IMPORTÂNCIA DO PRÉ-DIPPING E PÓS-DIPPING NO CONTROLE DA MASTITE BOVINA 1 INTRODUÇÃO

Documentos relacionados
Aspectos gerais do Manejo Preventivo da Mastite Bovina

Redução da contagem bacteriana na propriedade

Leite de qualidade LEGISLAÇÃO DO LEITE NO BRASIL. Leite de Qualidade. Histórico 30/06/ Portaria 56. Produção Identidade Qualidade

Mastites e Contagem de Células Somáticas na Bovinocultura de Leite

8/22/13. Agenda. 1. Porque a CCS é um problema atual?! Fatores de risco de mastite subclínica em vacas leiteiras e implicações econômicas!

20/05/2011. Leite de Qualidade. Leite de qualidade

FUNDAÇÃO DE ENSINO OCTÁVIO BASTOS FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA

MANUAL INFORMATIVO PARA ORDENHA MANUAL BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

MASTITE DIAGNÓSTICO, TRATAMENTO E PREVENÇÃO: REVISÃO DE LITERATURA

Mastite ou mamite é um processo inflamatório da glândula mamária causada pelos mais diversos agentes. Os mais comuns são as bactérias dos gêneros

PREVENÇÃO, CONTROLE E TRATAMENTO DAS MASTITES BOVINAS REVISÃO DE LITERATURA

Análise da qualidade do leite em pequenas propriedades de Barbacena

Guiade Higienização na

MASTITE CLÍNICA E SUBCLÍNICA EM REBANHOS LEITEIROS DA RAÇA HOLANDESA DA REGIÃO DE PALMEIRAS DE GOIÁS

2015 InfoVer São João del-rei, fevereiro de 2013

QUALIDADE DO LEITE E PAGAMENTO POR QUALIDADE MOTIVAÇÃO E PONTOS CHAVE PARA ELEVAR A QUALIDADE

Redução da contagem bacteriana na propriedade

Natalia Maíra Pereira 1 ; Marlise Pompeo Claus 2 ; Elinton W. Carneiro 3 ; Deolinda M. Vieira F. Carneiro 4

Agenda. 1. Conceitos sobre mastite bovina e métodos diagnósticos. 2. Principais agentes causadores da mastite. 3. Prejuízos causados pela mastite

MANUAL MASTITE BOVINA INFORMATIVO BPA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

Passos para Obtenção de Leite de Cabra com Qualidade

Uma simples técnica para detectar metrite

Manejo Correto da Ordenha e Qualidade do Leite

Boas práticas de ordenha utilizadas por bovinocultores de leite em Ivaiporã-PR. Good practices in milking used by dairy farmers in Ivaiporã-PR

COMO IDENTIFICAR A VACA COM MASTITE EM SUA PROPRIEDADE

GUIA TÉCNICO. Eficiência e qualidade na produção leiteira

PREVALÊNCIA E ETIOLOGIA INFECCIOSA DA MASTITE BOVINA

Gordura (g/100g) Mínimo de 3,0. Sólidos Não-Gordurosos (g/100g) Mínimo de 8,4. Acidez em ácido lático (g/100ml) 0,14 a 0,18

AVALIAÇÃO DA ROTINA DO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA. Palavras chaves: Isolamento, antimicrobianos, leite, resistência.

para controle da mastite e melhora da qualidade do leite

AÇÕES RESPONSÁVEIS PELA QUEDA DA QUALIDADE DE LEITE NO CAMPO. Cristiane de Sousa Lima 1, Alessandra Sayegh Arreguy Silva 2, Dayana de Jesus Lodi 3

Marília: Boa tarde a todos, sou médica veterinária formada pela UFMG em 93

REVISTA MASTITE BOVINA

INCIDÊNCIA DE MICRORGANISMOS CAUSADORES DE MASTITE NO GADO LEITEIRO DA REGIÃO DE GARÇA SP

Letícia C. Mendonça Veterinária, Msc. Analista P&D. Mastite bovina. Diagnóstico, prevenção e tratamento

AVALIAÇÃO DO CUSTO DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE MASTITE EM PROPRIEDADES LEITEIRAS NO MUNICÍPIO DE CERRITO RS

A Vaca. Marcelo Crisóstomo de Faria. Fisiologia do Úbere. GEA Farm Technologies. GEA Farm Technologies A escolha certa.

PERFIL DE SENSIBILIDADE DE AGENTES CAUSADORES DE MASTITE BOVINA NA REGIÃO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PRÁTICAS DE ORDENHA. Profa. Dra. Vanerli Beloti LIPOA UEL 6PIV026 - Inspeção de Leite e Derivados

INFLUÊNCIA DA SUJIDADE E HIPERQUERATOSE DE TETOS NA OCORRÊNCIA DE MASTITE SUBCLÍNICA BOVINA

PREVALENCE OF BOVINE MASTITIS BY STAPHYLOCOCCUS AUREUS: A LITERATURE REVIEW

Resumos do IX Congresso Brasileiro de Agroecologia Belém/PA a

Estratégias para controle de mastite em novilhas

IMPLANTAÇÃO DE MELHORIAS NA QUALIDADE DO LEITE PRODUZIDO ATRAVÉS DE APOIO TÉCNICO AOS PEQUENOS PRODUTORES DO MUNICÍPIO DE TEIXEIRA SOARES.

Comunicado Técnico 02

Como controlar a mastite por Prototheca spp.?

André Mendes Jorge Zootecnista

MASTITE BOVINA EM REBANHOS LEITEIROS: OCORRÊNCIA E MÉTODOS DE CONTROLE E PREVENÇÃO

MASTITE: CONTROLE E PROFILAXIA NO REBANHO BOVINO

Análise epidemiológica de um surto de mastite bovina em uma propriedade leiteira no Estado do Rio Grande do Sul

Kellen Nayara de Souza e Sérgio Domingues

REDUÇÃO DA CARGA BACTERIANA TOTAL APÓS UTILIZAÇÃO DE DESINFETANTES EM ORDENHA MECÂNICA NO HOSPITAL VETERINÁRIO DA UNIPAR EM DIFERENTES PERÍODOS

PRINCIPAIS MÉTODOS DE DIAGNÓSTICO E CONTROLE DA MASTITE BOVINA

Documentos 86. On line

AVALIAÇÃO DO EFEITO DO MEDICAMENTO ISOTERÁPICO COMERCIAL NA PREVENÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA

Qualidade do leite e manejo de ordenha Composição do Leite

Aula 05 Manejo de Ordenha. Universidade Federal do Paraná Bovinocultura de Leite Prof. Dr. Rodrigo de Almeida

Ordenha Higiênica de Leite de Cabras

PROGRAMA DE DISCIPLINA

SENSIBILIDADE IN VITRO DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS ISOLADOS DE AMOSTRAS DE LEITE DE VACAS COM MASTITE SUBCLÍNICA

USO DE PROBIÓTICOS NO CONTROLE DA MASTITE BOVINA: RELATO DE CASO.

Fatores que afetam a quantidade e a composição do leite

Disponível em: <

MATÉRIA DA CAPA Uso racional de antibióticos em fazendas leiteiras

QUALIDADE DO LEITE NAS PROPRIEDADES DE BOVINOCULTURA LEITEIRA DA REGIÃO NOROESTE DO RS, DADOS PRELIMINARES

XXV Encontro Nac. de Eng. de Produção Porto Alegre, RS, Brasil, 29 out a 01 de nov de 2005

Importância Reprodutiva em Gado de Leiteiro

Higiene na ordenha. Bruno Lopes Alvares. Coordenador do Comitê de Higienização do CBQL Químico Industrial - Universidade Paulista

Boas Práticas de Ordenha

COMO PRODUZIR LEITE DE QUALIDADE

BARBALHO,T.C.F.; MOTA, R. A. Universidade Federal Rural de Pernambuco. Rev. Bras. Saúde Prod. An. 2(2):31-36, Publicação Online da EMV - UFBA

Boas Práticas de Produção: Influência na Qualidade do Leite

BOLETIM TÉCNICO UNIVERSIDADE FEDERAL DE LAVRAS DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA MASTITE BOVINA: CONTROLE E PREVENÇÃO

Obtenção de Leite 1. INTRODUÇÃO

1. A QUALIDADE DO LEITE COM BASE NA CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS E NA INSTRUÇÃO NORMATIVA Nº

De propriedade da Sra. Edda Aulicino atualmente quem administra a fazenda é seu filho Eduardo Aulicino.

OBTENÇÃO HIGIÊNICA DO LEITE E A QUALIDADE DO PRODUTO FINAL

Qualidade do leite: utopia sem um programa sério de monitoramento da ocorrência de mastite bovina 1

DETECÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA DE ANIMAIS LACTANTES E CORRELAÇÃO DA CONTAGEM DE CÉLULAS SOMÁTICAS COM A COMPOSIÇÃO DE GORDURA E PROTEÍNA DO LEITE

PROGRAMA DE DISCIPLINA

ANÁLISE DA COMPOSIÇÃO FÍSICO-QUIMICA DO LEITE DE VACAS HOLANDESAS SUBMETIDAS A DIFERENTES TURNOS DE COLETAS¹ 1

DIAGNÓSTICO E DETERMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA DA MASTITE EM REBANHOS BOVINOS LEITEIROS NOS TABULEIROS COSTEIROS DE SERGIPE

PUBVET, Publicações em Medicina Veterinária e Zootecnia. Qualidade do leite cru refrigerado em função do tipo de ordenha

Determinação da acidez titulável em leite de cabras SRD criadas em sistema extensivo na região de Petrolina, Pernambuco

Quais os benefícios ao patrocinar um curso online?

Lembre-se, também, que uma boa ordenha é o resultado da interação harmoniosa entre a vaca, o homem e a máquina. O EQUIPAMENTO DE ORDENHA

IMPACTO ECONÔMICO DA MASTITE EM SEIS FAZENDAS DE ARAXÁ, MINAS GERAIS

OCORRÊNCIA DE MASTITE BOVINA EM FAZENDAS PRODUTORAS DE LEITE B NO ESTADO DE SÃO PAULO

Radar Técnico Qualidade do leite [20/09/2007]

Agentes etiológicos em diferentes fases de lactação em vacas produtoras de leite para consumo humano na região de Imperatriz MA

MANEJO CONSULTORIA AGROPECUÁRIA: Qualidade do leite e manejo de ordenha

MANUAL DE HIGIENIZAÇÃO

vacinas e vacinações: uso de vacinas como ferramenta para controle da mastite bovina

Jean Berg Alves da Silva HIGIENE ANIMAL. Jean Berg Alves da Silva. Cronograma Referências Bibliográficas 09/03/2012

TECNOLOGIA E CONFIABILIDADE DOS COLETORES DE AMOSTRAS INDIVIDUAIS DE LEITE DOS ANIMAIS IV CBQL FLORIANÓPOLIS - SC

Extrato aquoso de Punica granatum Linn. no tratamento de mastite bovina subclínica

Departamento de Ciências Econômicas DCECO. Tel.:

Christiano Rehbein HAGEMEYER. Universidade Estadual do Centro Oeste- UNICENTRO

Transcrição:

IMPORTÂNCIA DO PRÉ-DIPPING E PÓS-DIPPING NO CONTROLE DA MASTITE BOVINA Jaíne Fernanda Pires Locatelli 1, Geraldo de Nardi Junior 2 1 Discente do curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu Fatec Botucatu e-mail: jainelocatelli@hotmail.com 2 Professor doutor do curso de Tecnologia em Agronegócio da Faculdade de Tecnologia de Botucatu Fatec Botucatu, gjunior@fatecbt.edu.br. 1 INTRODUÇÃO O agronegócio leite ocupa um espaço de destaque na economia mundial. Este sistema industrial é um dos mais expressivos do Brasil pela sua importância social, e a atividade leiteira é praticada em todo país, em cerca de um milhão de propriedades rurais. Gera mais de três milhões de empregos diretos na produção primária e agrega mais de seis bilhões de reais ao valor da produção agropecuária nacional (MÜLLER, 2002). O leite é uma importante fonte de proteínas com alta qualidade, vitaminas, gordura, carboidratos e sais minerais (NOGUEIRA et al., 2009). O Brasil se enquadra entre os 5 maiores produtores de leite do mundo. De acordo com o IBGE, no ano de 2014, nos nove primeiros meses, a produção aumentou 7% em relação ao mesmo período de 2013. A palavra mastite, derivada do grego mastos, ou mamite, do latim mammae, designa uma doença de grande importância econômica, sobre a qual muito se tem investigado (DIAS, 2007). A mastite é uma inflamação da glândula mamária, que caracteriza-se como sendo uma doença infecciosa mais comum que afeta o rebanho leiteiro. Ela provoca extensas perdas econômicas devido a diminuição da produção de leite, a produção de leite com baixa qualidade, custos elevados com tratamento e abates prematuros de vacas com mastite crônica (MANZI et al., 2012). São classificados como fatores importantes causadores de mastites, as falhas de higiene durante o processo de ordenha, problemas com ordenhadeiras mecânicas, contaminação das mãos dos ordenadores, contaminação ambiental. São esses fatores que levam a contaminação dos tetos podendo aumentar as chances de surgimento das doenças (SARKER et al., 2013). A etiologia da mastite pode ser de origem tóxica, traumática, alérgica, metabólica, porém os patógenos são considerados como sendo causa predominante. Existem outros fatores

que contribuem para a infecção da glândula mamária como estagio de lactação, paridade, nutrição e equipamentos de ordenha (MÜLLER et al., 2012). A mastite pode ser classificada de duas maneiras: conforme a manifestação classifica-se em clínica ou subclínica; conforme os patógenos envolvidos classifica-se em mastite contagiosa ou ambiental (SANTOS, 2000). A mastite clínica é mais fácil de ser percebida, a vaca fica com o úbere inflamado e o leite com grumos, pus ou sangue. Para melhor controle deste tipo de mastite deve-se fazer o teste da caneca de fundo preto em todas as ordenhas (ROSA et al., 2009). Mastite subclínica não existe a exteriorização de sinais e sintomas clínicos. O único parâmetro alterado nesses animais é a queda na produção de leite, que pode oscilar entre 10 e 45% da produção, por mama afetada (RIBEIRO et al., 2015). Pode ser detectada pelos teste de Contagem de Células Somáticas no leite (CCS) ou com o Califórnia Mastite Teste (CMT) (ROSA et al., 2009). A mastite contagiosa é causada por microrganismos bacterianos que são parasitas obrigatórios da glândula mamaria, ou seja, só vivem dentro dela. A contaminação ocorre através de um elemento de ligação de vaca para vaca, e/ou de quarto doente e um quarto sadio. Isto é possível no momento da ordenha, pelas mãos do ordenhador, e de teteiras na ordenha mecânica, também são transmitidos de um animal para o outro (MARQUES, 2006). A mastite ambiental é causada por microrganismos presentes no ambiente, ocorrendo com maior frequência em períodos quentes e úmidos, e seu maior risco de contágio é logo após a ordenha, quando os esfíncteres dos tetos ainda estão abertos e a vaca deita sobre o solo ou material contaminado, facilitando a entrada de microrganismos no canal do teto o que leva à infecção (ROSA et al., 2009). Os princípios de um procedimento de ordenha adequado incluem higiene do úbere pré-ordenha, estimulação da descida do leite, remoção eficiente do leite e desinfecção do teto pós-ordenha (RODOSTITIS et al., 2007). O pré-dipping consiste na desinfecção dos tetos antes da ordenha e visa reduzir o número de bactérias neste local que possam contaminar o leite. O pós-dipping é fundamental para remover a película de leite que permanece no teto após a retirada do conjunto de ordenha e auxilia na prevenção de infecções neste canal (ZSCHÖCK et al., 2011).

Desta forma, o objetivo deste trabalho é demonstrar os procedimentos de prevenção da mastite bovina, tais como pré-dipping e pós-dipping e sua importância ao agronegócio. 2 MATERIAL E MÉTODOS Foi realizado estudo de caso em uma pequena propriedade rural localizada na Baixada Serrana região de Botucatu no Estado de São Paulo. Foram utilizadas 10 vacas em lactação da raça holandesa e com produção média de 10 litros/dia. As vacas são mantidas em sistema de criação extensivo, ordenhadas mecanicamente com dois conjuntos de ordenhadeira em sala de ordenha plana, uma vez ao dia. Foi avaliado os procedimentos de pré e pós-dipping, assim com os testes de caneca de fundo escuro e California Mastits Test (CMT) realizados na ordenha. 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Os animais ao serem conduzidos à sala de ordenha é realizado a limpeza dos tetos e feito o teste da caneca de fundo preto, os três primeiros jatos de leite de cada um dos tetos deve ser depositado na caneca para observação da presença grumos ou pus e se há presença de sangue ou coloração alterada, podendo ser indicativo de mastite clínica, procedimento de acordo com Rosa et al.(2009). Na sequência as vacas entram duas por vez onde são preparadas para a ordenha seguindo o procedimento: lavagem com água corrente nos tetos muito sujos, ou apenas limpos com papel toalha, logo após faz-se a imersão dos tetos com produto comercial a base de dicloroisocianurato de sódio anidro a 2,5g, este processo chama-se pré-dipping (Figura 1e 2). Figura 1. Teste da caneca de fundo preto, sem mastite Fonte: autor

Figura 2. Teste da caneca de fundo preto, com mastite O pré-dipping consiste na imersão dos tetos em soluções antissépticas (iodo a 0,1 a 0,5%, cloro a 1% ou clorexidina 0,1%) por aproximadamente 10 segundos, a fim de diminuir a carga de microrganismos residentes no local (Figura 3). Tem maior eficácia na profilaxia e no controle de microrganismos ambientais, visto que reduz a contaminação do teto adquirida no ambiente das entre ordenhas (RIBEIRO et al., 2015). Na propriedade onde foi feito o estudo de caso, a solução antisséptica utilizada foi o produto comercial a base de dicloroisocianurato de sódio anidro, porém com resultados positivos em relação ao aparecimento de mastites. Figura 3. Realização do pré-dipping Uma vez a cada 30 dias é realizado o teste de CMT utilizando uma raquete própria e o reagente específico (Figura 4). Coleta-se o leite de cada teto em cada um dos compartimentos da raquete, em seguida inclina-se a raquete até que o leite atinja a marca inferior (indicada no compartimento), depois adiciona-se o reagente do CMT até atingir a marca superior. Feito isto deve-se realizar movimentos circulares com a raquete para promover a mistura do leite com o reagente do CMT para, em seguida fazer a leitura do teste (ROSA et al., 2009).

Figura 4. Teste de california mastit test (CMT), sem mastite Após a ordenha é realizado a imersão dos tetos com produto comercial a base de iodo ativo 0,7 g e glicerina 5,0g sendo este procedimento denominado pós-dipping, responsável por prevenir e reduzir as mastites. Segundo Ribeiro et al. (2015), recomenda-se a imersão de todos os tetos ao final de cada ordenha (pós-dipping), em produtos antissépticos por cerca de 5 a 10 segundos. Esse procedimento é útil principalmente na prevenção da mastite por microrganismos contagiosos. Os princípios ativos mais utilizados são: iodo (0,5 a 1%), cloro (4%), clorexidina (0,5 a 1%). Foi utilizado no estudo de caso o produto comercial a base de iodo ativo e glicerina, apresentando resultados satisfatórios. Com a realização dos procedimentos de pré e pós-dipping reduziu-se drasticamente os casos de mastite na propriedade, poupando o proprietário com gastos de tratamento e até em casos extremos a perda do animal, além de reduzir o descarte do leite, melhorando sua produtividade. 4 CONCLUSÕES A mastite é o principal problema na pecuária leiteira, pois causa graves prejuízos ao produtor com descarte do leite, custos com o tratamento, perda do teto ou até a glândula mamária e em casos mais graves podendo levar a morte do animal. Cabe aos profissionais do agronegócio a concientização dos proprietários e as corretas informações e procedimentos para o controle e prevenção da mastite bovina.

5 REFERÊNCIAS DIAS, R.V.C. Principais métodos de diagnóstico e controle da mastite bovina. Acta Veterinária Brasílica, Mossoró, v.1, n.1, p.23-27, 2007. MANZI, M.P.; FACCIOLLI, P.Y.; NOBREGA, D.B.; TRONCARELLI, M.Z.; LANGONI, H. Relationship between teat end condition, udder cleanliness and bovine subclínical mastitis. Research in Veterinary Science. São Paulo, v. 93, p. 430 434. 2012. MARQUES, D.C. Criação de Bovinos. 7 ed. rev., atual e ampl., Belo Horizonte, CVP Consultoria Veterinária e publicações, 2006. p. 435 a 450. MULLER, E.E. 2002. Qualidade do leite, células somáticas e prevenção da mastite. Simpósio sobre Sustentabilidade da Pecuária Leiteira na Região Sul do Brasil, Anais II Sul-Leite, Toledo, PR, p.206-217. MULLER, A. B.; MEIERHOFER, R. S.; AMMON, C.; BRUNSCH R. The effects of quarter individual milking in conventional milking parlours on the somatic cell count and udder health of dairy cows.jornal of Dairy Research. United States, v. 80, p. 36 44, jul. 2012. NOGUEIRA, J. L.; SILVA, M. V. M.; PASSOS, C. C.; FERREIRA, A. O.; MICLINO, M. A.; AMBRÓSIO, C. E.. A interferência na saúde devido a presença de antibióticos no leite: uma realidade existente. XXXVI Congresso Brasileiro de Medicina Veterinária, Anais... Porto Seguro/BA, 2009. RIBEIRO, M. G.; LANGONI, H.; DOMINGUES, P. F.; PANTOJA, J. C. F. Mastite em animais domésticos. In: MEGID, J.; RIBEIRO, M. G.; PAES, A. C. (Eds). Doenças infecciosas em animais de produção e de companhia. 1.ed. Rio de Janeiro: Roca, 2016. p.1154-1205. RODOSTISTS, O. M.; GAY, C. C.; BLOOD, D. C.; HINCHCIFF, K. W.;Clínica Veterinária Um tratado de doenças de bovinos, ovinos, suínos, caprinos e eqüinos. São Paulo: Editora Guanabara Koogan, 2007. ROSA, Marcelo Simão da; Costa, Mateus J. R. Paranhos da; SANT ANNA, Aline Cristina; Madureira, Adriana Postos; Boas Práticas de Manejo Ordenha, Jaboticabal-SP. Funep 2009. SANTOS, M. V.; FONSECA, L. F.; Qualidade do leite e controle da mastite. São Paulo: Lemos, 2000. SARKER, S. C.; PARVIN M. S.; RAHMAN, A. K. M.; ISLAM, M. T. Prevalence and risk factors of subclínical mastitis in lactating dairy cows in north and south regions of Bangladesh. Tropical Animal Health Prodruction. Edinburgh, v. 45, p. 1171 1176, 2013. ZSCHÖCK, M.; EL-SAYED, A.; EISSA, M.; LÄMMLER, C., CASTAÑEDAVAZQUEZ, H. Resistencia a penicilina G y oxacilina, de cepas de Staphylococcus aureus aisladas de mastitis bovina subclínica. Veterinária México, Coyoacán, v. 42, n. 3, p. 207-217, 2011.