Máquinas de Fluxo. Aula 7 Máquinas Motoras: Perdas de Energia

Documentos relacionados
APLICAÇÃO DO SOFTWARE ELIPSE E3 PARA AUTOMATIZAR O CENTRO DE OPERAÇÃO DA GERAÇÃO (COG) QUE CONTROLA 17 USINAS HIDRELÉTRICAS DO GRUPO CPFL ENERGIA

1 Circuitos Pneumáticos

Fontes renováveis de energia - Hidrelétrica. Aula energias renováveis

MÁQUINAS HIDRÁULICAS AULA 15 TURBINAS A VAPOR PROF.: KAIO DUTRA

Atuadores Rotativos. Tipo pinhão-cremalheira. maiores.

Sistema elétrico. Geração Transmissão Transformação

Termodinâmica Aplicada I Lista de exercícios 1ª Lei para Volume de Controle

Série: FBIA MANUAL TÉCNICO BOMBA CENTRÍFUGA AUTO-ESCORVANTE FBIA. Aplicação

Serviços. Instalação de Unidades Geradoras. 1. Desvio do Rio: Montagem de guias das comportas; Montagem das comportas de desvio (painéis)

Bombas & Instalações de Bombeamento

SISTEMAS TÉRMICOS DE POTÊNCIA

Direct Drives. Instituto Politécnico de Viseu. Escola Superior de Tecnologia. Departamento de Engenharia Electrotécnica

ÓRGÃOS ACESSÓRIOS DA REDE DE ESGOTO

1.3.1 Princípios Gerais.

Grupo Investidor 50,1% 24,5% 24,5% 0,9%

AULA PRÁTICA 11 INSTALAÇÃO DE BOMBEAMENTO

PCH BARUÍTO PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS DO PROJETO

Fontes de energia. A hidroeletricidade no Brasil

ATIVIDADE DE FÍSICA PARA AS FÉRIAS 8. o A/B PROF. A GRAZIELA

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL. Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista

TÍTULO: CURVA DA BOMBA E DO SISTEMA PARA O TRANSPORTE DE FLUIDO VISCOSO

Módulo 8: Conteúdo programático Eq. da Energia com perda de carga e com máquina

Mecânica dos Fluidos. Aula 11 Equação da Continuidade para Regime Permanente. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

Tratores. Informações gerais sobre tratores. Recomendações. Distância do eixo

LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS MEDIDAS DE PERDAS DE CARGA LOCALIZADAS

Acionamento de Motores: PWM e Ponte H

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA ESCOLA POLITÉCNICA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA ENG 008 Fenômenos de Transporte I A Profª Fátima Lopes

Fontes Renováveis Não-Convencionais Parte I

Mecânica dos Fluidos. Aula 17 Bombas Hidráulicas. Prof. MSc. Luiz Eduardo Miranda J. Rodrigues

A escolha do processo de pintura depende dos fatores:

Máquinas de Fluxo e Sistemas Hidráulicos GEM32 (FEMEC 41066)

Elementos de Engenharia Civil 2007/2008. Enunciados dos problemas *

SISTEMA CONJUGADO DE EXAUSTÃO E ADMISSÃO PARA OS MOTORES A COMBUSTÃO INTERNA DO CICLO DE DOIS TEMPOS O

Experiência n Desmontagem e Montagem de bomba hidráulica

A Utilização de Bombas Funcionando como Turbinas (BFTs) em Pequenos Aproveitamentos Hidráulicos

Máquinas Hidráulicas

Manual de Instalação e Manutenção. Torniquete Hexa. revisão: 6 data de atualização:16/01/09

Comandos de Eletropneumática Exercícios Comentados para Elaboração, Montagem e Ensaios

UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS ESCOLA DE AGRONOMIA E ENGENHARIA DE ALIMENTOS SETOR DE ENGENHARIA RURAL. Prof. Adão Wagner Pêgo Evangelista

O irmão do aço. Obtendo o ferro fundido

Desafios da Pesquisa e Desenvolvimento na Área de Pequenos Aproveitamentos Hidráulicos

Catálogo geral de ventiladores centrífugos com pás viradas. para trás (Limit Load)

AutoFilt Type RF3 Exemplos de aplicação.

NOME DA INSTITUIÇÃO: Prime Projetos e Consultoria Ltda.

Plantas de Classificação de Áreas 25/03/


3º Ensino Médio Trabalho de Física Data /08/09 Professor Marcelo

LÂMINA DE INFORMAÇÕES ESSENCIAIS SOBRE O SANTANDER FIC RENDA FIXA SIMPLES / Informações referentes a Maio de 2016

1) Modulação PWM. 1.1) Sinal de Referência

3 - Bacias Hidrográficas

SUMÁRIO. 1 Instruções Básicas de segurança 1

Por meio deste esclarecimento, respondemos aos questionamentos efetuados, conforme segue:

Instrumentação Industrial: As Válvulas de Controlo, um Importante "Instrumento"

Objetivos da sétima aula da unidade 5: Simular a experiência do medidor de vazão tipo tubo de Venturi

Experiência 04: Comandos para testes e identificação do computador na rede.

Bipartida Axialmente

ISEL. Mini-hídrica da Mesa do Galo. Relatório de Visita de Estudo. 3 Junho Secção de Sistemas de Energia

Acidente em Usina Hidreletrica na Russia

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA. Autotransformadores

Manual das Biseladoras Externas ISD/ ISF/ SKD/ HYD

7. A importância do aterramento na Qualidade da Energia.

Cogeração SISTEMA DE COGERAÇÃO DE ENERGIA

GERADORES DE EMERGÊNCIA ACCIONADOS POR MOTORES DE COMBUSTÃO

Trabalha nos diversos setores da indústria no Brasil, dentre os quais se destaca:

GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA HIDRELÉTRICA-SISTEMA ELÉTRICO

Nota Técnica sobre centrais de GLP, com operação de sistema Pit Stop

Centrais Hidrelétricas de Pequeno Porte e o Programa Brasileiro de PCHs

EQUIPAMENTOS ROTATIVOS

CAPITULO 6 ELEVADOR DE CANECAS (EC)

Msc. Eng. Fernando Pozza

recuperador de calor insert

Ministério de Minas e Energia Consultoria Jurídica

USINA HIDRELÉTRICA (UHE) SINOP EXECUTORA: CONSTRUTORA TRIUNFO SETEMBRO/2015

Repotenciação de usinas hidrelétricas: capacitação do IEE/USP com vistas à otimização energética do parque brasileiro

IFRN - Campus Parnamirim Curso de eletricidade turma de redes de Computadores Figura 35 Relé eletromecânico

SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

1 INSTRUÇÕES IMPORTANTES DE SEGURANÇA

MANUAL DE INSTRUÇÕES

Módulo VIII - 1ª Lei da Termodinâmica Aplicada a Volume de Controle: Regime Permanente, Dispositivos de Engenharia com Escoamento e Regime Transiente.

PERMUTADOR DE PLACAS TP3

Desenho e Projeto de Tubulação Industrial

PLANOS DE CONTINGÊNCIA, PROGRAMA DE ALERTA E PREPARAÇÃO DE COMUNIDADES PARA EMERGÊNCIAS LOCAIS

DEFEITOS EM BOMBAS CENTRIFUGA E SOLUÇÕES

7 Trilho de fixação do disjuntor Disjuntor 1 x 10A Calhas plásticas 30 x 30

AULA PRÁTICA 9 CARNEIRO HIDRÁULICO

Organização e Arquitetura de Computadores. Ivan Saraiva Silva

considerações a priori

CHAVES DE PARTIDA. Prof. Marcos Fergütz mar/2014

Curso Técnico (Integrado/Concomitante/Subsequente) em Curso de (Engenharia, Tecnologia, Licenciatura) em Nome do Curso MATRIZ CURRICULAR

Máquinas de Fluxo Prof. Dr. Emílio Carlos Nelli Silva Escola Politécnica da USP Departamento de Engenharia Mecatrônica e Sistemas Mecânicos

Módulo 1 - Mês 1- Aula 3

INTRODUÇÃO INFORMAÇÕES ADICIONAIS NOTAS

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

SITUAÇÃO FÍSICA PARA CONCESSÃO DE ESPAÇOS COMERCIAIS

NOME: Matrícula: Turma: Prof. : Importante: i. Nas cinco páginas seguintes contém problemas para serem resolvidos e entregues.

Relatório Preliminar Experimento 6.2 Reologia

Energia Eólica. História

Máquinas motrizes com a finalidade de transformar a maior parte da energia de escoamento contínuo da água que atravessa em trabalho mecânico.

Microrutores Precauções na Instalação

Transcrição:

Máquinas de Fluxo Aula 7 Máquinas Motoras: Perdas de Energia Professora Esp. Claudia Beatriz Bozz Engenheira Mecânica Engenharia de Segurança do Trabalho

Turbinas São equipamentos que tem por finalidade transformar a energia de escoamento (hidráulica) em trabalho mecânico. Pela definição são máquinas motoras. Energia do Fluido Energia Mecânica

Características Construtivas Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas

Características Construtivas Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Fonte: Itaipu (2009) apud Bernardinelli (2011

Características Construtivas Caixa Espiral: É uma tubulação com formato toroidal que envolve a região da roda, fabricada com chapas de aço carbono soldadas em segmentos. Faz conexão com o conduto forçado à entrada e com o pré-distribuidor à saída, e fica integrada à estrutura civil da usina. É responsável por distribuir a água igualmente na entrada da turbina (PORTAL PCH, [200-]). Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Pré-distribuidor: É composta por dois aros, entre os quais é montado um conjunto de palhetas fixas, sendo acoplado à caixa espiral. Tem a função de direcionar a água para a entrada do distribuidor. Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Distribuidor: Sistema formado por palhetas móveis, acionadas por um mecanismo regulador de velocidade e servomotores, responsáveis pela abertura e fechamento destas palhetas para o controle de vazão que entra na roda, e consequente controle da rotação da máquina. Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Roda e eixo: A roda é o componente principal da turbina, pois é nela que efetivamente ocorre a conversão de energia hidráulica em trabalho mecânico. Por este motivo, é dotado de pás com curvatura especial. O eixo, por sua vez, a acopla ao gerador. Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Fonte: Itaipu (2009).

Características Construtivas Tubo de Sucção: Duto de saída da água, também chamado de difusor ou tubo aspirador. Tem a função de manter a continuidade do escoamento, desde a saída da roda até o nível de água no poço de escapamento. Também é responsável pela recuperação parcial da energia cinética em energia de pressão, aumentado a eficiência da turbina. Fonte: Monteiro (2011). Fonte: Itaipu (2009).

Domínio da Turbina Fonte: Itaipu (2009) apud Bernardinelli (2011

Perdas de Energia São inerentes ao processo de conversão de energia. A energia total envolvida não é totalmente utilizada no processo principal. É a transformação de energia útil ao processo (energia mecânica) em formas de energia secundárias (energia térmica).

Perdas na adução É provocada devido ao atrito hidrodinâmico ao longo da tubulação e ao efeito das peças e dispositivos inseridos na adução de fluido, como grades, comportas, válvulas e entre outros. (Obtida por fórmulas empíricas).

Perdas no domínio da Turbina (Jε) São as mais importantes, ocasionada por efeitos hidrodinâmicos no domínio da turbina, como: Atrito do fluido com as paredes dos canais do rotor e sistema diretor, Turbilhonamentos, (redemoinhos quando o fluido passa por um obstáculo) Vórtices; (devido à diferença de pressão) Irregularidades no escoamento, como o choque do fluido contra o bordo de ataque das pás (quando a máquina está fora do ponto de projeto).

Perdas Volumétricas (J q ) Uma parte do volume de fluido é perdida devido à existência de folgas entre o rotor e as partes fixas da máquina, carregando consigo uma quantidade de energia que será considerada perdida durante o funcionamento da máquina. (Em turbinas modernas é relativamente reduzida)

Perdas hidráulicas(j v ) São as perdas ocorridas apenas na turbina, ou seja, é a soma das perdas no domínio da turbina e as perdas volumétricas: J v = J ϵ + J q

Perdas Mecânicas (Jp) São perdas externas, é energia consumida principalmente pelo atrito nos mancais e gaxetas, e também pelo gasto de energia no regulador de velocidade e equipamentos auxiliares.

Queda A forma primária de energia que sofre várias transformações antes de gerar trabalho mecânico é a energia potencial gravitacional.

Queda Bruta (Hb) É a queda topográfica, ou diferença de cotas entre os níveis de captação da água e o poção, ou canal de fuga, quando a turbina está fora de operação (Q=0). H b = z 3 z 0

Queda Disponível ou Líquida (H) H = z 1+ P 1 2 γ + V 1 2g z 2+ P 2 2 γ + V 2 2g É a parcela de energia efetivamente cedida para acionar a turbina, ou seja, é a energia representada pela queda bruta menos as perdas na adução. Para se determinar H, deve se aplicar a equação de Bernoulli entre a entrada e a saída.

Queda Motriz (Hm) Parcela de energia que efetivamente será convertida em trabalho mecânico no rotor. É determinada pela energia liquida menos as perdas hidráulicas: H m = H J v

Queda Útil (Hu) É a parcela de energia utilizada para o acionamento do gerador, é obtida subtraindo as perdas mecânicas da queda motriz: H u = H m J p

Queda Nominal ou de Projeto (Hn) É queda liquida disponível para a qual a turbina foi encomendada, desenvolvendo sua potência nominal sob a vazão especificada, com a qual deverá proporcionar o máximo rendimento. Caso de Itaipu: H n =118,4m, P n = 715 MW; n=95,2%