CONSULTÓRIO DE IRS I Em parceria com o Jornal de Negócios



Documentos relacionados
SEGUROS DE VIDA IRS 2014

SEGUROS DE VIDA IRS 2015

Regime Fiscal Seguros Reais e de Poupança -

MOD.3. Peça a sua senha em:

IRSIRSIRSIRSIRS. mod Envie a declaração de rendimentos pela internet. Peça a sua senha em:

Fiscalidade de Seguros

Quais as principais diferenças entre um seguro de vida individual e um seguro de vida de grupo?

ALTERAÇÕES AO CÓDIGO DO IRS DL 238/2006 E LEI 53-A/2006

EM QUE CONSISTE? QUAL A LEGISLAÇÃO APLICÁVEL?

Enquadramento Fiscal dos Advogados em. sede de IRS, IVA e segurança social

Regime geral dos trabalhadores por conta de outrem

Tabela de deduções à coleta e benefícios fiscais

POUPANÇA. Simplifica. PPR Capital Garantido. Crie o futuro hoje.

REAL PPR SEGURO MAIS Informações Pré-Contratuais

JUROS DE HABITAÇÃO PERMANENTE, PRÉMIOS DE SEGUROS, COMPARTICIPAÇÕES EM DESPESAS DE SAÚDE, PPR, FUNDOS DE PENSÕES E REGIMES COMPLEMENTARES

A empresa Branco & Lima Contabilidade e Consultoria, Lda presta serviços de contabilidade, fiscalidade, consultoria, gestão e serviços complementares.

OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS 2013

Alienou acções nacionais ou estrangeiras detidas durante menos de 12 meses?

PROGRAMA DE SOLIDARIEDADE E APOIO À RECUPERAÇÃO DE HABITAÇÃO

g ~ autoridade tributária e aduaneira A Portaria n 421/2012, de 21 de dezembro, aprovou os novos modelos de impressos da

SERVIÇO DE FINANÇAS DO PORTO 3 IRS / 2012 ABATIMENTOS, DEDUÇÕES E BENEFÍCIOS FISCAIS ABATIMENTOS E DEDUÇÕES ANO DE 2011

Assim, integram a Categoria E os rendimentos de capitais, enumerados no artigo 5.º do CIRS.

empresarial Jorge Figueiredo

7. A Soc. Z efectuou, pela 1ª vez, ajustamentos em dívidas a receber ( Provisões para créditos de cobrança duvidosa), conforme quadro abaixo:

OBRIGAÇÕES DECLARATIVAS

SEJA RESPONSÁVEL EVITE ATRASOS E MULTAS FACILITE A SUA VIDA! 1ª Fase - 1 a 31 de Março de 2014, para rendimentos das categorias A e H;

CONTALIVRE CONTABILIDADE, AUDITORIA E GESTÃO DE EMPRESAS,LDA CIRCULAR Nº 1/2014 IRS

Comentários da AIP-CCI ao Anteprojeto da Reforma do IRS

GUIA PRÁTICO REDUÇÃO DA TAXA CONTRIBUTIVA MEDIDA EXCEPCIONAL DE APOIO AO EMPREGO PARA O ANO 2010 INSTITUTO DA SEGURANÇA SOCIAL, I.

Perspectiva Fiscal SAMUEL FERNANDES DE ALMEIDA. de de 2012

Neste artigo iremos dedicar especial atenção às novas regras do. IRS, introduzidas pela Reforma levada a cabo pelo Governo no final

Fiscalidade em Portugal. Um primeiro olhar

Documento de Apoio Simulador de Rendas

CALENDÁRIO FISCAL 2015

TRATAMENTO FISCAL DE PARTILHA POR DIVÓRCIO

1. Rosto. Quadro 5 Residência fiscal

IMPOSTOS SOBRE O RENDIMENTO

PERIODICIDADE ENTREGA MÍNIMA PRAZO TAXA TÉCNICA Anual Semestral Trimestral Mensal Extraordinária/Única. Mínimo 5 Anos

Obrigações declarativas das entidades que não exercem a título principal atividades comerciais, industriais ou agrícolas

Boletim Informativo AMI 10467

As alterações do OE 2015 e da Lei 82-E/2014 com impacto nas relações laborais

MEMORANDO. Cartões 6 Cartões de dupla funcionalidade (débito/crédito)

Enquadramento Fiscal

GUIA PRÁTICO MEDIDA EXCECIONAL DE APOIO AO EMPREGO - REDUÇÃO DE 0,75 PONTOS PERCENTUAIS DA TAXA CONTRIBUTIVA A CARGO DA ENTIDADE EMPREGADORA

SEMINÁRIO CROWE HORWATH ORÇAMENTO DO ESTADO PARA 2011 (IRC) 2011 Crowe Horwath International

2.28. Benefícios dos Empregados

PROSPECTO SIMPLIFICADO (actualizado a 31 de Dezembro de 2008) Designação: Liberty PPR Data início de comercialização: 19 de Abril de 2004

PASSAPORTE PARA ANGOLA

RELATÓRIO & CONTAS Liquidação

PPR EMPRESAS Informações Pré-Contratuais

Instrumento de captação de aforro estruturado (ICAES) e Juros de depósito

Contas à ordem Conta ordenado Conta não residente Depósito a prazo Contas Poupança-Habitação (CPH) Cartões de dupla funcionalidade (débito/crédito)

Nota informativa. Novo Regime Fiscal dos Organismos de Investimento Colectivo. Decreto-Lei n.º 7/2015, de 13 de Janeiro

Impostos & Contribuição Social 4º trimestre 2010

DECLARAÇÃO DE IMPOSTO DE RENDA 2015 DETALHES A OBSERVAR

Glossário sobre Planos e Fundos de Pensões

Informações Fundamentais ao Investidor PRODUTO FINANCEIRO COMPLEXO

RECIBO DE RENDA ELETRÓNICO FAQ

Decreto-Lei n.º 219/2001, de 4 de Agosto *

n.º 1 A taxa de 23% passou para 21% Mantêm-se sem alteração as restantes taxas

2. Que pessoas estão sujeitas a retenção na fonte? 3. Que prestações estão sujeitas a retenção na fonte?

Obrigações nacionais / estrangeiras

Regime de contabilidade de caixa em sede de IVA

INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO DA DECLARAÇÃO MODELO 10 RENDIMENTOS E RETENÇÕES DE SUJEITOS PASSIVOS RESIDENTES INDICAÇÕES GERAIS

Especial Imposto de Renda 2015

INFORMAÇÃO EMPRESARIAL SIMPLIFICADA - IES DECLARAÇÃO ANUAL PERGUNTAS & RESPOSTAS. Formulários ANEXO I

Calendário Fiscal. Fevereiro de 2014 DIA 10. Segurança Social - declaração de remunerações (Janeiro)

autoridade tributária e aduaneira

Prospecto Informativo CA Solução Poupança Activa

REAL PPR Condições Gerais

Descarregue gratuitamente actualizações online em Fiscal Col. Legislação ( ). Novembro, 2009.

CONDIÇÕES GERAIS. Tomador do seguro A entidade que celebra o contrato de seguro com a VICTORIA e que assume a obrigação de pagamento do prémio.

DISSOLUÇÃO E LIQUIDAÇÃO DE SOCIEDADES

REGIME FISCAL DOS RENDIMENTOS OBTIDOS PELOS ÁRBITROS

REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DE TIMOR-LESTE MINISTÉRIO DAS FINANÇAS. DIRECÇÃO NACIONAL DOS IMPOSTOS DOMÉSTICOS Imposto de Retenção

Fiscalidade 2013 Última atualização 2013/09/17. Cartões 6 Cartões de dupla funcionalidade (débito/crédito)

Formulários ANEXO C 239) QUAL É A UNIDADE MONETÁRIA A CONSIDERAR PARA PREENCHIMENTO DA IES?

Portaria n.º 92-A/2011, de 28 de Fevereiro - 41 SÉRIE I, 1º SUPLEMENTO

Trabalhadores Independentes Atualizado em:

NOTA DE APRESENTAÇÃO

NEWSLETTER Fevereiro 2014 SEGURANÇA SOCIAL 2014

SOLARH. Legislação aplicável: Definição e Objectivos:

Impostos Diferidos e o SNC

Advocacia e Cidadania

Março é mês de pagamento especial por conta

ANEXO AO BALANÇO E À DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS Anexo ao Balanço e à Demonstração de Resultados

N E W S L E T T E R A P A O M A

DOCUMENTAÇÃO. Acção de Formação Fiscalidade

Sobretaxa extraordinária

Fundo de Pensões. Ordem dos Economistas 2012

IRPF 2014 CARTILHA IR 2014

Preenchimento da Declaração Modelo 3 de IRS de 2015

O E / 2008 IRC / IRS / BENEFÍCIOS FISCAIS

RERD. Regime Excecional de Regularização de Dívidas Fiscais e à Segurança Social FAQS

ESTATUTO DOS BENEFÍCIOS FISCAIS CAPÍTULO X. Benefícios fiscais relativos ao mecenato. Artigo 61.º. Noção de donativo. Artigo 62.º

Quem são os prestadores de serviços digitais e que serviços são tributados?

FAQ S PORTARIA DE CERTIFICAÇÃO DE SOFTWARE - ÓPTICA DO UTILIZADOR-

GUIA PRÁTICO DOENÇA PROFISSIONAL - PRESTAÇÕES POR MORTE

Fundo de Investimento Imobiliário Fechado Beirafundo

Transcrição:

CONSULTÓRIO DE IRS I Em parceria com o Jornal de Negócios No contexto de uma parceria do Departamento Fiscal da SRS Advogados com o Jornal de Negócios, temos vindo a publicar naquele jornal o Consultório de IRS rubrica na qual se responde a questões de IRS colocadas pelos leitores. A presente Nota Informativa procede à compilação de um conjunto de respostas, preparadas pelo Departamento Fiscal da SRS e publicadas no referido jornal ao longo da semana passada. Sobretaxa extraordinária de IRS Como faço para incluir o valor da sobretaxa extraordinária que foi aplicada este Natal no imposto retido na fonte? Devo somá-lo? sobretaxa devida a final, a qual será apurada com a entrega, em 2012, da declaração de rendimentos de IRS relativa aos rendimentos auferidos em 2011. Se a retenção na fonte tiver sido superior ou inferior ao valor da sobretaxa extraordinária devida a final, ocorrerá, respectivamente, reembolso ao sujeito passivo ou pagamento por este da diferença devida. O montante do imposto retido a título de sobretaxa deverá ser incluído no anexo A quadro 4A da Modelo 3 IRS, separadamente em relação à retenção na fonte de IRS. Rendimentos de Trabalho Dependente No que diz respeito aos rendimentos das categorias A e H auferidos em 2011, a sobretaxa extraordinária foi aplicada sob a forma de retenção na fonte, à taxa de 50%, sobre o subsídio de Natal, na parte que excedia o valor da retribuição mínima mensal garantida (RMMG = 485,00), após dedução da retenção na fonte normal de IRS e das contribuições para a Segurança Social. A retenção na fonte da sobretaxa extraordinária foi efectuada a título de pagamento por conta da Como faço para declarar os montantes pagos à minha empregada doméstica (retribuição e Segurança Social)? Tenho algum benefício em sede de IRS por estar a empregar uma pessoa? Conta nas deduções? Tendo em conta que os rendimentos pagos à empregada doméstica foram repartidos por mais 2 pessoas (3 no total), temos de declarar de forma independente ou 1 pessoa pode fazer pelos 3 de forma global? 1

Os custos relacionados com o pagamento de uma empregada doméstica não são dedutíveis em sede de IRS. Apenas na situação em que os contribuintes exerçam uma actividade empresarial ou profissional poderão tais custos ser eventualmente deduzidos, caso sejam necessários ao desenvolvimento da referida actividade, e desde que o rendimento tributável de tal actividade empresarial ou profissional seja determinado com base em contabilidade organizada. A declaração do rendimento pago à empregada doméstica deve ser efectuada por cada uma das pessoas que efectuou os correspondentes pagamentos. 1) Como é feito o englobamento dos rendimentos das categorias E e G? Os rendimentos da categoria A são adicionados aos rendimentos de das categorias E e G e depois determina-se a taxa de IRS? 2) Os prejuízos com as "menos valias Bolsistas", só reduzem ao rendimento e só posso compensar mais valias nos próximos 2 anos se optar pelo englobamento? O leitor irá apresentar a sua declaração Modelo 3 IRS com os respectivos anexos A (rendimentos da categoria A), anexo E (rendimentos da categoria E) e anexo G (rendimentos da categoria G). Estou desempregada, recebo prestações desemprego. Tenho que proceder à entrega da declaração IRS? Encontrando-se desempregada e a receber prestações de desemprego, está dispensada de entregar a declaração anual de rendimentos excepto se obtiver qualquer outro tipo de rendimento que determine a entrega da declaração, ou se for casada e o seu cônjuge auferir rendimentos sujeitos a declaração, caso em que têm de entregar a declaração de IRS conjunta. Rendimentos de Capital e Mais-valias Em 2011, tive 11.500 de menos-valias bolsistas, recebi 570 de dividendos e tenho também PPRs com 8,7,6 anos cujo foi negativo no valor 311,60. Tenho também um empréstimo à habitação e 2 depósitos a prazo no valor de 600. Nos termos da lei, para englobar os rendimentos sujeitos a uma taxa liberatória, como é o caso dos rendimentos da categoria E, o leitor deveria ter solicitado até 31 de Janeiro a emissão de declaração aos Bancos. Estes reservam-se o direito de não as emitir para além desse prazo. Se optar por englobar dos rendimentos sem ter a documentação de suporte indicada, em caso de uma inspecção, poderá a Autoridade Tributária corrigir a sua liquidação de imposto anual, com aplicação de juros e de coimas. O Código do IRS prevê a possibilidade de os contribuintes residentes optarem pelo englobamento dos rendimentos da Categoria E (por exemplo, juros e dividendos) e da Categoria G (mais-valias na venda de acções), o que implica que os mesmos sejam somados aos demais rendimentos do sujeito passivo (por exemplo, aos rendimentos da Categoria A, relativos ao trabalho dependente), ficando então sujeitos a tributação às 2

taxas gerais de IRS. As taxas de IRS serão determinadas consoante o escalão aplicável. Conforme foi referido, as mais-valias ou menosvalias com a venda de acções podem ser englobadas. No entanto, ao fazê-lo, o leitor fica obrigado a englobar também todos os rendimentos de capitais sujeitos a taxas liberatórias que tenha auferido (v.g. juros e dividendos). Caso opte pelo englobamento, as menos-valias apuradas com a venda de acções podem ser deduzidas, nos dois anos seguintes, aos rendimentos da mesma natureza ou seja, por exemplo, a mais-valias obtidas na venda de acções ou outros valores mobiliários desde que no ano em causa volte a optar pelo englobamento. No caso vertente, estando em causa obrigações do tesouro ou de qualquer empresa no mercado secundário, assumimos que terá havido intermediação daquelas entidades. Nesse caso, o comprador não está obrigado a declarar a aquisição desses títulos. Rendimentos Prediais Recebi num processo de inventário metade de um imóvel. Esse andar é habitado pela minha mãe que no mesmo inventário recebeu a outra metade, não tendo por isso lucros visto que ela o habita. Estou desempregada e recebo pensão de alimentos do meu marido. (400 Euros). Terei que declarar o imóvel e apresentar IRS? A compra de obrigações do tesouro ou de qualquer outra empresa no mercado secundário têm que ser declarada? Se sim, como? Em determinadas condições, existe a obrigação acessória de declarar a compra de valores mobiliários. Em regra, a tributação em sede de IRS apenas abrange os rendimentos efectivamente auferidos pelos contribuintes. Deste modo, a simples detenção do direito de propriedade sobre um imóvel, sem que daquele se aufira qualquer rendimento, não constitui rendimento tributável em sede de IRS. Assim, a declaração modelo 4 (disponível no portal da Autoridade tributária Modelos e formulários Obrigações acessórias) é de entrega obrigatória pelos alienantes e adquirentes de valores mobiliários (obrigações e outros títulos de dívida, títulos de participação, unidades de participação, outros valores mobiliários), quando a transacção seja efectuada sem a intervenção de entidades financeiras, tais como bancos e corretoras. Relativamente à pensão de alimentos, atento o valor em causa, a mesma não tem de ser declarada em sede de IRS. Em suma: Caso a leitora não tenha mais rendimentos para além dos referidos, não tem de entregar declaração de IRS. Indemnizações Recebi em 2011 2.500 de uma companhia de seguros referente a uma indemnização de um 3

acidente em que foi interveniente um meu irmão que entretanto já faleceu, era solteiro e os meus pais também já faleceram. Igual quantia receberam também os meus irmãos, ainda vivos. Terei que declarar este valor no IRS de 2011? O IRS não incide sobre as indemnizações devidas em consequência de lesão corporal, doença ou morte, pagas ao abrigo de contrato de seguro. Em consequência, a indemnização recebida por si e pelos seus outros irmãos não está sujeita a IRS. Pensões O meu pai está num lar desde Novembro de 2011. No anexo dos rendimento de pensões tenho também de colocar o valor que ele recebeu de pensão no ano de 2011? Pergunto porque dado ele só ter entrado em Novembro e se tiver que colocar os seus rendimentos, estou a aumentar a minha matéria colectável apenas para descontar 2 meses de lar. PPR Tinha um PPR que após 5 anos se venceu em 2011. Tive um ligeiro prejuízo. É necessário declarar no IRS as menos valias verificadas? Apenas é tributável o rendimento do PPR que exceda as contribuições que tenham sido pagas para este. No caso de se receber um valor inferior às contribuições realizadas para o PPR, não há rendimento tributável. O rendimento decorrente do PPR é tratado como um rendimento de pensões (categoria H), se for auferido sob a forma de rendas regulares e periódicas. Em contrapartida, se for recebido através de reembolso, corresponde a um rendimento de capitais (categoria E). Neste último caso, aplicam-se as regras dos rendimentos de capitais, com algumas condições específicas: a matéria colectável é constituída por 2/5 do rendimento (ou seja da diferença entre os prémios pagos e o capital devido no vencimento); a tributação é autónoma e efectuada à taxa de 20%. O rendimento de pensão auferido pelo pai da Leitora deve ser, por princípio, declarado na declaração de IRS do seu pai. De igual modo, os encargos com o lar devem ser deduzidos à colecta em 25% do seu valor pelo próprio pai da leitora, até ao montante de 403,75. Apenas na hipótese de o seu pai auferir um rendimento igual ou inferior à remuneração mínima mensal ( 485,00 em 2011), poderá a leitora deduzir 25% do encargo com o lar que suporte, até ao limite de 403,75. Sujeitos Passivos casados ou em união de facto Já é possível que dois contribuintes que até agora têm feito a declaração IRS conjunta, o fazerem individualmente? Os contribuintes casados devem entregar apenas uma declaração de IRS, sendo tributados em conjunto. Apenas em caso de separação de facto, poderão entregar declarações de IRS individualmente. 4

Por outro lado, os contribuintes que não são casados, mas vivam em união de facto e preencham os pressupostos constantes da respectiva lei, podem optar pela entrega conjunta da declaração de IRS. Tratando-se de uma opção, podem não a exercer e entregar a declaração de IRS individualmente. Deduções à colecta Gostaria de saber quais as deduções à colecta previstas em sede de IRS com a prestação da casa, PPR s, saúde, etc. Relativamente ao ano fiscal de 2011, são dedutíveis à colecta 30% dos encargos com imóveis referentes a juros e amortizações de dívidas contraídas com a aquisição, construção ou beneficiação de imóveis para habitação própria e permanente, até ao limite de 591 (acrescido em 10% no caso de imóveis com certificado energético nas categorias A ou A+). Este limite é também elevado em 50%, 20% e 10%, respectivamente, para os sujeitos passivos com rendimento colectável até ao limite dos 2º, 3º e 4º escalões de rendimento. No que se refere aos PPR s, são dedutíveis à colecta do IRS 20% dos valores aplicados no respectivo ano por sujeito passivo não casado, ou por cada um dos cônjuges não separados judicialmente de pessoas e bens, em planos de poupança-reforma, tendo como limite máximo: a) 400 por sujeito passivo com idade inferior a 35 anos; b) 350 por sujeito passivo com idade compreendida entre os 35 e os 50 anos; c) 300 por sujeito passivo com idade superior a 50 anos. Contudo, note-se que, para a declaração de rendimentos relativa a 2011, está previsto um limite máximo para o somatório das deduções à colecta previstas no Estatuto dos Benefícios Fiscais (como é o caso da relativa ao PPR). Este limite aplica-se a partir do 3º escalão de rendimentos, sendo de 100. Nos escalões de rendimento seguintes, o limite da dedução vai sendo progressivamente menor, até que, no escalão de rendimentos mais elevado, os benefícios fiscais não são dedutíveis. Os montantes gastos com saúde são dedutíveis à colecta de IRS em 30%. As despesas de saúde que correspondam a bens e serviços isentos de IVA ou sujeitos à taxa reduzida de 6% não estão, para o ano de 2011, sujeitas a um limite autónomo. Quanto às despesas de saúde relativas a bens e serviços sujeitos à taxa normal de IVA, a sua dedução, desde que justificada mediante receita médica, é admissível até ao maior dos seguintes valores: (i) 65 ou (ii) 2,5% das restantes despesas de saúde, caso existam. Todavia, note-se que, para o ano fiscal de 2011, quanto aos sujeitos passivos enquadrados nos dois escalões de rendimento mais elevados, as deduções à colecta de despesas de saúde, em conjunto com as de despesas de educação, encargos com lares e encargos com imóveis, têm ainda os seguintes limites: 1,666% do rendimento 5

colectável, até ao valor de 1.100, para o penúltimo escalão, e 1.100 para o último escalão. Qual montante dedutível à colecta com encargos da educação? As despesas de saúde que correspondam a bens e serviços isentos de IVA ou sujeitos à taxa reduzida de 6% não estão, para o ano de 2011, sujeitas a um limite autónomo. Devem ser declaradas no anexo H, quadro 8, campo 801. Os encargos com educação e formação profissional são dedutíveis à colecta em 30% do total das despesas deste tipo que sejam efectuadas, com o limite de 760, desde que as condições a seguir enumeradas estejam verificadas: a) Os estabelecimentos de ensino estejam integrados no sistema nacional de educação, ou sejam reconhecidos como tendo fins análogos pelos ministérios competentes, ou por entidades reconhecidas pelos ministérios que tutelam a área da formação profissional; b) As despesas estejam comprovadas. Todavia, note-se que, para o ano fiscal de 2011, quanto aos sujeitos passivos enquadrados nos dois escalões de rendimento mais elevados, as deduções à colecta de despesas de educação, em conjunto com as de despesas de saúde, encargos com lares e encargos com imóveis, têm ainda os seguintes limites: 1,666% do rendimento colectável, até ao valor de 1.100, para o penúltimo escalão, e 1.100 para o último escalão. Uma factura de despesas de saúde justificadas através de receita médica devem ser declarados em que campo da declaração de IRS? Os montantes gastos com saúde são dedutíveis à colecta de IRS em 30%. Quanto às despesas de saúde relativas a bens e serviços sujeitos à taxa normal de IVA, a sua dedução tem necessariamente que ser justificada mediante receita médica, e é admissível até ao maior dos seguintes valores: (i) 65 ou (ii) 2,5% das restantes despesas de saúde, caso existam. Devem ser declaradas no anexo H, quadro 8, campo 802. Note-se todavia que, para o ano fiscal de 2011, quanto aos sujeitos passivos enquadrados nos dois escalões de rendimento mais elevados, as deduções à colecta de despesas de saúde, em conjunto com as de despesas de educação, encargos com lares e encargos com imóveis, têm ainda os seguintes limites: 1,666% do rendimento colectável, até ao valor de 1.100, para o penúltimo escalão, e 1.100 para o último escalão. No caso de um pai divorciado que tenha acordo de guarda conjunta em que se prevê o pagamento de pensão de alimentos a uma menor e ainda 50% das despesas de educação e saúde em que campos deverão ser incluídas estas despesas? As despesas extracurriculares podem ser incluídas uma vez que fazem parte do acordo? No que diz respeito ao ano de 2011, os dependentes (filhos, adoptados, menores não emancipados, menores sob tutela, ou maiores com menos de 25 anos com rendimentos inferiores ao 6

valor da retribuição mínima mensal garantida cf. artigo 13.º do Código do IRS) não podem fazer parte simultaneamente de mais de um agregado familiar. O sujeito passivo obrigado a pagar uma pensão de alimentos estabelecida por sentença judicial ou por acordo homologado nos termos da lei civil, como é o caso do leitor, apenas poderá deduzir as importâncias referentes ao pagamento da pensão de alimentos na sua declaração de IRS, indicando o montante e o NIF do beneficiário. Se as despesas extracurriculares fizerem expressamente parte do acordo homologado, concorrerão para o valor global da pensão de alimentos a considerar. Os montantes que excederem o valor fixado por acordo homologado a título de pensão de alimentos não serão aceites. Existe, igualmente, um limite máximo de 1.187,5 por mês, por cada beneficiário. A dedução à colecta corresponde a 20% dos encargos com pensões de alimentos. Relativamente aos campos da declaração de IRS, deverá declarar no quadro 6 do anexo H, campo 601, o montante despendido a título de pensão de alimentos nos termos acima referidos. Benefícios Fiscais Em Dezembro levantei o meu PPR que fiz no ano 2006. Não declarei o montante no meu IRS. A pergunta é a seguinte: não vou ser penalizado por ter feito o levantamento? O benefício fruído em anos anteriores, ao efectuar deduções à colecta do IRS, nos termos do artigo 21º número 2 do Estatuto dos Benefícios Fiscais, relativamente aos valores aplicados no PPR, fica sem efeito caso o levantamento do PPR seja efectuado fora das condições legalmente previstas. Nesse caso, deve ser acrescida à colecta do IRS do ano em que ocorrer o pagamento (ou seja, em 2011) um montante correspondente a 1% das importâncias pagas a título de capital. Assim, caso o leitor tenha subscrito um PPR em 2006, e tenha depois efectuado as deduções à colecta de IRS correspondentes aos montantes aplicados em cada ano, ao resgatar o PPR em 2011 sem que o faça em caso de reforma por velhice, desemprego de longa duração, incapacidade permanente para o trabalho, doença grave, ou por atingir idade superior a 60 anos de idade - e mesmo que já tenham decorrido 5 anos desde a constituição do PPR - deveria referir o facto na sua declaração de IRS respeitante ao ano de 2011, sofrendo a aludida penalização correspondente a 1% das importâncias pagas a título de capital para o PPR. Pelo contrário, se o levantamento do PPR ocorrer após pelo menos cinco anos, e corresponder a uma das situações acima referidas, então não haverá lugar a penalização. Gostaria de saber se os donativos entregues a IPSS, no Nº9 do Anexo H ainda continuam a ser válidos e se este tipo de doação não será uma boa forma de dedução no IRS, ao mesmo tempo que se ajudam as instituições que precisam. Se eu doar por exemplo 100 a uma IPSS, quanto é que isso me vai ser considerado no meu IRS? Há limite de valor a 7

doar nestes casos? Há plafonds de abatimento no IRS para estas doações? No quadro 9 do anexo H da declaração de IRS, o leitor identifica a IPSS ou a pessoa colectiva de utilidade pública de beneficência ou de assistência humanitária a quem pretende atribuir uma quota equivalente a 0,5% do seu IRS liquidado. Note-se que nem todas as instituições podem ser destinatárias desta consignação. Atente-se à lista oficial dos beneficiários com os respectivos números de pessoa colectiva (cf. http://info.portaldasfinancas.gov.pt/nr/rdonlyres/ 14AC8CD5-EF4C-4D73-A704 F44B0BD0541C/0/Entidades_autorizadas_a_benefi ciar_consignacao.pdf) Importa, todavia, salientar que o benefício associado à realização dos donativos pode ficar condicionado pelos limites globais estabelecidos para a dedução à colecta de benefícios fiscais. Com efeito, para 2011 existem tectos máximos para a fruição dos benefícios fiscais a partir do 3º escalão de rendimentos. Significa isto que, a partir de um rendimento colectável anual de mais de 7410, o limite para a utilização dos vários benefícios fiscais previstos corresponde a 100, reduzindo-se este limite à medida que se sobe de escalão de rendimento. Prazos de entrega e Preenchimento de declarações Existe ainda um regime dos donativos, por exemplo na vertente de Mecenato Social ou Cultural, que difere do acima referido. Os donativos em dinheiro atribuídos, nos termos previstos no Estatuto dos Benefícios Fiscais, pelas pessoas singulares residentes em território nacional, são dedutíveis à colecta do IRS do ano a que digam respeito, com as seguintes especificidades: (i) em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, nos casos em que não estejam sujeitos a qualquer limitação; (ii) em valor correspondente a 25% das importâncias atribuídas, até ao limite de 15% da colecta, nos restantes casos; (iii) as deduções só são efectuadas no caso de não terem sido contabilizadas como custos. Os donativos concedidos a igrejas, instituições religiosas, pessoas colectivas de fins não lucrativos pertencentes a confissões religiosas, são dedutíveis à colecta, em 130% do seu quantitativo. Sou trabalhador por conta de outrem, mas registeime nas Finanças no ano de 2011 também com actividades por conta própria de prestação de serviços e comércio de artigos. No entanto, não efectuei em 2011 qualquer prestação de serviços ou venda por conta própria, sendo que os meus únicos rendimentos neste ano provêm de trabalho por conta de outrem e mais-valias de acções. O que é que devo preencher na declaração de IRS relativamente às minhas actividades por conta própria, das quais não obtive qualquer rendimento? Os titulares de rendimentos da categoria B rendimentos empresariais e profissionais que mantenham a actividade aberta deverão entregar a declaração de rendimentos (i) em suporte papel, durante o mês de Abril, (ii) por transmissão electrónica de dados, durante o mês de Maio. O facto de não ter auferido quaisquer rendimentos 8

da categoria B em 2011 não afasta a obrigação de apresentação do anexo B e de cumprir o prazo acima indicado. No caso de não ter exercido actividade nem ter obtido quaisquer rendimentos da categoria B, no ano a que respeita a declaração, deve assinalar o campo 4 do quadro 12. 9

CONTACTOS www.srslegal.pt _LISBOA R. Dom Francisco Manuel de Melo nº21, 1070-085 T +351 21 313 2000 F +351 21 313 2001 _FUNCHAL Av. Zarco nº2, 2º, 9000-069 Funchal T +351 29 120 2260 F +351 29 120 2261 _1 _2 _PORTO (*) R. Tenente Valadim nº215, 4100-479 T +351 22 543 2610 F +351 22 543 2611 _3 _4 1_ PAULA ROSADO PEREIRA ADVOGADA COORDENADORA, Tax T. +351 21 313 2033 paula.pereira@srslegal.pt 2_ MARIA DA GRAÇA MARTINS ADVOGADA SENIOR, Tax T. +351 21 313 2019 graça.martins@srslegal.pt 3_ MAGDA FELICIANO ADVOGADA ASSOCIADA, Tax T. +351 21 313 2066 magda.feliciano@srslegal.pt 4_ LARA PEREIRA ADVOGADA ESTAGIÁRIA, Tax T. +351 21 313 2048 lara.pereira@srslegal.pt 10