BAIXA ADESÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

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Transcrição:

BAIXA ADESÃO NUTRICIONAL EM IDOSOS PORTADORES DE DIABETES MELLITUS: REVISÃO BIBLIOGRÁFICA Dayanne Marcelle Guedes Ferreira¹ ; Karla Helloyse Gomes Rocha²; Maria Juliana Rodrigues Costa²; Luana Gislene Herculano Lemos³ ¹Autor; ²Co-autor; ³Orientador. Universidade Federal de Campina Grande UFCG (dayanneguedes12@hotmail.com) (1); Faculdade Maurício de Nassau (helloysegomes@hotmail.com) (2); Universidade Federal de Campina Grande UFCG (juliana.r.c.silva@hotmail.com) (2); Universidade Federal de Campina Grande UFCG (luanaa_cg@hotmail.com) (3) Resumo: O presente estudo bibliográfico apresenta um panorama das publicações nacionais, referente a baixa adesão nutricional em idosos portadores de Diabetes Mellitus. Foram utilizadas as bases de dados LILACS, SciELO e BVS, sendo selecionados um total de 26 artigos, publicados no período de 2008 a 2016. Grande parte das pesquisas aponta que a maioria dos idosos desconhecem a importância da terapia nutricional adequada na prevenção das complicações do Diabetes Mellitus, sendo reforçado pelo fato de grande parte não ter uma alimentação saudável e está acima ou abaixo dos limites considerados pelos cálculos de IMC, o que contribui para as complicações da doença. Há também a prevalência da nutrição inadequada relacionada com as próprias mudanças características do processo de envelhecimento, tais como diminuição do paladar, dificuldade de mastigação e deglutição. Percebese a necessidade de estudos que revelem a importância de uma alimentação saudável em idosos portadores de doenças endócrinas, especialmente o Diabetes, e tendo em vista tratar-se de um público com fragilidades características do próprio envelhecimento entrelaçado com pouco conhecimento sobre a prevenção das complicações, caracterizando-se assim um público que segue muito o tratamento medicamentoso, mas não abrange a nutrição adequada como meio de prevenção por falta de conhecimento sobre quais são os nutrientes adequados e os inadequados. O idoso diabético deve, assim como todos pacientes com a doença, passar por uma consulta com o nutricionista, que inicialmente vai fazer uma avaliação dos hábitos alimentares e a partir disto, juntamente com o histórico do paciente traçar um planejamento alimentar. Palavras-chave: Idosos, Nutrição, Diabetes mellitus. INTRODUÇÃO O expressivo crescimento demográfico da população idosa nas últimas décadas e suas consequências se constitui em uma das principais temáticas ressaltadas nos estudos que trabalham com a temática do envelhecimento. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no ano de 2010, a população idosa brasileira correspondia a aproximadamente a 12% de toda a população. Na Região Nordeste o

número de pessoas idosas é de mais de 5 milhões, o que corresponde a aproximadamente 10,3% da população brasileira. Segundo Mendes et al (2011), com o envelhecimento ocorre uma série de alterações como a diminuição da acuidade auditiva e visual, lentidão da resposta imunológica, limitação física e de memória, dentre outras alterações, que propiciam o desenvolvimento de diversas DCNT, como o DM, por causar morbidades e por ser um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares e cerebrais. Entre as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) que mais acometem a população idosa, destaca-se o Diabetes Mellitus (DM). Para a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a doença acomete 18% dos idosos, sendo que 50% dos portadores de DM tipo 2 apresentam mais de 60 anos de idade. O DM se apresenta como uma doença global, sendo um problema de saúde pública devido ao aumento da sua prevalência e de sua morbimortalidade. O número de pessoas com diabetes está aumentando em todos os países (IDF, 2012). Um dos maiores problemas enc ontrados pelos profissionais de saúde no processo de intervenção com pacientes é a baixa adesão as recomendações nutricionais, sendo este um evento comum nas doenças em que o tratamento exige mudanças nos hábitos de vida. Dessa forma, é importante estimular o paciente na adesão ao método terapêutico nutricional no que diz respeito ao uso seu processo de cuidado os elementos fisiopatológicos, psicossociais, educacionais (SANTOS et al, 2005). Portanto, esse trabalho tem como objetivo avaliar as produções cientificas que abordem a baixa adesão nutricional em idosos portadores de Diabetes Mellitus. METODOLOGIA Trata-se de uma pesquisa bibliográfica em que foram utilizadas bases de dados online. A pesquisa bibliográfica é uma das melhores formas de iniciar um estudo, buscando-se semelhanças e diferenças entre os artigos levantados nos documentos de referência (BREVIDELLI; DE DOMENICO, 2008). Para a obtenção dos dados realizouse pesquisa de artigos científicos nas seguintes bases de dados: Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), Literatura

Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Library Online (SCIELO). Foram utilizados os seguintes descritores: Idosos, Nutrição, Diabetes mellitus. Os critérios de inclusão estabelecidos foram: aqueles que abordassem o tema; escritos na língua portuguesa; com o período de publicação entre 2008 a 2016. Foram considerados os títulos e os resumos dos artigos para a triagem, sendo selecionados 36 artigos conforme critérios supracitados. Gráfico 01: Correspondente ao número de artigos selecionados segundo critérios de inclusão. 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2014 2012 2010 2008 0 2 4 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO Dos 36 artigos encontrados, considerando-se títulos e os resumos das pesquisas para ampla triagem, apenas 26 artigos foram selecionados devido aos critérios de inclusão. A maioria das publicações (76,9%) ocorreu entre os anos de 2009 a 2014, apontando um crescente interesse pela temática nos anos subseqüentes (GRÁFICO 01). No tratamento do diabetes a dieta adequada é fundamental, pois favorece o controle metabólico contribuindo para normalização da glicemia, para diminuir os riscos cardiovasculares e contribuir para o controle de peso, para evitar complicações agudas e crônicas (FERREIRA; FERNANDES, 2009). Além disso deve-se buscar o controle da glicose para evitar complicações. Estratégias cognitivocomportamentais que promovam mudança de comportamento e aderência às recomendações, bem como programas de educação em saúde que visam à promoção e ao apoio ao autocuidado fazem parte do tratamento do DM e, como tal, a equipe

precisa ser instrumentalizada para aplicálos no seu dia a dia. (BRASIL, 2013) Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes (2012), o uso de açúcar dentro de um plano alimentar adequado não ultrapassando 10% do valor total de carboidratos não provoca descompensação glicêmica em pacientes diabéticos. Para Benetti e Ceni (2010) são necessárias orientações nutricionais sobre a importância das modificações de hábitos alimentares inadequados para o controle da patologia. A educação e o aconselhamento nutricional tornam-se indispensável para o êxito do tratamento principalmente para pacientes idosos que tem os seus hábitos adquiridos ao longo de toda sua vida. Monteiro et al (2010), em estudo realizado com mulheres idosas sedentárias que começaram a praticar atividade física regularmente, observaram que essa prática quando prescrita de forma adequada prolonga a independência funcional e melhora a vida do idoso, ajudando a diminuir os níveis de glicemia, o IMC e o controle da pressão arterial. Os autores também referenciam o sedentarismo sendo mais comum no idoso do que em outra fase da vida, o que pode cooperar para a perda da independência funcional. Segundo a Associação Brasileira de Diabetes a perda de 5 a 10% de peso aliado a pratica de exercício físico diminui a glicemia, retarda o avanço da doença, podendo repercutir até na necessidade de tratamento farmacológico pelo diabético. Franscisco et al (2010), referem que a modificação no estilo de vida é de extrema importância, sobretudo, entre a população idosa que registra um aumento dos índices de obesidade e maior incidência de comorbidades relacionadas ao sedentarismo. Diminuição do paladar, dificuldade de mastigação e deglutição são algumas das modificações do organismo no processo de envelhecimento, isso contribui no prejuízo da nutrição nessa faixa etária. O idoso diabético deve, assim como todos pacientes com a doença, passar por uma consulta com o nutricionista, que inicialmente vai fazer uma avaliação dos hábitos alimentares e a partir disto, juntamente com o histórico do paciente traçar um planejamento alimentar. Segundo a SBD, os comitês de estudo têm orientado que o paciente diabético sigam a mesma alimentação saudável recomendada para a população

em geral, distribuir os alimentos em 5 à 6 refeições por dia, podendo ser três refeições e dois lanches saudáveis, como uma fruta, ingerir feijão, arroz, legumes diariamente, evitar alimentos açucarados e preferir os sucos in natura, optando por adoçante à base de frutose, evitar frituras, tomar bastante água e diminuir a ingestão de sal, pois é comum a associação entre diabetes e hipertensão. socioeconômicos, como condições de comprar e preparar seu próprio alimento, muitas vezes introduzindo na sua alimentação o que tem na mesa de sua família, não tendo o cuidado necessário para o que ingerir e o que evitar. A OMS considera os pontos de corte de IMC de idosos diferentes de adultos, devido as alterações do envelhecimento que contribuem para isso. Segundo Brasil ( 2013), as recomendações nutricionais específicas devem ser adaptadas para cada indivíduo, mas, há normas que são amplamente aplicáveis. A restrição calórica moderada de 250 a 500 kcal a menos que a ingestão diária habitual, só está indicada em casos de sobrepeso. Menos de 30% das calorias devem vir do consumo de gordura. Também se recomenda que as refeições, especialmente a ingestão de carboidratos, sejam fracionadas ao longo do dia para evitar grandes cargas calóricas A adesão ao tratamento, de modo geral, é insatisfatória para o adequado manejo da doença, constituindo-se um desafio para os profissionais de saúde. Muitos são os fatores que contribuem negativamente para adesão nutricional adequada nos idosos. Fatores A população idosa é particularmente propensa às alterações nutricionais devido a fatores relacionados às modificações fisiológicas e sociais, ocorrência de doenças crônicas, uso de diversas medicações, dificuldades com a alimentação, depressão e alterações da mobilidade com dependência funcional (BRASIL, 2013) Estas alterações podem comprometer a ingestão dos alimentos e aproveitamento dos nutrientes, podendo levar à desnutrição. CONCLUSÃO É imprescindível que o idoso entenda a importância da adesão ao tratamento no diabetes mellitus para seu controle e evitar descompensações que podem levar a possíveis complicações comuns na doença

quando não cuidada. Para uma boa adesão por parte do paciente, torna-se necessário a humanização do profissional de saúde frente à informação passada. Na prática, os profissionais de saúde devem auxiliar o portador de DM em seus esforços para aderir o tratamento, especialmente estabelecendo uma relação de empatia, colaborando assim para o sucesso do seu objetivo. Influenciá-lo a ter uma dieta saudável apenas como uma receita de um remédio, não vai obter sucesso. É preciso ser empático o suficiente para se colocar no lugar do idoso, na casa, na família, nas crenças, nos hábitos e nas condições sociodemográficas do mesmo. A família também tem papel fundamental na nutrição do idoso. Idosos dependentes de seus familiares, seja por co-morbidades ou qualquer que seja a razão, sentem-se retraídos em exigir uma alimentação adequada numa família que tem hábitos alimentares totalmente diferente dos que ele necessita. Dessa forma, o familiar estimula o idoso e ainda adere a uma alimentação que só vai trazer-lhe benefícios. REFERÊNCIAS AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Standards of medical care in diabetes 2013. Diabetes Care, v. 36, Supl. 1, p.s11 66, 2013. BENETTI. F; CENI, G.C. Frequência do consumo alimentar de pacientes diabéticos em acompanhamento ambulatorial na região norte do RS, no segundo semestre de 2008. Vivências: Revista Eletrônica de Extensão da URI, v. 6, n.9, p.124-135, mai 2010. BRASIL. Secretaria de Atenção Básica à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Diabetes Mellitus. Brasília, 2013. (Cadernos de Atenção Básica n. 36).. Sociedade Brasileira de Diabetes [periódico na Internet, acessado em 27 de abril, 2016] Disponível em: http://www.diabetes.org.br Estratégia para o cuidado da pessoa com doença crônica: DIABETES MELLITUS; caderno de atenção básica nº 36, Brasília DF, 2013 FERREIRA, E.A.P; FERNANDES,A.L. Treino em Alta Observação e Adesão a Dieta em Adultos com Diabetes tipo 2. Psic.: Teor. e Pesq, v.

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