3ª Jornada Científica e Tecnológica da FATEC de Botucatu 22 a 24 de Outubro de 2014, Botucatu São Paulo, Brasil

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Transcrição:

CUSTOS DE MUDAS DE SANGRA D'ÁGUA PRODUZIDAS EM SUBSTRATO A BASE DE BIOSSÓLIDO COMPOSTADO Gláucia Uesugi 1, Danilo Simões 2, Cristiano Bueno de Moraes 3, Magali Ribeiro da Silva 4 1 Discente de Doutorado em Ciência Florestal Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA/UNESP, email: ci_uesugi@yahoo.com.br 2 Professor Assistente Doutor Faculdade de Tecnologia de Botucatu 3 Professor Adjunto Doutor da Universidade Federal do Tocantins 4 Professora Assistente Doutora do Depto de Ciência Florestal - Faculdade de Ciências Agronômicas - FCA/UNESP 1 INTRODUÇÃO O uso de materiais orgânicos na composição de substratos como o biossólido, além de ser uma boa alternativa para destinação dos resíduos, é uma fonte de nutrientes para as plantas e pode reduzir os altos custos de insumos necessários para produção de mudas florestais (TRAZZI et al., 2013). Vasconcelos et al. (2012) analisando os custos de quatro viveiros florestais, concluíram que a gestão eficaz é fundamental para o sucesso do empreendimento, o que demanda acurado planejamento e controle de custos. Hahn et al. (2006) calcularam a contribuição de cada fator no custo da produção de mudas florestais nativas e concluíram que as despesas com fertilizantes e substratos é de aproximadamente 7 e 15%, respectivamente, para viveiros de maior nível tecnológico, e de 5 e 18%, respectivamente, para viveiros de menor nível tecnológico. Simões et al. (2012) testando diferentes misturas para a composição de substratos para produção de mudas via seminal de Eucalyptus grandis x Eucalyptus urophylla, concluíram que o menor tempo de permanência da muda no viveiro influenciou diretamente na redução dos custos, sugerindo-se a utilização de substratos que possibilitem o maior desenvolvimento e qualidade das mudas em um menor período. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar o custo de produção de mudas de Croton urucurana Baill.,espécie arbórea nativa popularmente conhecida como sangrad'água, produzidas em substratos compostos por misturas de biossólido compostado e casca de arroz carbonizada em diferentes concentrações de fertilizantes na solução nutritiva. 2 MATERIAL E MÉTODOS Este estudo foi desenvolvido no Viveiro de Pesquisa de Mudas Florestais da Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da UNESP, Botucatu-SP.

O experimento teve uma distribuição inteiramente casualizada em esquema fatorial 3x3 (3 substratos e 3 dosagens de fertilização), totalizando 9 tratamentos, cada qual composto por 4 parcelas de 12 indivíduos, sendo 8 indivíduos úteis para avaliação da qualidade. Os substratos testados foram compostos por misturas de substrato a base de biossólido compostado (BC) proveniente da Estação de Tratamento de Esgoto de Botucatu e casca de arroz carbonizada (CAC),nas seguintes proporções: S2 =2 BC:1 CAC e S3 = 1 BC:2 CAC (v/v), sendo a testemunha (S1) um substrato comercial constituído de turfa, vermiculita e casca de arroz torrefada. As mudas que se desenvolveram sobre estes substratos foram submetidas a 3 diferentes soluções de fertirrigação, sendo: A1 = solução nutritiva padrão (viveiro comercial); A2 = solução nutritiva 50% mais concentrada que a padrão; A3 = solução nutritiva 100% mais concentrada que a padrão (Tabela 1). Tabela 1. Teor de nutrientes das soluções nutritivas aplicadas às mudas Nutrientes Solução nutritiva (mg L -1 ) A1 A2 A3 N 483,60 725,40 967,20 P 444,00 666,00 888,00 K 400,50 600,75 801,00 Ca 312,00 468,00 624,00 Mg 72,20 108,30 144,40 S 101,11 151,67 202,22 Fe 16,25 24,38 32,50 Mn 3,12 4,68 6,24 Cu 0,33 0,50 0,66 B 4,59 6,89 9,18 Zn 1,20 1,80 2,40 As sementes foram colhidas no município de Botucatu-SP e semeadas em tubetes de 120 cm³, alocadas em bandejas cuja densidade foi de 450 plantas por m 2. As mudas passaram por todas as estruturas do viveiro (Tabela 2).

Tabela 2. Etapas para a produção de mudas de Croton urucurana Estrutura Vazão dos bicos (L hora -1 ) Tempo de permanência (dias) Irrigação total recebida (mm) Casa de vegetação 7 45 168 Casa de sombra 105 14 147 Estufa 200 86 860 Canteiro tipo minitúnel 108 31 (substratos S2e S3) 477 55 (substrato S1) 681 A partir dos 120 dias após a semeadura (DAS) foram realizadas nove adubações padrão para todos os indivíduos, pois as mudas apresentavam sinais de deficiência nutricional. As adubações foram constituídas das seguintes substâncias: nitrato de cálcio; uréia; monoamoniofosfato (MAP) purificado; cloreto de potássio; sulfato de magnésio. Também foi acrescentado 1mL L -1 de solução de micronutrientes constituída por: ácido bórico; sulfato de manganês; sulfato de zinco; sulfato de cobre; molibdato de sódio; e Ferro. O conjunto desses fertilizantes forneceram macronutrientes nas dosagens de 310; 88; 240; 160, 53e 38 mgl -1 de N, P, K, Ca, S e Mg, respectivamente e micronutrientes nas dosagens de 0,92; 0,065; 0,62; 0,31, 0,06 e 3,25 mg ml -1 de solução de B, Cu, Mn, Zn, Mo e Fe, respectivamente. Após este período iniciou-se a aplicação das diferentes soluções nutritivas via fertirrigação, com frequência de três vezes por semana. Os fertilizantes usados foram: nitrato de cálcio; monoamoniofosfato (MAP) purificado; uréia; nitrato de potássio; sulfato de magnésio; e solução de micronutrientes na concentração de 5 ml L -1. Para que a muda fosse considerada apropriada para plantio em campo, foram estabelecidos padrões mínimos de altura da parte aérea e diâmetro do colo, que foi de 22cm e 3mm, conforme Fonseca et al. (2002), no qual estudaram uma espécie cujas características ecológicas são semelhante à pesquisada neste trabalho. Também foi considerada a qualidade do sistema radicular, conforme Simões et al.(2012). Os custos de produção foram estimados de acordo com a metodologia proposta por Hoffman (1987) e expressos em dólar comercial americano. Foi considerado como taxa de câmbio o preço da moeda estrangeira oficial do Banco Central do Brasil (PTAX 800) a preço de venda, medido em unidades e frações da moeda nacional, que era de R$ 1,9903 em 16/04/2013 (BANCO CENTRAL DO BRASIL, 2013).

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES As mudas que se desenvolveram sobre os substratos constituídos de biossólido compostado (S2 e S3) atingiram padrões de qualidade considerados apto ao plantio (FONSECA et al., 2002; SIMÕES et al., 2012) aos 176 DAS. Durante esse período foram realizadas nove aplicações de solução nutritiva. Já as mudas que se desenvolveram sobre o substrato comercial (S1), atingiram os padrões de qualidade pré-estabelecidos aos 200 DAS, o que totalizou quinze aplicações de solução nutritiva. Os custos de produção de mudas variaram de acordo com as composições dos substratos e manejo nutricional. O maior custo de produção foi obtido no tratamento S1A3, que resultou em 328.19 US$ mil -1. Este fato pode ser explicado em função da maior concentração de nutrientes da fertilização A3 e do tempo de permanência no viveiro, em função do substrato S1 ter menor aporte de nutrientes o que resultou no aumento do ciclo de produção. Este aumento implicou na quantidade de fertirrigações, irrigação, energia elétrica e dispêndios com mão-de-obra, entre outros. Quando comparado ao tratamento com menor custo de produção (S2A1) a diferença foi de aproximadamente 18,0%. As mudas produzidas com este substrato demandaram menor ciclo de produção, decorrente provavelmente da maior quantidade de nutrientes contidos no biossólido compostado, já que este substrato continha maior proporção do referido componente. De uma forma geral, os substratos com o componente biossólido compostado obtiveram os menores custos médios de produção 275.01US$ mil -1, os quais apresentaram uma diferença de custos entre eles inferior a 1%. Simões et al. (2012) produzindo mudas via semente de Eucalyptus urophylla x Eucalyptus grandis em diferentes composições de substratos e tubetes de 50cm³, aos 92 dias após a semeadura, encontraram um custo médio de US$ 105.68 por milheiro. Concluíram que o ciclo de produção das mudas é um fator imperativo no custo operacional total (COT), corroborado pelos valores estimados para as espécies avaliadas. Ainda ressaltam que se deve conciliar o custo com a qualidade da muda, já que nos substratos de menores custos foram obtidas mudas de qualidade inferior que necessitariam de uma maior permanência no viveiro. As mudas produzidas com as menores dosagens de fertilizantes, desde que produzidas com biossólido compostado (S2A1 seguido do S3A1) tiveram os menores

custos operacionais totais (COT) e, consequentemente, as melhores margens brutas de comercialização (Tabela 3). Os valores encontrados são decorrentes dos menores custos dos componentes utilizados, menor tempo de viveiro e menos aplicações de solução nutritiva em relação ao substrato testemunha. Tabela 3. Custos operacionais totais (COT), valores de comercialização e margem bruta da produção de mudas de Croton urucurana Tratamentos COT (US$ mil -1 ) Valor de comercialização (US$ mil -1 ) Margem bruta (%) S1A1 314.31 602.90 91,81 S1A2 321.57 602.90 87,48 S1A3 328.19 602.90 83,70 S2A1 269.89 602.90 123,39 S2A2 273.86 602.90 120,15 S2A3 277.84 602.90 117,00 S3A1 272.18 602.90 121,51 S3A2 276.16 602.90 118,32 S3A3 280.13 602.90 115,22 O que mais impactou o valor do COT em todos os tratamentos foi o custo com a mão-de-obra, que variou entre 67,0 e 71,0%. Simões e Silva (2010) fazendo uma análise econômica do processo de produção de mudas de eucalipto por propagação vegetativa em um viveiro florestal de grande porte, também encontraram que as despesas com recursos humanos foram as que mais oneraram o custo, embora atingindo percentuais bem inferiores (37,5%) ao encontrado nesta pesquisa, justificado pela alta tecnologia do viveiro pesquisado pelos referidos autores. 4 CONCLUSÕES As mudas de sangra-d'água produzidas nos substratos formulados por biossólido compostado na fertilização menos concentrada foram as mais viáveis economicamente, sobretudo no substrato composto por duas partes de biossólido para uma parte de casca de arroz carbonizada (Tratamento S2A1). O custo com recursos humanos foi o que mais impactou o custo total de produção de mudas.

5 REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. Conversão de moedas. Disponível em: <http://www4.bcb.gov.br/pec/conversao/conversao.asp>. Acesso em: 20abr. 2013. FONSECA, E.P.; VALERI, S.V.; MIGLIORANZA, E.; FONSECA, N.A.N.; COUTO, L. Padrão de qualidade de mudas de Trema micrantha (L.) Blume, produzidas sob diferentes períodos de sombreamento. Revista Árvore, Viçosa-MG, v.26, n.4, p.515-523, 2002. HAHN, C.M. et al. Custo. In: HAHN, C.M. (Ed). Recuperação florestal: da semente a muda. São Paulo: SMA, 2006. p. 73-76. HOFFMANN, R.; ENGLER, J.J.C.; SERRANO, O.; THAME, A.C.M.; NEVES, E.M.Administração da Empresa Agrícola. São Paulo: Pioneira, 1987. 325 p. SIMÕES, D.; SILVA, M.R. Análise técnica e econômica das etapas de produção de mudas de eucalipto. Cerne, v.16, n.3, p. 259-366, 2010. SIMÕES, D.; SILVA, R. B. G.; SILVA, M. R. Composição do substrato sobre o desenvolvimento, qualidade e custo de produção de mudas de Eucalyptus grandis Hill ex Maiden Eucalyptus urophylla S. T. Blake. Ciência Florestal, Santa Maria, v. 22, n. 1, p. 91-100. 2012. TRAZZI, P.A.; CALDEIRA, M.V.W.; PASSOS, R.R.; GONÇALVES, E.O. Substratos de origem orgânica para produção de mudas de teca (Tectona grandis Linn. F.). Ciência Florestal, v. 23, n. 3, p. 401-409, 2013. VASCONCELOS, Y.L.; YOSHITAKE, M.; FRANÇA, S.M.; SILVA, G.F. Métodos de custeio aplicáveis em viveiros florestais. Custeio e @gronegócioonline, v. 8, n. 2, 2012. Disponível em: <http://www.custoseagronegocioonline.com.br/numero2v8/viveiros.pdf>. Acesso em 22 nov. 2013. Agradecimentos Agradecimentos à CAPES pela concessão da bolsa de mestrado da primeira autora.