Produção e Doação de Mudas pela Secretaria de Meio Ambiente de Ji-Paraná, Rondônia

Documentos relacionados
Eixo Temático ET Meio Ambiente e Recursos Naturais

GESTÃO DA ARBORIZAÇÃO URBANA. Eng.Ambiental. Bruna de Souza Otoni Prefeitura Municipal de Araçuaí -MG

ARBORIZAÇÃO URBANA EM SÃO JOÃO EVANGELISTA TIAGO DA SILVA PAULA

MENSURAÇÃO DO DIÂMETRO DE COPA DAS ESPÉCIES DE ÁRVORES EM TRÊS AVENIDAS CENTRAIS DE GURUPI-TO

LEVANTAMENTO DO ÍNDICE DE DIVERSIDADE DA ARBORIZAÇÃO EM TRÊS BAIRROS DA CIDADE DE JANUÁRIA/MG

DIAGNÓSTICO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO DE MUDAS DE ESPÉCIES FLORESTAIS NATIVAS EM MG

ANÁLISE QUALI-QUANTITATIVA DA ARBORIZAÇÃO URBANIZAÇÃO DO COMPLEXO BERADEIRO, MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA, PA.

MAPEAMENTO DA ARBORIZAÇÃO DE RUAS EM ALFENAS-MG

ARBORIZAÇÃO COMO FORMA DE PRESERVAÇÃO DO BIOMA CAATINGA E DE MANUTENÇÃO DA BIODIVERSIDADE

TÍTULO: LEVANTAMENTO DE ESPÉCIES ARBÓREAS NA REGIÃO CENTRAL DE LINS- SP

Princípios básicos para o projeto de arborização urbana

TÍTULO: LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS DAS PRAÇAS DO MUNICÍPIO DE MARIA DA FÉ - MG

Doutor, Universidade do Estado de Mato grosso,

DECRETO Nº DE

O ganho de florestas no estado do Rio de Janeiro e a perda de diversidade. Richieri A. Sartori. PUC-Rio

UTILIZAÇÃO DAS ESPÉCIES ARBÓREAS NATIVAS NA ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICIPIO DE CORRENTE, PIAUÍ

Arborização do Instituto Federal de Minas Gerais Campus Bambuí

26 a 29 de novembro de 2013 Campus de Palmas

Ipê amarelo. Floresta Ombrófila Mista, Floresta Ombrófila Densa, Floresta Estacional Semidecidual, da Bahia ao Rio Grande do Sul.

AVALIAÇÃO DA ARBORIZAÇÃO DAS VIAS PÚBLICAS DO BAIRRO MORADA DA SERRA, CUIABÁ- MT

V CIRCUITO DE ARBORIZAÇÃO URBANA ARAÇUAÍ MAIO 2015

Diagnóstico do Parque Augusta

CONCEITO DE PAISAGISMO E SUAS DIMENSÕES. A palavra paisagem surgiu no século XVI na Holanda, para designar uma pintura.

Mudas de Alta Qualidade para Arborização Urbana

USO DE GEOTECNOLOGIAS PARA SUBSIDIAR PLANOS DE AÇÃO DA ARBORIZAÇÃO VIÁRIA DO CENTRO DE PETROLINA-PE

Biólogo Sérgio Brazolin

PRODUÇÃO DE MUDAS DE FAVA DE BOLOTA (PARKIA PENDULA) PARA FINS DE ÁREAS VERDES URBANA

PROGRAMA PLANTE BONITO

LEVANTAMENTO E MANEJO ECOLÓGICO DE PRAGAS EM SISTEMAS AGROFLORESTAIS (SAF S): ESTUDO DE CASO DE UM SAF SUCESSIONAL NO DISTRITO FEDERAL, BRASIL

Avaliação de espaços verdes, ruas e patrimônio de árvores urbanas de grande porte em Bangkok, Tailândia

015 - Avaliação de espécies arbóreas em um sistema agroflorestal em Itaquiraí, Mato Grosso do Sul

ANÁLISE QUANTITATIVA DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO BAIRRO ESPERANÇA NA CIDADE DE CHAPADÃO DO SUL, MS

IMPLANTAÇÃO E ESCOLHA DE ESPÉCIES DE SISTEMAS AGROFLORESTAIS EM CORONEL VIVIDA PR

Programa Analítico de Disciplina AGR480 Silvicultura Geral

Agroecologia e Sistemas Agroflorestais

DIAGNÓSTICO QUANTITATIVO DA ARBORIZAÇÃO URBANA NO MUNICÍPIO DE BAURU: BAIRRO JARDIM PAGANI

Parceria na Arborização Urbana. Luiz Carlos da Silva CEMIG Distribuição S.A

Viveiricultura e Sementes florestais Profa. Cristiana C. Miranda

INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NA QUALIDADE DE VIDA NOS CENTROS URBANOS: ESTUDO EM GOVERNADOR VALADARES/MG

Atividades para trabalhar o Dia da Árvore

Arborização Urbana ENCONTRO ANUAL DOS DIRIGENTES DE MEIO AMBIENTE- CONDIMMA 2016

DIAGNÓSTICO QUALITATIVO ACERCA DA ABORIZAÇÃO DE UMA PRAÇA NA CIDADE DE NATAL/RN. Apresentação: Pôster

Reserva Legal e Sustentabilidade

PRODUÇÃO DE MUDAS DE FRUTÍFERAS E ESPÉCIES NATIVAS DO CERRADO

GRUPOS DE PLANTAS ORNAMENTAIS UTILIZADAS NO PAISAGISMO NOS CONDOMÍNIOS RESIDENCIAIS DA CIDADE DE LAVRAS-MG.

ANÁLISE DA PLUVIOMETRIA NO MUNICÍPIO DE AREIA- PB: I- ESTUDO DO INÍCIO DURAÇÃO E TÉRMINO DA ESTAÇÃO CHUVOSA E OCORRÊNCIA DE VERANICOS RESUMO

AVALIAÇÃO DE ESPÉCIES FLORESTAIS DE MÚLTIPLO PROPÓSITO, EM WENCESLAU BRAZ, PR

Manejo da Flora e Reflorestamento

MATRIZ CURRICULAR ORGANIZAÇÃO CURRICULAR DO CURSO. Matriz Curricular das Disciplinas Obrigatórias do Curso de Agronomia Ingressantes em 2018

UTILIZAÇÃO DE LEVANTAMENTO FLORÍSTICO COMO FERRAMENTA PARA EDUCAÇÃO AMBIENTAL

INCIDÊNCIA DE INSETOS EM ÁREAS DE CULTIVO DE HORTALIÇAS PRÓXIMAS A UM SISTEMA AGROFLORESTAL NO DISTRITO FEDERAL PROJETO DE PESQUISA

LEVANTAMENTO ARBORÍO NO MUNICÍPIO DE NOVA FLORESTA LOCALIZADO NO CURIMATAÚ PARAIBANO

LEVANTAMENTO DE FRUTÍFERAS NATIVAS PRESENTES EM QUINTAIS URBANOS NO MUNICÍPIO DE CERRO LARGO/RS

ÁREA: ADMINISTRAÇÃO POLÍTICAS PÚBLICAS VOLTADAS PARA A MANUTENÇÃO DOS PARQUES URBANOS: UM ESTUDO SOBRE OS PARQUES URBANOS DE CAMPO MOURÃO-PR

Código Florestal. Experiências em Recuperação Ambiental


UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Paisagismo e Floricultura. Paisagismo. Profª. Renata Canuto de Pinho

PRODUTIVIDADE DAS COLMEIAS DE

PROTEÇÃO DE NASCENTES. Pensando no amanhã

ANÁLISE QUANTITATIVA DA COMPOSIÇÃO ARBÓREA VIÁRIA DO DISTRITO DE CORREGO DO OURO-MG

Ana Paula Moreira da Silva

2º RELATÓRIO DE MONITORAMENTO DO PROJETO PLANTE BONITO

TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO INTEGRAÇÃO LAVOURA, PECUÁRIA, FLORESTA - ilpf

Levantamento das principais espécies arbóreas nas avenidas de Gurupi -TO

Perspectivas da Restauração Ecológica no Corredor de Biodiversidade do NE

AVALIAÇÃO VISUAL DE RISCO EM ÁRVORES: CASO PRAÇA CORONEL CARLOS BERNARDES EM LAGOA DA PRATA - MG

É importante que você conheça os principais biomas brasileiros e compreenda as características.

DIAGNÓSTICO DA ARBORIZAÇÃO URBANA DO MUNICÍPIO DE GOIANDIRA, GOIÁS

II ENCONTRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA. A INFLUÊNCIA DO TAMANHO DA SEMENTE E DO SUBSTRATO NA EMERGÊNCIA DO IPÊ ROXO (Tabebuia impetiginosa)

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

CÂMARA MUNICIPAL DE FORTALEZA GABINETE DO VEREADOR DR. PORTO (PORTINHO)

PLANEJAMENTO DA ARBORIZAÇÃO URBANA

Meio ambiente e sustentabilidade. Projetos ambientais, eficiência em tecnologia de energia, programas de compensação

Região Nordestina. Cap. 9

IDENTIFICAÇÃO DA DIVERSIDADE DE ESPÉCIES E ÍNDICES ARBÓRIOS NO PATIO ESCOLAR DE TRÊS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DA CIDADE DE SÃO VALÉRIO-TO.

ARBORIZAÇÃO DO IFMT CAMPUS CUIABÁ - BELA VISTA COM VEGETAÇÃO ARBÓREA NATIVA DO CERRADO

1 LEVANTAMENTO FLORÍSTICO DO COMPONENTE ARBÓREO DE ALGUMAS PRAÇAS PÚBLICAS DO MUNICÍPIO DE GUARAPUAVA, PR. 1

PROJETO: SETH REFLORESTA

ArcelorMittal BioEnergia Ltda PRODUÇÃO DE MADEIRA EM REGIÃO DE DÉFICIT HÍDRICO

Foto: Kátia Carvalheiro/BID INFORMATIVO TECNOLOGIAS DE BAIXO CARBONO PLANTIO DE FLORESTAS COMERCIAIS

4 Núcleos de Trabalho. 26 Colaboradores. Entidade civil sem fins lucrativos de caráter socioambiental, fundada em 1996, sediada na cidade de São Paulo

PROPOSTA DE IMPLANTAÇÃO DE UM PROJETO DE ARBORIZAÇÃO URBANA EM JI-PARANÁ/RO

PROJETO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL Formando Cidadãos para um Futuro Sustentável

Uso da cama de Peru na substituição parcial ou total da adubação química na cultura da soja¹

Dimensionamento de viveiros. Iane Barroncas Gomes Engenheira Florestal, M.Sc. IFAM-CITA

Apresentação Plano de Ensino

INFRA ESTRUTURA URBANA VEGETAÇÃO URBANA

Biblioteca informa. Horário de. Funcionamento: 07:30 às 12:00. e das. 13:30 às 17:00. Telefone: (75_)

Os OITO Elementos da Restauração. Sergius Gandolfi LERF/LCB/ESALQ/USP

LEVANTAMENTO DO USO DOS RECURSOS FLORESTAIS NO PROJETO DE DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL JAMIL JEREISSATI-ACRE

ARBORIZAÇÃO URBANA DE ARARAQUARA

PROSEL IFPA 2019 CADERNO DE CURSOS CAMPUS CASTANHAL

ÁRVORES E ARBUSTOS NO MEIO URBANO: LEITURA E POTENCIALIDADES NOS ESPAÇOS LIVRES DE CUIABÁ

Introdução aos Sistemas Agroflorestais

DECRETO Nº DE 26 DE ABRIL DE

CULTIVO PROTEGIDO EM PROPRIEDADES RURAIS

RELATÓRIO ANUAL 2003

ARBORIZAÇÃO NOS BAIRROS MONTESCLARENCE COMO PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO: O ENTORNO DO CAMPUS ICA/UFMG COMO FOCO

UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO CONSELHO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO SECRETARIA DOS ÓRGÃOS COLEGIADOS

20º Seminário de Iniciação Científica e 4º Seminário de Pós-graduação da Embrapa Amazônia Oriental ANAIS. 21 a 23 de setembro

Transcrição:

Produção e Doação de Mudas pela Secretaria de Meio Ambiente de Ji-Paraná, Rondônia Production and donation of seedlings by the Department of the Environment Ji -Parana, Rondonia PEQUENO, Maiane Vilanova 1 ; TAVARES, Lorena de Souza 2 ; MARQUES, Júlio de Souza 3 ; COSTA, Maria Cristiana de Freitas 4 ; SILVA JUNIOR, Raimundo Gomes 5 1 Institudo Federal de Rondônia, Ji-Paraná, RO, maiane.pequeno@ifro.edu.br; 2 Institudo Federal de Rondônia, Ji-Paraná, RO, lorena.tavares@ifro.edu.br; 3 Institudo Federal de Rondônia, Porto-Velho, RO, juliio.marques@ymail.com; 4 Institudo Federal de Rondônia, Cacoal, RO, maria.cristiana@ifro.edu.br; 5 Institudo Federal de Rondônia, Ji-Paraná, RO, raimundo.junior@ifro.edu.br Resumo: O objetivo desta pesquisa foi listar e avaliar a forma de produção e distribuição das espécies cedidas pela Secretaria do Meio Ambiente (SEMEIA) de Ji-Paraná, RO. Através do método de abordagem direta, com aplicação de um questionário junto a SEMEIA, obtivemos informações precisas sobre a formação de mudas, repartição dessas plantas aos habitantes da cidade para cultivo e também arborização local. Um fato observado é que as espécies mais procuradas são as que fornecem sombreamento e possuem maior beleza cênica, sendo estas: Oiti, Boliviana, Ixória e o Ipê. A produção em geral é de 13 espécies diferentes, Açaí (Euterpe oleracea Mart.), Oiti (Licania tomentosa (Benth.) Fritsch.), Dendê (Elaeis guineensis Jacq.), Jambo (Syzygium malaccense (L.) Merr. & L. M. Perry), Ingá (Inga vera Willd.), Ingázinho (Inga marginata Willd), Ipê Roxo (Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl.), Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand), Ipê Rosa (Tabebuia pentaphylla Hemsl.), Cedro Rosa (Cedrela fissilis Vell.), Boliviana (Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna), Tamarindo (Tamarindus indica L.). As sementes e estacas são coletadas de plantas das vias públicas, colocadas para a germinação no próprio viveiro da Secretaria, onde os técnicos auxiliam os moradores no plantio, e a Prefeitura se encarrega do plantio de árvores em praças, vias públicas e em áreas de preservação permanente. Palavras-chave: Arborização, Viveiro, Ecologia, Meio Urbano Abstract: The purpose of this research was to list and to value the production and distribution of species given by the secretaria do meio ambiente in the city of Ji-Paraná, RO. Through a direct approaching method, applying a questionnaire together the secretaria do meio ambiente, we obtained precise information about the cut plant formation and its distribution to the city s in habitants with the objective of cultivation and local afforestation. An observed fact is that the most searched species are the ones which give shadows to the roads and more beauty, being those: the oiti, boliviana, exória and the ipê. With the general donation of 13 different species, Açaí (Euterpe oleracea Mart.), Oiti (Licania tomentosa (Benth.) Fritsch.), Dendê (Elaeis guineensis Jacq.), Jambo (Syzygium malaccense (L.) Merr. & L. M. Perry), Ingá (Inga vera Willd.), Ingázinho ( Inga marginata Willd.), Ipê Roxo (

Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl), Ipê Amarelo (Tabebuia chrysotricha (Mart. Ex DC.) Stand.), Ipê Rosa (Tabebuia pentaphylla Hemsl.), Cedro Rosa (Cedrela fissilis Veell.), Boliviana (Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna, Tamarindo ( Tamarindus indica L.), seeds and plants are collected from the public streets and put to germinate in the own plant nursery of the Secretariat and the technicians assist them in habitants in the planting, the city Hall provides a watering lorry to water the plants in the public plazas and avenues, this action helps places ant to retrieve degraded areas. Keywords: Afflorestation, Plant nursery, Ecology, Urban Introdução A arborização de ruas e avenidas de uma cidade trazem inúmeros benefícios para a população, contribuindo para o bem-estar social e ambiental. Pois além do aspecto paisagístico, as árvores oferecem beleza cênica com suas folhagens e florada, contribuem para a redução da poluição sonora, melhorias na qualidade do ar, sombreamento, regulação do microclima e ainda servem alimentos para aves e pequenos animais (SANTOS et al; 2012). No entanto, para isso é essencial a indicação correta das plantas para arborização das vias, uma vez que o uso indevido poderá acarretar em uma série de prejuízos, tanto para o usuário como para empresas prestadoras de serviços de rede elétrica, telefonia e esgotos (DANTAS; SOUZA, 2004). No Estado de Rondônia que possui clima tropical chuvoso e úmidos, com temperaturas entre 24 e 34 C e precipitação anual variável de 1.800 a 2.400 mm. Os solos da região em grande parte são compostos por Latossolo amarelo e Latossolo vermelho. A cobertura vegetal é composta por floresta nativa Ombrófila Aberta e Ombrófila Densa com exploração agropecuária (RONDÔNIA, 2016). Na década de 70, área de grande expansão da atividade agrícola decorrente da política de colonização praticada pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). Promoveu a intensificação do fluxo migratório, ocasionando aglomerados urbanos e intensa ocupação de áreas ao longo da BR 364. A análise dos dados demográficos (IBGE, 2010) revela uma população de 295.494 habitantes, com 31% da população residindo no meio rural (CARVALHO, 2012). As ocorrências de diminuição das áreas verdes no meio urbano vêm se tornando uma triste realidade e uma preocupação crescente. Em Ji-Paraná, a Secretaria do Meio Ambiente (SEMEIA) tem colaborado e feito um trabalho de seleção de espécies, produção e distribuição de mudas para a população de forma gratuita. Diante disso, este trabalho teve por objetivo listar as espécies de mudas arbóreas disponibilizadas pela SEMEIA de Ji-Paraná, e avaliar a forma de produção e doação.

Metodologia O estudo foi realizado no município de Ji-Paraná, RO, localizado a uma latitude 10º53'07" sul e a uma longitude 61º57'06" oeste (Figura 1). Figura1. Localização do município de Ji-Paraná, Rondônia A pesquisa foi realizada com os funcionários e estagiários da SEMEIA utilizando um questionário de abordagem quantitativa e qualitativa do tipo descritivo exploratório, de amostragem não probabilística. Que de acordo com Gil (1995) esse tipo de abordagem, facilita o maior aprofundamento das respostas obtidas, pois prende a atenção da pessoa entrevistada e produz resultados confiáveis com motivação em responder adequadamente às perguntas. Resultados e discussões SEMEIA: Produção e Distribuição das mudas A Secretaria dispõe de um viveiro próprio, que tem uma equipe com 3 técnicos e outros 3 funcionários, e 4 estagiários, que juntos produzem mudas de espécies arbóreas para distribuir à população de forma a incentivar os plantios, e outra parte, para serem utilizadas na arborização da cidade de Ji-Paraná, RO. Para a produção das mudas, primeiramente é feita uma seleção das espécies que serão cultivadas e a localização das árvores matrizes que fornecerão o material

genético de reprodução, as sementes ou estacas. Essas matrizes são provenientes da própria cidade e geralmente do meio urbano. Os funcionários possuem um controle interno da época de coleta de cada espécie, e quando necessário fazem a coleta e inicia-se a produção das mudas nas árvores matrizes que estão georeferenciadas. Para adquirir as mudas, os interessados devem fazer uma solicitação junto a SEMEIA, onde será emitida uma autorização de retirada. De posse da autorização, os mesmos devem se deslocar até o viveiro para adquirirem a muda desejada. As mudas são ofertadas gratuitamente em quantias inferiores a 10 unidades por pessoa. Caso a quantidade desejada seja superior, será cobrado um valor de acordo com a necessidade do viveiro. O período de doação é durante todo ano de acordo com a disponibilidade, pois cada espécie tem a época certa para ser plantada e doada. A planta é oferecida a partir de 1,00 m, sendo o ideal a partir de 1,30 m, mas na maioria dos casos as mudas não conseguem ficar no viveiro até atingir essa altura. Após a aquisição cada pessoa é responsável pelo manejo de suas mudas, exceto as plantadas em vias públicas, que são de responsabilidade da Prefeitura, que dispõe de um caminhão pipa para irrigar semanalmente na época de estiagem. O projeto da SEMEIA teve início no ano de 2014 e um ano depois, mais de 6 mil árvores foram plantadas em diversas áreas do município, principalmente nas proximidades do rio Machado em áreas de preservação permanente, com mudas de Ipês, Açaí, Pau Brasil, Cedro-Rosa, Palmeira Imperial, Tamarindo e Ingá. E outras 25 mil mudas foram doadas para a população (CORREIO DO VALE, 2015). A procura é bem grande pelas espécies. Anualmente saem em torno de 5 mudas. Fato comprovado por Bezerra et al. (2014) que fizeram um levantamento das espécies arbóreas plantadas nos canteiros das casas e vias, e verificaram que nos bairros Santiago, JK, Nova Brasília, União II, Jardim dos Imigrantes e Urupá, 45% das espécies encontradas são distribuídas pela SEMEIA. Levantamento Das Espécies Produzidas e Sua Importância Ecológica No viveiro municipal são produzidas 12 espécies florestais (Tabela 1), contudo as mais procuradas pela população são o Oiti, a Boliviana e os Ipês, por serem produtoras de flores exuberantes. Tabela 1. Relação de espécies produzidas e doadas pela Secretaria de Meio Ambiente do Município de Ji-Paraná / RO, 2016. Nome Comum Nome Científico Família

Açaí Euterpe oleracea Mart. Arecaceae Oiti Licania tomentosa (Benth.) Fritsch. Chrysobalanaceae Dendê Elaeis guineensis Jacq. Arecaceae Jambo Syzygium malaccense (L.) Merr. & L. M. Perry Myrtaceae Ingá Inga vera Willd. Fabaceae Ingázinho Inga marginata Willd. Fabaceae Ipê Roxo Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Stand. Bignoniaceae Ipê Amarelo Tabebuia chrysotricha (Mart. ex DC.) Stand. Bignoniaceae Ipê Rosa Tabebuia pentaphylla Hemsl. Bignoniaceae Cedro Rosa Cedrela fissilis Vell. Meliaceae Boliviana Ceiba speciosa (A.St.-Hil.) Ravenna Malvaceae Tamarindo Tamarindus indica L. Caeasalpiniaceae Todas as espécies supracitadas são de fácil manejo e adaptação, contudo apenas o Açaí, os Ingás, os Ipês, Cedro Rosa e o Tamarindo são nativas da região e as demais são espécies consideradas exóticas. A maioria das espécies produzida pela SEMEIA possuem grandes copas, fornecendo áreas de sombreamento que permitem minimizar as elevadas temperaturas, colaborando para um microclima mais ameno, exceto o Açaí que por ser uma palmeira, não fornece tanta sombra. Entretanto, o Açaí, assim como o Oiti, Jambo, Ingá, Ingázinho e Tamarindo são espécies frutíferas, aproveitadas tanto pela população como pelos animais, principalmente as aves como o sanhaço, maritacas entre outras. São espécies que possuem frutos pequenos, que não ameaçam os transeuntes nas calçadas e praças, e nem atraem mosquitos quando seus frutos amadurecem. Além disso, quando essas espécies florescem a exuberância dos formatos e a intensidade de cores é um espetáculo à parte, onde se destaca o Jambo pelas cores fortes de rosa choque, os Ipês pelas cores amarela, rosa e roxa, Cedro Rosa e a Boliviana com cores amarela. As flores ainda favorecem a pequena fauna, atraindo aves e insetos polinizadores, como as abelhas que são consideradas indicadoras da qualidade do ambiente. De acordo com Milano e Dalcin (2000) as áreas verdes dentro da cidade geram vários aspectos positivos os quais podem ser mensurados e monitorados pela população. Relata ainda que locais arborizados, áreas de convívios e parques de recreação, também auxiliam na saúde do homem e no combate ao stress. Mesmo diante de tanta distribuição de mudas florestais, não se vê na cidade a mesma proporção de árvores adultas, o que permite supor que estas mudas estejam sendo plantadas em áreas rurais ou as mesmas não chegam a fase adulta por falta de manejo.

Diante de tantos benefícios relatados, uma cidade arborizada só tem a ganhar com o melhoramento do clima por conta do sombreamento, na qualidade de vida da população, proteção contra ventos fortes, alívio da poluição sonora e atmosférica, habitat da fauna, principalmente aves e insetos. Conclusões A SEMEIA produz e distribui 12 espécies florestais para os moradores de Ji-Paraná, contribuindo para produção nos quintais florestais e principalmente para a arborização da cidade. A produção é feita por sementes e estaquias de árvores matrizes pré-selecionadas. As espécies nativas estão sendo usadas pela adaptação ao local, para não ocorrer pragas e doenças na vegetação de locais públicos. A distribuição é planejada de acordo com as espécies mais adequada para os pontos a serem revegetados. Todo cuidado é tomado para o plantio e manutenção de áreas de canteiros, como irrigação, limpeza e replantio. Agradecimentos À Secretaria Municipal de Meio Ambiente e ao Instituto Federal de Rondônia, Campus Ji-Paraná. Referências bibliográficas BEZERRA, R. R.; ROCHA, V. N. L. da; OROZCO, M. M. D. Proposta de implantação de um projeto de arborização urbana em Ji-Paraná/RO. In: Congresso de Gestão ambiental, Belo Horizonte/ MG, 24 a 27 de novembro, 2014. CARVALHO, G. L. O. Uso de análise espacial para avaliação de indicadores de qualidade do leite na microrregião de Ji-Paraná, Rondônia, 2011, 121 folhas, dissertação (mestre em ciência e tecnologia do leite e derivado) Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2012; CORREIO DO VALE, jornal. Disponível em: http//www.jornalcorreiodovale.com.br/ noticia. Publicada em 28/04/2015. DANTAS, I. C.; SOUZA, C. M. C. de. Arborização urbana na cidade de Campina Grande-PB: inventário e suas espécies. Revista de Biologia e ciências da terra, v. 4, n. 2, 2º semestre de 2004. GIL, A. C. Técnicas de pesquisa em economia. 2. Ed. São Paulo: Atlas, 1995. 195 p.

MILANO, M.; DALCIN, E. cause, objective and execution. Arboriculture Journal, v.11, p.245-263, 2000. RONDÔNIA (ESTADO). Secretaria do Estado do Desenvolvimento Ambiental - SEDAN. Zoneamento Sócio-Econômico-Ecológico do Estado de Rondônia - ZSEE. 2000. Disponível em:< http://www.sedam.ro.gov.br/ >. Acesso em: 05 de set.. 2016. SANTOS, T. O. B. dos; LISBOA, C. M. C. A.; CARVALHO, F. G. Análise da arborização viária do bairro de Petrópolis, Natal, RN: uma abordagem para diagnóstico e planejamento da flora urbana, REVSBAU, Piracicaba SP, v.7, n.4, p.90 106, 2012