Texto: A Professora e a Maleta (Lygia Bojunga) 18 de julho de 2013

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Transcrição:

Texto: A Professora e a Maleta (Lygia Bojunga) 18 de julho de 2013 A Professora era gorducha; a maleta também. A Professora era jovem; a maleta era velha, meio estragada e de um lado tinha um desenho de um garoto e uma garota de mãos dadas. Vestido igual, cabelo igual, sorriso igual! A Professora gostava de ver a classe contente. Mal entrava na classe e já ia contando uma coisa engraçada. Depois abria a maleta e escolhia o pacote do dia. Tinha pacotes pequenininhos, médios, grandes tinha pacote embrulhado em papel de seda, metido em saquinho de plástico, tinha pacote de tudo quanto é cor. Não era à toa que a maleta ficava gorda daquele jeito! Só pela cor do pacote as crianças já sabiam o que ia acontecer: pacote azul era dia de inventar brincadeiras de juntar menina e menino; não ficava mais valendo aquela história mofada de menino só brincar disso, menina só brinca daquilo, meninos do lado de cá, meninas do lado lá. Pacote cor-de-rosa era dia de aprender a cozinhar. A Professora remexia no pacote, entrava e saia da classe e,de repente pronto! Mostrava um fogão com botijãozinho de gás e tudo. Era um tal de experimentar receita que só vendo. Um dia a diretora da escola entrou na sala, justo na hora que o Alexandre estava ensinando outro garoto a fazer bolinhos de trigo. Uma fumaceira medonha na sala de aula! Todas as crianças em volta do fogão palpitando: falta sal, bota pimenta, bota um pouquinho de salsa. A diretora sabia que estava na hora da aula de matemática. Que matemática era aquela que a Professora estava inventando? Não gostou da invenção, mas saiu sem dizer nada. Pacote vermelho era de viajar: saia retrato do mundo inteiro lá de dentro do pacote. Espalhavam aquilo tudo pela classe; enfileiravam as carteiras para fingir de avião e de trem. Quando chegavam aos retratos, um ia contando para o outro tudo o que sabia sobre aquele lugar. Tinha um pacote cor de burro quando foge que a Professora nunca chegou a abrir! Todo dia ela botava o pacote em cima da mesa. Mas na hora de abrir, ficava pensando se abria ou não e acabava guardando o pacote de novo.

Pacote verde era dia de aprender a pregar botão, botar fecho, fazer bainha na calça e na saia. Se o verde era bem forte, era dia de aprender a cortar a unha e cabelo. Verde bem clarinho era dia de consertar e limpar os sapatos. E tinha ainda um verde, que não era forte nem claro: era um amarelo que as crianças adoravam. Era dia da Professora abrir o pacote de história. Cada história ótima! Tinha um pacote branco, que só servia para a professora esconder e para a turma brincar de achar. Quem achava ia para o quadro negro dar aula. No princípio ninguém procurava direito. Coisa mais chata dar aula! E aula de quê? _ Conta a tua vida. Mostra o que você sabe fazer. Com o tempo, a turma deu para procurar direito o pacote. Era muito engraçada a tal aula! No dia em que o Alexandre achou o pacote, resolveu contar para a turma como é que ele vendia amendoim na praia. No melhor da aula, um grupo de pais de alunos que visitando a escola entrou na sala. Quando a aula acabou um deles perguntou a Professora: A senhora está querendo ensinar meu filho a ganhar a vida vendendo amendoim? A Professora explicou que Alexandre só estava contando para os colegas como era o trabalho dele, para todos ficarem sabendo como é que ele vivia. No outro dia saiu fofoca: contaram para o Alexandre que tinha um pessoal que não estava gostando da maleta da Professora. _ Que pessoal? Um disse que era a diretora, outro disse que era uma outra professora, outro disse que outro falou, mas ninguém ficou sabendo direito! Uns dias depois choveu muito! Chuva grossa. Encheu a rua, o tráfego da cidade parou, casa desmoronou. Coisa a beça aconteceu. E quase ninguém foi à Escola. Mas Alexandre foi. Entrou na classe e viu tudo vazio. Chovia demais para voltar para casa. Resolveu sentar e esperar. Lá pelas tantas a Professora chegou. Mas chegou sem a maleta. E com jeito diferente, uma cara meio inchada, não contou coisa engraçada, não riu nem nada. Sentou e ficou olhando para o chão. Alexandre achou que ela nem tinha visto ele. _ Oi! Ela também disse oi! Mas continuou quieta. Depois de algum tempo, Alexandre cansou de tanto ninguém dizer nada e falou: _ A chuva molhou sua cara? A professora nem se mexeu. Ele perguntou: _ Foi a chuva?

Ela fez que sim com a cabeça. Alexandre resolveu esperar mais um pouco. Mas pelo jeito a Professora tinha esquecido de dar aula. Será que era porque ela não tinha trazido a maleta? Arriscou: _ Cadê a maleta? A Professora olhou para ele sem saber muito bem o que dizer. Ele insistiu: _ Heim? Cadê? _ Perdi Ele se apavorou: _ Com tudo que tinha dentro? _ É _ Os pacotes todos? _ É _ O azul, o verde, o... _ É... É... É! Puxa que susto! Ela nunca tinha falado alto assim. Não perguntou mais nada. O coração ficou batendo, batendo, mas ela continuava sempre quieta até que ele não se aguentou e perguntou de novo: _ E agora? Como é que vai dar aula sem maleta? _ Não sei. _ Dá jeito de você comprar os pacotes de novo? _ Não. _ Por quê? Ela não disse nada. _ Responde... Por quê? _ Eles vêm junto com a maleta? Não vendem separados? _ Mas então compra outra maleta. Pronto. Ela ficou quieta de novo. E o tempo ia passando e ela continuava sempre quieta! A cara dela não secava nunca e não chovia lá dentro. Cada vez molhava mais! Então ele acabou pedindo: _ Compra, sim? _ Não dá Alexandre, eles não estão mais fabricando essas maletas hoje em dia. E aí... ele não perguntou mais nada. Ela também não falou mais. Até que a campainha tocou e a aula acabou.

Interpretando: 1)Descreva as características da maleta e da professora segundo o texto. 2)Qual era a atitude da professora ao entrar na sala de aula todos os dias? 3)O que havia em sua maleta? 4)O que aconteceu no dia em que Alexandre encontrou o pacote branco? 5)Vimos no texto, que um dos pais dos alunos perguntou à professora se ela estava querendo ensinar seu filho ganhar a vida vendendo amendoim. Qual foi a reação dela? 6)Você concorda com esse tipo de pergunta feita por esse(a) pai(mãe)? ( )sim ( )não *Justifique: 7)Descreva o dia chuvoso na escola. O que aconteceu? 8)O que mais chamou a atenção de Alexandre nesse dia? 9)Observe essa passagem do texto: Ela ficou quieta de novo. E o tempo ia passando e ela continuava quieta! A cara dela não secava nunca e não chovia lá dentro. Cada vez molhava mais! a)o que realmente havia no rosto da professora? R=

b)por que motivo seu rosto não secava nunca? c)por que motivo isso tudo estava acontecendo? 10)A professora pode falar para Alexandre o real motivo de sua tristeza? 11)Em sua opinião, o que aconteceu para que a professora ficasse tão triste e não pudesse mais trabalhar com sua maleta que levava tanta alegria para seus alunos? 12) Você concorda com o que aconteceu?explique: Trabalhando com a língua: 1)Encontre no texto 4 advérbios e escreva-os :,, e ; 2)Circule no texto cinco verbos, escreva-os abaixo e em seguida identifique seus tempos verbais: * = * = * = * = * = 3)Você sabe que características dadas a um substantivo são chamadas de ADJETIVOS. Então, encontre agora no texto que você acabou de ler cinco adjetivos e anote-os aqui: *, *, *, *, * 4) Faça uma lista de oito substantivos e classifique-os como comum ou próprio, simples ou composto. a) b) c) d) e) Beijos da tia Patrícia