Análise comparativa da lucratividade dos plantios de milho e sorgo na segunda safra em Rio Verde - GO

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Transcrição:

Análise comparativa da lucratividade dos plantios de milho e sorgo na segunda safra em Rio Verde - GO Rubens Augusto de Miranda (1), Miguel Marques Gontijo (2), João Carlos Garcia (3) Introdução No decorrer dos últimos anos, o plantio do milho, no inverno, em sucessão à soja, viabilizou o aumento da produção e da área plantada desse cereal no Brasil (MIRANDA & CAMPOS, 2014). Além do milho, diversas culturas, como o milheto, o sorgo ou algodão, também se candidatam na sucessão à soja na segunda safra. O sorgo granífero, porém, merece destaque pelo fato de concorrer com o milho no grande mercado de alimentação animal, ou seja, são bens substitutos (MIRANDA et al, 2012). O sorgo é tratado historicamente como uma cultura marginal, relegado a terras pouco férteis e baixo investimento. O milho, inegavelmente, possui um maior potencial produtivo que o sorgo em condições favoráveis. Entretanto, quando se trata de segunda safra, quando o risco climático é maior, o potencial de ambas as culturas se equipara, principalmente em plantios tardios. O que pode tornar o cultivo do sorgo mais atrativo. O presente trabalho tem por objetivo comparar a lucratividade operacional das culturas de milho e sorgo em diferentes épocas de semeadura. Materiais e Métodos Buscando avaliar comparativamente a lucratividade operacional da produção do milho safrinha frente a produção de sorgo na mesma época, realizou-se um experimento no município de Rio Verde-GO, em 2014, que comparou as produtividades do milho e do sorgo sob as mesmas condições edafoclimáticas - fatores relacionados ao clima, o relevo, a (1) Pesquisador, Embrapa Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, Sete Lagoas, MG, CEP 35701-970, rubens.miranda@embrapa.br (2) Pesquisador, Embrapa Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, Sete Lagoas, MG, CEP 35701-970, miguel.gontijo@embrapa.br (3) Pesquisador, Embrapa Milho e Sorgo, Caixa Postal 285, Sete Lagoas, MG, CEP 35701-970, joao.garcia@embrapa.br 1

litologia, a temperatura, a umidade do ar, a radiação, o tipo de solo, o vento, a composição atmosférica e a precipitação pluvial - e em diferentes épocas de semeadura (29 de janeiro 4, 12 de fevereiro, 26 de fevereiro e 11 de março). No presente trabalho foi considerada a média de produtividade referente a dois plantios com sementes de milho transgênicas e um com semente convencional, que possuem custos de produção distintos. A avaliação econômica foi feita comparando os custos operacionais de produção com preços de venda estimados. Resultados e Discussão O Gráfico 1 apresenta as produtividades das duas culturas em diferentes épocas de semeadura, nele é possível observar que as produtividades médias não apenas decaem no plantio mais tardio como também convergem para um valor próximo. Figura 1: Produtividade de milho e sorgo em diferentes épocas de semeadura Não é apenas a produtividade similar do plantio mais tardio que pode tornar o plantio do sorgo mais rentável que o do milho, pois há a necessidade de se comparar também os custos de produção das culturas e os preços dos grãos no mercado. As Tabelas 1 a 3 apresentam os custos operacionais de produção (desembolso efetivo) do milho convencional, do milho transgênico (Bt) e do sorgo granífero. Apesar do maior custo no uso de sementes transgênicas de milho, a utilização dessa tecnologia foi acompanhada de uma economia na pulverização em relação ao plantio com sementes convencionais. No sorgo, além de uma única pulverização, ocorreu também 4 O experimento de sorgo nessa data de plantio foi perdido por causa de um severo ataque de pássaros. 2

economia na exclusão da adubação de cobertura e diminuição na quantidade do formulado (08-20-18). Assim, os custos operacionais efetivos das culturas ficaram em R$ 1.363,16 (Tabela 1) para o milho convencional, R$ 1.606,18 (Tabela 2) para o milho transgênico e R$ 883,60 (Tabela 3) para o sorgo. Tabela 1: Custo de produção do milho convencional Descrição do Custo Unidade Quantidade Semeadura Valor Unitário Valor de uso Trator de 120 hp + Plantadeira de 9 linhas h/m 0,3 R$ 147,86 R$ 44,36 Fertilizante (08-20-18) ton 0,35 R$ 1.255,00 R$ 439,25 Semente Híbrido Simples Convencional (BRS 1060) sc 1 R$ 200,00 R$ 200,00 Tratamento de sementes - Cropstar l 0,3 R$ 159,50 R$ 47,85 Adubação de cobertura Pulverização (1) Pulverização (2) Pulverização (3) Colheita Auxiliar de plantio h/d 0,2 R$ 60,00 R$ 12,00 Ureia ton 0,112 R$ 1.314,00 R$ 147,17 Aplicação do adubo de cobertura h/m 0,2 R$ 49,50 R$ 9,90 Herbicida -Atrazina l 3 R$ 10,20 R$ 30,60 Herbicida - Soberan l 0,24 R$ 317,00 R$ 76,08 Óleo mineral áureo l 1 R$ 9,00 R$ 9,00 Herbicida - Nomolt l 0,1 R$ 96,00 R$ 9,60 Fungicida - Nimbus l 0,5 R$ 8,30 R$ 4,15 Fungicida - Priori Xtra l 0,3 R$ 130,00 R$ 39,00 Fungicida - Nimbus l 1 R$ 8,30 R$ 8,30 Colheitadeira h/m 1 R$ 128,16 R$ 128,16 Trator 85 hp + Bazuca h/m 0,5 R$ 56,09 R$ 28,05 Total do custo operacional efetivo R$ 1.363,16 Tabela 2: Custo de produção do milho transgênico 3

Descrição do Custo Unidade Quantidade Valor Unitário Valor de uso Semeadura Trator de 120 hp + Plantadeira de 9 linhas h/m 0,3 R$ 147,86 R$ 44,36 Fertilizante (08-20-18) ton 0,35 R$ 1.255,00 R$ 439,25 Semente Híbrido Simples Bt (DKB 310 VT PRO) sc 1 R$ 510,00 R$ 510,00 Tratamento de sementes - Cropstar l 0,3 R$ 159,50 R$ 47,85 Adubação de cobertura Pulverização (1) Pulverização (2) Colheita Auxiliar de plantio h/d 0,2 R$ 60,00 R$ 12,00 Ureia ton 0,112 R$ 1.314,00 R$ 147,17 Aplicação do adubo de cobertura h/m 0,2 R$ 49,50 R$ 9,90 Herbicida -Atrazina l 3 R$ 10,20 R$ 30,60 Herbicida - Soberan l 0,24 R$ 317,00 R$ 76,08 Óleo mineral áureo l 1 R$ 9,00 R$ 9,00 Fungicida - Priori Xtra l 0,3 R$ 130,00 R$ 39,00 Fungicida - Nimbus l 1 R$ 8,30 R$ 8,30 Colheitadeira h/m 1 R$ 128,16 R$ 128,16 Trator 85 hp + Bazuca h/m 0,5 R$ 56,09 R$ 28,05 Total do custo operacional efetivo R$ 1.606,18 Tabela 3: Custo de produção do sorgo granífero Descrição do Custo Unidade Quantidade Valor Unitário Valor de uso Semeadura Trator de 120 hp + Plantadeira de 9 linhas h/m 0,3 R$ 147,86 R$ 44,36 Pulverização (1) Fertilizante (08-20-18) ton 0,25 R$ 1.255,00 R$ 313,75 Semente Convencional Sorgo sc 1 R$ 170,00 R$ 170,00 Tratamento de sementes - Cropstar l 0,15 R$ 159,50 R$ 23,93 Auxiliar de plantio h/d 0,2 R$ 60,00 R$ 12,00 Pulverização (2) Herbicida Atrazina l 3 R$ 10,20 R$ 30,60 Óleo mineral áureo l 1 R$ 9,00 R$ 9,00 4

Colheita Fungicida - Priori Xtra l 0,3 R$ 130,00 R$ 39,00 Fungicida - Nimbus l 1 R$ 8,30 R$ 8,30 Colheitadeira h/m 1 R$ 128,16 R$ 128,16 Trator 85 hp + Bazuca h/m 0,5 R$ 56,09 R$ 28,05 Total do custo operacional efetivo R$ 883,60 No que se refere ao preço dos grãos colhidos, foram considerados os preços médios do Estado de Goiás, no segundo semestre de 2014, período no qual a maior parte da safra da região é negociada, ficando em R$ 19,74 a saca de milho e R$ 15,41 a saca de sorgo. A Tabela 4 apresenta um quadro comparativo dos custos dos insumos, sendo que a adubação de cobertura e as pulverizações também incluem os custos de aplicação, do plantio de milho convencional, milho transgênico e sorgo. Na Tabela vemos que a economia da segunda pulverização no milho transgênico é menor que o diferencial do custo da semente. Em relação ao sorgo, quase todas as rubricas de insumos possuem menores desembolsos que os do milho convencional e transgênico, a exceção é a última pulverização, que é a mesma. Tabela 4: Quadro comparativo dos custos de produção Descrição do Custo Milho convencional Milho transgênico Sorgo Semente R$200,00 R$510,00 R$170,00 Adubo (08-20-18) R$439,25 R$439,25 R$313,75 Adubo cobertura R$147,17 R$147,17 0 Pulverização (1) R$168,91 R$168,91 R$92,83 Pulverização (2) R$66,98 0 0 Pulverização (3) R$70,53 R$70,53 R$70,53 Pulverizações R$306,42 R$239,44 R$163,36 Com todas as informações disponíveis, é possível calcular as lucratividades operacionais do milho e do sorgo relativas à diferentes épocas de plantio na segunda safra de 2014. No Gráfico 2, observa-se que a lucratividade operacional do milho vai caindo nos plantios mais tardios, a ponto de a cultura do sorgo na semeadura de 11 de março ter sido mais lucrativa. 5

Figura 2: Lucratividade operacional de milho x sorgo em diferentes épocas de semeadura Conclusões A despeito do status marginal que frequentemente é conferido ao sorgo, a cultura pode ser interessante em plantios tardios de inverno, quando restrições hídricas, de temperatura e de fotoperíodo diminuem consideravelmente o potencial produtivo do milho. Nesse cenário, o sorgo, que é mais tolerante à seca, no experimento apresentou vantagens em relação ao milho, por ser uma cultura menos custosa e com produtividade similar em condições mais extremas. Referências MIRANDA, R. A.; CAMPOS, S. K. Rentabilidade e gargalos da cultura do milho no Brasil. In: Silvia Kanadani Campos; Danielle Alencar Parente Torres; Ana Paula Silva Ponchio; Geraldo Sant Ana de Camargo Barros. (Org.). Sustentabilidade e sustentação da produção de alimentos no Brasil. 1 a ed. Brasília: Centro de Gestão e Estudos Estratégicos, 2014, v. 2, p. 73-95. MIRANDA, R. A.; GARCIA, J. C. ; CRUZ, J. C. ; DUARTE, J. O. Grande oportunidade à cultura marginal. A Granja, p. 46-48, 01 ago. 2012. 6