1 Objetivo do Relatório Contábil-financeiro de Propósito Geral... 1 2 Conteúdo do Relatório Contábil-financeiro de Propósito Geral... 4 2.1 Informações sobre a posição patrimonial e financeira (recursos econômicos e reivindicações)... 5 2.2 Informações sobre o efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações... 6 2.2.1 Transações relativas à performance da entidade (analisadas por competência ou por fluxos de caixa gerados/consumidos)... 7 2.2.2 Transações relativas à operações entre a entidade e proprietários... 8 3 Texto original - Objetivos das Demonstrações Contábeis... 9 1 Objetivo do Relatório Contábil-financeiro de Propósito Geral A definição do objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é o pilar da Estrutura Conceitual. Os demais pontos de seu conteúdo devem ser conseqüência lógica dessa definição. Então, o objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é o de fornecer ao investidor ou ao credor (que são, por excelência, os usuários externos) informações, acerca da entidade, que sejam úteis para tomada de decisão no tocante ao fornecimento de recurso a ela. Nesse sentido, cabe referência aos parágrafos OB1, OB2 e OB3, a seguir: OB1. O objetivo da elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro de propósito geral constitui o pilar da Estrutura Conceitual. Outros aspectos da Estrutura Conceitual como o conceito de entidade que reporta a informação, as características qualitativas da informação contábil-financeira útil e suas restrições, os elementos das demonstrações contábeis, o reconhecimento, a mensuração, a apresentação e a evidenciação fluem logicamente desse objetivo. OB2. O objetivo do relatório contábil-financeiro de propósito geral é fornecer informações contábilfinanceiras acerca da entidade que reporta essa informação (reporting entity) que sejam úteis a investidores existentes e em potencial, a credores por empréstimos e a outros credores, quando da tomada decisão ligada ao fornecimento de recursos para a entidade. Essas decisões envolvem comprar, vender ou manter participações em instrumentos patrimoniais e Luiz Eduardo Santos Página 1 de 9
em instrumentos de dívida, e a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito. OB3. Decisões a serem tomadas por investidores existentes e em potencial relacionadas a comprar, vender ou manter instrumentos patrimoniais e instrumentos de dívida dependem do retorno esperado dos investimentos feitos nos referidos instrumentos, por exemplo: dividendos, pagamentos de principal e de juros ou acréscimos nos preços de mercado. Similarmente, decisões a serem tomadas por credores por empréstimos e por outros credores, existentes ou em potencial, relacionadas a oferecer ou disponibilizar empréstimos ou outras formas de crédito, dependem dos pagamentos de principal e de juros ou de outros retornos que eles esperam. As expectativas de investidores, credores por empréstimos e outros credores em termos de retorno dependem da avaliação destes quanto ao montante, tempestividade e incertezas (as perspectivas) associados aos fluxos de caixa futuros de entrada para a entidade. Consequentemente, investidores existentes e em potencial, credores por empréstimo e outros credores necessitam de informação para auxiliá-los na avaliação das perspectivas em termos de entrada de fluxos de caixa futuros para a entidade. Pois bem, esse objetivo está definido por um motivo relevante. É que a tomada de decisões por parte do investidor ou do credor, como, por exemplo, comprar e vender instrumentos patrimoniais (ações) e de dívida (debêntures e títulos) depende do retorno esperado do investimento (dividendos, juros, pagamento do principal). Ora, na maioria das vezes, os investidores e credores não têm capacidade de requerer informações específicas, das entidades para avaliar esse retorno e, portanto, devem confiar na informação constante dos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, podendo combiná-la com informação obtida de outras fontes. Nesse sentido, cabe referência aos parágrafos OB4 a OB6 do pronunciamento. OB4. Para avaliar as perspectivas da entidade em termos de entrada de fluxos de caixa futuros, investidores existentes e em potencial, credores por empréstimo e outros credores necessitam de informação acerca de recursos da entidade, reivindicações contra a entidade, e o quão eficiente e efetivamente a administração da entidade e seu conselho de administração têm cumprido com suas responsabilidades no uso dos recursos da entidade. Exemplos de referidas responsabilidades incluem a proteção de recursos da entidade de efeitos desfavoráveis advindos de fatos econômicos, como, por exemplo, mudanças de preço e de tecnologia, e a garantia de que a entidade tem cumprido as leis, com a regulação e com as disposições contratuais vigentes. Luiz Eduardo Santos Página 2 de 9
Informações sobre a aprovação do cumprimento de suas responsabilidades são também útieis para decisões a serem tomadas por investidores existentes, credores por empréstimo e outros que tenham o direito de votar ou de outro modo exerçam influência nos atos praticados pela administração. OB5. Muitos investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, não podem requerer que as entidades que reportam a informação prestem a eles diretamente as informações de que necessitam, devendo desse modo confiar nos relatórios contábil-financeiros de propósito geral, para grande parte da informação contábil-financeira que buscam. Consequentemente, eles são os usuários primários para quem relatórios contábil-financeiros de propósito geral são direcionados. OB6. Entretanto, relatórios contábil-financeiros de propósito geral não atendem e não podem atender a todas as informações de que investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, necessitam. Esses usuários precisam considerar informação pertinente de outras fontes, como, por exemplo, condições econômicas gerais e expectativas, eventos políticos e clima político, e perspectivas e panorama para a indústria e para a entidade. Cabe esclarecer, ainda, que a informação a ser fornecida ao usuário externo, no relatório contábil-financeiro, não é diretamente aquela sobre o valor da entidade, mas sim informação sobre elementos dessa entidade, que sejam suficientes para que os usuários (investidores e credores) possam estimar o valor da entidade. É importante, também, colocar que essa informações são em geral baseadas em estimativas, julgamentos e modelos (não em descrições ou retratos exatos), e que essas estimativas, julgamentos e modelos estão amparados nos conceitos da estrutura conceitual. Sobre o tema, compre referir os parágrafos OB7 a 0B11: OB7. Relatórios contábil-financeiros de propósito geral não são elaborados para se chegar ao valor da entidade que reporta a informação; a rigor, fornecem informação para auxiliar investidores, credores por empréstimo e outros credores, existentes e em potencial, a estimarem o valor da entidade que reporta a informação. OB8. Usuários primários individuais têm diferentes, e possivelmente conflitantes, desejos e necessidades de informação. Este Comitê de Pronunciamentos Contábeis, ao levar à frente o processo de produção de suas normas, irá procurar proporcionar um conjunto de informações que atenda às necessidades do número máximo de usuários primários. Contudo, a concentração em necessidades comuns de informação Luiz Eduardo Santos Página 3 de 9
não impede que a entidade que reporta a informação preste informações adicionais que sejam mais úteis a um subconjunto particular de usuários primários. OB9. A administração da entidade que reporta a informação está também interessada em informação contábil-financeira sobre a entidade. Contudo, a administração não precisa apoiar-se em relatórios contábil-financeiros de propósito geral uma vez que é capaz de obter a informação contábil financeira de que precisa internamente. OB10. Outras partes interessadas, como, por exemplo, órgãos reguladores e membros do público que não sejam investidores, credores por empréstimo e outros credores, podem do mesmo modo achar úteis relatórios contábilfinanceiros de propósito geral. Contudo, esses relatórios não são direcionados primariamente a esses outros grupos. OB11. Em larga extensão, os relatórios contábilfinanceiros são baseados em estimativas, julgamentos e modelos e não em descrições ou retratos exatos. A Estrutura Conceitual estabelece os conceitos que devem amparar tais estimativas, julgamentos e modelos. Os conceitos representam o objetivo que este Comitê de Pronunciamentos Contábeis e os elaboradores dos relatórios contábil-financeiros devem se empenhar em alcançar. Assim como a maioria dos objetivos, a visão contida na Estrutura Conceitual do que sejam a elaboração e a divulgação do relatório contábil-financeiro ideal é improvável de ser atingida em sua totalidade, pelo menos no curto prazo, visto que se requer tempo para a compreensão, aceitação e implementação de novas formas de analisar transações e outros eventos. Não obstante, o estabelecimento de objetivo a ser alcançado com empenho é essencial para que o processo de elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro venha a evoluir e tenha sua utilidade aprimorada. 2 Conteúdo do Relatório Contábil-financeiro de Propósito Geral A informação constante do relatório contábil-financeiro de propósito geral compreende dados sobre a posição patrimonial e financeira da entidade (que consiste em seus recursos e nas reivindicações realizadas por terceiros contra a entidade), assim como dados sobre transações que alteram seus recursos econômicos e as reivindicações contra ela, nos termos do que dispõe o parágrafo OB12 da Estrutura Conceitual: OB12. Relatórios contábil-financeiros de propósito geral fornecem informação acerca da posição patrimonial e financeira da entidade que reporta a informação, a qual representa informação sobre os Luiz Eduardo Santos Página 4 de 9
recursos econômicos da entidade e reivindicações contra a entidade que reporta a informação. Relatórios contábil-financeiros também fornecem informação sobre os efeitos de transações e outros eventos que alteram os recursos econômicos da entidade que reporta a informação e reivindicações contra ela. Ambos os tipos de informação fornecem dados de entrada úteis para decisões ligadas ao fornecimento de recursos para a entidade. 2.1 Informações sobre a posição patrimonial e financeira (recursos econômicos e reivindicações) Agora, aprofundando a análise do conteúdo do relatório contábilfinanceiro de propósito geral, cabe relacionar a informação componente da posição patrimonial e financeira da entidade. Tratase de (a) recursos econômicos da entidade (anteriormente referidos como bens e direitos) e (b) reivindicações contra a entidade (anteriormente referidas como obrigações). Em outras palavras, essa informação nada mais é do que o retrato do que há no patrimônio da entidade em um determinado momento. No Brasil, esse tipo de informação é conhecido como aquele constante do Balanço Patrimonial. Essa informação auxilia a identificar: - a fraqueza e o vigor financeiro da entidade (liquidez e solvência) e suas necessidades em termos de financiamento; - a forma pela qual os fluxos de caixa futuros irão ser distribuídos entre aqueles com reivindicações contra a entidade; - a maneira pela qual os recursos econômicos tendem a influenciar fluxos futuros de caixa. Sobre o assunto, é oportuno reproduzir o conteúdo dos parágrafos OB13 e OB14 da Estrutura Conceitual, a seguir: OB13. Informação sobre a natureza e os montantes de recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação pode auxiliar usuários a identificarem a fraqueza e o vigor financeiro da entidade que reporta a informação. Essa informação pode auxiliar os usuários a avaliar a liquidez e a solvência da entidade que reporta a informação, suas necessidades em termos de financiamento adicional e o quão provavelmente bem sucedido será seu intento em angariar esse financiamento. Informações sobre as prioridades e as exigências de pagamento de reivindicações vigentes ajudam os usuários a predizer de que forma fluxos de caixa futuros serão distribuídos entre aqueles com reivindicações contra a entidade que reporta a informação. OB14. Diferentes tipos de recursos econômicos afetam diferentemente a avaliação dos usuários acerca das Luiz Eduardo Santos Página 5 de 9
perspectivas da entidade que reporta a informação em termos de fluxos de caixa futuros. Alguns fluxos de caixa futuros resultam diretamente de recursos econômicos existentes, como, por exemplo, contas a receber. Outros fluxos de caixa resultam do uso variado de recursos combinados com vistas à produção e venda de produtos e serviços aos clientes. Muito embora fluxos de caixa não possam ser identificados com recursos econômicos individuais (ou reivindicações), usuários dos relatórios contábil-financeiros precisam saber a natureza e o montante dos recursos disponíveis para uso nas operações da entidade que reporta a informação. 2.2 Informações sobre o efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações Continuando nossa análise, é necessário verificar as informações sobre o efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações. De pronto, é importante classificar essas transações em: (a) transações relativas à performance financeira da entidade e (b) transações relacionadas com eventos envolvendo a entidade e seus proprietários. Esse tipo de informação auxilia o usuário a identificar: - de que forma a atividade gera retorno a partir dos recursos financeiros mantidos pela entidade (em outras palavras, como ela ganha dinheiro com a utilização dos recursos que possui); e - retornos futuros da entidade sobre seus recursos. Nesse sentido, cabe referir os parágrafos OB15 E OB16 da Estrutura Conceitual: OB15. Mudanças nos recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação resultam da performance financeira da entidade (ver itens OB17 a OB20) e de outros eventos ou transações, como, por exemplo, a emissão de títulos de dívida ou de títulos patrimoniais (ver item OB21). Para poder avaliar adequadamente as perspectivas de fluxos de caixa futuros da entidade que reporta a informação, os usuários precisam estar aptos a distinguir a natureza dessas mudanças. OB16. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta a informação auxiliam os usuários a compreender o retorno que a entidade tenha produzido sobre os seus recursos econômicos. Informações sobre o retorno que a entidade tenha produzido servem como indicativo de quão diligente a administração tem sido no desempenho de suas responsabilidades para tornar eficiente e eficaz o uso dos recursos da entidade que reporta a informação. Informações sobre a variabilidade e sobre os componentes desse retorno também são importantes, Luiz Eduardo Santos Página 6 de 9
especialmente para avaliação das incertezas associadas a fluxos de caixa futuros. Informações sobre a performance financeira passada da entidade que reporta a informação e sobre o quão diligente a administração tem sido no desempenho de suas responsabilidades são do mesmo modo úteis para predição de retornos futuros da entidade sobre os seus recursos econômicos. 2.2.1 Transações relativas à performance da entidade (analisadas por competência ou por fluxos de caixa gerados/consumidos) Ainda sobre informações acerca do efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações e, especificamente, quanto às transações relativas à performance financeira da entidade, cabe colocar que elas nada mais são do que os motivos pelos quais o patrimônio aumentou ou diminuiu em um intervalo de tempo e que: (a) elas devem ser refletidas pelo regime de competência mas (b) podem também ser refletidas por fluxos de caixa passados. A performance deve ser refletida pelo regime de competência, porque ele retrata com propriedade os efeitos das transações, reportando esses efeitos no período em que são produzidos, ainda que recebimentos e pagamentos ocorram em períodos distintos. No Brasil, esse tipo de informação é conhecido como aquele constante da Demonstração do Resultado do Exercício. A performance, financeira entretanto, pode também ser refletida por informações relativas aos fluxos de caixa passados, que indicam como a entidade obtém e despende caixa por sua atividade, por empréstimos e resgate de títulos, por dividendos e outras distribuições etc. No Brasil, esse tipo de informação é conhecido como aquele constante da antiga DOAR (Demonstração de Origens e Aplicações de Recursos) ou da Demonstração dos Fluxos de Caixa. Sobre o tema, cabe referência aos parágrafos OB17 a OB20 da Estrutura Conceitual: OB17. O regime de competência retrata com propriedade os efeitos de transações e outros eventos e circunstâncias sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação nos períodos em que ditos efeitos são produzidos, ainda que os recebimentos e pagamentos em caixa derivados ocorram em períodos distintos. Isso é importante em função de a informação sobre os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação, e sobre as mudanças nesses recursos econômicos e reivindicações ao longo de um período, fornecer melhor base de avaliação da performance passada e futura da entidade do que a informação puramente baseada em recebimentos e pagamentos em caixa ao longo desse mesmo período. Luiz Eduardo Santos Página 7 de 9
OB18. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta a informação durante um período que são reflexos de mudanças em seus recursos econômicos e reivindicações, e não da obtenção adicional de recursos diretamente de investidores e credores (ver item OB21), são úteis para avaliar a capacidade passada e futura da entidade na geração de fluxos de caixa líquidos. Essas informações servem de indicativos da extensão em que a entidade que reporta a informação tenha aumentado seus recursos econômicos disponíveis, e dessa forma sua capacidade de gerar fluxos de caixa líquidos por meio de suas operações e não pela obtenção de recursos adicionais diretamente de investidores e credores. OB19. Informações sobre a performance financeira da entidade que reporta a informação durante um período também podem ser indicativos da extensão em que determinados eventos, tais como mudanças nos preços de mercado ou nas taxas de juros, tenham provocado aumento ou diminuição nos recursos econômicos e reivindicações da entidade, afetando por conseguinte a capacidade de a entidade gerar a entrada de fluxos de caixa líquidos. OB20. Informações sobre os fluxos de caixa da entidade que reporta a informação durante um período também ajudam os usuários a avaliar a capacidade de a entidade gerar fluxos de caixa futuros líquidos. Elas indicam como a entidade que reporta a informação obtém e despende caixa, incluindo informações sobre seus empréstimos e resgate de títulos de dívida, dividendos em caixa e outras distribuições em caixa para seus investidores, e outros fatores que podem afetar a liquidez e a solvência da entidade. Informações sobre os fluxos de caixa auxiliam os usuários a compreender as operações da entidade que reporta a informação, a avaliar suas atividades de financiamento e investimento, a avaliar sua liquidez e solvência e a interpretar outras informações acerca de sua performance financeira. 2.2.2 Transações relativas à operações entre a entidade e proprietários Por fim, deve ser apresentada informação sobre o efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações, especificamente quando essas transações, não sendo objeto da atividade da entidade, decorrem de operações entre a entidade e seus proprietários. Esse tipo de operação é, por exemplo, aquela em que a entidade passa a contar com novos recursos em seu patrimônio, em decorrência de aumento de capital (mediante emissão de ações) em que proprietários entregam recursos à entidade. Um outro exemplo é o de surgimento de uma possibilidade de reivindicação de entrega de recursos da entidade, por parte de um Luiz Eduardo Santos Página 8 de 9
proprietário que reduziu sua participação no quadro societário em decorrência de resgate ou reembolso de ações realizados pela entidade. No Brasil, esse tipo de informação consta da Demonstração de Mutações no Patrimônio Líquido ou ainda, na novel, Demonstração do Resultado Abrangente. Sobre o assunto, reproduzimos a seguir o parágrafo 21 da Estrutura Conceitual: OB21. Os recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação podem ainda mudar por outras razões que não sejam resultantes de sua performance financeira, como é o caso da emissão adicional de suas ações. Informações sobre esse tipo de mudança são necessárias para dar aos usuários uma completa compreensão do porquê das mudanças nos recursos econômicos e reivindicações da entidade que reporta a informação e as implicações dessas mudanças em sua futura performance financeira. 3 Texto original - Objetivos das Demonstrações Contábeis A título de observação, cabe realizar um cotejo entre o tema acima apresentado e a maneira pelo qual o assunto era tratado no texto original da Estrutura Conceitual, por motivos didáticos e de visualização da evolução dos conceitos. Pois bem, o assunto era tratado como objetivo das demonstrações contábeis e esse objetivo já era o de fornecer informações úteis a um grande número de usuários, para tomada de decisão econômica, sobre: (a) a posição patrimonial e financeira, (b) o desempenho e (c) as mudanças na posição financeira da entidade. Repare que a alteração não foi tão grande, apenas houve uma modificação de nomenclatura, nos termos abaixo: Texto Original Objetivo fornecer informação a usuários para tomada de decisões Texto Atual Objetivo ==> idem, com ênfase na importância do usuário externo (investidor/credor) Conteúdo Conteúdo (1) posição patrimonial/financeira (recursos e obrigações) ==> (1) posição patrimonial/financeira (recursos econômicos e reivindicações) (2) (a) resultado e (b) mutações na posição financeira ==> (3)... ==> (2) efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações (em decorrência da performance) por (a) competência e por (b) fluxos de caixa gerados/consumidos. (3) efeito de transações que alteram recursos econômicos e reivindicações (em decorrência de operações entre a entidade e os proprietários). Luiz Eduardo Santos Página 9 de 9