AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO-DA-ÍNDIA (Syzium aromaticum) OBTIDO COM CO2 EM FASE SUPERCRÍTICA

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Transcrição:

AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTIMICROBIANA DE ÓLEO ESSENCIAL DE CRAVO-DA-ÍNDIA (Syzium aromaticum) OBTIDO COM CO2 EM FASE SUPERCRÍTICA M. S. Oliveira 1, D. S. Pereira 2, W.A. Costa 3, F. W. F. Bezerra 1, T. O. A. Menezes 4, E. H. A. Andrade 5, S. H. M. Silva 6, R. N. Carvalho Jr 1 1- Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos Universidade Federal do Pará, Instituto de Tecnologia CEP: 66075-110 - Belém - PA - Brasil. Telefone: 55 (91) 3201-8861 - e-mail: (mozaniel.oliveira@yahoo.com.br) 2- Laboratório de Agroindústria - Embrapa Amazônia Oriental CEP: 66095-100 Belém PA - Brasil. Telefone: 55 (91) 3276-9845 - e-mail: (santiagoesam@gmail.com) 3- Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Naturais da Amazônia Universidade Federal do Pará, Instituto de Tecnologia CEP: 66075-110 - Belém - PA - Brasil. Telefone: 55 (91) 3201-8858 - e-mail: (wanessa.almeida712@yahoo.com.br) 4- Faculdade de Odontologia - Universidade Federal do Pará, Instituto de Ciências da Saúde CEP: 66075-900 Belém Pará Brasil. Telefone: 55 (91) 3201-7494 - e-mail: (tamenezes@ufpa.br) 5- Laboratório Adolpho Ducke - Museu Paraense Emílio Goeldi - CEP: 66077-830 - Belém - PA - Brasil. Telefone: 55 (91) 3075-6139 - e-mail: (eloisandrade@ufpa.br) 6- Instituto Evandro Chagas - Seção de Bacteriologia e Micologia CEP: 67030-000 - Ananindeua PA - Brasil. Telefone: 55 (91) 3214-2125 - e-mail: (silviasilva@iec.pa.gov.br) RESUMO Nas últimas décadas a humanidade vem buscando métodos de vida mais saudáveis, principalmente no âmbito alimentar, a busca por espécies de plantas ricas em compostos bioativos vêm motivando o desenvolvimento de novas pesquisas. Este trabalho teve por objetivo obter óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticum) com uso de CO 2 em fase supercrítica e verificar in vitro a atividade antimicrobiana. Os óleos essenciais de cravo-da-índia foram obtidos nas condições operacionais de temperatura e pressão de 40 C / 100bar, 40 C / 200bar, 40 C / 300bar, 50 C / 100bar, 50 C / 200bar e 50 C / 300bar. O Eugenol foi o principal composto identificado. A atividade antimicrobiana foi avaliada por meio do método de disco-difusão em meio sólido (CLSI, 2004). Todos os óleos essenciais demonstraram ter atividade antibacteriana, sendo o extrato obtido em 50 C / 300bar o que apresentou o maior halo de inibição para os microrganismos Staphylococcus aureus, Escherichia coli e Candida albicans. ABSTRACT In recent decades, humanity has been seeking healthier methods of life, especially in the food area, the search for species of plants rich in bioactive compounds have been encouraging the development of new researches. This study aimed to obtain clove India extracts (S. aromaticum) using CO 2 in supercritical phase and ascertain the in vitro antimicrobial activity. The clove extracts were obtained at operating temperature and pressure of 40 C / 100bar, 40 C / 200bar, 40 C / 300bar 50 C / 100bar, 50 C / 200bar and 50 C / 300bar. The main compound identified was Eugenol. Antimicrobial activity was assessed by disk diffusion method on solid medium (CLSI, 2004). All extracts have demonstrated antibacterial activity, and the extract obtained at 50 C / 300bar presented the largest inhibition zone for Staphylococcus aureus, Escherichia coli and Candida albicans. PALAVRAS-CHAVE: Eugenol; antimicrobiano; óleo essencial. KEYWORDS: Eugenol; antimicrobial; essential oil

1. INTRODUÇÃO Os metabolitos secundários de plantas em especial os óleos essenciais normalmente são produzidos por células secretoras ou grupos de células, sendo encontrados em diversas partes do vegetal, como folhas, talos casca ou frutos e frequentemente apresentam composição diferente. O cravo-da-índia (Syzygium aromaticum (L.) Merr. & Perry) é a gema floral seca sendo usado principalmente como condimento na culinária, devido ao seu marcante aroma e sabor, conferido por um composto fenólico volátil, o Eugenol. Atualmente, Zanzibar e Madagascar são os principais produtores de cravo-da- índia, seguidos pela Indonésia (Mazzafera, 2003). A aplicação de óleos essenciais como ingredientes funcionais em formulações alimentícias, cosméticas ou ainda em formulações sanitizantes, tem despertado grande interesse neste setor industrial devido à grande aceitação dos consumidores por produtos naturais, bem como pelos danos à saúde propiciados pelos aditivos sintéticos (Conner, 1993; Scherer et al., 2009). O óleo essencial de cravo-da-índia é um produto importante para a indústria de alimentos, pois apresenta um poderoso antioxidante e potencial antimicrobiano permitindo a sua utilização para a substituição de produtos comerciais sintéticos para a conservação de alimentos (Scopel et al., 2014). A extração de óleos essenciais podem incluir o uso de dióxido de carbono, micro-ondas e principalmente destilação de baixa ou alta pressão empregando água fervente ou vapor quente. As suas propriedades bactericidas e fungicidas, as utilizações farmacêuticas e alimentares, são cada vez mais generalizadas como alternativas aos produtos químicos sintéticos. Devido às utilizações farmacêuticas, cosméticas e alimentares a extração com solventes lipofílicos como dióxido de carbono supercrítico é mais recomendável (Bakkali et al., 2008; Bizzo et al., 2009). Este trabalho tem por objetivo obter diferentes frações de óleo essencial de Cravo-da-índia e verificar in vitro a atividade antimicrobiana. 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Extração Supercrítica Este equipamento pertence ao Laboratório de Extração (LABEX) do Programa de Pósgraduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos da UFPA. As extrações via CO 2 foram realizadas no Spe-ed TM SFE (Allentown, PA, EUA) modelo 7071 da Applied Separations, acoplado ao compressor Schulz (Schulz S/A, modelo CSA, Brasil), cilindro de CO 2 (White Martins, Brasil), recirculador Polyscience F08400796 (Nilles, Illinois, EUA) e medidor de vazão de CO 2 na saída do sistema Alicat Scientific M 5SLPM (Tucson, AZ, EUA). O procedimento experimental foi realizado no Laboratório de Extração (LABEX - Programa de Pósgraduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos UFPA) usando 30 g de S. aromaticum triturado. Foram usadas as temperaturas de 40 C e 50 C, pressões de 100bar, 200bar e 300bar de acordo com o proposto por (Guan et al., 2007). A vazão do CO 2 foi de 8,85 10-5 kg/s. A extração foi efetuada em duas etapas: um período estático (S. aromaticum com CO 2 supercrítico estavam em condições fechadas de operação no recipiente de extração) de 1.800 s e um período dinâmico (sistema foi aberto e apenas CO 2 e extrato foram continuamente liberados em recipiente fechado sob-banho de gelo para evitar volatilização dos compostos) de 7.200s. 2.2 Perfil Químico A identificação química foi realizada por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (gc/ms), de acordo com o proposto por (Ribeiro et al., 2014; Zoghbi et al., 2014). 3. ATIVIDADE ANTIMICROBIANA A atividade antimicrobiana foi realizada na Seção de Bacteriologia e Micologia do Instituto Evandro Chagas por meio do método de disco-difusão em meio sólido (CLSI, 2004), com modificações. Os micro-organismos (Candida albicans, Staphylococcus aureus e Escherichia coli)

foram suspensos em solução salina (escala de turbidez 1 de McFarland), semeadas em placa de Petri contendo meio de cultura ágar Sabouraud, sendo em seguida adicionados os discos de papel (6mm) impregnados com 30 μl de cada um dos óleos essenciais obtidos por extração com CO 2 supercrítico. Em seguida, as placas foram incubadas a 30 C por 24h e 48h. Após este período foi realizada a leitura dos halos de inibição. Como droga antifúngica controle utilizou-se a Nistatina na concentração de 50μg/mL. Os isolados que apresentaram halos de inibição com diâmetro < 8 mm foram considerados resistentes e 8 mm como sensíveis. 4. RESULTDOS E DISCUSSÃO A tabela 1 apresenta os resultados do composto químico identificado em maior concentração, o Eugenol, que é um monoterpeno oxigenado. É relatado na literatura que este composto tem atividade bactericida (Hemaiswarya & Doble, 2009), fungicida (Medvedeff et al., 1998) e anestésica (Cunha et al., 2010). Tabela 1 - Composto majoritário encontrado nas diferentes frações IR OE1 OE2 OE3 OE4 OE5 OE6 23.802 Eugenol 62,88% 60,42% 58,77% 57,12% 58,70% 60,61% IR. Índice de retenção em Rtx-5MS. (OE) - Óleo essencial. 4.1 Atividade Antimicrobiana O ensaio para avaliar a ação antifúngica e antibacteriana dos óleos essenciais foram testados sobre os patógenos C. albicans (levedura), E. coli e S. aureus (bactérias). Foi observado que os microorganismos manifestam-se sensíveis aos compostos presente nos óleos essenciais, independente da temperatura e pressão empregada na obtenção dos óleos essenciais. Foram observados halos de inibição que variam de 17 a 25 mm para a levedura, e 13 a 22 mm para as bactérias E. coli e S. aureus (Tabela 2, Figuras 1 e 2). Contudo, os maiores halos de inibição foram observados para o extrato E6 (50 C / 300bar). Ao analisar a Tabela 2 e a Figura 4, podemos observar que os microrganismos foram sensíveis à presença do Eugenol isolado com halo de inibição variando de 20 mm para E. coli e S. aureus e 36 mm para C. albicans. Desta forma, a C. albicans demonstrou ser o patógeno mais sensível aos compostos presentes nos óleos essenciais de cravo-da-índia, o presente trabalho demonstra que o composto responsável pela inibição do crescimento dos microrganismos pode estar relacionado à presença do Eugenol. Os trabalhos que relatam a atividade antimicrobiana com óleos essenciais de cravo obtidos com uso de CO 2 em fase supercrítica ainda são escassos, o trabalho de (Ivanovic et al., 2013), é o primeiro relato sobre a avaliação da atividade antibacterianas dos óleos essenciais de cravo obtidos via com CO 2 supercrítico, eles demonstraram que os óleos essenciais tiveram atividade antimicrobiana moderada sobre as estirpes de S. aureus e Enterococcus. Tabela 1 - Ação dos óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticum) e o padrão de Eugenol sobre os patógenos C. albicans, E. coli e S. aureu, com os halos de inibição em (mm). Óleos; Substância majoritária C. albicans INCQS - 40175 E. coli ATCC - 25911 S. aureus INCQS - 00015 Diâmetro do halo Diâmetro do halo Diâmetro do halo OE1-40 C / 100 bar 17 (mm) 17 (mm) 13 (mm) OE2-40 C / 200 bar 21 (mm) 18 (mm) 15 (mm) OE3-40 C / 300 bar 21 (mm) 20 (mm) 15 (mm) OE4-50 C / 100 bar 21 (mm) 20 (mm) 17 (mm) OE5-50 C / 200 bar 23 (mm) 20 (mm) 17 (mm) OE6-50 C / 300 bar 25 (mm) 22 (mm) 17 (mm)

Eugenol 36 (mm) 20 (mm) 20 (mm) Figura 1 - Ação dos óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticuma) obtidos via CO 2 no estado supercrítico em diferentes condições de temperatura e pressão, sobre levedura de C. albicans. EO1, 100bar/40 C; EO2, 200 bar/40 C; EO3, 300bas/40 C; EO4, 100bar/50 C; EO5, 200 bar/50 C; EO6, 300 bar/50 C (Fonte: Autor). Figura 2 - Ação dos óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticum) obtido obtidos via CO 2 no estado supercrítico em diferentes condições de temperatura e pressão, sobre a bactéria cherichia coli. EO1, 100bar/40 C; EO2, 200 bar/40 C; EO3, 300bas/40 C; EO4, 100bar/50 C; EO5, 200 bar/50 C; EO6, 300 bar/50 C (Fonte: Autor).

Figura 3 - Ação dos óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticum) obtido obtidos via CO 2 no estado supercrítico em diferentes condições de temperatura e pressão, sobre a bactéria Staphylococcus aureus. EO1, 100bar/40 C; EO2, 200 bar/40 C; EO3, 300bas/40 C; EO4, 100bar/50 C; EO5, 200 bar/50 C; EO6, 300 bar/50 C (Fonte: Autor). Figura 4 - Ação do metabolito secundário Eugenol principal composto identificado nos óleos essenciais de cravo-da-índia (S. aromaticum) sobre patógenos fúngico e bacterianos (Fonte: Autor). Várias literaturas relatam a atividade antimicrobiana do Eugenol, como sendo um bom substituto para o controle de vários patógenos animais e vegetais (Oliveira & Abreu, 2012; Valeriano et al., 2012; Chaibub et al., 2013; Pereira et al., 2014). Scopel et al. (2014) analisaram óleos essenciais de cravo-da-índia obtidos por CO 2 em fase supercrítica, sobre os microrganismos E. coli, S. aureus e E. faecalis pelo método de microdiluição e verificaram que todas as amostras inibiram o crescimento bacteriano. Djeussi et al. (2013) realizaram ensaios antimicrobianos com 27 bactérias gram-negativas e os resultados dos testes indicaram que todos os óleos essenciais fitoquímicos continham fenóis triterpenos, e outras classes de substâncias químicas. Os óleos essenciais estudados exibiram vários graus de atividade, além de todos os óleos essenciais apresentarem atividade antimicrobiana. 5. CONCLUSÃO A cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (GC/MS) evidenciou que os óleos essenciais obtidos possuem composição química variada, variando principalmente em termos quantitativos o Eugenol foi o principal composto identificado e pode ser o responsável pelos afeitos apresentados pelas frações de óleo essenciais de cravo de índia. 6. REFERÊNCIAS Bakkali, F., Averbeck, S., Averbeck, D., & Idaomar, M. (2008). Biological effects of essential oils a review. Food and chemical toxicology, 46(2), 446-475.

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