Formas de aplicação e curva de resposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura. RESUMO

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Transcrição:

Formas de aplicação e curva de resposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura. Leandro Zancanaro, Joel Hillesheim & Luis Carlos Tessaro. Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de Mato Grosso - FUNDAÇÃO MT. RESUMO A cultura do algodão no Mato Grosso destaca-se no cenário nacional e mundial pela produtividade elevada e qualidade da fibra produzida mas também pela grande utilização de insumos, inclusive fertilizantes, resultando no aumento de custos. O potássio (K) juntamente com o nitrogênio e o fósforo, são utilizados em maiores quantidades, porém o N e o K são aplicados no plantio e em várias adubações de cobertura, influenciando na parte operacional e estrutural das lavouras. Nas safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002 foram conduzidos quatro experimentos avaliando a forma de aplicação e a resposta da cultura do algodão à adubação potássica, nas regiões da Serra da Petrovina e Rondonópolis/Itiquira, em solos de textura argilosa (1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002) e solos de textura arenosa (2001/2002) cultivados a vários anos com soja, sendo o primeiro cultivo de algodão. A variedade utilizada foi a CNPA/ITA 90. O delineamento experimental foi de blocos ao acaso, com 4 repetições. Solos com teores de potássio de 58 mg/dm 3 na camada de 0 a 20 cm de profundidade não responderam a adubações maiores que 75 kg/ha de K 2 O. Porém em solos com teores de potássio de 27 mg/dm 3 houve resposta até 210 kg/ha de K 2 O. Nos experimentos não houveram diferenças entre o parcelamento do potássio aplicado em cobertura em 2 e 3 adubações, mesmo em solos com textura arenosa. Toda a adubação potássica pode ser realizada até os 60 dias após a emergência do algodoeiro. A aplicação foliar de nitrato de potássio em solos de textura argilosa com teores de potássio de 58 mg/dm 3 não apresentou ganhos de produtividade nas três safras avaliadas. Em solos argilosos, a adubação potássica via solo e a adubação foliar com nitrato de potássio não influenciaram no rendimento de pluma e nas características tecnológicas das fibras de algodão.

Summary The cotton crops have pushed Mato Grosso to leadership in the national and worldwide scenario due to the high productivity and the planted area as well as the high doses of inputs and fertilizer. This fact has raised the costs. The nutrients Nitrogen (N), Potassium (K) and Phosphorus, are used in higher amounts. However, the N and the K are applied at planting and in many fertilization and side dressing, influencing the operational and structural of crops. In the 1999-2000/2000/2001 and 2001/2002 crops were conducted four experiments to evaluate the cotton crop response to Nitrogen and Potassium fertilization. These experiments have happened in Serra da Petrovina and in Rondonópolis/Itiquira in soils with clay texture (1999/2000 and 2000/2001) and in sandy soil (2001/2002), where it was cultivated soybean for many years, but the first one was cotton crop. It was used at CNPA/ITA 90 variety. The characterization of the experiment was in blocks at random, with four repetitions. Soils with a 58 mg dm -3 in a layer of 0 to 20 cm deep did not have a response higher that 75 Kg/ha of K 2 O. However, in soils with rates of Potassium 27 mg/dm 3 there was a response until 210 Kg/ha of K 2 O. There was no difference between the division of Nitrogen applied in 2or 3 side dressing fertilization even in soils with a sandy texture. Every Potassium fertilization can be done in 60 days after emergency. The foliar application of Potassium in a clay soil with rates of 58 mg/dm 3 has not gotten productivity in the crops. In clay soil, the Potassium fertilization and foliar application with Potassium has not influenced in the plume neither in the technological and characteristics of the fiber. The Potassium has not interfered in the fiber productivity.

1. INTRODUÇÃO O Mato Grosso é o estado campeão de produtividade e maior produtor nacional de algodão. A qualidade da fibra produzida também é destaque nacional. A tecnologia de produção utilizada, a topografia plana favorecendo a mecanização e as condições climáticas garantem ao estado potencial produtivo elevado. Os solos de cerrado apresentam baixa fertilidade natural, porém as lavouras atuais de algodão são conduzidas em solos com fertilidade elevada, conseqüência de vários anos de cultivo e adubações elevadas. Os produtores fazem inúmeras análises de solo e análises de folhas. Os técnicos buscam novas metodologias para avaliar a fertilidade do solo e a nutrição da cultura do algodão. Porém, em todo o Estado as adubações realizadas são praticamente as mesmas, e em quantidades elevadas, independente da fertilidade do solo. Desta forma muitos dos nutrientes podem estar sendo aplicados em quantidades acima das necessárias. Mas então, por que realizar tantas análises de solo e de folhas? Por que tantos programas de interpretação de resultados de análises e de recomendação de adubação? A demanda elevada de potássio pela cultura do algodão faz os produtores e técnicos do Mato Grosso aplicarem grandes quantidades deste nutriente. Este nutriente quando no solo também pode ser lixiviado sob condição de alta intensidade de chuvas, induzindo o parcelamento das adubações. A recomendação de adubação para a cultura do algodão deve basear-se em critérios como os resultados das análises de solo e de folhas. Porém, estes resultados devem ser interpretados juntamente com o histórico de manejo de cada campo dentro da propriedade. Segundo SILVA, N. M. (1999) a análise de solo, representa uma ferramenta fundamental na avaliação das necessidades das plantas. O cálcio e o magnésio, como nutrientes, são fornecidos em quantidades bem acima das efetivamente requeridas pelo algodoeiro, quando se recomenda a calagem em função da análise de solo. Os Resultados dessa análise permite, também, que se estime com razoável segurança as necessidades em P, K e B, conforme critério de recomendação do IAC. Nas lavouras comerciais do Mato Grosso as quantidades aplicadas de todos os nutrientes superam em muito todas as recomendações oficiais de adubação, porém o Estado também apresenta as maiores produtividades do país. Os critérios do IAC para calagem, fósforo e potássio foram obtidos para condições de solo, de clima e principalmente nível tecnológico do Estado de São Paulo, diferindo em muito das condições das lavouras de algodão do Mato Grosso. SILVA et. al. (1984) obtiveram uma curva de reposta do algodoeiro a potássio, onde observaram que teores de potássio menores de 0,083, de 0,083 a 0,243 e superiores a 0,243 cmol c /dm 3

foram classificados como muito baixos, baixos e médios, respectivamente. No Estado do Mato Grosso esta informação não existe. Estes mesmos autores, concluíram que para o cultivo do algodoeiro em solos deficientes em potássio, é recomendado que a aplicação de cloreto de potássio se faça de forma parcelada, aplicando-se 1/2 a 2/3 da dose necessária no sulco de plantio (ao lado e em nível inferior ao das sementes), e o restante em cobertura, após o desbaste, junto com o fertilizante nitrogenado e incorporado ao solo. Porém, hoje no Mato Grosso não existe mais a prática do desbaste, além de que os produtores estão fazendo em média duas a três adubações de cobertura. Sob o ponto de vista operacional o parcelamento da adubação nitrogenada e potássica influi diretamente na estrutura necessária da fazenda, tanto na quantidade de máquinas como também na questão da operacionalidade. Na cultura do algodão segundo a literatura mundial é comum ocorrer deficiência de potássio no final do ciclo do algodão. Esta deficiência de potássio está associada também a ocorrência de doenças, provocando uma senescência prematura das folhas. Porém, para HARRIS, G. (1997) a doença é efeito secundário, enquanto que a deficiência de K é o efeito principal. A aplicação de potássio reforça as paredes das células e a falta de K torna as paredes mais fracas e suscetível a doenças fúngicas secundárias. Segundo WRIGHT, P. (1998), a ocorrência da desfolha prematura pode ocorrer tanto em solos com altos ou baixos teores de potássio, sendo que diversos fatores podem estar envolvidos: estádio de desenvolvimento das maças, condições do ambiente, suprimento de fósforo e outros nutrientes e variedades. Para HARRIS, G. (1997) a atividade das raízes em absorver potássio pode começar a declinar neste período do desenvolvimento do algodão devido a competição por carboidratos com as maçãs (HARRIS, G., 1997), e também a redução da atividade do sistema radicular pode ocorrer pela seca ou compactação do solo (SNYDER, C., 1997). Nos Estados Unidos a aplicação foliar de potássio, juntamente com aplicação via solo tem sido utilizado para aumentar a produtividade e reduzir a desfolha prematura. Segundo SNYDER, C. (1997), a resposta a aplicação foliar é mais provável em solos com baixos teores de potássio e onde doses insuficientes de potássio são aplicadas para satisfazer as necessidades da cultura. Segundo HARRIS, G. (1997), se sintomas de deficiência de potássio de baixa intensidade ocorrerem próximo de 4 semanas após o florescimento, a aplicação foliar de potássio amenizará as perdas de produtividade. Segundo o mesmo autor, para melhorar o manejo da adubação potássica na cultura do algodão é necessário realizar a análise de solo, parcelar a adubação em função da mobilidade do

potássio no solo. Respostas à aplicação foliar de potássio são mais fáceis de ocorrer sob condições de solos arenosos, solos com baixos teores de potássio, alta precipitação e períodos de umidade restrita. O objetivo deste projeto de pesquisa foi verificar a resposta da cultura do algodão à quantidade aplicada e ao parcelamento do potássio aplicado em cobertura, além da eficiência da adubação foliar com nitrato de potássio. 2. MATERIAIS E MÉTODOS O projeto foi conduzido por três safras, 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002, sendo que para cada safra foi escolhido um local diferente, buscando selecionar áreas que sempre havia sido cultivadas com soja, ou seja, que nunca haviam sido cultivadas com algodão. Nas safras 1999/2000 e 2000/2001 os experimentos foram conduzidos em solos argilosos dos municípios de Pedra Preta (região da Serra da Petrovina) e Rondonópolis, respectivamente. Na safra 2001/2002, foram conduzidos dois experimentos. Um experimento em solo argiloso e outro em solo arenoso, ambos no município de Pedra Preta. As análises de solo são apresentadas na Tabela 1. Em todos os experimentos a variedade utilizada foi a CNPA/ITA 90. Os tratamentos são apresentados nas Tabelas 2, 3 e 4. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso com 4 repetições, sendo que as unidades experimentais (parcelas) eram compostas por 5 linhas de 7 metros de comprimento em todas as safras. A parcela útil considerada foram os 4 metros centrais das 3 linhas também centrais das parcelas, totalizando 10,8m 2. Em todos os experimentos realizados durante os três anos de estudo, o espaçamento entre linhas de plantas de algodão foi de 0,90 metros, padrão das lavouras do Mato Grosso. Tabela 1: Resultados das análises de solo de 0-20 cm de profundidade do local da implantação do experimento. Safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002. Safra ph P K Ca Mg Al CTC MO V Zn Cu Mn B S CaCl 2 mg/dm 3 cmol c /dm 3 g/dm 3 % mg/dm 3 99/2000 5,0 17,7 76 3,8 0,8 0,0 10,2 32,0 47,7 4,7 1,5 16,9 0,55 6,0 00/2001 5,1 15,3 90 4,1 1,2 0,0 10,8 41,0 55,7 5,5 1,1 25,2 0,3 9,8 01/2002 argiloso 5,6 9,2 58 3,3 1,2 0,0 8,1 31,9 56,8 5,2 1,2 17,0 0,3 9,5 01/2002 arenoso 5,4 28,7 27 1,8 0,7 0,0 4,0 13,1 64,7 4,7 1,3 60,8 0,39 12,1

Tabela 2: Descrição dos tratamentos do projeto formas de aplicação e curva de reposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura em solos arenoso e argiloso. Safra 2001/2002. Adubação via Solo - Kg/ha de K 2 O Adubação Foliar* Trat. Cobertura Número de Quantidade Plantio Total 1ª 2ª 3ª Aplicações Kg/ha de K 2 O 01 75 0 0 0 75 0 0 02 75 12 18 0 105 0 0 03 75 12 05 0 105 4 13 04 75 24 36 0 135 0 0 05 75 24 23 0 135 4 13 06 75 27 32 0 147 4 13 07 75 36 54 0 165 0 0 08 75 27 45 18 165 0 0 09 75 48 72 0 195 0 0 10 75 36 60 24 195 0 0 11 75 60 90 0 225 0 0 12 75 45 75 30 225 0 0 13 75 Sem Cobertura* * Tratamento conduzido no experimento de solo argiloso sem aplicação de nenhum nutriente em cobertura. Tabela 3: Descrição dos tratamentos do projeto formas de aplicação e curva de reposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura. Safra 2000/2001. Adubação via Solo - Kg/ha de K 2 O Adubação Foliar Trat. Cobertura Número de Quantidade Plantio Total 1ª 2ª 3ª Aplicações Kg/ha de K 2 O 01 75 0 0 0 75 0 0 02 75 12 18 0 105 0 0 03 75 12 18 0 105 4 12,5 04 75 24 36 0 135 0 0 05 75 24 36 0 135 4 12,5 06 75 27 45 0 147 4 12,5 07 75 36 54 0 165 0 0 08 75 27 45 18 165 0 0 09 75 48 72 0 195 0 0 10 75 36 60 24 195 0 0 11 75 60 90 0 225 0 0 12 75 45 75 30 225 0 0

Tabela 4: Descrição dos tratamentos do projeto formas de aplicação e curva de reposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura. Safra 1999/2000. Adubação via Solo - Kg/ha de K 2 O Adubação Foliar Trat. Cobertura Número de Quantidade Plantio Total 1ª 2ª 3ª Aplicações Kg/ha de K 2 O 01 60 0 0 0 60 0 0 02 60 12 18 0 90 0 0 03 60 12 18 0 90 4 12,5 04 60 24 36 0 120 0 0 05 60 24 36 0 120 4 12,5 06 60 27 45 0 132 4 12,5 07 60 36 54 0 150 0 0 08 60 27 45 18 150 0 0 09 60 48 72 0 180 0 0 10 60 36 60 24 180 0 0 11 60 60 90 0 210 0 0 12 60 45 75 30 210 0 0 A fonte utilizada para aplicação de potássio via foliar foi o nitrato de potássio com ph da calda regulado para 4,5. A aplicação de nitrato de potássio via foliar foi realizado com pulverizador costal com pressão constante de CO 2 com vazão de 100 l/ha de calda. As aplicações foliares foram realizadas próxima aos 60, 75, 90 e 105 dias após emergência do algodão. As datas das adubações de cobertura via solo estão apresentadas na Tabela 5. Na safra 1999/2000, a área não foi escarificada já que a fazenda havia realizado esta operação no ano anterior para o plantio da soja. Na safra 2000/2001 as áreas foram escarificadas a 20 cm de profundidade aproximadamente, e depois foi realizada a semeadura à lanço do milheto, seguida de uma passada de grade niveladora para a incorporação destas sementes. Para o preparo de solo do experimento em solo arenoso, safra 2001/2002, foi realizada uma escarificação, uma gradagem com grade 28 para incorporação de 2 t/ha de calcário, seguida de aplicação a lanço de milheto o qual foi incorporado ao solo com grade niveladora. Com as fortes chuvas de final de 2001 logo após o plantio, houve erosão prejudicando o experimento. Houve necessidade de fazer um replantio do mesmo experimento. Para isto, um novo preparo de solo foi realizado. O replantio do experimento ocorreu imediatamente após o novo preparo do solo, o qual foi realizado através de escarificação a 20 cm de profundidade seguido de uma passada de grade niveladora. No entanto, com este replantio pode-se considerar que houve a aplicação de 75 Kg/ha de K 2 O em pré-plantio, referente ao potássio aplicado no primeiro plantio.

Tabela 5: Épocas da realização das adubações de cobertura via solo nos experimentos que avaliaram a forma de aplicação e curva de resposta da cultura do algodoeiro a aplicação de potássio em cobertura nas safras de 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002. Safra 1ª 2ª 3ª 1999/2000 2000/2001 30 DAE* 30 DAE 60 DAE 60 DAE 80 DAE 80 DAE 2001/2002 - argiloso 25 DAE 57 DAE 87 DAE 2001/2002 - arenoso 25 DAE 56 DAE 91 DAE * DAE: dias após emergência Os nutrientes (Tabela 6) que não estavam sendo avaliados no experimento foram aplicados na mesma quantidade e da mesma forma em todos os tratamentos. Na safra 1999/2000 foram aplicados 300 kg/ha de superfosfato simples em pré-plantio a lanço e incorporado com grade niveladora e adubação de plantio de 500 kg/ha 04-18-12 mais 6% S, 0,3% Zn, 0,15% Cu, 0,5% Mn e 0,4% B. Na safra 2000/2001 a adubação utilizada no plantio foi de 500 kg/ha da fórmula 05-25-15, mais 6% de S, 0,4% de B e 0,7% de Mn. Na safra 2001/2002, no experimento do solo argiloso, foram aplicados 300 kg/ha de superfosfato simples em pré-plantio a lanço e incorporado com grade niveladora e adubação de plantio de 500 kg/ha da fórmula 05-20-13, mais 7% de S, 0,25% de Zn, 0,15% de Cu, 0,5% de Mn e 0,3% de B, aplicados no sulco de plantio. O plantio do experimento em solo arenoso foi realizado com 485 kg/ha da mesma formulação utilizada no solo argiloso, e mais 100 kg/ha à lanço após o plantio do algodão. O manganês foi aplicado junto à adubação de plantio e duas aplicações foliares. O boro foi aplicado no plantio, nas duas primeiras adubações de cobertura e três aplicações foliares. Os demais micronutrientes foram aplicados somente via solo. Todas as adubações de cobertura foram realizadas manualmente, sendo a primeira e a segunda realizadas ao lado da linha de plantio e incorporadas ao solo. Na terceira adubação de cobertura (quando houve, conforme tratamento) os fertilizantes foram aplicados na superfície do solo nas entrelinhas, sem incorporação. Tabela 6: Quantidade de nutrientes aplicados em todos os tratamentos nos experimentos conduzidos nas safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002. Safra N P 2 O 5 S Zn Mn Cu B Mo... kg/ha... 1999/2000 130 144 87 1,5 2,5 0,75 4,0 0,01 2000/2001 135 125 87 0,0 3,5 0,00 4,5 0,01 2001/2002 - argiloso 132 165 74 1,5 2,9 0,90 3,6-2001/2002 - arenoso 132 165 74 1,7 3,5 1,00 4,1 -

Aos 80 a 90 dias após a emergência da cultura, em todos os experimentos foi realizada a coleta da quinta folha ligada a haste principal. Após a coleta, as folhas foram secas em estufa a 60 o C, até peso constante e enviadas ao laboratório para análise química segundo metodologia citada por MALAVOLTA, et. al. (1997). Antes da colheita foi realizada a coleta de um capulho por planta localizado no terço médio da planta, totalizando 20 capulhos por parcela útil para análise da qualidade da fibra. Esta amostra recebeu o nome de amostra padrão e foi utilizada na realização das análises da fibra produzida. Após a colheita foi realizado o descaroçamento do algodão com máquina de rolo e a pesagem da pluma e do caroço, para a determinação do rendimento de fibra. A determinação da umidade da pluma foi realizada para posterior cálculo da produtividade, ajustando todas amostras para a umidade de 11%. Nas safras 2000/2001 e 1999/2000 as características de fibra foram avaliadas pelos testes HVI e USTER AFIS respectivamente. Nesta duas safras as amostras foram enviadas à Fundação Blumenauense de Estudos Têxteis-FBET, de Blumenau-SC. Na safra 2001/2002 as características de fibra foram avaliadas pelo teste HVI. As fibras foram enviadas ao SENAI-CETIQT, no Rio de Janeiro-RJ. Na última safra as análises de fibra foram realizadas apenas nas amostras do experimento do solo argiloso. Os resultados apresentados quanto às análises de fibra foram médias de quatro leituras por amostra feitas pelo Teste HVI e duas leituras por amostra pelo Teste AFIS. A análise estatística contemplou a análise de variância e teste de Duncan, ao nível de 5% de significância para a safra 2001/2002 e teste de Tukey, ao nível de 5% de significância paras as safras 2000/2001 e 1999/2000, respectivamente. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO 3.1. Solos Argilosos Nas Tabelas 7, 8 e 9 são apresentadas as produtividades de algodão em caroço, rendimento de fibra e os teores de potássio nas folhas de algodão nos experimentos conduzidos em solos argilosos nas safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002, respectivamente. A análise estatística demonstrou que não houve efeito do parcelamento do potássio aplicado em cobertura em duas ou três adubações de cobertura, independente da quantidade aplicada. Nas safras 1999/2000 e 2000/2001, em solos com teores de K de 90 e 76 mg/dm 3, respectivamente, não houve resposta aos tratamentos com a aplicação de quantidades de K superiores as utilizadas no plantio, de 75 e 60 kg/ha de K 2 O. Estas foram as menores quantidades de K utilizadas.

No experimento conduzido em solo argiloso na safra 2001/2002 (Tabela 9), com 58 mg/dm 3 de potássio no solo, também não houve resposta a aplicação de quantidades de potássio via solo superiores a 75 Kg/ha de K 2 O (menor quantidade de potássio aplicada). Na safra 2001/2002, no tratamento 13 não houve aplicação de nenhum fertilizante em cobertura durante o ciclo do algodão, ou seja, sem potássio (nutriente em avaliação) e sem nitrogênio aplicado em cobertura. Neste tratamento foi realizada apenas a adubação de plantio. O tratamento 13 apresentou a menor produtividade do experimento, sendo que recebeu a mesma quantidade de potássio que o tratamento 1 (testemunha). Ao comparar os tratamentos 1 e 13 verifica-se que foi a aplicação do nitrogênio em cobertura que possibilitou o aumento de produtividade de 49 @/ha. SILVA (1999) havia classificado como nível médio de potássio no solo para a cultura do algodão os teores de 95 mg/dm 3 de potássio, em estudo realizado em solos do Estado de São Paulo. Segundo PEDROSO et. al. (1999), na 5ª Aproximação das Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais, solos com teores de potássio de 41 a 70 mg/dm 3 são classificados como solo de fertilidade média e a recomendação de adubação é de 70 Kg/ha de K 2 O. Ou seja, nas condições em que o experimento foi conduzido os resultados obtidos estão de acordo com a recomendação de Minas Gerais, já que no experimento de 2001/2002 em solo com teores de potássio de 58 de mg/dm 3, não houve resposta a quantidades de potássio maiores de 75 Kg/ha de K 2 O, independente do parcelamento da adubação de cobertura. Tabela 7: Produtividade de algodão em caroço e rendimento de pluma (Variedade CNPA/ITA 90) em função do manejo da adubação potássica em solo argiloso com teores de potássio de 76 mg/dm 3 na profundidade de 0-20 cm. Safra 1999/2000. Pedra Preta - MT. Tratamento K 2 O total (Kg/ha) Número de Produtividade Rendimento Cobertura @/ha de pluma % K foliar (g/kg) 01 02 60 90 0 2 294,5 a 290,4 a 41,4 a 41,9 a 20,0 21,5 03 90 2 301,0 a 41,7 a 20,0 04 120 2 293,9 a 41,6 a 21,8 05 120 2 301,8 a 41,5 a 23,3 06 132 2 307,7 a 41,6 a 23,7 07 150 2 303,1 a 41,6 a 25,8 08 150 3 293,0 a 41,6 a 25,9 09 180 2 307,0 a 41,9 a 27,2 10 180 3 301,7 a 42,0 a 26,45 11 210 2 302,6 a 41,7 a 24,75 12 210 3 303,4 a 42,1 a 26,5 CV% Médias seguidas de mesma letra não diferem entre sim pelo teste de Tukey 5%.

Tabela 8: Produtividade de algodão em caroço e rendimento de pluma (Variedade CNPA/ITA 90) em função do manejo da adubação potássica em solo argiloso com teores de potássio de 90 mg/dm 3 na profundidade do solo de 0-20 cm. Safra 2000/2001. Rondonópolis - MT. Tratamento K 2 O total Número de Produtividade Rendimento de K foliar (Kg/ha) Cobertura @/ha pluma % (g/kg) 01 75 0 361 a 42,5 17,3 02 105 2 358 a 42,3 18,2 03 105 2 348 a 42,2 17,7 04 135 2 353 a 42,6 17,9 05 135 2 361 a 42,3 20,4 06 147 2 354 a 41,8 19,6 07 165 2 361 a 42,2 18,2 08 165 3 361 a 42,2 17,0 09 195 2 357 a 42,8 16,1 10 195 3 354 a 42,5 17,9 11 225 2 362 a 42,0 17,3 12 225 3 359 a 42,5 18,4 CV% 4,8 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre sim pelo teste de Tukey 5%. Tabela 9: Produtividade de algodão em caroço e rendimento de pluma (Variedade CNPA/ITA 90) em função do manejo da adubação potássica em solo argiloso, com teores de potássio de 58 mg/dm 3 na profundidade do solo de 0-20 cm. Safra 2001/2002. Pedra Preta-MT. Tratamento K 2 O total Número de Produtividade Rendimento K foliar (Kg/ha) Cobertura @/ha de pluma % (g/kg) 01 75 0 328,0 b 42,6 14,9 02 105 2 324,1 b 43,0 14,0 03 105 2 341,7 ab 43,1 13,3 04 135 2 349,5 ab 42,8 14,7 05 135 2 340,5 ab 43,0 14,0 06 147 2 338,3 ab 43,8 14,1 07 165 2 329,1 b 43,0 14,0 08 165 3 333,5 ab 43,4 12,8 09 195 2 361,8 a 42,7 13,7 10 195 3 324,0 b 42,5 12,5 11 225 2 339,2 ab 42,6 12,9 12 225 3 354,2 ab 42,8 13,9 13 75 0 279,1 c - - CV% - - 5,6 1,14 13,0 Médias seguidas de mesma letra não diferem entre sim pelo teste de Duncan 5%.

Os resultados também demonstram que solos com teores de potássio próximos ou superiores a 90 mg/dm 3 podem receber uma adubação de potássio igual ao que será exportado pela produção da lavoura. Os resultados de três anos de condução deste experimento demonstram que muitos produtores estão utilizando potássio em suas lavouras em quantidades maiores que as realmente necessárias, principalmente para aquelas lavouras que estão sendo cultivadas com algodão a alguns anos, cujos teores de potássio no solo são maiores de 60 e 90 mg/dm 3. Ao contrário do que ocorreu no experimento de nitrogênio, apresentado e discutido no outro artigo enviado ao FACUAL, no experimento avaliando o potássio, nos três anos de avaliação, nunca houve o efeito da quantidade de potássio aplicada e do parcelamento do potássio sobre a produtividade e rendimento de pluma (Tabelas 7, 8 e 9). Nestes experimentos o descaroçamento das amostras padrão é realizada com máquina de rolo que apresenta em média um rendimento de fibra de 2,5% superior às máquinas de serra, utilizadas no descaroçamento de algodão produzido em lavouras comerciais. Os resultados dos experimentos conduzidos nas safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002 demonstram que quanto ao modo de aplicação de potássio na cultura do algodão, não há necessidade de parcelar a adubação potássica aplicada em cobertura na cultura do algodão em até três vezes como muitos produtores e técnicos fazem, em função do medo de perderem potássio por lixiviação. A explicação para esta afirmação fundamenta-se no fato de que se a lixiviação de potássio nos solos argilosos fosse realmente significativa, de forma a justificar a necessidade de parcelar em várias vezes, teria de ter havido aumento de produtividade e/ou no rendimento de fibra e/ou na qualidade de fibra a quantidades maiores de potássio às verificadas nos experimentos em avaliação. Os resultados obtidos também demonstram que em solos argilosos com deficiência de potássio a aplicação de potássio necessária para a obtenção de altas produtividades pode ser realizada a lanço, principalmente para o potássio aplicado em cobertura. Esta aplicação poderia ser realizada a lanço antes do plantio do algodão, como se fosse uma adubação corretiva de potássio, desde que seja uniforme. 3.2. Solos Arenosos No experimento conduzido em solo arenoso na safra 2001/2002, com 27 mg/dm 3 de potássio no solo, houve resposta quanto a produtividade de algodão até 135 kg/ha de K 2 O aplicados no plantio e em cobertura, considerando o teste de comparações múltiplas Duncan a 5% (Tabela 10). Porém é importante considerar que em função da necessidade de replantio deste experimento, é necessário

somar a este valor a quantidade de potássio aplicado no primeiro plantio (75 Kg/ha de K 2 O). Portanto, houve resposta até a quantidade aplicada de 210 Kg/ha de K 2 O. Neste solo arenoso, a aplicação tardia de potássio próxima aos 90 dias após emergência do algodoeiro não resultou em aumento de produtividade em relação aos tratamentos em que o potássio foi aplicado em duas vezes até os 60 dias após a emergência da cultura. Ou seja, não houve diferença em parcelar as quantidades de potássio aplicadas em cobertura em duas ou três vezes, como muitos produtores e técnicos fazem, mesmo em solos arenosos. Estes resultados estão acima das recomendações existentes como na 5ª Aproximação das Recomendações para o Uso de Corretivos e Fertilizantes em Minas Gerais. Segundo Pedroso et. al. (1999) solos com teores de potássio de 27 mg/dm 3 são classificados como solo de fertilidade baixa e a recomendação de adubação é de 100 Kg/ha de K 2 O. Tabela 10: Produtividade de algodão em caroço e rendimento de pluma (Variedade CNPA/ITA 90) em função do manejo da adubação potássica em solo arenoso, com 27 mg/dm 3 de potássio na camada de solo de 0-20 cm de profundidade. Safra 2001/2002. Pedra Preta-MT. Tratamento K 2 O total Número de Produtividade Rendimento K foliar (Kg/ha) Cobertura @/ha de pluma % (g/kg) 01 75 0 183,2 d 42,8 13,5 02 105 2 229,2 bc 42,3 11,1 03 105 2 220,7 cd 42,7 11,9 04 135 2 245,3 abc 42,2 12,0 05 135 2 266,1 abc 42,9 11,3 06 147 2 273,7 ab 42,3 11,2 07 165 2 258,6 abc 42,5 11,5 08 165 3 257,1 abc 42,1 11,0 09 195 2 261,3 abc 42,8 12,0 10 195 3 279,6 a 42,6 11,5 11 225 2 249,5 abc 42,2 12,6 12 225 3 252,2 abc 42,3 11,0 Sem Cobertura - - - 42,5 11,7 CV% - - 12,02 1,73 - Médias seguidas de mesma letra não diferem entre sim pelo teste de Duncan 5%.

3.3. Nitrato de potássio A literatura internacional cita que na cultura de algodão mesmo em solos com teores de potássio elevados, haveria resposta a adubação foliar com nitrato de potássio, porque no momento de formação das maças a demanda de potássio é tão elevada que as raízes não conseguiriam atender a demanda, exigindo uma complementação via foliar. No entanto nos três anos de condução (safras 1999/2000, 2000/2001 e 2001/2002) a aplicação de nitrato de potássio via foliar, como complemento para a nutrição de potássio em solo argiloso, não resultou em aumento de produtividade e rendimento de fibra (Tabelas 7, 8 e 9). Quanto a aplicação de nitrato de potássio via foliar no experimento conduzido em solo arenoso na safra 2001/2002, também não houve diferença estatística. Porém algumas considerações devem ser feitas. No tratamento com 105 Kg/ha de K 2 O no total e sem adubação foliar (T2) apresentou uma produtividade de 8,5 @/ha a mais que o mesmo tratamento com nitrato de potássio aplicado via foliar (T3). No entanto, no tratamento 3 houve uma parcela que apresentou uma produtividade muito baixa em termos absolutos em relação às demais repetições e isto pode ter favorecido esta diferença de 8,5 @/ha. No entanto, ao compararmos os tratamentos 4, 5 e 6 observa-se que os tratamentos 5 e 6, com aplicações foliares de nitrato de potássio apresentaram aumento de produtividade de 20,8 e 28,4 @/ha, respectivamente, em relação ao tratamento 4. Estes resultados podem sustentar a hipótese de que em solos arenosos, com baixos teores de potássio, a possibilidade de resposta a aplicação de nitrato de potássio via foliar é maior que em solos argilosos. Porém, o efeito do nitrato do potássio, seria pelo potássio apenas? E o nitrogênio do nitrato de potássio? No experimento conduzido em solo arenoso, com baixos teores de potássio e com respostas significativas a quantidades de potássio, a aplicação foliar de nitrato de potássio não interferiu no rendimento de fibra (Tabela 10), concordando com os resultados obtidos em solos argilosos. 3.4. Análises de Fibras Embora que os resultados das análises de fibra produzida não esteja sendo apresentada neste artigo, os resultados das análises de fibra obtidos nos experimentos conduzidos em solos argilosos não demonstraram influência da adubação potássica, parcelamento da adubação de cobertura com potássio e da adubação foliar com nitrato de potássio sobre a qualidade da fibra produzida.

4. CONCLUSÕES 1. Em solos com teores de potássio iguais ou superiores a 76 mg/dm 3 a aplicação de quantidades de 75 kg/ha de K 2 O no plantio foi suficiente para produtividades acima de 300@/ha; 2. Solos com teores de potássio menores que 30 mg/dm 3 apresentaram respostas a aplicação de potássio até 210 Kg/ha de K 2 O; 3. Nos solos argilosos e arenosos não há diferença em parcelar as adubações de cobertura com potássio em duas, três ou quatro aplicações; 4. A adubação de cobertura com potássio pode ser realizada até 60 dias após emergência sem perda na produtividade; 5. A adubação potássica não influenciou as características tecnológicas das fibras de algodão; 6. A aplicação de nitrato de potássio via foliar na cultura do algodão, em solos argilosos e com teores de potássio iguais ou superiores a 60 mg/dm 3, não apresentou aumento da produtividade de algodão e não influenciou na qualidade da fibra produzida. 5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HARRIS, G. Potassium deficiency in cotton linted to leafspot desease. Better crops with plant food. Narcross: v. 81, n. 2. p,10-11, 1997. MALAVOLTA, E.; VITTI, G. C.; OLIVEIRA, S. A. Avaliação do estado nutricional das plantas: princípios e aplicações. 2 a ed. Piracicaba. Potafós. 319 p. 1997. SILVA, N. M. Nutrição mineral e adubação do algodoeiro no Brasil. In. Cultura do Algodoeiro. ed. Cia, E. et al. Piracicaba. Potafós. p 57-92,1999. SILVA, N. M.; CARVALHO, L. H.; CIA, E.; CHIAVEGATO, E. J.; SABINO, J. C. Estudo do parcelamento da adubação potássica do algodoeiro. Bragantia, Campinas, v. 43, n,1, p,111-124, 1984. SNYDER, CLIFF. Adubação foliar nitrogenada, potassíca em algodão. In. Informações Agronômicas. Piracicaba. Potafós. n. 83. p. 1-4. 1998. WRIGHT, P. Early sanescence sydrome in cotton. Better Crops International. Narcross: v. 12, n. 2. p,14-16, 1998.