Quinto Simposio Internacional de Innovación y Desarrollo de Alimentos Msc. Ediane Maria Gomes Ribeiro

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Transcrição:

Quinto Simposio Internacional de Innovación y Desarrollo de Alimentos Msc. Ediane Maria Gomes Ribeiro Doutoranda em Ciências Farmacêuticas Universidade Federal do Rio de Janeiro Laboratório de Tecnologia e Análise Instrumental de Alimentos

Antioxidantes são compostos que podem retardar ou inibir tanto a oxidação das biomoléculas pela prevenção da iniciação ou da propagação da cadeira de reações de oxidação, como a propagação das reações em cadeia geradas pelos radicais livres. (OLIVEIRA et al., 2006)

Métodos de mensuração FRAP (Poder Antioxidante na Redução do Ferro); DPPH (2,2-difenil-1-picrihidrazil); ORAC (Atividade de Absorção de Radicais de Oxigênio); ABTS [ácido 2,2-azino-bis(3-etilbenzotiazolin)-6-sulfônico]; Sistema β-caroteno/ácido linoléico.

Fatores relevantes na determinação in vitro e escolha do método: Estrutura química; Tipo e polaridade do solvente empregado na extração; Procedimentos de isolamento e da pureza dos compostos; Substrato a ser protegido pelos antioxidantes bem como se o ensaio será desenvolvido em sistema aquoso ou lipídico.

Empregado para medir a capacidade antioxidante de: compostos puros, como melatonina e flavonóides; em fluidos biológicos, como soro, urina e plasma; em produtos naturais, como frutas e demais vegetais; produtos industrializados, como vinhos e chás. Mede a capacidade sequestradora de um antioxidante frente à formação de um radical peroxila induzido pelo AAPH a 37⁰. (PRIOR e CAO, 1999; WU et al., 2004).

Os radicais peroxila diminuem a fluorescência da fluoresceína e o antioxidante reage com os radicais, doando átomos de hidrogênio e inibindo a perda da fluorescência; Essa inibição é proporcional à atividade antioxidante e o decaimento não segue uma cinética de ordem zero, mas sim exponencial com o tempo. AUC Atividade antioxidante (CAO e PRIOR, 1999; WU et al., 2004)

Verificar o comportamento cinético do fruto de cagaita com e sem casca pelo ensaio ORAC. Matéria prima Os frutos da cagaita (Eugenia dysenterica DC) madura, produzidos por cultivo convencional, foram colhidos, manualmente, nas safras 2009/2010, em Damianópolis/GO.

Coleta e pesagem dos frutos Lavagem em água corrente para remoção de sujidades Higienização por imersão em água clorada (100ppm/10 ) Retirada das cascas dos lotes CSC Trituração dos frutos dos lotes CSC e CCC (centrífuga) Liofilização Acondicionamento em recipientes de PVC em freezer a -15 C

Preparo das soluções nas concentrações 1,0; 2,5 e 5,0 µg/ml Tampão fosfato 75 mm ph 7,4 FL 1mM Amostra / Trolox AAPH 40mM 30 Leitura em Espectrofluorímetro: Emissão 565 ηm / Excitação 540 ηm

(1) AUC = 1 + f 1 /f 0 + + f i /f 0 + f 30 /f 0 Onde: f 0 é representado pela fluorescência obtida no tempo 0 e fi a fluorescência obtida nos tempos intermediários entre 0 e 30 minutos (2) Valor ORAC relativo = [(AUC amostra AUC branco ) / (AUC TROLOX AUC branco )] X (molaridade TROLOX / molaridade amostra)

Tabela 01. Capacidade antioxidante do fruto de cagaita CCC e CSC. Amostra Valor ORAC (µm de Trolox/g) Trolox 21,87 ( 0,86) a CCC 13,10 ( 0,48) b CSC 9,72 ( 0,77) c a, b, c Médias seguidas de letras diferentes diferem entre si ao nível de 5% de significância (p 0,05). Lipídeos Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, 2007) - estudo contendo 277 alimentos: - pomelo: 15,48 µm de Trolox/g - guayaba: 19,90 µm de Trolox/g - kiwi: 12,10 µm de Trolox/g - piña: 8,84 µm de Trolox/g

In t e n s id a d e (U A ) 500 400 300 200 100 FL LIVRE CCC 2,5 ug/ml CSC 2,5 ug/ml CCC 5,0 ug/ml CSC 5,0 ug/ml CSC 1,0 ug/ml CCC 1,0 ug/ml F L L IV R E C S C 1,0 u g / m l C S C 2,5 u g / m l C S C 5,0 u g / m l C C C 1,0 u g / m l C C C 2,5 u g / m l C C C 5,0 u g / m l 0 0 5 10 15 20 25 30 T e m p o (m in ) O decaimento é decorrente do ataque do radical livre na fluoresceína, deixando de emitir fluorescência no decorrer do tempo. Maior decaimento nos 10 iniciais, principalmente no lote CCC, evidenciando maior capacidade antioxidante que os lotes CSC.

O fruto apresenta elevada capacidade antioxidante, uma vez que demonstrou bom controle no sequestro de radicais livres, evitando uma queda progressiva ao longo do tempo, tendendo a linearidade; O fruto de cagaita com casca > sem casca - AUC; A capacidade antioxidante elevada pode ser decorrente das substâncias bioativas presentes, como compostos fenólicos, carotenóides e ácido ascórbico.

edianemgr@gmail.com