Estatuto de trabalhador-estudante

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1.2. A manutenção deste estatuto depende de aproveitamento escolar no ano lectivo anterior.

DESPACHO. Em anexo é republicado o Regulamento nº 10/2012 com a nova redação, agora como Regulamento nº 10/2013. O PRESIDENTE DA ESTeSL

Transcrição:

Diplomas consolidados Estatuto de trabalhador-estudante DGAJ-DF - 2013 Direção-Geral da Administração da Justiça

Estatuto de Trabalhador-Estudante VERSÃO ATUALIZADA O regime do trabalhador-estudante aplica-se aos trabalhadores que exercem funções públicas por força da Lei n.º 66/2012, de 31 de dezembro. Entretanto, diversas alterações ao Código do Trabalho introduziram mudanças neste regime, de que aqui damos conta em versão consolidada e atualizada. ESTATUTO DE TRABALHADOR-ESTUDANTE APLICÁVEL AOS TRABALHADORES QUE EXERCEM FUNÇÕES PÚBLICAS Por força do artigo 8.º-B da Lei n.º 66/2012, de 31 de dezembro, e sem prejuízo do disposto em lei especial, é aplicável aos trabalhadores que exercem funções públicas, nas modalidades de nomeação e de contrato o regime do trabalhador-estudante estabelecido no Código de Trabalho, revisto pela Lei n.º 7/2009, de 12 de fevereiro, com as alterações introduzidas pela declaração de retificação n.º 21/2009, de 18 de março, Lei n.º 105/2009, de 14 de setembro, Lei n.º 53/2011, de 14 de outubro, Lei n.º 23/2012, de 25 de junho, declaração de retificação n.º 38/2012, de 23 de julho, em concreto os artigos 89.º a 96.º-A, os quais passamos a transcrever: Artigo 89.º Noção de trabalhador-estudante 1 - Considera-se trabalhador-estudante o trabalhador que frequenta qualquer nível de educação escolar, bem como curso de pós-graduação, mestrado ou doutoramento em instituição de ensino, ou ainda curso de formação profissional ou programa de ocupação temporária de jovens com duração igual ou superior a seis meses. 2 - A manutenção do estatuto de trabalhador-estudante depende de aproveitamento escolar no ano letivo anterior. 2

Artigo 90.º Organização do tempo de trabalho de trabalhador-estudante 1 - O horário de trabalho de trabalhador-estudante deve, sempre que possível, ser ajustado de modo a permitir a frequência das aulas e a deslocação para o estabelecimento de ensino. 2 - Quando não seja possível a aplicação do disposto no número anterior, o trabalhador estudante tem direito a dispensa de trabalho para frequência de aulas, se assim o exigir o horário escolar, sem perda de direitos e que conta como prestação efetiva de trabalho. 3 - A dispensa de trabalho para frequência de aulas pode ser utilizada de uma só vez ou fracionadamente, à escolha do trabalhador-estudante, e tem a seguinte duração máxima, dependendo do período normal de trabalho semanal: a) Três horas semanais para período igual ou superior a vinte horas e inferior a trinta horas; b) Quatro horas semanais para período igual ou superior a trinta horas e inferior a trinta e quatro horas; c) Cinco horas semanais para período igual ou superior a trinta e quatro horas e inferior a trinta e oito horas; d) Seis horas semanais para período igual ou superior a trinta e oito horas. 4 - O trabalhador-estudante cujo período de trabalho seja impossível ajustar, de acordo com os números anteriores, ao regime de turnos a que está afeto tem preferência na ocupação de posto de trabalho compatível com a sua qualificação profissional e com a frequência de aulas. 5 - Caso o horário de trabalho ajustado ou a dispensa de trabalho para frequência de aulas comprometa manifestamente o funcionamento da empresa, nomeadamente por causa do número de trabalhadores-estudantes existente, o empregador promove um acordo com o trabalhador interessado e a comissão de trabalhadores ou, na sua falta, a comissão intersindical, comissões sindicais ou delegados sindicais, sobre a medida em que o interesse daquele pode ser satisfeito ou, na falta de acordo, decide fundamentadamente, informando o trabalhador por escrito. 3

6 - O trabalhador-estudante não é obrigado a prestar trabalho suplementar, exceto por motivo de força maior, nem trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrado quando o mesmo coincida com o horário escolar ou com prova de avaliação. 7 - Ao trabalhador-estudante que preste trabalho em regime de adaptabilidade, banco de horas ou horário concentrado é assegurado um dia por mês de dispensa, sem perda de direitos, contando como prestação efetiva de trabalho. 8- O trabalhador estudante que preste trabalho suplementar tem direito a descanso compensatório com duração de metade do número de horas prestadas. (Redação alterada pelo artigo 2.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) 9 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto nos n.ºs 1 a 4 e 6 a 8. Artigo 91.º Faltas para prestação de provas de avaliação 1 - O trabalhador-estudante pode faltar justificadamente por motivo de prestação de prova de avaliação, nos seguintes termos: a) No dia da prova e no imediatamente anterior; b) No caso de provas em dias consecutivos ou de mais de uma prova no mesmo dia, os dias imediatamente anteriores são tantos quantas as provas a prestar; c) Os dias imediatamente anteriores referidos nas alíneas anteriores incluem dias de descanso semanal e feriados; d) As faltas dadas ao abrigo das alíneas anteriores não podem exceder quatro dias por disciplina em cada ano letivo. 2 - O direito previsto no número anterior só pode ser exercido em dois anos letivos relativamente a cada disciplina. 3- Nos casos em que o curso esteja organizado no regime de sistema europeu de transferência e acumulação de créditos (ECTS), o trabalhador-estudante pode, em alternativa ao disposto no n.º 1, optar por cumular os dias anteriores ao da prestação das provas de avaliação, num máximo de três dias, seguidos ou interpolados ou do correspondente em termos de meios-dias, interpolados. (Redação alterada pelo artigo 2.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) 4

4- A opção pelo regime cumulativo a que refere o número anterior obriga, com as necessárias adaptações, ao cumprimento do prazo de antecedência previsto no disposto nas al.s a) e b) do n.º 4 do artigo 96.º. (Redação alterada pelo artigo 2.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) 5- Só é permitida a cumulação nos casos em que os dias anteriores às provas de avaliação que o trabalhador-estudante tenha deixado de usufruir não tenham sido dias de descanso semanal ou feriados. (Redação alterada pelo artigo 2.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) 6- Nos casos em que o curso esteja organizado no regime de sistema europeu de transferência e acumulação de créditos (ECTS), o trabalhador-estudante pode, em alternativa ao disposto no n.º 1, optar por cumular os dias anteriores ao da prestação das provas de avaliação, num máximo de três dias, seguidos ou interpolados ou do correspondente em termos de meios-dias, interpolados. 7- A opção pelo regime cumulativo a que refere o número anterior obriga, com as necessárias adaptações, ao cumprimento do prazo de antecedência previsto no disposto nas alíneas a) e b) do n.º 4 do artigo 96.º. 8- Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto nos n.ºs 1, 3 e 6. Artigo 92.º Férias e licenças de trabalhador-estudante 1 - O trabalhador-estudante tem direito a marcar o período de férias de acordo com as suas necessidades escolares, podendo gozar até 15 dias de férias interpoladas, na medida em que tal seja compatível com as exigências imperiosas do funcionamento da empresa. 2 - O trabalhador-estudante tem direito, em cada ano civil, a licença sem retribuição, com a duração de 10 dias úteis seguidos ou interpolados. 3 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto no n.º 1 e constitui contra-ordenação leve a violação do disposto no número anterior. 5

Artigo 93.º Promoção profissional de trabalhador-estudante O empregador deve possibilitar a trabalhador-estudante promoção profissional adequada à qualificação obtida, não sendo todavia obrigatória a reclassificação profissional por mero efeito da qualificação. Artigo 94.º Concessão do estatuto de trabalhador-estudante 1 - O trabalhador-estudante deve comprovar perante o empregador a sua condição de estudante, apresentando igualmente o horário das atividades educativas a frequentar. 2- Para concessão do estatuto junto do estabelecimento de ensino, o trabalhador estudante deve fazer prova, por qualquer meio legalmente admissível, da sua condição de trabalhador. (Redação alterada pelo artigo 2.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) 3- Para concessão do estatuto junto do estabelecimento de ensino, o trabalhadorestudante deve fazer prova, por qualquer meio legalmente admissível, da sua condição de trabalhador. 4- O trabalhador-estudante deve escolher, entre as possibilidades existentes, o horário mais compatível com o horário de trabalho, sob pena de não beneficiar dos inerentes direitos. 5- Considera-se aproveitamento escolar a transição de ano ou a aprovação ou progressão em, pelo menos, metade das disciplinas em que o trabalhador-estudante esteja matriculado, a aprovação ou validação de metade dos módulos ou unidades equivalentes de cada disciplina, definidos pela instituição de ensino ou entidade formadora para o ano letivo ou para o período anual de frequência, no caso de percursos educativos organizados em regime modular ou equivalente que não definam condições de transição de ano ou progressão em disciplinas. 6- Considera-se ainda que tem aproveitamento escolar o trabalhador que não satisfaça o disposto no número anterior devido a acidente de trabalho ou doença profissional, doença prolongada, licença em situação de risco clínico durante a gravidez, ou por ter gozado licença parental inicial, licença por adoção ou licença parental complementar por período não inferior a um mês. 6

Artigo 95.º Cessação e renovação de direitos 1 - O direito a horário de trabalho ajustado ou a dispensa de trabalho para frequência de aulas, a marcação do período de férias de acordo com as necessidades escolares ou a licença sem retribuição cessa quando o trabalhador-estudante não tenha aproveitamento no ano em que beneficie desse direito. 2 - Os restantes direitos cessam quando o trabalhador-estudante não tenha aproveitamento em dois anos consecutivos ou três interpolados. 3 - Os direitos do trabalhador-estudante cessam imediatamente em caso de falsas declarações relativamente aos factos de que depende a concessão do estatuto ou a factos constitutivos de direitos, bem como quando estes sejam utilizados para outros fins. 4 - O trabalhador-estudante pode exercer de novo os direitos no ano letivo subsequente àquele em que os mesmos cessaram, não podendo esta situação ocorrer mais de duas vezes. Artigo 96.º Procedimento para exercício de direitos de trabalhador-estudante 1 - O trabalhador-estudante deve comprovar perante o empregador o respetivo aproveitamento, no final de cada ano letivo. 2 - O controlo de assiduidade do trabalhador-estudante pode ser feito, por acordo com o trabalhador, diretamente pelo empregador, através dos serviços administrativos do estabelecimento de ensino, por correio eletrónico ou fax, no qual é aposta uma data e hora a partir da qual o trabalhador-estudante termina a sua responsabilidade escolar. 3 - Na falta de acordo o empregador pode, nos 15 dias seguintes à utilização da dispensa de trabalho para esse fim, exigir a prova da frequência de aulas, sempre que o estabelecimento de ensino proceder ao controlo da frequência. 4 - O trabalhador-estudante deve solicitar a licença sem retribuição com a seguinte antecedência: a) Quarenta e oito horas ou, sendo inviável, logo que possível, no caso de um dia de licença; 7

b) Oito dias, no caso de dois a cinco dias de licença; c) 15 dias, no caso de mais de cinco dias de licença. Artigo 96.º-A Legislação complementar O disposto na presente subsecção é objeto de regulamentação em lei especial. (Artigo aditado pelo artigo 3.º da Lei n.º 23/2012, de 25 de junho) LEI N.º 105/2009, DE 14 DE SETEMBRO CAPÍTULO III Trabalhador-estudante Artigo 12.º Especificidades da frequência de estabelecimento de ensino por trabalhadorestudante 1 O trabalhador-estudante não está sujeito: a) A frequência de um número mínimo de disciplinas de determinado curso, em graus de ensino em que isso seja possível, nem a regime de prescrição ou que implique mudança de estabelecimento de ensino; b) A qualquer disposição legal que faça depender o aproveitamento escolar de frequência de um número mínimo de aulas por disciplina; c) A limitação do número de exames a realizar em época de recurso. 2 Caso não haja época de recurso, o trabalhador-estudante tem direito, na medida em que seja legalmente admissível, a uma época especial de exame em todas as disciplinas. 8

3 O estabelecimento de ensino com horário pós-laboral deve assegurar que os exames e as provas de avaliação, bem como um serviço mínimo de apoio ao trabalhador-estudante decorram, na medida do possível, no mesmo horário. 4 O trabalhador-estudante tem direito a aulas de compensação ou de apoio pedagógico que sejam consideradas imprescindíveis pelos órgãos do estabelecimento de ensino. 5 O disposto nos números anteriores não é cumulável com qualquer outro regime que vise os mesmos fins. 6 O regime previsto no presente capítulo aplica-se ao trabalhador por conta própria, bem como ao trabalhador que, estando abrangido pelo estatuto do trabalhador-estudante, se encontre entretanto em situação de desemprego involuntário, inscrito em centro de emprego. 9

Coleção Diplomas consolidados Autor: Divisão de Formação da DGAJ Titulo: Estatuto de trabalhador-estudante Coordenação técnico-pedagógica: José Cabido Colaboração: DGAJ-DF Coleção pedagógica: DGAJ-DF 1.ª edição Maio de 2013 Texto consolidado. (Redação adaptada ao acordo ortográfico) A consulta deste documento não dispensa a consulta dos atos legislativos publicados no Diário da República. Direção-Geral da Administração da Justiça Divisão de Formação Av. D. João II, n.º 1.08.01 D/E piso 10..º, 1994-097 Lisboa, PORTUGAL TEL + 351 21 790 64 21 Fax + 351 21 154 51 02 EMAIL: cfoj@mj.pt http://e-learning.mj.pt/dgaj - www.dgaj.mj.pt 10