1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram. na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de novembro de 2013

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Transcrição:

1. Acompanhamento dos principais sistemas meteorológicos que atuaram na América do Sul a norte do paralelo 40S no mês de novembro de 2013 Os destaques do mês foram: a presença do primeiro episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS) desta estação chuvosa, ocorrida entre os dias 04 e 07; as chuvas anômalas na Região Nordeste entre os dias 02 e 06; e as tempestades severas no RS entre os dias 09 e 11. No período entre 02 e 06, a atuação de um Vórtice Ciclônico de altos níveis (VCAN) foi responsável por tempo severo em algumas áreas do Nordeste do Brasil. Houve registro de precipitação extrema, como por exemplo, em Aracaju (SE), onde foi registrado mais de 130 mm entre os dias 03 e 04. A atuação desse sistema atmosférico auxiliou tanto de forma positiva como de forma negativa. No primeiro caso, parte da Região Nordeste vinha sendo castigada pela a estiagem, o qual era considerado a pior seca em 65 anos pelo baixo regime e distribuição de chuva, além de açudes praticamente secos. Porém, teve um efeito negativo, devido à precipitação bastante intensa em curto prazo de tempo, além de muitos raios, ventos fortes e granizo. Eventos de granizo foram verificados principalmente em AL, RN, BA e SE, causando diversos prejuízos à sociedade. A primeira onda frontal se formou entre a Província de Buenos Aires e a Província de Salta no dia 02 e logo se deslocou para o Atlântico. Entretanto, no dia 03, houve a intensificação de uma baixa pressão no sul do RS, que deu origem a segunda onda frontal, com característica subtropical, a qual no dia 05 a frente fria atuava no leste e litoral de SP, vindo a dar início ao primeiro episódio de Zona de Convergência do Atlântico Sul (ZCAS), que persistiu entre o Sudeste e o sul do Estado do Amazonas até o dia 07, restando nos dias 08 e 09 um canal de umidade denominado de Zona de Convergência de Umidade (ZCOU). Quando atuou no RS a onda frontal provocou tempestades e acumulados de chuva de mais de 100 mm na campanha gaúcha no dia 02. A ZCAS provocou chuva forte em vários municípios do Sudeste, Centro-Oeste e parte de RO, AC e sul do AM. A terceira frente fria chegou na Bahia Blanca na noite do dia 08 e avançou de forma litorânea até o leste do Uruguai no dia 10. Entretanto, a presença de um Vórtice Ciclônico em 500 hpa no oeste Argentina, juntamente com uma massa de ar úmido e bastante instável e o Jato de Baixos Níveis formaram a quarta onda frontal, com característica subtropical, entre a Província de Buenos Aires e a Província de Chaco na noite do dia 10, que no dia 11 atuava entre o RS e o Paraguai e no dia seguinte nas proximidades do litoral do PR e litoral norte de SC. Porém, entre os dias 09 e 11/11, o RS foi atingido por fortes temporais, que causaram alagamentos, enchentes, queda de granizo, chuva intensa, resultado da presença de um cavado em 500 hpa e de forte difluência em altitude (250 hpa) - entre os dias 09 e 10 - e do reforço dinâmico causado pelo Vórtice Ciclônico, entre os dias 10 e 11. As áreas com maiores acumulados foram a central, leste, campanha, serra, capital e litoral norte, superando os 100 mm, como em Rio Pardo que atingiu o acúmulo de 260 mm em 24h entre os dias 10 e 11.

Outras cidades da campanha gaúcha como em Santana do Livramento teve 100 mm de chuva acumulada. Na capital Porto Alegre choveu mais de 100 mm entre a madrugada e manhã do dia 11, provocando muitos deslizamentos de encostas e alagamentos. Os ventos foram intensos em Santa Cruz do Sul. Em Quaraí-RS o acumulado atingiu 110 mm entre os dias 09 e 10 e houve o transbordamento do rio Quaraí. No dia 15 a quinta frente fria chegou com chuva forte na Província de Buenos Aires e até o fim do dia já atuava no RS. Entretanto a atividade pré-frontal, uma linha de instabilidade, causou temporais durante à tarde entre o RS, nordeste da Argentina e sul do Paraguai. Esse sistema chegou ao litoral de SP no dia 17, sem provocar muita instabilidade. A sexta frente fria atuou entre os dias 18 e 19 entre a Província de Buenos Aires e o sul do Uruguai, provocando nebulosidade convectiva e chuva forte em algumas localidades. No dia 21 a sétima frente fria atuou no sul da Província de Buenos Aires e se deslocou para o Atlântico. Nesse mesmo dia (22) houve a formação da oitava onda frontal no sul do RS, e se deslocou para o litoral de SP no dia 23, ficando estacionária no Atlântico até o dia seguinte. A oitava onda frontal se formou no RS no dia 21 e se deslocou para o litoral de SP no dia 23. O ramo frio do sistema não provocou tempo severo em seu deslocamento, entretanto, a presença de atividade pré-frontal é que provocou alguns temporais no PR, SP e MS, mas de forma isolada. Entre os dias 23 e 24 choveu forte em áreas do oeste e parte norte da BA, sul do PI e TO, influenciada pela presença de um Vórtice Ciclônico de Altos Níveis (VCAN), provocando chuva de mais de 140 mm em Gilbués-PI. A nona frente fria chegou à noite do dia 24 na Bahia Blanca e no dia 25 chegou ao sul do Uruguai. Esse sistema provocou chuva localmente forte e muitas descargas elétricas entre as Províncias de Buenos Aires, Córdoba e Entre Rios na Argentina e oeste e leste do Uruguai. Um Vórtice Ciclônico (VC) em 500 hpa reforçou a chuva no Sudeste do Brasil entre os dias 24 e 26 provocando acumulados de chuva de mais de 140 mm em áreas de serra do RJ. Esse sistema atuou com uma ampla crista na retaguarda em 500 hpa, que gerou um bloqueio atmosférico, e por isso houve uma ampla área de convergência de umidade entre o sul do Estado do Amazonas e a Região Sudeste. O cavado do VC também influenciou o sul da BA, nordeste e norte de MG e no ES, provocando acumulados de chuva de mais de 100 m em algumas cidades entre os dias 26 e 27. A décima onda frontal se formou no dia 27 entre a tarde e a noite entre o Uruguai e o sul do RS e Atlântico e no dia seguinte atuou até o litoral norte de SC. Entretanto, a presença de difluência em altitude contribuiu para chuva forte e isolada no oeste e centro de SC e no sul/sudoeste do PR.

Figura 1: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de novembro de 2013. Litoral. Figura 2: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de novembro de 2013. Interior.

Figura 3: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de novembro de 2013. Central 1. Figura 4: Acompanhamento das frentes frias ao longo do mês de novembro de 2013. Central 2. Acompanhamento dos Ciclones Subtropicais e Extratropicais As Figuras 5a e 5b mostram a distribuição espacial dos principais ciclones observados sobre o oceano Atlântico, ao sul de 20 S, durante o mês de novembro de 2013. Durante este mês foi observado um total de 22 ciclones sobre a área de domínio, sendo 12 na primeira (Figura 5a) e 10 na segunda quinzena (Figura 5b).

Figura 5a: Acompanhamento dos ciclones ocorridos durante a primeira quinzena do mês de novembro de 2013. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do ciclone (00 e 12 UTC). Figura 5b: Acompanhamento dos ciclones ocorridos durante a segunda quinzena do mês de novembro de 2013. Em cada ponto está plotado o valor mínimo de pressão do ciclone (00 e 12 UTC).

3. Análise das Anomalias de Precipitação e Temperatura 3.1 Precipitação A Figura 6A mostra a distribuição espacial das anomalias mensal e quinzenal de precipitação para o mês de novembro de 2013. Um dos destaques do mês foram as chuvas anômalas na Região Nordeste, que atingiram algumas áreas do Semi-Árido, em especial na primeira quinzena do mês (Figura 6B). No estado do MA também houve volumes significativos de chuva, com anomalias que superaram os 200 mm em algumas áreas. A ocorrência de temporais causou anomalias positivas de chuva no centro-sul e nordeste do RS, reflexo principalmente da primeira quinzena, enquanto que a precipitação ficou abaixo da média na maior parte de SC e do PR. Em grande parte das Regiões Sudeste e Centro-Oeste a distribuição da precipitação foi bastante irregular, entretanto houve o predomínio de anomalias positivas no segundo período, com destaque para o leste e nordeste de SP, RJ, litoral do ES e algumas áreas de MG. Nota-se a presença de anomalias positivas sobre o sudeste, centro e norte do AM e centro-norte do PA e anomalias negativas no sul do PA e do AP, sul e leste de MT, oeste e norte de GO e MS. A) B) C)

Figura 6: Anomalia de precipitação do mês de novembro de 2013 (A) e anomalias de precipitação quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). 3.2 Temperatura A Figura 7A mostra a distribuição espacial da anomalia de temperatura máxima para o mês de novembro de 2013. Percebe-se que não houve diferenças significativas entre os dois períodos do mês. As anomalias positivas foram mais significativas no norte de MG e no sul, centro e oeste da BA, devido à forte radiação solar incidente em dias com pouca cobertura de nuvens. Também foram observadas anomalias positivas em algumas áreas de SP, MS e norte do PR. Anomalias negativas de temperatura máximas foram verificadas em áreas de MT, RO, AC e PA. A) B) C) Figura 7: Anomalia de temperatura máxima do mês de novembro 2013 (A) e anomalias de temperatura máxima quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). Em relação às temperaturas mínimas, observa-se o predomínio de um padrão com valores normais ou acima da média na maior parte do Brasil (Figura 8A). Nesta época do ano, a queda nas temperaturas mínimas costuma acontecer apenas pela incursão de massas de ar

frio, geralmente com deslocamento marítimo, sendo que estas não foram frequentes neste mês. A) B) C) Figura 8: Anomalia de temperatura máxima do mês de novembro 2013 (A) e anomalias de temperatura máxima quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). 4. Análise da Circulação Atmosférica 4.1-250 hpa A Figura 9 mostra a anomalia do vento zonal e as linhas de corrente em 250 hpa para o mês de novembro de 2013. A circulação média mensal (Figura 9A) mostra um padrão de circulação típico do período chuvoso, com a Alta da Bolívia (AB) um pouco deslocada para oeste e o Cavado do Nordeste corrente abaixo. Nota-se um setor com anomalia positiva do vento zonal na borda norte deste Cavado, associada à maior intensidade dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis neste período. As Figuras 9B e 9C indicam que o padrão atmosférico foi semelhante nas duas quinzenas do mês. Uma característica deste período foi o enfraquecimento do Jato Subtropical sobre o território brasileiro, reproduzindo uma área com anomalias negativas do vento zonal nas Regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Neste caso, a maioria dos sistemas frontais que atuaram no Brasil apresentaram características

subtropicais, ou seja, sem um suporte dinâmico do Jato Polar em altitude. Nota-se que os jatos foram mais intensos sobre o Atlântico, principalmente entre 40S e 60S. A) B) C) Figura 9: Linhas de corrente e anomalia da componente zonal do vento em 250 hpa para o mês de novembro de 2013 (A) e, Linhas de corrente e anomalia da componente zonal do vento em 250 hpa quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). 4.2-500 hpa O campo de geopotencial em 500 hpa do mês de novembro (Figura 10A) mostra um padrão de circulação anticiclônico sobre o Atlântico Sudoeste, refletindo também sobre o Sul e parte do Sudeste do Brasil. Esta circulação foi mais intensa na primeira quinzena (Figura 10B), quando as anomalias positivas se estenderam até o centro do país. A subsidência gerada pela circulação anticiclônica permitiu o aumento da incidência da radiação solar à superfície em alguns dias do mês, justificando as anomalias positivas de temperatura máximas observadas no Sudeste do Brasil. Por outro lado, nota-se o predomínio das anomalias negativas de geopotencial ao sul de 60S, o que intensificou ainda mais a atividade ciclogenética no cinturão de baixas pressões.

A) B) C) Figura 10: Altura geopotencial e anomalia de geopotencial em 500 hpa para o mês de novembro de 2013 (A) e, Altura geopotencial e anomalia de geopotencial em 500 hpa quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). 4.3-850 hpa O campo de linhas de corrente e anomalia do vento meridional em 850 hpa para o mês de novembro (Figura 11A) mostra a borda oeste da Alta Subtropical do Atlântico Sul (ASAS) atuando sobre o interior do Brasil. O escoamento de norte entre a Amazônia e o Sul do Brasil esteve bastante intenso, principalmente na segunda quinzena do mês (Figura 11C) e contribuiu para direcionar a umidade e intensificar as chuvas sobre o RS. Percebe-se que a orientação dos ventos alísios, paralelos à costa norte do Nordeste, não contribuíram para as chuvas abundante no Nordeste, reforçando a importância da dinâmica em altitude para as chuvas neste setor.

A) B) C) Figura 11: Linhas de corrente e anomalia da componente meridional do vento em 850 hpa para o mês de novembro de 2013 e, linhas de corrente e anomalia da componente meridional do vento em 850 hpa quinzenal no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). A análise do campo médio da pressão ao nível do mar mostra anomalias positivas associadas às Altas Subtropicais (ASAS e ASPS) e anomalias negativas associadas ao cinturão de baixas pressões. Em ambos os setores, o comportamento é reflexo da circulação em 500 hpa (Figura 12A). Nas Regiões Sul e Sudeste do Brasil, o padrão anticiclônico anômalo produziu um aumento na pressão em superfície e consequentemente a intensificação da ASAS, desfavorecendo a atividade convectiva na primeira quinzena do mês (Figura 12B). No segundo período do mês (Figura 12C), nota-se um leve abaulamento na borda oeste da ASAS, resultando na presença de um cavado invertido entre a Bolívia, MS, SP e o Atlântico adjacente. Percebe-se que a Alta Subtropical do Pacífico Sul (ASPS) também esteve mais intensa, em especial na segunda quinzena do mês (Figura 12C), quando esta apresentou um núcleo com valor médio de 1026 hpa.

Figura 12: Pressão ao nível médio do mar (PNMM) e anomalia de pressão para o mês de novembro de 2013 e, Pressão ao nível médio do mar (PNMM) e anomalia de pressão no período de 1 a 15/11 (B) e de 16 a 30/11 (C). Elaborado pelos Meteorologistas Henri Rossi Pinheiro e Luiz Kondraski de Souza Colaboradores: Camilla Correia e Kelen Martins Andrade