NOVAS DIRETRIZES DO ITCMD



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Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

Transcrição:

NOVAS DIRETRIZES DO ITCMD 1 UNIÃO ESTÁVEL/CONCUBINATO RECONHECIMENTO COMPETÊNCIA TRIBUTAÇÃO ESFERA JUDICIAL/ADMINISTRATIVA Chegou-se a constatação de que o Parecer n. 151/2010 do Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado do Paraná, merece ser revisto, na medida em que, a ampla jurispudência1 de nossos tribunais, admite o reconhecimento da condição de companheira (a) ou concubino (a), pelo próprio juizo em que tramita o inventário ou arrolamento, mesmo que tacitamente, desde que os herdeiros interessados, reconheçam tal condição, e também face o que dispõe o art. 19, da Resolução n. 35/2007-CNJ, que dispõe expressamente que "A meação do companheiro (a) pode ser reconhecida na escritura pública, desde que todos os herdeiros e interessados na herança, absolutamente capazes, estejam de acordo". Assim, não cabe ao fisco exigir o reconhecimento judicial da condição de meeiro (a), podendo ser acatada a declaração, mesmo que tácita, do juízo do inventário, que reconheceu tal condição, ao companheiro (a) ou concubino (a); Em havendo reconhecimento pelo juízo que delibere acerca da partilha estabelecida pelas partes, cabe ao fisco apontar a tributação devida, na forma disposta pelos interessados; Na esfera administrativa, na esteira na Resolução n. 35/2007, será acatada a partilha estabelecida, na forma disposta pelos interessados. 2 JÓIAS E AÇÕES Concluiu-se pela necessidade de inclusão na base de cálculo do ITCMD de tais itens, sendo que no caso de jóias, obras de arte, ou outros bens de valor, uma vez arrolados entre os bens a serem partilhados, devem ser objeto de atribuição de valor para fins de cálculo, podendo ser analisado o valor aos mesmos atribuídos, e em sendo o caso, aceito o valor estabelecido, ou mesmo podendo ser aceita eventual avaliação judicial; Apelação Civil e Reexame Necessário n. 0170507-7, de Londrina, Acórdão 25.710, DJ. 19/08/2005, 1 Câmara Civel, TJPR; Apelação Civil n 2011.008614-5/0000-00 de Iguatemi, Julgamento em 03/04/2012, Mato Grosso do Sul; Agravo de Instrumento n. 2011.057453-0, de Tangará-SC; Agravo de Instrumento n. 6446202, da 18 Câmara Civel do TJPR, Julgamento em 30/06/2010, 11 Câmara Civil, publicação DJ 435;

3 PIS/PASEP/FGTS Definiu-se que, em não havendo qualquer previsão de isenção na Lei n. 8927/88, em atendimento ao princípio da legalidade, deve haver a cobrança do imposto sobre tais verbas, eis que as mesmas já integravam o patrimônio do falecido, e foram transmitidas aos herdeiros quando do falecimento. Outrossim, determinado pelo juízo a expedição do alvará sem recolhimento do imposto, com base do disposto na Lei n. 6858/80, em seu art. 1, deverá ser oficiada a autoridade fazendária, para fins de lançamento administrativo do imposto, e sua cobrança subsequente. 4 TESTAMENTO COBRANÇA HERDEIRO TESTAMENTÁRIO O ITCMD causa mortis é devido mesmo quando o beneficiário não seja herdeiro legítimo, e incide sobre a transmissão da propriedade em favor do legatário ou fideicomissário, desde que respeitada a parte disponível do testador. 5 DOAÇÃO COM ENCARGO Em havendo aceitação pelo donatário da doação é devido o imposto. Se houver aceitação pelo donatário, mas não cumprido o encargo ou a obrigação, e havendo revogação desta doação pelo doador, o imposto na sua instituição permanece devido, mas não é tributada a retomada do objeto da doação. 6 TESTAMENTO PARTE DISPONÍVEL NÃO INCIDÊNCIA DO INTERVIVOS Estando a transmissão da propriedade limitada a parte disponível, não haverá a incidência do ITCMD inter vivos, mas tão somente entre causa mortis. Ao preencher a declaração no sistema ITCMD WEB, o contribuinte apenas deverá informar o fato gerador causa mortis, declarando apenas o percentual de responsabilidade de cada beneficiário.

7 FORMAL DE PARTILHA MANIFESTAÇÃO Nos processos do Estado do Paraná, houve consenso, no sentido de que não devem ser feitas manifestações, quanto a incidência tributária, nos formais de partilha expedidos, vez que, somente através da consulta aos autos indicados, poder-se-á verificar a correta tributação havida. Com efeito, inúmeras vezes, as partes, procedem modificações na partilha, mesmo após a sentença homologatória, através de rerratificações na proposta original, e somente a análise completa dos elementos do processo judicial irá permitir uma conclusão correta quanto a tributação incidente. No caso de processos de competência de outras Comarcas, poderão entretanto, serem procedidas avaliações de imóveis, para efeitos fiscais, ficando a análise da incidência tributária, vinculada a repartição fazendária do local onde se processa o inventário ou arrolamento. Já em relação aos processos que tramitam em outros Estados da federação, poderá ser aceito o formal de partilha para fins de cobrança do ITCMD causa mortis e inter vivos, desde que, existam os elementos suficientes para apuração do tributo devido, podendo ser solicitada, ser for o caso, a complementação da documentação necessária à análise, quanto a incidência tributária. 8 EXPEDIÇÃO PARCIAL DE FORMAL DE PARTILHA Concluiu-se pela impossibilidade da concordância na expedição de formal de partilha parcialmente, visto que há necessidade de recolhimento integral dos tributos, na forma dos artigos 1031 e 1034 do Código de Processo Civil. Não há interesse da Fazenda Pública Estadual no recolhimento parcial do tributo devido, para atender interesse particular de herdeiro interessado. O ITCMD causa mortis é devido pela transmissão dos bens em favor dos herdeiros, sendo devido o recolhimento em sua integralidade para fins de expedição de formal de partilha.

9 DOAÇÃO ESTABELECIDA MAS NÃO CONCRETIZADA FATO GERADOR Não incide ITCMD inter vivos se houve doação formalizada em processo judicial com sentença homologatória, mas que posteriormente, não foi concretizada, visto que a transmissão da propriedade do bem é que gera a cobrança do tributo. A anuência do donatário, é requisito para formalização da doação. Não havendo participação e aceitação do donatário na formalização da doação, não há como se exigir o pagamento decorrente em relação ao mesmo. Na hipótese de não concretização da doação, deve ser verificada a eventual incidência tributária na partilha originária para verificação da eventual incidência do ITCMD intervivos. 10 TESTAMENTO LEGADO ITCMD INTER VIVOS INCIDÊNCIA DESMEMBRAMENTO DA PROPRIEDADE No casos de legado, não incide o ITCMD inter vivos quando do falecimento do legatário usufrutuário, em havendo a consolidação da propriedade plena para o nu-proprietário, eis que a transmissão neste caso, decorreu de desmembramento da propriedade por disposição de vontade do testamenteiro falecido. Incide outrossim, o ITCMD causa mortis na integralidade do (s) bem (ns), na transmissão ao nu-proprietário e usufrutuário. 11 DÍVIDAS DO DE CUJUS PATRIMÔNIO LÍQUIDO Em havendo, demonstração documental produzida nos autos judiciais ou extrajudiciais, seja de inventário, separação, ou onde houver partilha de bens, deverá ser considerado o patrimônio líquido transferido, com dedução das dívidas deixadas pelo transmitente, visto que a jurisprudência é farta e pacífica neste sentido, conforme recentes Acórdãos (Acórdão n 42855 da 2a Câmara Civil do TJPR, nos autos n 905929-8, de 18.08.2012; Acórdão n 20712, da ll a Câmara Civil do TJPR, nos autos n 765209-5, de 14.10.2011; Acórdão n 34286, da 3a Câmara Civil do TJPR, nos autos n 530339-5, de 19.10.2009) bem como a doutrina atinente a matéria;

12 EXECUÇÃO DE SENTENÇA JUDICIAL BASE DE CALCULO VALOR LIQUIDO Nos levantamentos realizados pelos interessados quando da execução de sentença judicial, nos casos em que houver valor a ser pago ao espólio (o ITCMD deve ser retido antes da liberação às partes), o valor da base de cálculo deverá ser sempre o valor líquido, deduzidas as verbas honorárias e as despesas do processo. Quando o valor a ser levantado englobar vários autores, cabe a parte interessada declarar expressamente o valor correspondente a cada um dos espólios, e sobre os quais incidirá o ITCMD. 13 DIVIDAS DOS BENS MÓVEIS E IMÓVEIS VALOR LÍQUIDO Em relação aos bens imóveis deve ser feita a avaliação contemporânea de seu valor real, podendo ser deduzido o valor da dívida aos mesmos vinculados, através de declaração da instituição financeira que demonstre o respectivo valor. Excetuam-se, nessa hipótese, os financiamentos que prevejam cláusulas de seguro, nas quais automaticamente fica quitado o financiamento na morte do financiado. Neste caso, deverá ser considerado o valor normal de mercado do respectivo imóvel que será transmitido aos seus herdeiros pelo seu valor real. Ja em relação a bens móveis, no caso de veículos com alienação fiduciária, deverá ser considerado os direitos do contrato a qual está vinculado, e no caso de consórcio serão consideradas as parcelas pagas antes da abertura da sucessão, sendo que na hipótese de o autor da herança ser contemplado, a base calculo corresponderá ao valor integral do consórcio visto a existência de seguro que indeniza o valor total do respectivo bem. 14 PATRIMÔNIO LÍQUIDO DE EMPRESA NEGATIVO AVALIAÇÃO DE QUOTAS Em se tratando de quotas sociais, a base de cálculo será o patrimônio líquido da empresa, ficando a ressalva quanto as situações em que o patrimônio liquido não refletir a realidade patrimonial da empresa, devendo ser encaminhado ao fisco estadual para que seja procedida uma reavaliação do patrimônio da empresa.

Na hipótese do patrimônio líquido ser negativo, não serão avaliadas as quotas, visto que as mesmas não refletem o patrimônio real da empresa. 15 DIREITO DE ACRESCER ART 551 CC FALECIMENTO USUFRUTUÁRIO DISPOSIÇÃO TESTAMENTÁRIA Será cobrado o ITCMD causa mortis, na hipótese de falecimento do donatário, na doação conjuntiva, quando se acresce a propriedade ao donatário sobrevivente2. Quando do falecimento de um dos usufrutuários, havendo disposição expressa que o usufruto acrescerá ao usufrutuário sobrevivente permanecendo no gozo da totalidade do usufruto, entendeu-se por não haver a incidência do ITCMD inter vivos nesta hipótese sendo mera condição estabelecida quando da instituição do usufruto. 16 PRECATÓRIO COMPENSAÇÃO FATO GERADOR DO ITCMD MOMENTO DE COBRANÇA BASE DE CÁLCULO Deverá ser sempre determinada a abertura de vista à Fazenda Pública Estadual, antes que seja realizado qualquer pagamento destinado a espólio, de modo a permitir a verificação da incidência do ITCMD causa mortis e inter vivos, nos processos judiciais em que houve falecimento do titular do direito de crédito pleiteado, independentemente de cessões em relação a este direito. Para tanto, sugere-se que o Procurador-Geral do Estado solicite à Corregedoria Geral de Justiça, à Presidência do Tribunal Regional do Trabalho e Diretor da Justiça Federal, sempre a abertura de vistas à Fazenda Pública, antes da liberação de qualquer verba a ser paga à espolio, para fins de verificação do pagamento do ITCMD. A manifestação a respeito da incidência do ITCMD deverá ser feita no próprio processo judicial em que os valores serão levantados, pelo Procurador responsável, dentro da esfera de competências da PGE. Nas situações em que houve a compensação de créditos decorrentes de precatórios, o valor da base de cálculo será o valor do crédito objeto de pagamento da ação onde o mesmo foi expedido, independentemente do valor que o crédito foi cedido a terceiros, eis que a eventual redução de valor é ato feito pelos interessados e posterior a fixação dos direitos na ação original. 2 Na esteira de entendimento anterior firmado, conforme Informação n 47/2011, do protocolo n 11.060.427-0

Se nos processos de inventário e/ou arrolamento, houver discriminação na relação de bens inventariados, dos direitos havidos em ações judiciais em que off},, inventariado é titular, o ITCMD deverá ser recolhido no próprio processo de inventário, cabendo as partes detalhar os valores que englobam estes direitos. Se houver impossibilidade de apontamento do valor, deverão os interessados retirarem os direitos dessas ações judiciais da relação de bens a inventariar, deixando para realizar a sobrepartilha posteriormente, ou promoverem a habilitação dos herdeiros na própria ação judicial, antes da expedição de eventual alvará de levantamento, ou pagamento de precatório, para que a Fazenda Pública possa verificar a incidência de ITCMD causa mortis e inter vivos no próprio processo judicial. 17 ALVARÁ/DIVÓRCIO/ARROLAMENTO POSICIONAMENTO PGE/SEFA Nos termos das Normas de Procedimento Fiscal n 097/2012 e Instrução SEFA n 009/2010, a competência é da Secretaria da Fazenda, para indicação da incidência tributária do ITCMD nos processos de arrolamento, divórcio ou alvará, e aplicada no âmbito do Estado. Deverá ainda, mesmo após a avaliação de lançamento de imposto pelos agentes fiscais, ser feita a ressalva, quanto a verificação posterior da PGE, quanto a eventuais fatos geradores não apontados, devendo constar tal observação nas avaliações realizadas. 18 DIVÓRCIO ACORDO ONEROSO COMPROVAÇÃO Na hipótese de partilha de bens onde haja reposição onerosa, deverá ser feita a avaliação do patrimônio, para fins de apuração da meação de cada cônjuge, devendo ser cobrada eventual incidência de ITCMD inter vivos sobre excesso de meação, deduzido o valor pago e comprovado pela reposição onerosa. Nas hipóteses de reposição em dinheiro, deverá também haver comprovação do repasse financeiro, através de prova documental, tais como a apresentação de extratos bancários que demonstrem a efetividade do repasse. Nas hipóteses em que haja assunção de dívidas por um dos cônjuges, deverá ser demonstrada a existência da dívida, através também de prova documental, tais como apresentação de extratos bancários e apresentação de declaração de Imposto de Renda, sob pena de não serem consideradas para fins de fixação dos valores partilhados.

19 INVENTÁRIO/SEPARAÇÃO REGIME DE BENS SEPARAÇÃO/COMUNHÃO PARCIAL ART. 1829, INCISO I DO CC BENS PARTICULARES Para efeitos de incidência do ITCMD, considera-se na interpretação do artigo 1829, inciso I, do Código Civil, no regime de comunhão parcial o cônjuge supérstite, nos bens particulares concorre com os demais herdeiros na linha de sucessão permanecendo como meeiro nos bens comuns'. No Regime da separação convencional de bens, aplica-se o mesmo regime da separação obrigatória, ou seja, cada qual permanece proprietário dos seus bens particulares. 20 DECADÊNCIA CONTAGEM Para evitar-se alegações quanto a eventual decadência do ITCMD nos processos de inventário, deverá haver uma atuação para que seja possível evitar o transcurso do prazo de cinco anos, contados da ciência da Fazenda Pública, quanto às primeiras declarações. Após o procedimento de avaliação e indicação do valor devido à título de ITCMD pelo agente fazendário, em sendo juntado nos autos do processo, e não havendo o pagamento respectivo, deverá ser diligenciado nos autos, para que seja homologado o valor apresentado, de modo a permitir ser posteriormente lavrado o auto de infração necessário ao lançamento de imposto. Se houver entendimento do juízo no sentido de que seja desnecessária a homologação dos valores apresentados, deverão serem extraídas as peças do processo e encaminhadas ao agente fazendário para lavratura do respectivo auto de infração. 21 ALVARÁS OU EXECUÇÃO DE SENTENÇA MEAÇÃO CAUSA MORTIS E INTERVIVOS Deverá ser feita a cobrança do ITCMD causa mortis, ficando a incidência do ITCMD inter vivos a ser apurada no inventário. 3 Nos termos, em parte, do enunciado n. 270, da Terceira Jornada de Direito Civil do ano de 2004, e na esteira da jurisprudência do STJ conforme RESP 974241/DF.

22 FILHOS HÍBRIDOS No regime de comunhão parcial de bens, a cônjuge concorrerá com os filhos híbridos do de cujus em igualdade de condições, em relação aos bens particulares, na esteira do Enunciado n. 527, da 5a Jornada de Direito Civil. No caso de união estável, a companheira terá direito a sua meação nos bens adquiridos onerosamente durante a união estável, e a metade da cota que couber aos filhos híbridos do de cujus, enquanto não reconhecida eventual inconstitucionalidade do art. 1790, do Código Civil, na esteira do Parecer n. 41/2012 da PGE, e na conformidade da jurisprudência do nosso egrégio Tribunal de Justiça (Acórdão, n. 10.472 do Orgão Especial, no Incidente de Inconstitucionalidade n. 536.589-9/01, Relator Des. Sergio Arenhart, publicado do DJ em 03/08/2010, e acórdão da 11a CC do TJPR, Processo n. 837796-4, de Apucarana, Relator Des. Vilma Régia Ramos de Rezende, publicado no DJ em 17/02/2012), e do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (Acórdão da 12a CC do TJSP, Processo 567.929.4/0-00, 4a CC, Rel. Des. Francisco Loureiro Junior, publicado no DJ em 11/09/2008 e, acórdão da 8a CC do TJSP, Agravo de Instrumento n. 609.027-4/4, Rel. Des. Caetano Lagrasta, julgamento em 06/05/2009). 23 - BENS DE OUTROS ESTADOS Diante do contido na deliberacão do Conselho Superior da Procuradoria Geral do Estado sob n. 143/2011, bem como o disposto na Instrução SEFA n. 09/2010, entendeu-se que os dispositivos constitucionais aplicáveis, em especial o artigo n. 155 da Constituição Federal, bem como o artigo n. 41 do CTN, que regulamentam o local de pagamento de imposto, prevêm de forma difusa a competência local para tributação do ITCMD. Assim, na hipótese de constatação de excessos de meação e/ou direitos hereditários, concluiu-se pela adoção do critério da proporcionalidade no rateio do imposto incidente, considerando-se a parcela de cada Estado, na formação do excesso verificado. Deste de modo, pretende-se evitar os conflitos de competência na tributação por cada ente federado, ou mesmo evitar a ocorrência de eventual bitributação, considerando-se que a maioria dos Estados já adota o critério da proporcionalidade, devendo assim existir uma uniformidade de tratamento na tributação incidente dentro da competência do Estado do Paraná.,

Curitiba, 05 de setembro de 2013. Marcio Lu. erreira da Silva Liliane Kruetzrpann Abdo U4i,/0,t; AA,C4 Detlef Hartwig agner / x,i (.,(..(_.), cl,, c, ci eide Maria d Silva Congio