LISTA: rec 3ª série Ensino Médio Professor(a): Yani Rebouças Turma: A ( ) / B ( ) Aluno(a): Segmento temático: DRUMMOND DIA: MÊS: 2017 1. Fuvest1992:"Uma flor ainda desbotada ilude à polícia, rompe o asfalto. Façam completo silêncio, paralisem os negócios, garanto que uma flor nasceu. - Sua cor não se percebe. Suas pétalas não se abrem. Seu nome não está nos livros. É feia. Mas é realmente uma flor. É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o [nojo e o ódio. " Este é um fragmento do poema "A Flor e a Náusea" do livro A ROSA DO POVO de Carlos Drummond de Andrade. a) O que o nascimento da flor representa? b) Que relação se poderia estabelecer entre este poema e o momento histórico em que foi elaborado? 2. Fuvest1996 Cidadezinha qualquer Casas entre bananeiras mulheres entre laranjeiras pomar amor cantar Um homem vai devagar. Um cachorro vai devagar. Um burro vai devagar. Devagar... as janelas olham. Eta vida besta, meu Deus Esse poema é de Carlos Drummond de Andrade e foi escrito na década de 20, sob a influência de idéias modernistas. a) Que aspectos da realidade nacional estão representados nas duas primeiras estrofes? b) Que valores estão implícitos no ponto de vista adotado pelo poeta no último verso do poema? 3. Fuvest2000:Leia com atenção os versos finais do poema "Jardim da Praça da Liberdade", de Carlos Drummond de Andrade: 1
De repente uma banda preta vermelha retinta suando bate um dobrado batuta na doçura do jardim. Repuxos espavoridos fugindo. a) Identifique um dos recursos sonoros empregados nestes versos, explicando qual é o efeito expressivo obtido. b) Interprete o último verso do poema, indicando o sentido da palavra "repuxos" e explicando por que os repuxos estão "espavoridos fugindo". 4. Fuvest2000 QUERO ME CASAR Quero me casar na noite na rua no mar ou no céu quero me casar. Procuro uma noiva loura morena preta ou azul uma noiva verde uma noiva no ar como um passarinho. Depressa, que o amor não pode esperar! (Carlos Drummond de Andrade, ALGUMA POESIA) a) Caracterize brevemente a concepção de amor presente neste poema. b) Compare essa concepção de amor com a que predominava na literatura do Romantismo. 5. Fuvest2001 Chega! Meus olhos brasileiros se fecham saudosos. Minha boca procura a "Canção do Exílio". Como era mesmo a "Canção do Exílio"? Eu tão esquecido de minha terra... Ai terra que tem palmeiras onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, "Europa, França e Bahia", ALGUMA POESIA) Neste excerto, a citação e a presença de trechos... constituem um caso de... Os espaços pontilhados da frase acima deverão ser preenchidos, respectivamente, com o que está em: a) do famoso poema de Álvares de Azevedo / discurso indireto. b) da conhecida canção de Noel Rosa / paródia. c) do célebre poema de Gonçalves Dias/ intertextualidade. d) da célebre composição de Villa-Lobos/ ironia. 2
e) do famoso poema de Mário de Andrade / metalinguagem. 6. Fuvest2001: POLÍTICA LITERÁRIA O poeta municipal discute com o poeta estadual qual deles é capaz de bater o poeta [federal. Enquanto isso o poeta federal tira ouro do nariz. (Carlos Drummond de Andrade, "Alguma poesia") ANEDOTA BÚLGARA Era uma vez um czar naturalista que caçava homens. Quando lhe disseram que também se [caçam borboletas e andorinhas, ficou muito espantado e achou uma barbaridade. (Carlos Drummond de Andrade, "Alguma poesi Costuma-se reconhecer que estes poemas, pertencentes ao Modernismo, apresentam aspectos característicos do "poema-piada", modalidade bastante praticada nesse período literário. a) Identifique um recurso de estilo tipicamente modernista que esteja presente em ambos os poemas. Explique-o sucintamente. b) Considere a seguinte afirmação: O POEMA-PIADA VISA A UM HUMORISMO INSTANTÂNEO E, POR ISSO, ESGOTA-SE EM SI MESMO, NÃO INDO ALÉM DESSE OBJETIVO IMEDIATO. A afirmação aplica-se aos poemas aqui reproduzidos? Justifique brevemente sua resposta. 7. Fuvest2005:Considere os seguintes versos, que fazem parte de um poema em que Carlos Drummond de Andrade fala de Guimarães Rosa e de sua obra: (...) ou ele mesmo [Guimarães Rosa] era a parte de gente servindo de ponte entre o sub e o sobre' que se arcabuzeiam de antes do princípio, que se entrelaçam para melhor guerra, para maior festa? (arcabuzeiam = lutam com arcabuzes, espingardas) a) A luta entre Augusto Matraga e Joãozinho Bem-Bem (do conto "A hora e vez de Augusto Matraga") apresenta, conjugados, os aspectos de guerra e de festa referidos nos versos de Drummond. Você concorda com esta afirmação? Justifique sucintamente. b) O conflito entre Turíbio Todo e Cassiano Gomes (do conto "Duelo") apresenta essa mesma junção de aspectos de 3
guerra e de festa? Justifique sucintamente. 8. Fuvest2005:Leia o seguinte texto: Verão excessivo Eu sei que uma andorinha não faz verão, filosofou a andorinha-de-barriga-branca. Está certo, mas agora nós somos tantas, no beiral, que faz um calor terrível, e eu não agüentomais! (Carlos Drummond de Andrade - "Contos plausíveis") a) Com base na queixa da andorinha-de-barriga-branca, reformule o provérbio "Uma andorinha não faz verão". b) Está adequado o emprego do verbo "filosofou", tendo em vista que ele se refere ao provérbio citado no texto? Justifique sucintamente sua resposta. 9. Fuvest2006:O que Pedro Nava afirma no final do texto ajuda a compreender o título do livro "Esquecer para lembrar", de Carlos Drummond de Andrade, título que contém a) um paradoxo apenas aparente, já que designa uma das operações próprias da memória. b) uma contradição insuperável, justificada apenas pelo valor poético que alcança. c) uma explicação para a dificuldade de se organizar de modo sistemático os fatos lembrados. d) uma fina ironia, pois a antítese entre os dois verbos dá a entender o inverso do que nele se afirma. e) uma metáfora, já que o tempo do esquecimento e o tempo da lembrança não podem ser simultâneos. 10. Fuvest2007:PROCURA DA POESIA Não faças versos sobre acontecimentos. Não há criação nem morte perante a poesia. Diante dela, a vida é um sol estático, não aquece nem ilumina. (...) Penetra surdamente no reino das palavras. Lá estão os poemas que esperam ser escritos. Estão paralisados, mas não há desespero, há calma e frescura na superfície intata. Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário. (...) Carlos Drummond de Andrade, "A rosa do povo". No contexto do livro, a afirmação do caráter verbal da poesia e a incitação a que se penetre "no reino das palavras", presentes no excerto, indicam que, para o poeta de "A rosa do povo", a) praticar a arte pela arte é a maneira mais eficaz de se opor ao mundo capitalista. b) a procura da boa poesia começa pela estrita observância da variedade padrão da linguagem. c) fazer poesia é produzir enigmas verbais que não podem nem devem ser interpretados. d) as intenções sociais da poesia não a dispensam de ter em conta o que é próprio da linguagem. e) os poemas metalingüísticos, nos quais a poesia fala apenas de si mesma, são superiores aos poemas que falam também de outros assuntos. 11. O Poema de sete faces revela uma das criações deste célebre representante de nossas letras Carlos Drummond de Andrade. Assim, tendo-o como subsídio, procure, após uma leitura atenta, registrar algumas impressões acerca das características ideológicas e do estilo artístico que tanto demarcaram a trajetória desse alguém tão nobre, por excelência. Poema de sete faces Quando nasci, um anjo torto desses que vivem na sombra disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida. As casas espiam os homens que correm atrás de mulheres. 4
A tarde talvez fosse azul, não houvesse tantos desejos. O bonde passa cheio de pernas: pernas brancas pretas amarelas. Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração. Porém meus olhos não perguntam nada. O homem atrás do bigode é sério, simples e forte. Quase não conversa. Tem poucos, raros amigos o homem atrás dos óculos e do -bigode, Meu Deus, por que me abandonaste se sabias que eu não era Deus se sabias que eu era fraco. Mundo mundo vasto mundo, se eu me chamasse Raimundo seria uma rima, não seria uma solução. Mundo mundo vasto mundo, mais vasto é meu coração. Eu não devia te dizer mas essa lua mas esse conhaque botam a gente comovido como o diabo. 12. No meio do caminho eis uma criação que, digamos assim, universaliza a poesia de Carlos Drummond de Andrade. Lendo-a e nos familiarizando com o discurso nela presente, podemos perfeitamente registrar algumas demarcações, algumas características, posicionamentos ideológicos que predominaram na época em que se fizeram vistos alguns representantes da chamada segunda fase modernista, em especial, na poesia. Nesse sentido, que tal retratá-los? No meio do caminho No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra. Nunca me esquecerei desse acontecimento na vida de minhas retinas tão fatigadas. Nunca me esquecerei que no meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho no meio do caminho tinha uma pedra 5