PODA EM UVAIEIRA (Eugenia uvalha CAMB.)

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Transcrição:

PODA EM UVAIEIRA (Eugenia uvalha CAMB.) V.R. Sampaio* RESUMO: Uvaieiras com quatro anos de idade foram submetidas a podas no mês de agosto de 1984, consistindo a observação em três tratamentos: a) Controle, sem podas, b) Corte de ramos finos, com até 5mm de diâmetro e c) Corte de ramos com até 10mm de diâmetro. A poda mostrou-se muito prejudicial à produção de frutos ocorrida no mesmo ano, apresentando médias de 4,118, 0,860 e 0,230 quilogramas por planta, para os tratamentos controle, poda leve e poda severa,respectivamente. Na safra seguinte, as produções dos diferentes tratamentos tenderam a equilíbrio ocorrendo médias de produção de 7,297, 5,111 e 4,531 quilogramas por planta para os tratamentos controle, poda leve e poda severa. Termos para indexação: uvaia, poda. ON THE PRUNING OF UVALHA (Eugenia uvalha CAMB.) ABSTRACT: Four-year old uvalha trees were pruned in August, 1984. Three treatments were performed: a) control-no pruning, b) pruning of twigs up to 5mm thick and c) pruning of twigs up to 10mm thick. Average production per tree, for that same year, was the * Departamento de Horticultura da E.S.A."Luiz de Queiroz" da Universidade de São Paulo - 13.400 - Piracicaba, SP.

following for each treatment: 4.118 kg (control); 0.860 kg (light pruning); 0.230 kg (severe pruning). In that way, the types of pruning performed showed to be a bad practice to the production of uvalha trees. These results indicate that pruning as performed is not recommended. Index terms: uvalha, pruning. INTRODUÇÃO Segundo GRUNBERG (1946), as plantas não podadas tendem a apresentar grande volume e vida longa, porem o emprego da poda traria como vantagens a regularidade da produção, frutos d,e melhor qualidade, maior sanidade das plantas e frutos e facilidades na colheita. Assim também INGLÊS DE SOUZA (s.d.) afirma que a poda de frutificação tem por fim regularizar e melhorar a frutificação, quer refreando o excesso de vegetação de planta, quer pelo contrário, reduzindo os ramos frutíferos, para que haja maior intensidade de vegetação, evitando-se dessa maneira, a superprodução da planta, que abaixa a qualidade da fruta e acarreta a decadência rápida da árvore.. Desse modo a poda de frutificação é controladora da produção, uniformizando-a, regularizando-a, dando-lhe maior qualidade e consistência. Nas condições do Estado de Sao Paulo, a poda e técnica cultural corriqueira e constante em muitas frutíferas, notadamente naquelas de cultivo intensivo. Para muitas outras espécies os resultados dessa pratica são desconhecidos. Maiores informações nessa área poderão contribuir para trazer ao cultivo econômico outras espécies frutíferas. A uvaieira, planta nativa do continente americano, de cultivo restrito a fundo de quintais, é produtora de frutos que se prestam a produção de geléias, sorvetes, refrigerantes, aguardente. Estes produtos sao

de excelente qualidade devido ao sabor e aroma marcantes de uvaia (ALMEIDA e VALSECHI, 1952). Procurando trazer subsídios a essa cultura, SAMPAIO (1983, 1987) realizou pesquisas sobre a propagação vegetativa e as características db desenvolvimento e da produção da uvaieira. 0 presente trabalho, avaliando os efeitos da poda no comportamento da uvaieira, foi realizado com o intuito de orientar possíveis plantios comerciais desta espécie frutífera. MATERIAL E MÉTODOS As observações foram realizadas no Departamento de Horticultura da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", sobre seedlings de uvaieiras, obtidos a partir de semeaçao realizada em novembro de 1979. 0 pomar foi implantado a 11/12/1980, em solo classificado como Latossolo vermelho-escuro orto. 0 espaçamento foi de 3 x 4 metros. As adubaçoes constaram no uso de 0,4 quilogramas de superfosfato na cova de plantio e coberturas em número de três de sulfato de amônia (50g) no primeiro ano e posteriormente aplicações de NPK, na formulação 10-10-10 por ocasião do inverno, iniciando com 200 gramas no segundo ano, quantia essa acrescida de 100 gramas a cada ano. As podas foram realizadas nos dias 6 e 7 de agosto de 1984. Foram estabelecidos 3 tratamentos: 1) Controle - sem podas laterais, limitando-se ao controle de altura das plantas, cerca de 2,20m; 2) Poda leve - corte dos ramos finos, com diâmetro até 5mm e controle da altura de planta ã 2,20m. Neste tratamento permaneceram algumas folhas nos ramos; 3) Poda severa - corte dos ramos com até 10mm de diâmetro e controle de altura das plantas â 2,20m. As plantas ficaram desfolhadas. 0 inverno de 1984, ano do experimento, ocorria muito seco. Assim fêz-se irrigação a 24/07/84 e ocorreram chuvas a 03/08 e 19/08/84. 0 delíneamonto utilizado foi em blocos ao acaso

com 3 tratamentos e 7 repetições, utilizando-se 2 plantas por parcela. Os blocos foram obtidos por selecionamento de 6 plantas vigorosas na linhaefazendo-se ali o sorteio dos tratamentos. As 42 plantas usadas no experimento constavam de um pomar de 127 plantas. A avaliação do experimento constou de contagem e pesagem dos frutos, operações essas realizadas em dois anos consecutivos, 1984 e 1985. RESULTADOS E DISCUSSÃO Como é dado a observar através do exame da Tabela 1, as podas executadas em agosto de 1984, resultaram em efeito negativo sobre a produção do mesmo ano, produção essa concentrada no mes de outubro. As diferenças entre o tratamento controle e os tratamentos com poda foram tao evidentes que dispensaram análise estatística. 0 tratamento sem poda resultou em produção média de 472,5 frutos (4,118 quilogramas) por planta, enquanto que os tratamentos poda leve e poda severa produziram 84,5 e 24,7 frutos (0,860 e 0,239 quilogramas) respectivamente. As plantas estavam com 4 anos de implantação no pomar. 0 valor médio encontrado para o tratamento controle esta um pouco abaixo daquele encontrado por SAM PAIO (1987) como média de maior número de plantas com a mesma idade e na mesma situação, que foi de 6,246 quilogramas (689,2 frutos). Os efeitos da poda realizada em agosto de 1984, foram também avaliados na colheita do ano seguinte, concentrada no mês de outubro de 1985. Os resultados obtidos foram transformados a / x + 0,5 e submetidos a análise estatística, a qual nao encontrou diferença significativa para o número de frutos produzidos assim como para os pesos das produções dos tratamentos. Apesar destas informações da análise estatística, é possível verificar pelo exame da Tabela 1, que o

tratamento controle com a produção média de 1.438 frutos (7,297 kg) tendeu a produzir maior número de frutos quando comparados aos outros tratamentos respectivamente 1.166 e 1.119 frutos (5,111 e 4,531 kg) para podas leve e severa. Segundo SAMPAIO (1987) a produção media de plantas com a mesma idade e na mesma situação foi de 8,811 quilogramas correspondentes a 1.711 frutos. Devese ressaltar que o ano de 1985 foi de inverno muito seco e que as uvaieiras nao receberam irrigação no período. Observou-se pois, que a poda foi prejudicial para a produção de uvaieiras, com tendência do efeito acentuar-se com o rigor dessa prática. A explicação do ocorrido foi encontrada pela observação das plantas do experimento e o conhecimento dos hábitos da uvaieira. A uvaieira tende a produzir flores em brotaçoes fracas que ocorrem na primavera, sobre ramos finos. A poda provocou brotaçoes.vigorosas, de caráter vegetativo, portanto sem produção de flores. CONCLUSÃO A poda dos ramos executada no inverno, foi prejudicial à produção do ano da uvaieira, com tendência do efeito acentuar-se com o rigor dessa prática. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, J.R.de.; VALSECHI, O. Fermentação da uvaia. Brasil Açucareiro, Rio de Janeiro, 39(3):83-5, 1952. GRUNBERG, I..P. El monte frutal casero. Buenos Aires, El Ateneo, 1946. 380p. SOUZA, J.S.I. Poda das plantas frutíferas. São Paulo, Melhoramentos, s.d. 190p. (Coleção Criação e Lavoura, 28).

SAMPAIO, V.R. Propagação da uvaieira (Eugenia uvalha Camb.) através de enxertia por garfagem. Anais da Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz", Piracicaba, 40:95-9, 1983. SAMPAIO, V.R. Uvaieira; desenvolvimento e produção. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE FRUTICULTURA, 9., Campinas, 1977. (Resumo). Recebido para publicação em: 20/12/88 Aprovado para publicação em: 01/06/89