Portanto, a LRF NÃO determina que a LDO deva dispor sobre a destinação de recursos provenientes da realização de operações de crédito.

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Capítulo 7. Operação de Crédito 7.5. Questões de concursos públicos 1. (Cespe MPE-PI Analista Ministerial 2012) A LRF estabelece que a LDO deve estabelecer sobre: a) equilíbrio entre receitas e despesas; b) critérios e forma de limitação de empenho; c) normas relativas ao controle de custos e à avaliação dos resultados dos programas financiados com recursos dos orçamentos; d) demais condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas. Portanto, a LRF NÃO determina que a LDO deva dispor sobre a destinação de recursos provenientes da realização de operações de crédito. Gabarito: Errado. 2. (FCC TRE-RN Analista Judiciário Área Administrativa 2011 Adaptada) Atenção: Pede-se a opção INCORRETA! O 2 o, do art. 12, da LRF estabelece: O montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior ao das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. Como é de costume da FCC, literalidade da norma. Certo. Para a LRF considera-se obrigatória de caráter continuado a despesa corrente derivada de ato normativo que fixe para o ente a obrigação legal de sua execução por um período superior a DOIS exercícios. Portanto, INCORRETA. Gabarito: Letra e. 3. (FCC TRE-AP Analista Judiciário Contabilidade 2011) a) Na LOA não se incluem entradas de natureza extraorçamentárias. Tais entradas em princípio não são receitas porque não se incorporam ao patrimônio de forma definitiva; b) As operações de crédito por antecipação da receita ARO, são receitas extraorçamentária, portanto, não são incluídas na LOA; c) Todas as operações de crédito autorizadas em lei (empréstimos), devem ser incluídas na LOA; d) Incorporações de bens recebidos em doação não são receitas, mas sim variações ativas (acréscimos patrimoniais); e) As entradas compensatórias nos Ativo e Passivo financeiros nada mais são do que receitas extraorçamentárias. Observe as regras da Lei n o 4.320/1964:

Art. 3 o. A Lei de Orçamento compreenderá todas as receitas, inclusive as de operações de crédito autorizadas em lei. Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de crédito por antecipação da receita, as emissões de papelmoeda e outras entradas compensatórias no Ativo e Passivo financeiros. Gabarito: Letra c. 4. (Cespe STM Analista Judiciário-Administrador 2011) O comando da questão refere-se à REGRA DE OURO. A Regra de Ouro encontra-se inserida na Constituição Federal CF/1988 e repetida na LRF. A Regra de Ouro estabelecida na LRF está inserida no 2 o do art. 12, e dispõe que o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior aos das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. A aplicação deste 2º foi suspensa por meio de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin n o 2.238). Entretanto, a aplicabilidade da regra de ouro ainda é obrigatória, haja vista que essa previsão encontra-se também inserida na Constituição Federal (art. 167, inciso III, da CF). Embora o Supremo Tribunal Federal STF tenha deferido, por unanimidade, medida acauteladora pela suspensão da eficácia do 2 o, do art. 12, da LRF, ainda persiste a exigência do inciso III, art. 167, da CF/1988 Por que ainda persiste a obrigatoriedade de aplicação da Regra de Ouro? A suspensão da aplicabilidade da regra prevista na LRF se deu com o fundamento de que essa norma, ao repetir a regra constitucional foi mais restritiva do que a CF. Observe: A Regra de Ouro estabelecida no 2 o, do art. 12, da LRF dispõe que o montante previsto para as receitas de operações de crédito não poderá ser superior aos das despesas de capital constantes do projeto de lei orçamentária. O regramento constitucional dispõe, no inciso III do art. 167, que é vedado a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. Conforme se verifica, a CF prevê exceção à aplicação da regra e a LRF não a repetiu. Assim, a LRF extrapola a regra constitucional porque não inseriu a seguinte ressalva prevista pela CF: ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. Isso significa dizer que o Poder Legislativo pode autorizar, por maioria absoluta e finalidade precisa, a realização de operações de créditos (empréstimos) de valor superior às despesas de capital fixadas na Lei Orçamentária Anual LOA.

O cumprimento do limite a que se refere o inciso III, do art. 167, da Constituição deverá ser comprovado mediante apuração das operações de crédito e das despesas de capital, conforme os critérios definidos no 3 o, do art. 32, da LRF. O 3 o supramencionado determina que para fins de cumprimento do mandamento constitucional acerca da regra de ouro, considerar-se-á, em cada exercício financeiro, o total dos recursos de operações de crédito nele ingressados e o das despesas de capital executadas, observando o seguinte: Não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou financiamento a contribuinte, com intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo de competência do ente da Federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste. Se o empréstimo ou financiamento a que se refere o inciso I for concedido por instituição financeira controlada pelo ente da Federação, o valor da operação será deduzido das despesas de capital. Quanto às operações de créditos, os entes da Federação (União, estados/df e municípios) terão que obedecer às condições, aos limites e aos procedimentos estabelecidos pela Resolução n o 43/2001 do Senado Federal, com as alterações decorrentes da Resolução n o 3, de 2002. Essa Resolução dispõe sobre as operações de crédito interno e externo dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, inclusive concessão de garantias, seus limites e condições de autorização, e ainda estabelece outras providências. O art. 6 o da Resolução n o 43/2001 do Senado Federal estabelece regras para cumprimento da regra de ouro prevista na CF. Vale a pena repetir, o inciso III, do art. 167, da CF o qual veda a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. Para fins de apurar o cumprimento da regra de ouro estabelecida na CF, a Resolução do Senado Federal n o 43/2001 dispõe que deverão ser verificados, separadamente, no exercício anterior e no exercício corrente, tomando-se por base: No exercício anterior, as receitas de operações de crédito nele realizadas e as despesas de capital nele executadas. No exercício corrente, as receitas de operação de crédito e as despesas de capital constantes da lei orçamentária. Enfim, a Regra de Ouro prevista na CF possui aplicabilidade e os procedimentos para a sua aplicação se encontram inseridos na Resolução n o 43/2001 do Senado Federal.

Atenção: A aplicação de recursos oriundos de operações de crédito pode ser realizada em ações de governo classificadas como despesa corrente, desde que, necessariamente, o ente observe a exigência constitucional da Regra de Ouro, mesmo que não tenha sido previsto na LOA. Ou seja, o valor aplicado em despesas correntes deverá ser adicionado ao montante das despesas de capital para fins de cumprimento do limite. Conclusão: Mesmo que, em determinado exercício financeiro, as despesas de capital fixadas no orçamento sejam integralmente financiadas com recursos de operações de crédito (receitas de capital IGUAL às despesas de capital), novos empréstimos poderão ser realizados, desde que autorizados por maioria absoluta do respectivo Poder Legislativo.. 5. (Cespe Analista de Correios Contador 2011) Observe as regras legais: Lei n o 4.320/1964: Art. 7 o. A Lei de Orçamento poderá conter autorização ao Executivo para: I Abrir créditos suplementares até determinada importância, obedecidas as disposições do artigo 43; II Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa. Decreto federal n o 93.872/1986: Art. 88. As operações de crédito dependem de autorização em lei especial. Art. 89. A Lei de Orçamento poderá conter autorização para operações de crédito por antecipação de receita, a fim de atender a insuficiências de caixa (Lei n o 4.320/1964, art. 7 o ). Esta operação de crédito é denominada ARO (Antecipação de Receita Orçamentária). Características: 1. Destina-se a cobrir insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. 2. A autorização para sua realização pode ser autorizada na própria LOA ou em lei especial. 3. A sua arrecadação é contabilizada como receita extraorçamentária. 4. Só pode ser realizada a partir do dia 10 de janeiro do exercício financeiro e liquidada até o dia 10 de dezembro do mesmo exercício financeiro. 5. Está vedada a realização de ARO no último ano de mandato do Chefe do Executivo; 6. Enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada está proibido de realizar outra. 7. Não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir.

8. Por se tratar de empréstimo de curto prazo, deve ser evidenciado no Balanço patrimonial, Passivo financeiro (atual Passivo circulante). 6. (Cespe Anac Analista 2009) Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Nos entes da Federação ocorre, em determinadas transações, o registro da receita orçamentária mesmo não havendo ingressos efetivos, devido à necessidade de autorização legislativa para sua realização. Transações como aquisições financiadas de bens e arrendamento mercantil financeiro são registradas como receita orçamentária e despesa orçamentária, pois são consideradas operação de crédito pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Sob a ótica orçamentária, com a aquisição financiada de um bem ocorre receita orçamentária (Receita de Capital Operação de Crédito), pois tal transação financiou o pagamento da despesa orçamentária (Despesa de Capital; Investimento ou Inversão Financeira, dependendo do bem adquirido). A operação de crédito, mesmo quando não ocasiona o efetivo ingresso de recurso financeiro, gera receita orçamentária de capital. 7. (FCC MP-SE Analista 2009) A receita obtida com a ARO é extraorçamentária. O pagamento do principal (valor obtido no empréstimo) mais correção monetária é classificado como despesa extraorçamentária. Os juros e outros encargos incidentes pagos são despesa orçamentária. Gabarito: Letra b. 8. (FCC TC-GO Analista Orçamento e Finanças 2009) Perceba que a operação de crédito (contratação de empréstimos) mencionada na questão NÃO se refere à Antecipação de Receita Orçamentária, pois esta se destina exclusivamente a atender insuficiência de caixa durante o exercício financeiro. As receitas oriundas da contratação de empréstimo para fazer frente a construção de obras de caráter emergencial são classificadas normalmente como receitas orçamentárias de capital. O prefeito poderá abrir um crédito adicional extraordinário para executar as despesas necessárias. Gabarito: Letra e. 9. (Cespe Ministério da Saúde Técnico Superior 2008) Não esqueça! Isso é muito exigido em concursos! As operações de crédito por antecipação de receita são empréstimos obtidos com um único objetivo: atender à insuficiência de caixa (inciso II, art. 7 o, da Lei n o 4.320/1964, e art. 38, LC n o

101/2000). Portanto, as ARO não financiam novas despesas orçamentárias. Apenas cobrem déficit no fluxo financeiro do ente. Gabarito: Errado. 10. (Cespe TCU TFCE 2009) O princípio orçamentário da exclusividade consta na Constituição Federal, cujo art. 165, 8 o, informa que a lei orçamentária anual não conterá dispositivo estranho à previsão da receita e à fixação da despesa, não se incluindo na proibição autorização para: abertura de créditos suplementares (apenas este tipo de crédito adicional), contratação de operações de crédito, contratação de operações de crédito por antecipação de receita orçamentária. 11. (Cespe TCU AFCE 2009) O princípio da não vinculação das receitas de IMPOSTOS está contido no inciso IV, art. 167 da CF, o qual informa que são vedados a vinculação de receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. Todavia, existem exceções contidas no próprio mencionado inciso, dentre elas a de prestação de garantias às operações de crédito por antecipação de receita. 12. (Cespe TRT-17 a Região Analista 2009) O recebimento antecipado de valores de fato é contabilizado como uma operação de crédito. O inciso III e o 1 o, do art. 29, da LRF trazem o conceito de operação de crédito para fins de suas disposições: Operação de crédito: compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Equipara-se à operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da Federação. 13. (Cespe TCU ACE 2008) A Regra de Ouro está contida no inciso III, art.167, da CF: Art. 167. São vedados: III a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta; Objetiva-se evitar o endividamento estatal mediante os excessivos empréstimos sem aplicação em investimentos (despesa de capital). Vamos aos cálculos:

Novos empréstimos 180 (+) Rolagem da dívida 220 (=) Total das operações de crédito 400 Rolagem da dívida é o refinanciamento da dívida já existente. Investimentos 140 (+) Amortização da dívida pública 220 (=) Total das despesas de capital 360 Percebe-se que NÃO foi obedecida a Regra de Ouro, pois as operações de créditos (R$ 400 milhões) totalizam valor superior às despesas de capital (R$ 360 milhões). Gabarito: Errado. 14. (FCC TC-GO Analista 2009) a) Quando o empenho é inscrito em Restos a Pagar gera uma despesa orçamentária e o seu pagamento em exercícios seguintes uma despesa extraorçamentária. Errado. b) A correção monetária de dívidas acarreta aumento do Passivo e consequentemente uma despesa pelo enfoque patrimonial (variação patrimonial diminutiva). Todavia, a despesa orçamentária somente ocorrerá com o pagamento dessa respectiva quantia. Errado. c) O recurso financeiro que ingressa em virtude da operação de crédito por Antecipação de Receita Orçamentária é registrado como receita extraorçamentária. O pagamento do valor obtido nessa transação e a respectiva correção monetária são despesas extraorçamentárias. Já os juros e demais encargos pagos são despesas orçamentárias. Certo. d) Tais valores, quando retidos do pagamento, são receitas extraorçamentárias, dado que não ingressam definitivamente no patrimônio. O seu recolhimento à instituição devida irá gerar uma despesa extraorçamentária. Errado. e) Mesmo raciocínio da opção anterior: depósitos recebidos a título de caução ingressam como receitas extraorçamentárias, pois não ingressam definitivamente no patrimônio, não pertencem ao ente. Assim, a sua restituição ao verdadeiro proprietário acarreta uma despesa extraorçamentária. Errado. Gabarito: Letra c. 15. (Cespe DFTRANS Analista 2008) A antecipação de receita orçamentária é um tipo especial de operação de crédito. Dessa forma, para que possa ser realizada, precisa atender, além de todas as condições gerais previstas para as operações de crédito (art. 32, LRF), as suas condições específicas (art. 38, LRF). Condições para realização da ARO: realizar-se-á somente a partir do décimo dia do início do exercício; deverá ser liquidada, com juros e outros encargos incidentes, até o dia dez de dezembro de cada ano;

Orçamento e Contabilidade Pública, 6ª Edição não será autorizada se forem cobrados outros encargos que não a taxa de juros da operação, obrigatoriamente prefixada ou indexada à taxa básica financeira, ou à que vier a esta substituir. 16. (Cespe DFTRANS Analista 2008) A LRF veda a realização de ARO nas seguintes situações: enquanto existir operação anterior da mesma natureza não integralmente resgatada; no último ano de mandato do Presidente, governador ou prefeito Municipal. É importante entender que só o Chefe do Poder Executivo pode contratar operações de crédito por antecipação da receita ARO. Assim, caso seja contratada, essa dívida deve submeter-se aos limites e condições da LRF e deve haver autorização legal para a sua contratação. Essa autorização deve ser expressa no texto da lei orçamentária, em créditos adicionais ou lei específica. Gabarito: Errado. 17. (Esaf CGU AFC 2008 Adaptada) Regra de Ouro (inciso III, art. 167, da CF): é vedada a realização de operações de créditos que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta. Operação de crédito (inciso III, art. 29, LRF): compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de derivativos financeiros. Cálculo da Regra de Ouro: Operações de crédito 35.500 Receitas de Operações de Crédito Contratual 15.500 Receitas de Operações de Crédito Refinanciamento 20.000 da Dívida Despesas de capital 40.500 Despesa de Inversão Financeira 13.000 Despesa de Investimentos 7.500 Despesa de Amortização 20.000 Como o total das despesas de capital é maior do que o total das receitas de operações de crédito em R$ 5.000 (40.500-35.500), a Constituição Federal permite a realização de operações de crédito até o montante das despesas de capital, ou seja, o Estado ainda pode realizar empréstimo de até R$ 5.000 para usar em despesas correntes, motivo pelo qual essa afirmativa está correta.

Observe que a questão foi específica ao informar que as operações de crédito serão utilizadas com a finalidade de realizar despesas correntes, amarrando assim a questão com a regra de ouro. Caso as operações de crédito fossem destinadas a despesas de capital, não haveria limite de valor, pois o total das despesas de capital também aumentaria. Exemplo: Realização de mais uma operação de crédito de $ 10.000 para aplicação em Investimentos - Despesa de Capital (tendo por base os dados apresentados na questão): O total das operações de crédito iria para $ 45.500 (35.500 + 10.000) e o total das despesas de capital iria para $ 50.500 (40.500 + 10.000), permanecendo, portanto, dentro do limite da Regra de Ouro. Apesar das operações de crédito destinadas à aplicação em despesas de capital não encontrarem obstáculo na Regra de Ouro, elas devem observar os limites admitidos de endividamento do ente. Portanto, respondendo novamente a questão, de fato o ente ainda poderá incorporar na proposta orçamentária novas operações de crédito com a finalidade de realizar despesas correntes, até o montante de 5.000, sem desrespeitar a regra de ouro estabelecida na Constituição Federal.