UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO EDUCACIONAL OSMAR DE AQUINO CAMPUS III GUARABIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA JAILSON MATIAS

Documentos relacionados
Prof. José Augusto Fiorin

Administração Pública: Cidades João Pessoa, 2012.

A baixa Idade Média: da crise do Feudalismo à formação dos Estados Nacionais na Europa (Séc. XI-XV) [Cap. 5 e 8] Prof. Rafael Duarte 7 Ano

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

Preparatório EsPCEx História Geral. Aula 2 O renascimento comercial e urbano

formação da sociedade

A Europa na época das Grandes Navegações

As transformações no modo de viver feudal. Profª Ms Ariane Pereira

Conceito de Feudalismo: Sistema político, econômico e social que vigorou na Idade Média.

AS TRANSFORMAÇÕES NO SISTEMA FEUDAL

Capítulo 11 Baixa Idade Média

Milhões de habitantes Milhões de habitantes

Mudanças no feudalismo

Roteiro de Estudos para o 3º Bimestre 1 os anos Roberson ago/10. Nome: Nº: Turma:

H I S T Ó R I A P L A N I F I C A Ç Ã O A M É D I O P R A Z O. DISCIPLINA: História ANO: 7 TURMAS: B, C e D ANO LECTIVO: 2011/

Da Cidade Compacta à Megalópolis Nebulosa

Agrupamento de Escolas de Santo André Departamento de Ciências Sociais e Humanas Ano letivo 2017/2018

A BAIXA IDADE MÉDIA (séc. XI XV)

ARTE GÓTICA. Prof. Nunes

Gestão Desportiva e do Lazer. Lazer e Urbanismo. Aula 03 Surgimento e formação das cidades. Texto base: SPOSITO, Maria Encarnação E.

Idade Média. Ocidental. (Séc V ao Século XV)

EXTERNATO DA LUZ ANO LECTIVO DE 2010 / 2011

ANO LETIVO 2018/2019 CRITÉRIOS ESPECÍFICOS DE AVALIAÇÃO DE HISTÓRIA - 7º Ano

INSTRUMENTOS DE TORTURA UTILIZADOS CONTRA AS HERESIAS, CONSOLIDANDO O TRIBUNAL DA INQUISIÇÃO

COLÉGIO XIX DE MARÇO excelência em educação 2012 PROVA FINAL DE HISTÓRIA

Prof. Alexandre Goicochea História

INSTRUÇÕES PARA A REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO

b) Explique o provérbio medieval O ar da cidade liberta, enfatizando as relações entre os habitantes das cidades e os senhores feudais.

CEEJA MAX DADÁ GALLIZZI. Atividade de História E. Médio U.E. 08

CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO 3.º Ciclo do Ensino Básico Departamento de Ciências Sociais e Humanas Disciplina: História -7º ano

Idade Média (século V ao XV)

PLANIFICAÇÃO ANUAL DISCIPLINA DE HISTÓRIA 7 º ANO DE ESCOLARIDADE

Agrupamento de Escolas de Terras de Bouro

Colégio FAAT Ensino Fundamental e Médio

Baixa Idade Média 1 CARACTERÍSTICAS GERAIS:

1. A multiplicidade de poderes

CARACTERÍSTICAS GERAIS OS POVOS BÁRBAROS O FEUDALISMO O IMPÉRIO CAROLÍNGEO ou REINO CRISTÃO DOS FRANCO O IMPÉRIO BIZANTINO: O IMPÉRIO ÁRABE

IDADE MÉDIA POESIA TROVADORESCA CONTEXTUALIZAÇÃO

ÁREAS DE FIXAÇÃO HUMANA

Em seu início, as cidades tinham a função administrativa, política e religiosa;

Três Soluções para o Problema Econômico 26 Tradição 27 Comando 29 O mercado 30

RESUMO: Aspectos da estrutura politico-militar romana.

Idade Média (século V ao XV)

MATRIZ DE PROVA DE AVALIAÇÃO - ENSINO SECUNDÁRIO RECORRENTE (Portaria 242/2013) ÉPOCA DE JANEIRO/2018 REGIME NÃO PRESENCIAL

MATRIZ DE PROVA DE AVALIAÇÃO - ENSINO SECUNDÁRIO RECORRENTE (Portaria 242/2013) REGIME NÃO PRESENCIAL

MATRIZ DE PROVA DE EXAME - ENSINO SECUNDÁRIO RECORRENTE (Portaria 242/2013) ÉPOCA DE JUNHO/2017

Aprendizagens essenciais Conhecimentos capacidades e atitudes Definir de regras de funcionamento e critérios de avaliação.

AGRUPAMENTO de ESCOLAS Nº1 de SANTIAGO do CACÉM Ano Letivo 2013/2014 PLANIFICAÇÃO ANUAL

MUDANÇAS NO FEUDALISMO. Professor Sebastião Abiceu 7º ano Colégio Marista São José de Montes Claros - MG

Linguagens, Códigos e suas Tecnologias História da Arte. Profa.: Consuelo Holanda

As Cruzadas, a Crise do Sistema Feudal, Renascimento Comercial, Renascimento Urbano, Pré-Capitalismo. Prof. Alan Carlos Ghedini

Serviço Educativo Municipal de Paredes. PERCURSOS PELA HISTÓRIA Planificação

IDADE MÉDIA BAIXA IDADE MÉDIA (SÉC. XI XV)

PORTUGAL NO CONTEXTO EUROPEU DOS SÉCULOS XII-XIV O DINAMISMO RURAL E O CRESCIMENTO ECONÓMICO

Evolução da Agricultura

Baixa Idade Média. Professoras: Martha Silva e Andréia Stival

ROMA ANTIGA. Antiguidade Ocidental

Técnico Design Interior

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO

2. RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO. Páginas 16 à 27.

Plano de Estudos. HIS11633 Seminário Temático em História I História 10 Semestral 260

ATIVIDADE DE HISTÓRIA PROF. MARCELO SAMPAIO ALUNO(a): Turma Assunto(s): Capítulo 12 A Europa Feudal OBS: Responda no seu caderno para posterior visto.

Mestre Consolus. Um milagre de São Pedro. Segunda metade do século XIII. A caverna confere sensação de profundidade.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SAMORA CORREIA ESCOLA BÁSICA PROF. JOÃO FERNANDES PRATAS ESCOLA BÁSICA DE PORTO ALTO

Regulação Bimestral do Processo Ensino Aprendizagem - 2º Bimestre Ano: 8º ano Ensino Fundamental Data:

MATRIZ DE PROVA DE AVALIAÇÃO - ENSINO SECUNDÁRIO RECORRENTE (Portaria 242/2013) ÉPOCA DE ABRIL/2018 REGIME NÃO PRESENCIAL

III. O valor absoluto do algarismo da ordem das centenas tem duas unidades a mais que o algarismo

Povoamento disperso; económicas predominantes: agricultura, pecuária e silvicultura.

Aula Alta Idade Média - Feudalismo

RECUPERAÇÃO PARALELA PREVENTIVA DE HISTÓRIA 7º ANO

PERFIL DE APRENDIZAGENS 7 ºANO

Com a tomada de Roma pelos povos bárbaros, em 476, inicia-se a Idade Média. A arte da Idade Média tem suas raízes na época conhecida como

MONARQUIA FRANCESA SÉC. XV-XVIII AUGE DO ABSOLUTISMO E ANTECEDENTES DA REVOLUÇÃO FRANCESA.

ESCOLA: Dr. Solano de Abreu DISCIPLINA: HISTÓRIA ANO: 7º ANO LETIVO 2013/2014 ATIVIDADES ESTRATÉGIAS. Análise de informação do manual

FEUDALISMO. CONCEITO: Modo de Produção que vigorou na Europa Ocidental durante a Idade Média e que se caracteriza pelas relações servis de produção.

1. A Geografia cultural europeia de Quatrocentos e Quinhentos

14. RENASCIMENTO COMERCIAL E URBANO. Páginas 16 à 30.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ANTÓNIO FEIJÓ 7º ANO PLANIFICAÇÃO ANUAL DE HISTÓRIA PLANIFICAÇÃO A LONGO E MÉDIO PRAZO

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

Fim do Império Romano - causas

2º bimestre 1ª série 12 - Era Medieval Formação e consolidação da Igreja Caps. 3.2, 3.3 e 7. Roberson de Oliveira Roberson de Oliveira

Conceitos Domínios a trabalhar Experiências de aprendizagem Sugestões de recursos Hominização

CAESP - Artes Aula 07-22/03/2018 ARTE MEDIEVAL ROMÂNICA E GÓTICA

Trabalho de Regulação 1 bimestre

NEOCLASSICISMO. Prof. Nunes

O que foram as Cruzadas? Prof. Tácius Fernandes

Informação aos Pais / Encarregados de Educação Programação do 5º Ano. Turmas 5º1 5º2 5º3. 1º Período 38 aulas 38 aulas 38 aulas

Conceitos Domínios a trabalhar Experiências de aprendizagem Sugestões de recursos Avaliação Aulas

HISTÓRIA DA ARTE PERÍODO DA IDADE MÉDIA

Paulo Tumasz Junior. Urbanização Mundial e Brasileira

A Europa Feudal. Professor Ulisses Mauro Lima historiaula.wordpress.com

HH 057 Ementa: Pensar os séculos XX e XXI (1914/2005)

HISTÓRIA GERAL AULA 7

BÁRBAROS Para os romanos, bárbaros eram todos aqueles que não tinham a cultura romana, que estavam fora das fronteiras do Império.

BANCO DE QUESTÕES - GEOGRAFIA - 7º ANO - ENSINO FUNDAMENTAL

Império Romano e outros impérios de sua época. Profª Ms. Ariane Pereira

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO ESCOLA SECUNDÁRIA/3 RAINHA SANTA ISABEL ESTREMOZ PLANIFICAÇÃO ANUAL / MÉDIO PRAZO HISTÓRIA 7.º ANO ANO LETIVO 2017/2018

Colégio Santa Dorotéia Área de Ciências Humanas Disciplina: Geografia Ano: 7º - Ensino Fundamental Professora: Cristiane Mattar

1. Renascimento comercial na Baixa Idade Média. Introdução

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DO BONFIM ESCOLA SECUNDÁRIA MOUZINHO DA SILVEIRA

Transcrição:

3 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO EDUCACIONAL OSMAR DE AQUINO CAMPUS III GUARABIRA CURSO DE GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA JAILSON MATIAS ARTES DA CIDADE: ASPECTOS DA CULTURA URBANA MEDIEVAL (sécs XI-XIII) GUARABIRA-PB 2012

4 JAILSON MATIAS ARTES DA CIDADE: ASPECTOS DA CULTURA URBANA MEDIEVAL (sécs XI-XIII) Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Graduação em História da Universidade Estadual da Paraíba, em cumprimento à exigência para obtenção do grau de Licenciado em História. Orientadora: Profª Dra Alômia Abrantes. GUARABIRA-PB 2012

5 FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UEPB M433a Matias, Jailson. Artes da cidade [manuscrito]: aspectos da cultura urbana medieval /Jailson Matias. 2012. 21 f. : il. color. Digitado. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em História) Universidade Estadual da Paraíba, Centro de Educação, 2012. Orientação: Prof.ª Dra. Alômia Abrantes da Silva, Departamento de História. 1. História - Idade Média. 2. Arquitetura 3. Cidade Medieval Arquitetura. I. Título. 21. ed. CDD 909.07

6

3 ARTES DA CIDADE: ASPECTOS DA CULTURA URBANA MEDIEVAL (sécs XI-XIII) Jailson Matias RESUMO Este artigo aborda o processo de revigoramento urbano e comercial ocorrido na Idade Média Central, relacionando-os com o desenvolvimento artístico do período, especialmente no que diz respeito à Arquitetura. Destaca os elementos econômicos e culturais ligados a tal desenvolvimento, procurando contribuir para uma visão do período que vá além das clássicas paisagens rurais e da pejorativa ideia de atraso, muitas vezes atribuída ao período medieval. Palavras-chaves: Cidade Arquitetura Gótico - Medievo A Idade Média, comumente, aparece destacada nos livros didáticos e mesmo nas produções literárias e cinematográficas, como um período histórico essencialmente rural, caracterizado pelas extensões territoriais dos senhorios e uma população dispersa pelos campos. Ainda que tal visão seja correspondente, há aspectos na vida do medievo que também merecem ser melhor considerados, a exemplo da vida urbana, que volta a florescer no Ocidente na chamada Idade Média Central, entre os séculos X e XIII. E, principalmente, a ligação desse crescimento urbano com o desenvolvimento artístico e cultural, que conferiu marcas especiais às cidades medievais. Partindo desta observação, intencionamos aqui falar justamente sobre tais aspectos, identificando as motivações e características do crescimento da vida urbana nessa época e como esta favoreceu e foi marcada pelo impulso artístico, notadamente na Arquitetura, que selecionamos como nosso recorte. Para tanto, percorremos uma produção bibliográfica sobre o assunto e elencamos algumas imagens representativas para tal discussão. DO DECLÍNIO AO REVIGORAMENTO COMERCIAL E URBANO Sabemos que com a crise do Antigo Império Romano do Ocidente e sua intensificação com as infiltrações dos povos germânicos (sécs. V e VI), muitas mudanças tiveram curso na região que hoje chamamos Europa, afetando as

4 estruturas socioeconômicas, políticas e culturais. Entre tais mudanças destaca-se o declínio das cidades, estas que, na fase áurea do Império Romano, eram símbolos de prosperidade e desenvolvimento. A queda demográfica, a paralisação de avanços técnicos, a forte retração do artesanato e do comércio, foram acompanhados de um êxodo urbano, que resultou na diminuição da população citadina e do perímetro das cidades, como descreve Jèrome Baschet: Roma, que deve ter atingido 1 milhão de habitantes, tem ainda 200 mil depois de 410, mas somente 50 mil no fim do século VI; para tomar outro exemplo, bem mais comum, uma cidade do centro da Gália, como Clermont, que antes se estendia por 200 hectares, encerra em estreitas muralhas um território reduzido a 3 hectares. Desde 250, tem início a diminuição do ritmo das construções públicas que faziam as honras das cidades romanas e que cessam completamente após 400 (com a exceção dos edifícios episcopais). (BASCHET, 2006, p.55) Apesar disso, o mesmo autor explica que mesmo com esse declínio considerável, as cidades ocidentais jamais desapareceram completamente e que se mantiveram como os principais atores políticos no nível local, bem como tornaram-se sedes episcopais, cultivando a função de centros religiosos. Ao longo da Alta Idade Média esse cenário pouco se alterou, em função da baixa produtividade em todos os setores econômicos e da fragmentação política. Mas, de forma gradativa, principalmente a partir do século XI, a recuperação das atividades comerciais injetou um novo ânimo à vida nas cidades e um dos setores econômicos que mais se desenvolveu foi o da construção civil. Sobre isso, Hilário Franco Júnior explica que o excedente agrícola_ obtido graças à difusão de diferentes técnicas (charrua, sistema trienal, força motriz animal, moinhos de água e de vento, etc), como de uma maior quantidade de mão de obra (incremento demográfico), trabalhando sobre uma área mais extensa_ foi responsável pelo revigoramento comercial, sobretudo nos séculos XI a XIII, sendo os maiores beneficiados os que se envolveram no comércio a longa distância. Tal comércio desenvolveu-se em torno dos eixos mediterrânico (dominado pelos italianos) e nórdico (dominado pelos alemães) e propiciaram, por exemplo, o enriquecimento das cidades italianas (Gênova, Veneza), a criação de associações de cidades (hansa teutônica) e, com a emergência das grandes feiras, inclusive o

5 surgimento de novas cidades, como destacaremos adiante. (FRANCO JR., 2001, p.41-42) A produção artesanal do período ganhou ares de indústria e as que mais se desenvolveram foram a têxtil e da construção civil. Esta última terá como palco de crescimento principalmente as cidades, beneficiada pela prática do clero de construir edifícios religiosos cada vez mais ostentatórios, da aristocracia laica, com seus castelos e edifícios de caráter militar, e de uma burguesia ascendente, que investia em residências luxuosas para imitar o padrão de vida aristocrático. (FRANCO JR., 2001, p.43) CRESCIMENTO E TOMADA DE CONSCIÊNCIA URBANA Entre 1300 e 1500 houve então um crescimento populacional espetacular em boa parte da Europa. Mesmo sem a exatidão dos números para esse crescimento demográfico, temos aspectos relevantes para identificar tal aumento, pois as estruturas nos dão uma ideia desse crescimento populacional considerável: o aumento do perímetro das muralhas, o aparecimento de burgos e subúrbios, a multiplicação das paróquias, dos conventos e das casas, nos permitem concluir que houve um considerável crescimento urbano e sugerir proporções. (JACQUES LE GOFF, 1992) Mas é necessário lembrar, como nos aponta Le Goff (1992), que as cidades medievais não se estruturaram de forma homogênea, pois algumas, por exemplo, tinham muralhas, outras não, e algumas tinham duas muralhas, como exemplificado abaixo, respectivamente, nas figuras 1 e 2. A denominação variava para essas cidades e de região para região, mas o nome de preferência, ville ou vila, prevalecia nas regiões da França, que tem um dialeto falado no Sul, enquanto na Alsácia, região francesa com fala germânica, adotaram o nome de Stadt. Muitas cidades só foram cercadas por muralhas após 1340, sob o efeito da guerra dos cem anos 1. Também é Le Goff (1992, 1998) a destacar que a muralha foi o elemento mais importante da realidade física e simbólica das cidades medievais. Embora seja provável que motivos militares tenham estado na origem da construção 1 A Guerra dos Cem Anos (1337-1453), entre a França e a Inglaterra, que teve como causa e sucessão dinástica e a disputa pela rica região de Flandres, onde se desenvolvia a manufatura de lã.

6 delas, nem por isso estas deixaram de constituir-se constituir se inspiradas no modelo dos muros antigos dos lendários, que definem um espaço sagrado da cidade, sendo este considerado um elemento essencial para a tomada de consciência urbana na Idade Média. Mesmo cercadas, as cidades mantinham ralações com o campo, ou seja, dentro das muralhas havia pedaços dos campos. Le Goff (1992) chega a fazer uma relação com os espaços verdes existentes nas cidades modernas e os jardins na Antiguidade, denominando as cidades medievais de cidades campestres. Ao redor das muralhas formavam--se se os subúrbios, provenientes de aglomeração suburbana. 2 Figura 1. Ávila, Espanha, exemplo de Cidade Medieval que contém apenas uma muralha 3 Figura 2. Carscassonne, França, exemplo de Cidade Medieval que contém duas muralhas 2 Disponível em: www.google.com.br/search?q=cidades+medievais&; www.google.com.br/search?q=cidades+medievais& acesso em 28/10/2012. Disponível em: www.google.com.br/search?q=cidades+medievais& www.google.com.br/search?q=cidade acesso em : 28/10/2012 3