Fabiana Medeiros Júlio Balisa
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- Emanuel Bergler Flores
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1 Universidade Federal do Rio Grande do Norte Departamento de Letras Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência PIBID Escola Estadual José Fernandes Machado Subprojeto: Língua Portuguesa Fabiana Medeiros Júlio Balisa
2 Intertextualidade
3 A intertextualidade se dá através do diálogo estabelecido entre dois textos. Mas de que forma isso acontece? Um exemplo bem simples é o título de uma redação, pois o assunto a ser discutido intertextualiza com nossas ideias, nosso conhecimento de mundo, ou seja, ninguém escreve ou fala sobre aquilo do qual não conhece ou não ouviu falar. Podemos tecer um texto intertextualizando uma música, uma pintura, uma reportagem publicada em um jornal, um assunto polêmico que circula na mídia, e muitos outros.
4 Para entender o que é o conceito de "intertextualidade", vejamos esses exemplos. É o jogo do "não confunda": Não confunda "bife à milanesa" com "bife ali na mesa ; Não confunda "conhaque de alcatrão" com "catraca de canhão ; Não confunda "força da opinião pública" com "opinião da força pública". Como se vê, é possível elaborar um texto novo a partir de um texto já existente. É assim que os textos "conversam" entre si. É comum encontrar ecos ou referências de um texto em outro. A essa relação se dá o nome de intertextualidade.
5 Para reforçar a importância da noção de intertextualidade na atividade de leitura e construção de sentido, apresentaremos alguns exemplos de intertextualização.
6 Quadrilha Carlos Drummond de Andrade João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém. João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento, Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia, Joaquim suicidouse e Lili casou com J. Pinto Fernandes que não tinha entrado na história. Quadrilha da sujeira Ricardo Azevedo João joga um palitinho de sorvete na rua de Teresa que joga uma latinha de refrigerante na rua de Raimundo que joga um saquinho plástico na rua de Joaquim que joga uma garrafinha velha na rua de Lili. Lili joga um pedacinho de isopor na rua de João que jogava uma embalagenzinha de não sei o que na rua de Teresa que joga um lencinho de papel na rua de Raimundo que joga uma tampinha de refrigerante na rua de Joaquim que joga um papelzinho de bala na rua de J. Pinto Fernandes que ainda nem tinha entrado na história.
7 A intertextualidade também é um recurso comumente utilizado pelas crônicas de jornal. Abaixo, veja como José Roberto Torero utiliza uma frase famosa dita por um personagem de Shakespeare. Shakespeare Deuses do futebol: Urucubaco Há mais coisas entre o céu e a terra do que supõe a nossa vã filosofia Olímpico leitor, divinal leitora, há mais coisas entre o céu dos deuses e a terra do futebol do que sonha a nossa vã crônica esportiva. Determinadas situações do jogo e certas fases pelas quais os times passam não são, como pensam alguns, obra do acaso. Ao contrário, são uma manifestação da vontade de seres superiores, seres que controlam a nossa vida desde o dia em que o Caos gerou a Noite. (trecho de crônica de José Roberto Torero, Folha de S.Paulo, em17/9/02- pag.d3)
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9 Soneto 11 Luis de Camões Amor é fogo que arde sem se ver; É ferida que dói e não se sente; É um contentamento descontente; É dor que desatina sem doer; É um não querer mais que bem querer; É solitário andar por entre a gente; É nunca contentar-se de contente; É cuidar que se ganha em se perder; É querer estar preso por vontade; É servir a quem vence, o vencedor; É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, se tão contrário a si é o mesmo Amor?
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11 Agora começaremos a entender mais sobre a paráfrase e paródia, que também são formas de intertextualização.
12 A paráfrase origina-se do grego para-phrasis (repetição de uma sentença). Assim, parafrasear um texto, significa recriá-lo com outras palavras, porém sua essência, seu conteúdo permanecem inalterados. Vejamos dois exemplos a seguir: Canção do exílio Texto Original Minha terra tem palmeiras Onde canta o sabiá, As aves que aqui gorjeiam Não gorjeiam como lá. (Gonçalves Dias, Canção do exílio ). Paráfrase Meus olhos brasileiros se fecham saudosos Minha boca procura a Canção do Exílio. Como era mesmo a Canção do Exílio? Eu tão esquecido de minha terra Ai terra que tem palmeiras Onde canta o sabiá! (Carlos Drummond de Andrade, Europa, França e Bahia )
13 O que é paródia? A paródia é uma recriação de um texto, geralmente célebre, conhecido, uma reescritura de caráter contestador, irônico, zombeteiro, crítico, satírico, humorístico, jocoso. Nesse sentido, a paródia constrói, assim, um percurso de desvio em relação ao texto parodiado, numa espécie de insubordinação crítica, cômica.
14 A paródia tem como elemento principal, na maioria das vezes, a comédia, ou seja, a partir da estrutura de um poema, música, filme, obras de arte ou qualquer gênero que tenha um enredo que possa ser modificado. Mantém-se o esqueleto, isto é, características que remetam à produção original, como por exemplo o ritmo no caso de canções mas modifica-se o sentido. Com cunho, em muitos casos, cômico, provocativo e/ou retratação de algum tema que esteja em alta no contexto abordado (Brasil, mundo política, esporte, entre outros).
15 Paródias: formas de apresentação Canção Poesia; Carta; Crônica. Fantoche; Mímica; Dança. Charge; Quadrinho; Cartuns.
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