio curricular. A minha supervisora, pessoa de grande conhecimento clínico, PhD. Paula Cristina Basso, a qual me mostrou as faces da clínica médica veterinária, partilhando conhecimentos clínicos com muita serenidade e segurança. A minha orientadora, Prof. MSc. Cristiane Beck, pelos conhecimentos transmitidos, pela paciência, competência e serenidade. Agradeço também aos 5 anos de convívio e amizade durante minha graduação. De forma geral, a todos que passaram pela minha vida, e acreditaram em mim e me apoiaram, o meu muito obrigada.

5 Até onde vai o limite do ser humano, somos humanos. Depois disso, somos médicos veterinários. Hideki

6 RESUMO Relatório do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária Curso de Medicina Veterinária Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul RELATÓRIO DO ESTÁGIO CURRICULAR SUPERVISIONADO EM MEDICINA VETERINÁRIA ÁREA DE CLÍNICA MÉDICA DE PEQUENOS ANIMAIS AUTORA: LINESSA DAIANE RUARO ORIENTADORA: MSc. CRISTIANE BECK Data e Local da Defesa: Ijuí, 03 de dezembro de 2014. O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi realizado na área de Clínica Médica de Pequenos Animais, no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, localizada na cidade de Santa Maria, RS. O estágio teve supervisão interna da Médica Veterinária PhD. Paula Cristina Basso e orientação da professora MSc. Cristiane Beck, durante o período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014, totalizando 150 horas. Durante a realização do estágio foram acompanhadas diversas atividades, como atendimentos clínicos, coleta de material para exames complementares, auxílio na contenção de animais para realização de ultrassonografia e raio-x. Estas atividades serão expressas em forma de tabelas, para melhor explanação. Posteriormente serão descritos e discutidos dois casos clínicos acompanhados durante a execução do estágio. O estágio é de suma importância e nos faz ter uma base da rotina de atendimentos em um estabelecimento veterinário, onde se destaca a real importância dos conhecimentos adquiridos em sala de aula, aplicando-os na prática. Palavras-chave: Medicina Veterinária. Hipertireoidismo. Adenite Sebácea.

7 LISTA DE TABELAS Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Atendimentos clínicos classificados por sistema orgânico e doenças infectocontagiosas acompanhadas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 13 Diagnósticos estabelecidos das afecções envolvendo o sistema cardiovascular e respiratório durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 13 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema digestório e das glândulas anexas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 14 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema endócrino durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 14 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema neurológico e oftálmico durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 14 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema reprodutivo e urinário durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 15 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema tegumentar e anexos durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 15 Diagnósticos estabelecidos das doenças infectocontagiosas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no

período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 15 Tabela 9 Exames complementares solicitados, acompanhados e/ou encaminhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014... 16 8

9 LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS % = porcentagem = marca registrada ALT = transaminase pirúvica BID = bie in die cm = centímetros HVU UFSM = Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria kg = quilograma mg = miligramas MSc = Mestre em Ciência RS = Rio Grande do Sul SID = sie in die SRD = sem raça definida T3 = hormônio triiodotironina T4 = hormônio tiroxina total T4 L = hormônio tiroxina livre TSH = hormônio tireoestimulante UI ou U = unidade internacional

10 LISTA DE ANEXOS Anexo A Hemograma completo do paciente com hipertireoidismo... 34 Anexo B Colesterol total, creatinina e fosfatase alcalina do paciente com hipertireoidismo... 35 Anexo C Proteínas totais e frações, ALT do paciente com hipertireoidismo... 36 Anexo D Triglicerídeos, ureia e T4 do paciente com hipertireoidismo... 37 Anexo E T4 livre, TSH do paciente com hipertireoidismo... 38 Anexo F Laudo ultrassonográfico do paciente com hipertireoidismo... 39 Anexo G Hemograma do paciente com adenite sebácea... 40 Anexo H Bioquímica sérica do paciente com adenite sebácea... 41 Anexo I Laudo histopatológico do paciente com adenite sebácea... 42 Anexo J Certificado de conclusão de estágio... 44

11 SUMÁRIO INTRODUÇÃO... 12 1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS... 14 2 DISCUSSÃO... 18 2.1 Hipertireoidismo em um felino... 18 2.2 Adenite sebácea em um Akita... 25 3 CONCLUSÃO... 30 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 31 ANEXOS... 33

12 INTRODUÇÃO O Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária foi efetuado na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro de 2014 a 17 de outubro de 2014, totalizando 150 horas, sob a supervisão interna da Médica Veterinária PhD. Paula Cristina Basso e orientação da professora MSc. Cristiane Beck. O estágio se mostrou um momento de grande aprendizado, permitindo aplicar na prática, os conhecimentos adquiridos durante a graduação. O Hospital Veterinário Universitário está localizado no prédio 97, Cidade Universitária, Bairro Camobi da cidade de Santa Maria, estado do Rio Grande do Sul. Oferece atendimento clínico e serviços às clínicas veterinárias, como realização de ultrassonografia e radiologia, realização de exames, como hemograma, urinálise e provas bioquímicas, parasitológico de fezes, pele e ouvido, citológico de ouvido e vagina, análise de líquidos cavitários e, na série bioquímica realiza análise de uréia, creatina, ALT, AST, fosfatase alcalina, albumina, protéinas totais, amilase, lipase, colesterol, glicose e pesquisa de hemocitozoários. Além do atendimento clínico, também são realizadas atendimentos cirúrgicos e realização de procedimentos cirúrgicos. Também são realizados atendimentos neurológicos e oftálmicos com especialistas da área. O HVU-UFSM oferece ainda a Residência Médica-Veterinária que constitui a modalidade de ensino de Pós-Graduação, destinada a Médicos Veterinários, sob a forma de Curso de Especialização. A estrutura do HVU - UFSM consiste em uma recepção e sala de espera, seis ambulatórios para os atendimentos clínicos, sendo dois deles ambulatórios didáticos, mais o ambulatório de neurologia e o ambulatório de oftalmologia, bloco cirúrgico, setor de internação, sendo esse dividido em gatil e canil, sala de emergência, farmácia, laboratório de análises clínicas, sala de ultrassonografia e a sala da radiologia, além das salas de funcionários, residentes e professores da instituição e do escritório da administração. Optou-se em realizar o Estágio Curricular Supervisionado no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria em razão de ser um hospital referência na região e pela grande e variada rotina que ele comporta. A área

13 de Clínica Médica de Pequenos Animais foi escolhida, tendo em vista o grande aumento da procura por diagnósticos mais precisos, que se tornam um desafio diário, para os médicos veterinários, que tendem desta forma, usufruir de um tratamento mais adequado em relação aos pacientes, ganhando assim o respeito e a confiança do proprietário. Durante o estágio, foram acompanhadas diversas consultas de medicina interna, as quais foram auxiliadas nos diferentes procedimentos, fazendo com que eu pudesse integrar os conhecimentos adquiridos durante estes 5 anos na realidade clínica, aprofundando conhecimentos teóricos, melhorando competências práticas e capacidades de pesquisa bibliográfica.

14 1 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS As principais atividades desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária no Hospital Veterinário Universitário compreenderam ao acompanhamento de atendimentos clínicos, além destas, foram assistidos e efetuados, coleta de material, encaminhamento para exames complementares e auxílio em exames de diagnóstico por imagem. Os atendimentos clínicos estão explanados a seguir em tabelas, divididos pelos sistemas orgânicos correspondentes. Tabela 1 Atendimentos clínicos classificados por sistemas orgânicos e doenças infectocontagiosas acompanhadas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Atendimentos por sistemas Cães Gatos Total % Cardiovascular 6 0 6 6,52 Digestório/glândulas anexas 8 2 10 10,86 Doenças infectocontagiosas 7 0 7 7,60 Endócrino 4 2 6 6,52 Neurológico 3 0 3 3,26 Oftálmico 10 0 10 10,86 Reprodutivo 10 0 10 10,86 Respiratório 3 2 5 5,43 Tergumentar e anexos 25 1 26 28,26 Urinário 5 4 9 9,78 Total 81 11 92 100% Tabela 2 Diagnósticos estabelecidos das afecções dos sistemas cardiovascular e respiratório durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Asma 2 1 3 30 Insuficiência cardíaca 5 0 5 50 Nódulos pulmonares 1 0 1 10 Pneumonia bacteriana 0 1 1 10 Total 8 2 10 100%

15 Tabela 3 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema digestório e das glândulas anexas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Desvio portossistêmico 1 0 1 10 Doença inflamatória intestinal 2 0 2 20 Gastrite 0 1 1 10 Gastrite por anti-inflamatório não esteroidal 1 0 1 10 Gastroenterite 2 0 2 20 Megaesôfago 0 1 1 10 Verminose 2 0 2 20 Total 8 2 10 100% Tabela 4 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema endócrino durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Diabetes mellitus 2 1 3 50 Hiperadrenocorticismo 2 0 2 33,33 Hipertireoidismo 0 1 1 16,66 Total 4 2 6 100% Tabela 5 Diagnósticos estabelecidos das afecções dos sistemas neurológico e oftálmico durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Ceratite 1 0 1 7,69 Ceratoconjuntivite seca 2 0 2 15,38 Entrópio 1 0 1 7,69 Hérnia de disco intervertebral 3 0 3 23,07 Perfuração de globo ocular 1 0 1 7,69 Úlcera de córnea 5 0 5 38,46 Total 13 0 13 100% Tabela 6 Diagnósticos estabelecidos das afecções dos sistemas reprodutivo e urinário durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina

16 Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Cistite 2 1 3 15 Insuficiencia renal crônica 3 1 4 20 Obstrução uretral 0 3 3 15 Piometra 5 0 5 25 Tumor de mama 3 0 3 15 Tumor venéreo transmissível 2 0 2 10 Total 15 5 20 100% Tabela 7 Diagnósticos estabelecidos das afecções do sistema tegumentar e anexos durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnóstico Cães Gatos Total % Adenite sebácea 1 0 1 3,84 Atopia 8 0 8 30,76 Dermatite alérgica a saliva de pulga 6 0 6 23,07 Dermatite úmida aguda 1 0 1 3,84 Otite parasitária 5 0 5 19,23 Piodermite Superficial 1 0 1 3,84 Queimadura por óleo diesel 0 1 1 3,84 Disqueratinização 2 0 2 7,69 Síndrome do piogranuloma estéril 1 0 1 3,84 Total 20 1 26 100% Tabela 8 Diagnósticos estabelecidos das doenças infectocontagiosas durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Diagnósticos Cães Gatos Total % Cinomose 7 0 7 77,77 Parvovirose 2 0 2 22,22 Total 7 2 9 100% Tabela 9 Exames complementares solicitados, acompanhados e/ou encaminhados durante a realização do Estágio Curricular Supervisionado em Medicina Veterinária

17 na área de Clínica Médica de Pequenos Animais no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria, no período de 15 de setembro a 17 de outubro de 2014. Exames Cães Gatos Total % Alanina aminotransferase 30 10 40 8,38 Albumina 20 5 25 5,24 Análise de líquidos cavitários 5 0 5 1,04 Citologia aspirativa por agulha fina 10 0 10 2,09 Citologia de ouvido 5 0 5 1,04 Citologia de pele 10 1 11 2,30 Colesterol 3 1 4 0,83 Contagem de plaquetas 45 15 60 12,57 Creatinina 30 10 40 8,38 Eletrocardiograma 3 0 3 0,62 Fosfatase alcalina 30 10 40 8,38 Glicose 15 5 20 4,19 Hemograma 45 15 60 12,57 Histopatológico 3 0 3 0,62 Mielografia 3 0 3 0,62 Parasitológico de fezes 12 3 15 3,14 Parasitológico de pele 15 0 15 3,14 Proteínas totais 10 1 11 2,30 Radiografia 10 5 15 3,14 Teste de fluorosceína 10 0 10 2,09 Triglicerídeos 4 1 5 1,04 Ultrassonografia 20 7 27 5,66 Ureia 30 10 40 8,38 Urinálise 5 5 10 2,09 Total 373 104 477 100%

18 2 DISCUSSÃO 2.1 Hipertireoidismo em um felino Resumo O hipertireoidismo é uma endocrinopatia importante e comum em gatos idosos. A síndrome se dá pelo excesso de produção de hormônios tiroidianos pela glândula tireoide. A sintomatologia clínica se dá por perda de peso, polifagia, poliúria e polidipsia, hiperatividade, taquicardia, vômito e diarreia. O diagnóstico se baseia nos achados clínicos, juntamente com o histórico do paciente. Este trabalho teve como objetivo relatar um caso de hipertireoidismo em um felino, sem raça definida de quatorze anos. Palavras-Chave: tireoide, gato, endocrinopatia. Introdução O hipertireoidismo é uma enfermidade multissistêmica que resulta da produção e secreção excessivas de tiroxina (T4) e triiodotironina (T3) pela glândula tireoide e é quase sempre um resultado de doença intrínseca crônica em um ou ambos os lobos da tireoide (NELSON e COUTO, 2010). É a endocrinopatia mais comum em gatos de meia idade a idosos (PANCIERA, 2008). A glândula tireoide normal consiste de dois lobos adjacentes ao quarto ou sexto anel traqueal, caudal a laringe. Também estão presentes pequenas quantidades de tecido tireóideo ectópico na área cervical caudal e no mediastino. Em animal hígido a tireoide não é palpável (CRYSTAL, 2004). Em gatos com hipertireoidismo, uma ou mais massas tireoidianas, geralmente pequenas e discretas, são palpáveis na região ventral do pescoço (NELSON e COUTO, 2010). Na maioria dos casos, o hipertireoidismo é causada pelo adenoma tireóideo ou pela hiperplasia adenomatosa multinodular, afetando um ou, mais comumente, ambos os lobos da glândula tireoide. Menos de 2% dos casos ocorrem como resultado de carcinoma tireóideo funcional (PANCIERA, 2008).

19 A patogenia das alterações hiperplásicas adenomatosas da glândula tireoide permanece obscura. Já se pensou que fatores imunológicos, infecciosos, nutricionais, ambientais ou genéticos pudessem interagir para causar as alterações patológicas. Também já foi identificado através de estudos epidemiológicos que o consumo de alimentos industrializados enlatados para gatos apresentou fator de risco para o desenvolvimento de hipertireoidismo, sugerindo que um componente bociogênico possa estar presente na dieta (NELSON e COUTO, 2010). Os sinais clínicos comuns do hipertireoidismo incluem polifagia, polidipsia, poliúria, perda de peso, hiperatividade, taquicardia, vômito e diarreia, sendo que essas alterações clínicas são progressivas e mais da metade dos gatos apresentam essas alterações em seis meses a um ano antes de serem encaminhados ao veterinário. Isso ocorre devido à apresentação clínica inicial, aumento do apetite e hiperatividade, ser confundida com um estado saudável (FELDMAN e NELSON, 1996). Cunha (2008) relata a importância em se investigar a ocorrência de hipertireoidismo em todos os felinos de meia idade ou idosos que apresentem histórico de perda de peso, principalmente quando evidenciar polifagia. Peterson (2004) cita que existem três formas de tratamento para o hipertireoidismo, sendo elas: tireoidectomia cirúrgica, iodo radioativo e administração de fármacos antitireóideo. Metodologia Foi atendido no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no dia 17 de setembro de 2014, um felino, SRD de quatorze anos de idade Na anamnese a proprietária relatou que há seis meses o animal vinha apresentando perda de peso, sendo que o mesmo já pesou 13Kg e hoje se encontra com 6,7Kg. Há aproximadamente três meses apresenta diarreia, além de mudanças comportamentais, como poligafia e ansiedade. A proprietária também relatou perda de pêlos. No exame físico apenas foi evidenciado um pequeno aumento do lado esquerdo da glândula tireoide por palpação. Foram então solicitados exames de sangue sendo eles: hemograma completo, colesterol total, proteínas totais e frações, triglicerídeos, ureia, creatinina, fosfatase alcalina, transaminase pirúvica (ALT),

20 tiroxina (T4), tiroxina livre (T4 L), tireoestimulante (TSH) e ultrassonografia de glândula tireoide. Com os resultados dos exames de sangue e laudo ultrassonográfico, chegouse ao diagnóstico de hipertireoidismo felino, o qual recebeu como tratamento 5mg BID de metimazol, um antitireoideano, por 14 dias e a troca da ração que o animal consumia, pela Hill s Feline Y/D. Após os 14 dias de tratamento, foi pedido para que o paciente retornasse, e fosse realizado novamente os testes de triagem sanguínea, porém a proprietária não retornou com o animal. Resultados e Discussão Segundo Panciera (2008), em gatos o diagnóstico de hipertireoidismo baseiase nos sinais clínicos, na constatação da glândula tireoide palpável, nos testes laboratoriais de triagem. O teor sérico de T3 é menos útil no diagnóstico de hipertireoidismo em gatos. A perda de peso e pelos do felino, relatado pela proprietária, são sinais bem evidenciados no hipertireoidismo. Segundo Peterson (2004) a maioria dos gatos com hipertireoidismo apresenta evidência de perda de peso e alguns têm pelagem disforme, com queda excessiva e emaranhado de pêlos. Mudanças comportamentais também são descritas em gatos com hipertireoidismo, pois concentrações circulantes aumentadas do hormônio tireóideo, presumivelmente por um efeito direto sobre o sistema nervoso, podendo provocar mudanças comportamentais nos gatos incluindo hiperatividade, inquietação, irritabilidade ou agressão (PETERSON, 2004). Nos gatos adultos, as glândulas tireoides têm 2cm de comprimento e 0,3cm de largura e somente serão passíveis de palpação quando aumentadas de tamanho (FERGUSON e FREEDMAN, 2006), sendo que no exame físico o animal do presente relato se encontrava com o lado esquerdo da tireoide aumentado. De acordo com Nelson e Couto (2010) uma massa discreta da tireoide é palpável em 90% dos gatos com hipertireoidismo, contudo essa palpação não é patognomônica de hipertireoidismo, sendo que alguns gatos com lobos tiroidianos palpáveis são clinicamente normais, e algumas massas cervicais palpáveis não são de origem tireoidiana.

21 Os resultados do hemograma do paciente (ANEXO A) se encontravam sem alterações, o que de acordo com Vieira (2014) o hemograma geralmente se apresenta normal, mas pode demonstrar eritrocitose e leucograma de stress. Nos exames de sangue realizados houve alteração na ureia, globulinas, ALT e TSH, estando essas diminuídas, colesterol e T4 livre aumentado. Nelson e Couto (2010) relatam que as anormalidades comuns na bioquímica sérica incluem um aumento das atividades séricas de alanina aminotransferase, fosfatase alcalina e aspartato aminotranferase, sendo um aumento leve a moderado, e estão aumentadas em aproximadamente 90% dos pacientes. As concentrações séricas de ureia e creatinina estão aumentadas em aproximadamente 25% dos gatos, sendo que essas alterações são importantes por terem implicações relacionadas ao tratamento (NELSON e COUTO, 2010). Thrall (2007) relata que as globulinas que participam do sistema imune são sintetizadas nos tecidos linfoides e no fígado. A insuficiência hepática pode resultar em menor síntese e, portanto, em menor concentrações séricas de globulinas. Neste caso o paciente apresentou uma diminuição das globulinas (ANEXO C), e pode estar relacionado com insuficiência hepática. No exame bioquímico foi encontrado a ALT diminuído (ANEXO C), o qual não possui significado clínico. Também houve uma diminuição da ureia sanguínea (ANEXO D), a qual de acordo com Thrall (2007) pode estar relacionada com uma doença hepática grave, porém essa diminuição não apresenta relação com o hipertireoidismo. Neste caso, foi observado um aumento do colesterol sanguíneo (ANEXO B), entretanto em gatos com hipertireoidismo, geralmente se observa a diminuição do colesterol sanguíneo, sendo que o aumento geralmente é observado em casos de hipotireoidismo (THRALL, 2007). De acordo com Peterson (2004) o que explica a baixa concentração de TSH circulante (ANEXO E) é pelo fato de que quando se possui hipertireoidismo, a taxas de TSH sanguíneo se encontra diminuída, devido à alta concentração sérica de T3 e T4, que acabam realizando um feedback negativo sobre o mesmo. O diagnóstico de hipertireoidismo é confirmado pela constatação de aumento da produção de hormônios tireoidianos. Em gatos, o T4 é o principal produto secretado pela tireoide, sendo que esse hormônio pode estar ligado a proteínas transportadoras ou livres no plasma. Como apenas a fração livre do hormônio tireóideo está disponível

22 para entrar nas células, as determinações do T4 livre podem fornecer uma avaliação mais consistente do estado da tireoide do que as concentrações do T4 total (PANCIERA, 2008; PETERSON, 2004). O paciente do caso relatado apresentava valores de T4 total (ANEXO D) em concentrações normais, sendo que o T4 livre (ANEXO E) se mostrou aumentado na corrente circulatória, nos levando a acreditar que o animal encontrava-se em estágio inicial da doença, pois de acordo com Greco (2007) a medição do teor sérico de T4 livre tem sido mais utilizada para diagnóstico de hipertireoidismo em estágio inicial ou subclínico. No laudo ultrassonográfico (ANEXO F) foi evidenciado um aumento significativo do lado esquerdo da glândula tireoide e um leve aumento do lado direito da glândula tireoide. De acordo com Nelson e Couto (2010), o ultrassom cervical não dá informações sobre o estado funcional da massa tireoidiana e não deve ser usado para estabelecer o diagnóstico de hipertireoidismo, devendo ser usado apenas como uma ferramenta adicional na localização do tecido tireoidiano cervical. A terapia medicamentosa é uma opção de tratamento prática para muitos gatos. O metimazol é atualmente o medicamento antitireoidiano de escolha, por apresentar menor número de reações adversas comparado a outras medicações, o qual atua inibindo a síntese de hormônios tireoidianos. É indicado a realização de hemograma completo, incluindo a contagem de plaquetas e a dosagem sérica de T4 a cada duas semanas nos primeiros três meses de terapia medicamentosa, sendo necessária a adequação da dose, buscando a menor dose diária que seja capaz de manter as concentrações séricas de T4 no limite inferior de normalidade (NELSON e COUTOU, 2010; PANCIERA, 2008). Por possuir baixo número de reações adversas, e devido à idade do animal, é que a medicação de escolha para o tratamento foi o metimazol, o qual foi prescrevido a dose inicial de 5mg BID e solicitado que o animal retornasse em 14 dias para que se pudesse repetir os exames e adequar a dose, porém o animal não retornou mais ao HVU UFSM. Também como tratamento foi prescrito a Hill s Feline Y/D a qual é uma dieta deficiente em teores de iodo e busca alcançar a saúde da tireoide. As células da tireoide necessitam de certa quantidade de iodo para produzir os hormônios T3 e T4, então uma dieta deficiente de iodo irá ajudar a baixar os níveis circulantes destes (PETERSON, 2013). A alimentação citada foi indicada ao paciente como uma forma adjuvante no tratamento do hipertireoidismo, então sendo que esta não coloca em desuso a terapia medicamentosa.

23 Crystal (2004) relata que quase todos os gatos com hipertireoidismo tem prognóstico excelente para tratamentos bem-sucedidos, e que o não tratamento pode levar ao desenvolvimento de miocardiopatia tireotóxica e hipertensão. Conclusão A patologia relatada é uma endocrinopatia muito comum na clínica de felinos, porém ainda é pouco diagnosticada, trazendo para nós médicos veterinários uma atenção maior em relação a sintomatologia clínica, pois quanto mais cedo se realizar o diagnóstico, maiores as chances de melhora do paciente. Referências Bibliográficas CRYSTAL, M.A.; NORSWORTHY, G.D. Hipertireoidismo. In: NORSWORTHY, G.D.; CRYSTAL, M.A.; GRACE, S.F.; TILLEY, L.P. O Paciente Felino, 2 ed., p. 333 341, 2004. CUNHA, M.G.M.C.M.; PIPPI, N.L.; GOMES, K.; BECKMANN, D.V. Hipertireoidismo felino. Cienc. Rural, vol.38, n.5, p. 1486-1494, 2008. FELDMAN, E.C.; NELSON, R.W. Canine and feline endocrinology and reproduction. Philadelphia. W.B. Saunders, p. 785, 1996. GRECO, D.S. Avaliação Laboratorial das Glândulas Tireoide, Paratireoide, Adrenal e Pituitária. In: THRALL, M.A.; BAKER, D.C.; CAMPBELL, T.W.; DeNICOLA, D.; FETTMAN, M.J.; LASSEN, E.D.; REBAR, A.; GLADE, W. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca, p. 418 419, 2007. NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. Elsevier, 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 747 760, 2010. PANCIERA, D.L.; PETERSON, M.E.; BIRCHARD, S.J. Doenças da Glândula Tireoide. In: BIRCHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Manual Saunders Clínica de Pequenos Animais. 3 ed. São Paulo: Rocca, p. 335 341, 2008. PETERSON, M.E. Hipertireoidismo. In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 2, p. 1475 1494, 2004. PETERSON, M.E. What's wrong with Hill's (i.e., Colgate-Palmolive's) new iodine deficient diet?. Animal Endocrine Clinic. New York, 2013. Disponível em: < http://www.animalendocrine.com/yd/>. Acesso em 04 novembro de 2014.

24 THRALL, M.A.; BAKER, D.C.; CAMPBELL, T.W.; DeNICOLA, D.; FETTMAN, M.J.; LASSEN, E.D.; REBAR, A.; GLADE, W. Avaliação Laboratorial da Função Renal. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca, p.285, 2007. VIEIRA, A.B. Hipertireoidismo Felino. In: ROZA, M.R.; OLIVEIRA, A.L.A.; NARDI, A.B.; SILVA, R.L.M. Dia-a-dia Tópicos Selecionados em Especialidades Veterinárias. 1 ed. Curitiba: MedVep, p.66 67, 2014.

25 2.2 Adenite sebácea em um Akita Resumo A adenite sebácea é uma dermatopatia de desordem inflamatória primária e idiopática da glândula sebácea. Acomete principalmente cães das raças Poodle, Vizlas, Akitas e Samoiedas, sendo que as manifestações clínicas variam de acordo com a raça e tipo de pelagem. As lesões ocorrem de maneira razoável e generalizada com envolvimento de nódulos cutâneos de forma eritromatosa e oleosa. Esse trabalho teve como objetivo relatar um caso de adenite sebácea eu um canino de raça Akita, acompanhado durante o estágio curricular supervisionado. Palavras-Chave: canino, glândula sebácea, dermatopatia. Introdução Adenite sebácea é uma doença inflamatória destrutiva das glândulas sebáceas pouco compreendida. É incomum em cães, com maior ocorrência nas raças Poodle padrão, Hungarian Vizsla, Akita e Samoyeda, jovens ou de meia idade (STANNARD, 2004). A fisiopatologia é desconhecida, mas pode envolver uma anomalia hereditária de desenvolvimento da glândula sebácea, destruição imunomediada desta glândula, defeito de ceratinização folicular primária com obstrução de ductos sebáceos e inflamação, distúrbio no metabolismo lipídico influenciando a secreção sebácea e a ceratinização (KWOCHKA, 2008). As glândulas sebáceas estão ligadas a cada folículo piloso e presentes nos mamíferos em toda a pele coberta por pêlos. Essas glândulas abrem através de um ducto no infundíbulo do canal folicular, liberando uma secreção oleosa que forma uma emulsão de superfície juntamente com a secreção sudorípara e os lipídeos epidérmicos que difundem-se por toda a superfície do estrato córneo, sendo que as principais funções desta emulsão são a manutenção da suavidade e flexibilidade da pele, retenção da humidade e manutenção de uma hidratação adequada (LINEK, 2008)

26 Segundo Medleau (2009) ocorre descamação discreta a grave que atinge mais frequentemente o dorso, pescoço, parte superior da cabeça, face, orelhas e cauda. A dermatite pode ser localizada, multifocal ou se generalizar pelo tronco. Em geral não há prurido, a menos que haja infecção secundária por bactérias ou por Malassezia, uma ocorrência comum. Em cães da raça Akita, o desenvolvimento das lesões ocorre de maneira razoável e generalizada com envolvimento de nódulos cutâneos de forma eritromatosa e oleosa. Esses nódulos envolvem emaranhados de pelos debris com depósito sero-sebáceo oleoso, amarelo amarronzado com depósito folicular ao redor da haste do pelo, caracterizando proeminente perda de pelagem (SCOTT et al., 2001). O tratamento da adenite sebácea visa reduzir a descamação e reidratar a epiderme (STANNARD, 2004). Metodologia Foi atendido no Hospital Veterinário Universitário da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no dia 25 de setembro de 2014, um canino, macho da raça Akita de dois anos de idade. Na anamnese o proprietário relatou que o paciente apresenta lesões de pele há seis meses, pouco prurido e estava com uma queda acentuada de pêlos. Já havia sido tratado por outros médicos veterinários, os quais realizaram raspado cutâneo e cultura fúngica, sendo os dois de resultado negativo. O tratamento que já havia sido utilizado foi de ivermectina e antibiótico beta lactâmico por 30 dias, antimicótico e banhos semanais com shampoo de clorexidine por 60 dias e estava recebendo ração Pro Plan Puppy Sensitive Skin com OptiDerma, porém não houve evolução satisfatória do quadro clínico, levando o proprietário a procurar o HVU UFSM na tentativa de estabelecer diagnóstico definitivo. No exame físico apresentou intensa descamação cutânea, hiperqueratinização da pele em algumas regiões, principalmente no pescoço e região lombar, escurecimento da pele e regiões alopécicas. Foi então realizado hemograma completo, e bioquímico dosando albumina, ALT e creatinina. Também foi realizado exame histopatológico de pele, no qual se observou ausência completa de glândulas sebáceas, alguns folículos pilosos dilatados e repletos de fragmentos de queratina, acentuado infiltrado inflamatório composto por macrófagos epitelioides e neutrófilos, ao redor dos anexos cutâneos, e algumas

27 glândulas sebáceas obliteradas por macrófagos e neutrófilos. Com isso chegou-se ao diagnóstico de adenite sebácea. Como tratamento foi indicado ao proprietário dar banhos semanais com shampoo anti seborreico e óleo mineral, para reduzir a descamação e melhorar a hidratação da pele. Resultados e Discussão De acordo com Nuttal (2010) cerca de 90% dos animais afetadas possuem entre 1,5 a 5 anos de idade. As lesões começam na parte superior do pescoço, costas, cabeça ou orelhas. O ataque inflamatório às glândulas sebáceas visto a histologia levou à teoria de que a adenite sebácea é uma doença imunomediada. O paciente relatado encontra-se na faixa etária dos animais afetados, sendo que as lesões apresentadas estão situadas nos mesmos lugares descritos por Nuttal. O proprietário do animal também relatou acentuada queda de pelos, o qual também é uma característica da patologia, pois Stannard (2004) relata que o pelo se solta com facilidade e retém uma cobertura oleosa de escamas em torno da base. Os exames de sangue realizados, sendo eles hemograma completo (ANEXO G), e bioquímico (ANEXO H) dosando albumina, ALT e creatinina, não mostraram nenhuma alteração. A realização de raspado cutâneo e cultura fúngica são exames de rotina nas consultas dermatológica, para podermos chegar a um diagnóstico, ou então, excluir suspeitas clínicas. Segundo Kwochka (2008) é importante a realização desse tipo de exame, para que se chegue ao diagnóstico e tratamento de várias dermatoses que vem se tornando mais evidente nessas últimas décadas. Neste caso foram realizados os dois exames, sendo que os dois foram negativos. O prognóstico varia entre bom e reservado, uma vez que a terapia é paliativa e a resposta a vários medicamentos é variável (NUTTAL, 2010). Não existe indicação científica para a utilização de ivermectina, cefalexina e cetoconazol. A ração Pro Plan Puppy Sensitive Skin ajuda a minimizar o risco da irritação da pele associada à sensibilidade alimentar (PROPLAN, 2014). Kwochka (2008) afirma que as raças de pelo longo como o Akita, apresentam alopecia simétrica ou irregular não pruriginosa, com formação excessiva de escamas e pelos quebradiços e opacos, sendo que áreas especificas incluem dorso do plano

28 nasal, parte superior da cabeça, região dorsal de pescoço e tronco, cauda e pavilhão auricular. Neste caso o paciente relatado apresentava intensa descamação cutânea, hiperqueratinização da pele em algumas regiões, principalmente pescoço e região lombar, com escurecimento da pele e regiões alopécicas, sendo característico de adenite sebácea. O exame histopatológico geralmente mostra um infiltrado inflamatório multifocal de linfócitos, neutrófilos e plasmócitos em torno de glândulas sebáceas e outras estruturas anexas no início da doença. Em casos avançados há, acantose, hiperqueratose folicular e ausência de glândulas sebáceas é observado. É comum que múltiplas biópsias são necessárias para observar a imagem de diagnóstico (NUTTAL, 2010). O ataque inflamatório às glândulas sebáceas visto a histologia levou à teoria de que a adenite sebácea é uma doença imunomediada (STANNARD, 2004). De acordo com o resultado do exame histopatológico (ANEXO I) do paciente relatado chegou-se então o diagnóstico definitivo de adenite sebácea. De acordo Goth (2011) os principais diagnósticos diferenciais da adenite sebácea, se baseiam em seborreias primárias, seborreias secundárias a causas diversas e dermatopatias queratosseboreicas, sendo importante ressaltar que a leishmaniose é uma patologia que pode ser muito similar, tanto clínica quanto histopatologicamente. Bensignor (2013) relata que o tratamento deve ser sobretudo local e a utilização de imunossupressores deve ser utilizada somente em caso de falha do tratamento tópico. Neste caso foi indicado como tratamento banhos semanais com shampoo anti seborreico e óleo mineral, para que se reduza a descamação e melhore a hidratação da pele, o qual se mostra correto, pois de acordo com Medleau (2009), casos discretos podem ser efetivamente controlados mediante suplementação diária com ácidos graxos essenciais e tratamento tópico com shampoo anti seborreico, solução de enxague emoliente e umectante, em intervalos de dois a quatro dias ou de acordo com a necessidade. Em alguns cães, o tratamento sistêmico pode ser eficaz na prevenção de destruição adicional da glândula sebácea, como os imunossupressores. Os cães acometidos não devem ser acasalados. Conclusão

29 A adenite sebácea é uma doença rara que de cães cujas raças predisponentes desenvolvem anormalidades na composição da glândula sebácea, da pele e folículo piloso. O achado histopatológico é a única opção para a confirmação do diagnóstico, sendo que o prognóstico é variável. Por se tratar de uma patogenia imunomediada, o tratamento deve ser realizado pelo resto da vida do animal, o qual desde que se mantenha o tratamento correto, poderá usufruir de uma vida normal. Referências Bibliográficas BENSIGNOR, E. Treatment of sebaceous adenitis. Scientific investigation and Veterinary information: Icf Bulletin, 2013. Disponível em: <http://www.icfpet.it/public/upload/pubblicazioni/italia/icfbulletinzincosebresult BENSIGNOR.pdf>. Acesso em 11 nov. 2014. GOTH, G.M. Dermatología canina y felina. Navarra: Servet, p. 234 235, 2011. KWOCHKA, K.W. Defeitos de Ceratinização. In: BIRCHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Manual Saunders Clínica de Pequenos Animais. 3 ed. São Paulo: Rocca, p. 524, 2008. LINEK, M. Adenite sebácea em cães. Veterinary Focus, v 18, p. 12 16, 2008. Disponível em:< http://conteudo.royalcanin.com.br/upload/focus%2018.1%20- %20Portugal.pdf>. Acesso em 10 nov. 2014. MEDLEAU, L.H. Dermatologia de Pequenos Animais/Atlas Colorido e Guia Terapêutico. São Paulo: Roca, p.305 307, 2009. NUTTAL, T. HARVEY R.G., & MCKEEVER, P.J. Enfermedades Cutáneas del perro y el gato. Zaragoza: Servet, p.182 184, 2010. PROPLAN. Puppy Sensitive Skin com OptiDerma. Brasil, 2014. Disponível em: <http://www.proplan.com.br/perros.aspx>. Acesso em 05 set. 2014. SCOTT, D.W.; MILLER, W.H.; GRIFFIN, C.E. Miller and Kirk s small animal dermatology. 6ª d. Philadelphia: Saunders, p.1141 1143, 2001. STANNARD, A.A; CANNON, A.G; OLIVRY, T. Dermatoses Descamativas e Crostosas. In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 1, p. 49 50, 2004.

30 3 CONCLUSÃO O estágio curricular supervisionado serve de grande importância para fortalecer ainda mais o amor por esta profissão. A vivência do dia a dia da clínica de pequenos animais, traz não somente, mais experiência, mas também todo o ensinamento passado durante estes anos de vida acadêmica. Finalizada mais uma etapa, fica a certeza que hoje, existe mais segurança para seguir esta caminhada. Pode se constatar as deficiências que existiram no decorrer do curso, e durante este período foi dado a oportunidade de aprimorar os conhecimentos. A convivência com profissionais da área contribuiu de maneira inestimável para a formação profissional, visto que os mesmos incentivaram muito para que fosse possível o aperfeiçoamento e a aplicação dos conhecimentos de forma eficiente, dedicando a vida aos animais. Resta agradecer a oportunidade de poder ter acompanhado e vivenciado a verdadeira clínica de pequenos animais junto ao pessoal do HVU UFSM, não deixando de agradecer também as oportunidades de aprendizado, errando e corrigindo erros, para que estes não mais se repetissem. Dos amigos, colegas e professores ficam as saudades de uma época que jamais voltará e que foi maravilhosa, pelos momentos vivenciados e pelas lembranças que deixaram.

31 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENSIGNOR, E. Treatment of sebaceous adenitis. Scientific investigation and Veterinary information: Icf Bulletin, 2013. Disponível em: <http://www.icfpet.it/public/upload/pubblicazioni/italia/icfbulletinzincosebresult BENSIGNOR.pdf>. Acesso em 11 nov. 2014. CRYSTAL, M.A.; NORSWORTHY, G.D. Hipertireoidismo. In: NORSWORTHY, G.D.; CRYSTAL, M.A.; GRACE, S.F.; TILLEY, L.P. O Paciente Felino, 2 ed., p. 333 341, 2004. CUNHA, M.G.M.C.M.; PIPPI, N.L.; GOMES, K.; BECKMANN, D.V. Hipertireoidismo felino. Cienc. Rural, vol.38, n.5, p. 1486-1494, 2008. FELDMAN, E.C.; NELSON, R.W. Canine and feline endocrinology and reproduction. Philadelphia. W.B. Saunders, p. 785, 1996. GOTH, G.M. Dermatología canina y felina. Navarra: Servet, p. 234 235, 2011. GRECO, D.S. Avaliação Laboratorial das Glândulas Tireoide, Paratireoide, Adrenal e Pituitária. In: THRALL, M.A.; BAKER, D.C.; CAMPBELL, T.W.; DeNICOLA, D.; FETTMAN, M.J.; LASSEN, E.D.; REBAR, A.; GLADE, W. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca, p. 418 419, 2007. KWOCHKA, K.W. Defeitos de Ceratinização. In: BIRCHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Clínica de Pequenos Animais. 3 ed. São Paulo: Rocca, p. 524, 2008. LINEK, M. Adenite sebácea em cães. Veterinary Focus, v 18, p. 12 16, 2008. Disponível em:< http://conteudo.royalcanin.com.br/upload/focus%2018.1%20- %20Portugal.pdf>. Acesso em 10 nov. 2014. MEDLEAU, L.H. Dermatologia de Pequenos Animais/Atlas Colorido e Guia Terapêutico. São Paulo: Roca, p.305 307, 2009. NELSON, R.W.; COUTO, C.G. Medicina interna de pequenos animais. Elsevier, 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 747 760, 2010. NUTTAL, T. HARVEY R.G., & MCKEEVER, P.J. Enfermedades Cutáneas del perro y el gato. Zaragoza: Servet, p.182 184, 2010. PANCIERA, D.L.; PETERSON, M.E.; BIRCHARD, S.J. Doenças da Glândula Tireoide. In: BIRCHARD, S.J.; SHERDING, R.G. Clínica de Pequenos Animais. 3 ed. São Paulo: Rocca, p. 335 341, 2008. PETERSON, M.E. Hipertireoidismo. In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 2, p. 1475 1494, 2004.

32 PETERSON, M.E. What's wrong with Hill's (i.e., Colgate-Palmolive's) new iodine deficient diet?. Animal Endocrine Clinic. New York, 2013. Disponível em: < http://www.animalendocrine.com/yd/>. Acesso em 04 novembro de 2014. PROPLAN. Puppy Sensitive Skin com OptiDerma. Brasil, 2014. Disponível em: <http://www.proplan.com.br/perros.aspx>. Acesso em 05 set. 2014. SCOTT, D.W.; MILLER, W.H.; GRIFFIN, C.E. Miller and Kirk s small animal dermatology. 6ª d. Philadelphia: Saunders, p.1141 1143, 2001. STANNARD, A.A; CANNON, A.G; OLIVRY, T. Dermatoses Descamativas e Crostosas. In: ETTINGER, S.J.; FELDMAN, E.C. Tratado de Medicina Interna Veterinária. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, v 1, p. 49 50, 2004. THRALL, M.A.; BAKER, D.C.; CAMPBELL, T.W.; DeNICOLA, D.; FETTMAN, M.J.; LASSEN, E.D.; REBAR, A.; GLADE, W. Avaliação Laboratorial da Função Renal. Hematologia e Bioquímica Clínica Veterinária. São Paulo: Roca, p.285, 2007. VIEIRA, A.B. Hipertireoidismo Felino. In: ROZA, M.R.; OLIVEIRA, A.L.A.; NARDI, A.B.; SILVA, R.L.M. Dia-a-dia Tópicos Selecionados em Especialidades Veterinárias. 1 ed. Curitiba: MedVep, p. 2014.

ANEXOS 33

Anexo A Hemograma completo do paciente com hipertireoidismo. 34

Anexo B Colesterol total, creatinina e fosfatase alcalina do paciente com hipertireoidismo. 35

Anexo C Proteínas totais e frações, ALT do paciente com hipertireoidismo. 36

Anexo D Triglicerídeos, ureia e T4 do paciente com hipertireoidismo. 37

Anexo E T4 livre, TSH do paciente com hipertireoidismo. 38

Anexo F Laudo ultrassonográfico do paciente com hipertireoidismo. 39

Anexo G Hemograma do paciente com adenite sebácea. 40

Laudo H Bioquímica sérica do paciente com adenite sebácea. 41

42 Anexo I Laudo histopatológico do paciente com adenite sebácea. Rua Anselmo Machado Soares, 148. Bairro Camobi. Santa Maria, RS tatiana.mellodesouza@yahoo.com.br (55) 99417874 TB 539/14 Identificação do paciente Nome: Baruk Espécie: canina Raça: Akita Sexo: macho Idade: 2 anos Identificação do proprietário Proprietário: José Salamoni Filho Identificação do médico veterinário Nome: Dra. Claudete Schmidt Consultório/clínica: Hospital Veterinário Universitário UFSM E-mail: dete13vet@yahoo.com.br Identificação da amostra Data da coleta: 03/10/2014 Data de entrada: 03/10/2014 Data da emissão do laudo: 10/10/2014 Tempo entre a entrada da amostra e a emissão do laudo: 5 dias úteis. História clínica O paciente apresenta lesões de pele há seis meses, segundo o proprietário já recebeu cefalexina, cetoconazol e ivermectina, sem melhora. Ao exame físico apresenta crostas aderidas e ressecadas com cilindros foliculares em todo o dorso, cauda, borda das orelhas e cabeça. Suspeita clínica Adenite sebácea. Descrição macroscópica Material fixado em formol duas amostras. Amostra 1 (pelve) fragmento de pele triangular com 1,5 x 1 cm com pelos. Amostra 2 (tórax) fragmento de pele com 1,5 x 1 x 1 cm. Descrição histológica Pele (Amostra 1 [pelve]) há hiperqueratose ortoqueratótica. Na derme observa-se ausência completa de glândulas sebáceas. Alguns folículos pilosos estão dilatados e repletos de fragmentos de queratina.

43 Pele (Amostra 2 [tórax]) ao redor dos anexos cutâneos observa-se acentuado infiltrado inflamatório composto por macrófagos epitelioides e neutrófilos. Há formação de células gigantes e, em meio ao infiltrado, há fragmentos de queratina. Algumas glândulas sebáceas estão obliteradas por macrófagos e neutrófilos. Diagnóstico morfológico Pele (Amostra 1), atrofia sebácea difusa acentuada. Pele (Amostra 2), adenite piogranulomatosa multifocal crônica acentuada. Pele (Amostra 2), perifoliculite, foliculite e furunculose piogranulomatosa crônica difusa acentuada associada a fragmentos de queratina intralesionais. Comentário As lesões observadas são típicas de adenite sebácea. A furunculose observada neste caso é secundária à ruptura de folículos pilosos adjacentes às glândulas sebáceas atrofiadas. Essa furunculose deve ser interpretada como tendo origem bacteriana, mesmo que bactérias não tenham sido visualizadas nos cortes histológicos. Adenite sebácea é uma incomum dermatopatia idiopática, possivelmente genética (com caráter autossômico recessivo), que ocorre principalmente em cães, mas comumente naqueles das raças Akita, Samoieda, Vizla e Poodle Standard. Os cães afetados são adultos jovens e desenvolvem pelagem baça e áreas de hipotricose ou alopecia, inicialmente no dorso, e posteriormente em outras regiões da pele. Descamação e formação de cilindros foliculares são achados frequentes. Complicações comuns incluem infecção bacteriana secundária e ocorrem em 40% dos casos. Nesses casos, formação de pápulas e pústulas são comuns. Outras apresentações clínicas incluem alopecia da cauda ( rabo de rato ), otite externa e formação de nódulos ou placas alopécicas, multifocais a coalescentes e descamativas no tronco em cães das raças Pastor Alemão, Pastor Belga e Vizla, respectivamente. Tatiana Mello de Souza, Méd. Vet., Me., Dr. Membro do Colégio Brasileiro de Patologia Animal

Anexo J Certificado de conclusão de estágio. 44