AVALIAÇÃO E ENCAMINHAMENTO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NEEs PARA AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS SRMs EM DOURADOS/MS

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Transcrição:

AVALIAÇÃO E ENCAMINHAMENTO DOS ALUNOS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS NEEs PARA AS SALAS DE RECURSOS MULTIFUNCIONAIS SRMs EM DOURADOS/MS *HELLEN CRISTIEY BATISTA DE MELO UFGD **MORGANA DE FÁTIMA AGOSTINI MARTINS UFGD Resumo: O presente artigo é um recorte de pesquisa de Mestrado realizada junto ao Programa de Pós Graduação em Educação da UFGD, que tem por objetivo discutir alguns aspectos quanto à Avaliação dos alunos com Necessidades Educacionais Especiais atendidas nas Salas de Recursos Multifuncionais do Município de Dourados- MS. Esta investigação integra o Observatório Nacional de Educação Especial: Estudo em Rede Nacional sobre as SRMs nas escolas comuns (ONEESP). Serão apresentados discussões sobre a avaliação no contexto escolar inclusivo e dados obtidos em entrevista realizada com os professores das SRMs do Município em questão. Discute-se a avaliação tendo como referência a Política Nacional de Educação Especial e o Programa de implantação de Salas de Recursos Multifuncionais. Nas considerações, uma breve reflexão sobre a inclusão escolar. PALAVRAS-CHAVES: Atendimento Educacional Especializado. Avaliação de alunos com NEEs. Salas de Recursos Multifuncionais. *Mestranda em Educação da UFGD, hellenufgd@gmail.com; **Professora adjunta da UFGD, morganamartins@ufgd.edu.br; INTRODUÇÃO A avaliação de alunos com Necessidades Educacionais Especiais no processo de ensino e aprendizagem é tema importante em todas as áreas da educação e deve ser discutido pelos educadores como ponto de partida e não como um fim, deixando de ter caráter classificatório e passando a ter caráter diagnóstico, por meio do qual o professor possa acompanhar e compreender os avanços e dificuldades dos alunos. A educação especial é considerada como parte integrante da proposta da educação inclusiva e deve ser ofertada especialmente por meio do Atendimento Educacional Especializado (AEE) de maneira transversal, ou seja, em todos os níveis e modalidades de ensino. (VELTRONE, 2012, p. 02) A dimensão educativa do processo de avaliar implica que os resultados da assimilação do conhecimento e habilidades transformem-se em princípios e modos de agir frente à realidade, isto é, em convicções que requerem do professor uma compreensão clara do significado social e político do seu trabalho. Na prática pedagógica do professor é importante que este crie condições e meios para que o aluno desenvolva suas capacidades e habilidades intelectuais. O professor tem o papel de 3104

promover ao aluno o domínio dos conhecimentos científicos, de acordo com suas potencialidades. A política de avaliação na inclusão escolar prevê mudanças no sistema educacional brasileiro, para que seja garantido o atendimento dos alunos com NEEs com qualidade. A luta pela inclusão escolar se refletiu na busca da sociedade em garantir esse atendimento, de forma a aceitar e respeitar as diferenças. [...] é importante reiterar os propósitos do movimento de inclusão escolar, já que o termo inclusão instiga a configuração de novos rumos e horizontes para a educação e, sobretudo, almeja possibilitar não apenas o acesso, mas também a permanência de todos os excluídos e marginalizados no âmbito do ensino regular, na qual inclui aqueles alunos com deficiência, carentes, hiperativos, obesos, negros, com déficit de aprendizagem, dentre outros. (SOUZA e MARTINS, 2013, p. 279). O sistema de ensino requer que ofereçam aos alunos meios de acesso ao currículo e que, muitas vezes, necessitam de modificações para atender às necessidades específicas destes alunos. Sendo assim, o atendimento às NEEs justifica essa modificação de forma que o aluno aprenda e se desenvolva. A avaliação só faz sentido na medida em que serve para o diagnóstico da execução e dos resultados que estão sendo buscados e obtidos. A avaliação é um instrumento auxiliar da melhoria dos resultados. De acordo com Marins e Matsukura (2009) [...] a avaliação pode compreender tanto o sistema de avaliação dos alunos, como das ações e políticas implementadas. (MARINS e MATSUKURA, 2009, p. 48) Alguns meios nos auxiliam no processo de avaliação, como o registro de observações, impressões e situações de aprendizagem semanais e constituem um rico instrumento para o planejamento do trabalho do professor, oferecendo subsídios para avaliar os resultados no trabalho com os alunos. Avaliar, então, deixa de ser um ato mecânico, limitado a quantificar se os alunos foram capazes de executar uma tarefa com proveito ou não, e passa a ser um novo olhar sobre o que foi feito e sobre os desafios que ainda deverão ser atingidos. De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Lei 9394/1996, determina em seu artigo 24, inciso V, [...] a) avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais. Observa-se portanto, que os sistemas tem se preocupado em garantir a todos uma prática avaliativa que considere todos os aspectos. No documento do MEC (2006), Saberes e práticas da inclusão: avaliação para identificação das Necessidades Educacionais Especiais, o mesmo apresenta alguns aspectos da avaliação dos alunos com NEEs, vejamos: A natureza dos procedimentos usados, se somativos ou formativos; A frequência das práticas avaliativas; As ações que se seguem ou, como usa os resultados das avaliações; Os tipos de perguntas que o professor faz para avaliar a aprendizagem dos alunos; A participação dos alunos em processos autoavaliativos; Se prevalecerem as comparações entre resultados obtidos por alunos ou o aluno é comparado com ele mesmo se são feitas analises das habilidades adaptativas, sociais e das competências curriculares dos alunos; 3105

O uso de adequações nos processos avaliativos; A avaliação por meio de várias tarefas em diferentes contextos; A comunicação dos resultados aos alunos e familiares; Se os alunos também avaliam a prática docente; (BRASIL, 2006, p. 59,60). Segundo a Resolução nº 2 de 11 de setembro de 2001, que institui as Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica, Art. 6º Para a identificação das Necessidades Educacionais Especiais dos alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino e aprendizagem, contando, para tal, com: I - a experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores, orientadores e supervisores educacionais; II - o setor responsável pela educação especial do respectivo sistema; III - a colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde, Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério Público, quando necessário. (Brasil, 2001. p.70) Para Sacristán, a avaliação desempenha diversas funções, tanto para o professor e para o aluno, como para a instituição escolar, a família e o sistema social. Uma das funções destacadas é a pedagógica, pois [...] o fato de avaliar não surge na educação como uma necessidade de conhecimento do aluno e dos processos educativos. [...] avalia-se pela função social que com isso se cumpre. É uma missão historicamente atribuída à escola e concretamente aos professores, realizada num contexto de valores sociais, por certas pessoas e com certos instrumentos que não são neutros. (SACRISTÁN, 1998, p.322) Conceituando o AEE nas Salas de Recurso Multifuncional O professor de AEE atende a todos os alunos que são o público-alvo da Educação Especial. Para atuar na Educação Especial, o professor deve ter formação para o exercício do magistério de nível básico e conhecimentos específicos da área adquiridos em cursos de aperfeiçoamento e de especialização. Analisando a proposta de formação de professores contida no documento do Observatório Nacional de Educação Especial, pode-se afirmar que a proposta de formação para atuar no AEE é bastante complexa, pois deve envolver habilidades e conhecimentos para trabalhar: Com todos os tipos de alunos com necessidades educacionais especiais (deficiência intelectual, deficiência física, deficiência auditiva, deficiência visual, deficiência múltipla transtornos globais de desenvolvimento, e talentosos/ superdotados); Em todos os níveis e modalidades de ensino (educação infantil, ensino fundamental, ensino médio, ensino superior, educação do campo, educação tecnológica, educação de jovens e adultos) e, Em todos os tipos de lócus (escolas especiais, classes de recursos, classes hospitalares, ensino domiciliar, exceto nas classes especiais, opção esta vedada pela política); (MENDES, 2010, p.24) O Atendimento Educacional Especializado é uma forma de garantir que sejam reconhecidas e atendidas as particularidades dos alunos com deficiência. O atendimento, na maioria das 3106

vezes, ocorre em contra turno ao horário de aula das classes de ensino regular. De acordo com a SEESP o atendimento educacional especializado tem como função: [...] identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. As atividades desenvolvidas no atendimento educacional especializado diferenciam- se daquelas realizadas na sala de aula comum, não sendo substitutivas à escolarização. Esse atendimento complementa e/ou suplementa a formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela. (SEESP, 2008, p.15). O trabalho nas salas de recursos multifuncionais no município de Dourados/MS. As Salas de Recursos Multifuncionais foram implantadas no Município de Dourados tendo uma das escolas na área central da cidade como pioneira (piloto) no modelo da sala de recursos, desde 2006. Atualmente, a escola atende como SRMs, oferecendo o AEE. A Sala de Recursos Multifuncionais é um espaço organizado com materiais pedagógicos, didáticos, equipamentos tecnológicos, entre outros e profissionais com formação para o atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer suporte necessário a alunos que possui algum tipo de deficiência, favorecendo seu acesso ao conhecimento. Com base nessas discussões, partimos do pressuposto que a escola precisa se alertar ao fato de que, quanto maior a diversidade no ambiente escolar, maior deverá ser a nossa capacidade de criar novas formas de ver o mundo e avaliar de diferentes maneiras. [...] A educação inclusiva é uma possibilidade de romper as barreiras que inviabilizam a aceitação das diferenças entre as pessoas. Mas, trata-se de um processo complexo, que exige capacitação, exercício da tolerância, conhecimento e que também necessita de avaliação permanente. (FREITAS, 2008, p. 334). Transformar as práticas discriminatórias é um desafio, que implica inovações na forma do professor avaliar o processo de ensino e aprendizagem, uma vez que avaliar significa refletir sobre suas próprias atitudes. Portanto, essa postura exige a negação do caráter padronizador da aprendizagem, eliminando as características excludentes das escolas comuns, que adotam propostas pedagógicas tradicionais e conservadoras. OBJETIVOS Este artigo tem por objetivo discutir alguns aspectos quanto à avaliação dos alunos com NEEs atendidos pelos professores das Salas de Recursos Multifuncionais do Município de Dourados- MS. MÉTODO Local da pesquisa: O encontro ocorreu numa Sala de Recurso cedida por uma das escolas participantes da pesquisa. Participantes: 08 Professores das Salas de Recurso Multifuncional do Município de Dourados-MS. Materiais: Gravador de áudio e projetor de áudio visual. 3107

Procedimento de coleta: Os participantes foram esclarecidos quanto aos objetivos do trabalho, bem como assinaram o Termo de Consentimento Livre e esclarecido. O encontro foi conduzido a partir de um roteiro de entrevista estruturado com 26 questões. Os dados foram tabulados a partir das transcrições. De acordo com as (08) professoras, o processo de inserção dos alunos com laudo médico é realizada por meio da matrícula na escola. Por sua vez, os alunos que não possuem laudo médico, são observados pelo professor regente e professor da Sala de Recurso Multifuncional, num período de sondagem, para que os mesmos, num diálogo com os pais, possam orientá-los na possibilidade de atendimento clínico no qual, o médico realizará o diagnóstico da deficiência. Em hipótese alguma o professor realiza diagnóstico clínico do aluno. Ainda que já tenham impressões sobre o desenvolvimento da criança. RESULTADOS Quanto à identificação e encaminhamento do aluno, o papel do professor da sala de recursos multifuncional, juntamente com o professor regente e a coordenação, é orientar aos pais para o encaminhamento ao atendimento médico dessa criança, para ver as reais necessidades e se há realmente necessidade de AEE na Sala de Recurso Multifuncional. [...] Quando é identificado é encaminhado ao medico, né, ele é o único que pode dar um laudo, (a gente faz uma observação né), a gente observa o aluno na sala até trás pra nós observarmos né, a gente aplica algumas atividades pra gente perceber onde esta a dificuldade dele, aí nós chamamos os pais do aluno pra orientá-los pra procurar um atendimento clínico. (p.01) Algumas professoras sentem dificuldades em elaborar esse parecer, pela complexidade das informações necessárias a serem relatadas. O encaminhamento é realizado pela Secretaria de Saúde Municipal, identificando o tipo de atendimento que a criança necessita. A escola e a secretaria de educação tentam agilizar o processo para o atendimento desse aluno, buscando um agendamento via Sistema Único de Saúde SUS. Percebe-se pela fala das professoras a necessidade de uma equipe especializada (Psicólogos, Fisioterapeutas, Fonoaudiólogos, clínicos gerais, entre outros) em parceria com a secretaria de educação para o atendimento desses alunos, visto a variedade de características e sinais das crianças. [...] eu acho que o encaminhamento é feito por professores da sala multifuncional mesmo, a gente não tem uma equipe que faz essa avaliação, a gente que faz e (mas tem os casos que é medico né Janete) a gente faz e orienta né, os encaminhamentos, né, por exemplo, partindo sempre do posto, de passar pelo pediatra, pelo clinico, e ele que vai dar o encaminhamento necessário, por isso que a gente faz o relatório, porque o pediatra já tem ai um ponto de partida, entendeu, se a criança tem dificuldade na linguagem e tal né, essa questão do relatório também ajuda né. [...] (p. 07) Com relação à organização do atendimento, as professoras destacaram que para o aluno ser elegível para a SRM é exigido o laudo médico. No que se refere ao atendimento clínico, varia de acordo com a necessidade da criança. No que se refere ao atendimento na SRM, quando há 3108

essa necessidade, o atendimento é imediato, até que o laudo médico seja recebido. Essa decisão é tomada pela professora da SRM. A forma de avaliação desse alunado é individual. A partir do período de sondagem, que dura aproximadamente 1 semana, é realizado um plano de atendimento individualizado para cada aluno. Esse plano é realizado por semestre, sendo flexível e sujeito a mudanças. Segue-se um modelo indicado pelo MEC, solicitado pela secretaria de educação. Ainda no processo de avaliação, é realizado no início do ano, um relatório com o Plano de Ação contendo todas as atividades que serão desenvolvidas com os alunos na SRM. No decorrer do ano, é elaborado pela professora um portfólio diário das atividades desenvolvidas junto ao aluno, levando em consideração o seu desenvolvimento, o aprendizado adquirido e os recursos/materiais utilizados com este aluno. No plano de ação do professor da Sala de Recursos Multifuncional (um dos objetivos do AEE) há a presença da interação entre professor da SRM, a escola e a família. O professor da sala de recursos multifuncional tem o papel de fazer uma ponte de interação entre a escola e a família, bem como, mostrar aos pais e a escola a capacidade dos alunos com NEEs de aprenderem e se desenvolvem em todos os aspectos da vida. O trabalho realizado pelas professoras da sala de recurso multifuncional visa, por meio de adaptação de materiais, atividades diferenciadas, jogos e brincadeiras, entre outras coisas, sucesso da criança. Na escola, um dos objetivos do AEE é a maior interação com o professor regente e demais funcionários, buscando quebrar barreiras de atitudes preconceituosas no ambiente escolar. Para as professoras participantes, é importante auxiliar na relação com o professor que esta na sala de aula, dando orientações de como trabalhar, de como organizar o ambiente da sala para melhor atender ao aluno e a turma toda. O professor da SRM faz parceria com as famílias, quando possível, no sentido de orientá-las a dar continuidade em casa, no trabalho realizado em sala de aula, levando essa prática para casa, interagindo com os pais dando informações importantes no que se refere ao atendimento clínico e pedagógico, bem como, esclarecendo dúvidas sobre o quadro de seu filho. No que refere à promoção e/ou retenção dos alunos com NEEs, em geral, ocorre mais casos de promoção, levando em consideração o que a escola tem feito para melhorar a qualidade no atendimento desses alunos. Os casos de retenção são mínimos (dois anos na mesma série). Quando há casos de retenção é realizada uma conversa com os pais para explicar os motivos pelos quais o aluno não avançará de série. Além disso, é realizada orientação e suporte aos alunos para manter uma visão positiva. Nos casos de retenção, procura-se trabalhar a autoestima da criança e da família, para que não haja desistência. [...] é no conselho, (o conselho didático é que decide, né eu tenho oportunidade de participar do conselho didático no final do ano, aí eu faço defesa do seguinte, ter a deficiencia nem justifica reter nem justifica ir promovendo, eu preciso num final do ano num contexto de professor regente e professor de sala multifuncional e toda a escola, quais foram os avanços que essa criança teve esse ano nessa turma, né, ele tem distorção de idade serie, onde ele vai ter mais ganhos, é indo pro ano seguinte ou ficando mais um ano nessa turma, se ele ficar o que a escola vai oferecer pra ele o ano que vem, ele vai ser reter porque acredito que ele vai ter mais ganhos no ano[...] (p. 18) 3109

CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante das discussões sobre a avaliação na inclusão escolar e o trabalho do AEE nas Salas de Recurso Multifuncional, pudemos destacar que para se construir uma escola inclusiva, é necessário que cada professor delineie um caminho, construindo suas próprias iniciativas e seu próprio percurso, de acordo com as necessidades, anseios, desejos e potencialidades de seus alunos, considerando os recursos de sua comunidade. De fato, constatamos que a escola torna-se inclusiva quando há um projeto pedagógico elaborado coletivamente, entre as instituições educativas, familiar e os profissionais especializados, voltados para a inclusão escolar e que discutam, principalmente a forma de avaliar esse aluno sem preconceitos e discriminação e, com a preocupação de partir de suas potencialidades antes de suas limitações. A maior necessidade encontra-se na esfera das atitudes, posturas, formas de lidar com a diversidade e a diferença significativa de cada aluno. Essa não deve ser responsabilidade só do professor, mas de toda equipe escolar. Olhando para a educação no país, podemos observar muitos avanços na área educacional voltada para alunos com Necessidade Educacionais Especiais (NEEs). No entanto, ainda há muito o que fazer para melhorar o atendimento desses alunos, bem como, ampliar as Políticas Públicas voltadas para formação continuada do professor. Considerando-se que o professor necessita de formação constante, para que possa refletir sobre seu trabalho, buscando aperfeiçoar o ensino oferecido, sabendo identificar aqueles que apresentam alguma dificuldade de aprendizagem e promovendo estratégias para que todos tenham o atendimento necessário para o seu pleno desenvolvimento. A proposta de uma educação inclusiva exige um conjunto de atitudes, que assegure ao aluno com Necessidades Educacionais Especiais o direito de beneficiar-se dela. A avaliação, de forma geral, é um importante instrumento que poderá indicar os caminhos a serem percorridos no processo de ensino e não apenas para julgamento das possibilidades de desenvolvimento do aluno. É necessário que a avaliação tenha função ativa na busca pela qualidade do ensino em escolas públicas brasileiras, principalmente, no atendimento a alunos com Necessidades Educacionais Especiais. Uma avaliação dinâmica permite aos educadores ampliar seu repertorio de procedimentos e instrumentos, avaliar as competências reais de seus alunos, valorizar a subjetividade do aluno como critério de avaliação, a oportunidade de perceber os diferentes estilos cognitivos e as múltiplas inteligências e a oportunidade de construir conhecimento pedagógico a partir da própria experiência. (MONTEIRO, 2010, p. 23) Trazendo as discussões sobre a avaliação para o contexto familiar, percebe-se a importância da participação da família em realizar procedimentos e, principalmente, no que diz respeito ao desenvolvimento e suas condições pessoais. [...] a família deve ser analisada sob as características do ambiente familiar (condições de moradia, cultura e expectativas de futuro) e sob as variáveis relacionadas ao convívio familiar (relações afetivas, qualidade de comunicação, oportunidades de desenvolvimento). (MONTEIRO, 2010, p. 20). Para potencializar sua participação e assim fornecer o desenvolvimento das crianças com NEEs, bem como a contribuição para uma sociedade mais justa e igualitária. 3110

REFERÊNCIAS BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC/SEESP, 1996.. Saberes e práticas da inclusão: avaliação para identificação das necessidades educacionais especiais. [2.ed.] / coordenação geral SEESP/MEC. Brasília: MEC, Secretaria de Educação Especial, 2006.. RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 2, DE 11 DE SETEMBRO DE 2001.Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. 2001.. MEC. SEESP. Inclusão: Revista Educação Especial, Brasília, v. 4, n. 1, p. 1-61, jan./jun. 2008. Acessado no portal do www.mec.gov.br, dia 27/08/2012 às 10hs. FREITAS. N. K. Inclusão socioeducativa na escola: avaliação do processo e dos alunos. Ensaio: Aval. Pol. Públ. Educ., Rio de Janeiro, v.16, n.60, p. 323-336, Jul-Set. 2008. MARINS, S. C. F.; MATSUKURA, T. S. Avaliação de Políticas Públicas: a inclusão de alunos com Necessidades Educacionais Especiais no Ensino Fundamental das Cidades- Pólo do Estado de São Paulo. Relato de pesquisa. Revista Brasileira de Educação Especial. Marília, v. 15, p. 45-64, jan-abr. 2009. MENDES, E. G. Das margens ao centro: perspectivas para as políticas e praticas educacionais no contexto da educação especial inclusiva/ Enicéia Gonçalves Mendes, Maria Amélia Almeida, organizadoras. Araraquara, SP: Junqueira& Marin, 2010. MONTEIRO, F. de Jesus. Avaliação em contexto: reflexões para a escola inclusiva numa perspectiva histórico cultural. Disponível em www.ufpi.br/subsitefiles/ppged/arquivos/files/vi.encontro.2010/gt11/gt11-06-2010/pdf. Acessado dia 06/05/2013 SACRISTÁN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino/ J. Gimeno Sacristán e A. I. Pérez Gómez; trad. Ernani F. da Fonseca Rosa 4.Ed. Artmed, 1998. SOUZA, C. J., MARTINS, M. de F. A. Amálgama entre o professor inclusivo e o universo da educação física. Revista Educação Especial, v.26, n.46, p.277-292, maio/ago. 2013. Santa Maria. Disponível em: <http://www.ufsm.br/revistaeducacaoespecial VELTRONE, A. A., MENDES, E. G., CIA, F. Análise da legislação Brasileira sobre a avaliação e educação especial. VII Encontro Nacional dos Pesquisadores d Educação Especial. São Carlos SP, 2012, CD-ROM. 3111