ASPECTOS LEGAIS DA MEDIAÇÃO FAMILIAR

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Transcrição:

ASPECTOS LEGAIS DA MEDIAÇÃO FAMILIAR

1. Disciplina legal. Novo CPC (Lei 13.105/15): Art. 3º, 3 º - A conciliação, a mediação e outros métodos de solução consensual de conflitos deverão ser estimulados (...). Artigos 165/175 (mediadores e conciliadores como Auxiliares da Justiça). Artigo 334 (audiência prévia de mediação ou conciliação).

Lei da Mediação (nº 13.140/15) Resolução nº 125 do CNJ Enunciados do FONAMEC (47)

2. Conciliação X Mediação (art. 165 do Novo CPC) Conciliação - 2 o O conciliador, que atuará preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento ou intimidação para que as partes conciliem. Mediação - 3 o O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo anterior entre as partes, auxiliará os interessados a compreender as questões e os interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da comunicação, identificar, por si próprios, soluções consensuais que gerem benefícios mútuos. Precisa mesmo diferenciar?

Numa primeira leitura, dois critérios legais de distinção: 1. A existência ou não de vínculo anterior entre as partes; 2. A atuação do facilitador (mediador/conciliador), menos ou mais proativa. Porém, a Lei de Mediação inovou, implicitamente: Considera-se mediação a atividade técnica exercida por terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a controvérsia (Art. 1º, parágrafo único). E expressamente dispôs que a confidencialidade abrange a: Manifestação de aceitação de proposta de acordo apresentada pelo mediador (art. 30, 1º, inciso III).

Proposta para que a intervenção seja feita por meio de métodos como a formulação de perguntas (Será?????!!!!!!!) A decisão informada e o caso da guarda compartilhada. Temos cérebro eletrônico? O cérebro eletrônico faz tudo, Faz quase tudo... Mas ele é mudo! (Gilberto Gil, 1969) Nunca fornecer parecer jurídico e desenvolver o trabalho com imparcialidade, mas sempre na busca do consenso (art. 2º da LM). Enfim, o mediador, especialmente nas questões de família, deve ter muuuuuuuuuuito preparo para a solução das lides!!!!!!

3. Para tanto, pode usar das técnicas de mediação. Novo CPC - Art. 166, 3º: Admite-se a aplicação de técnicas negociais, com o objetivo de proporcionar ambiente favorável à autocomposição. Caucus - Art. 19. No desempenho de sua função, o mediador poderá reunir-se com as partes, em conjunto ou separadamente, bem como solicitar das partes as informações que entender necessárias para facilitar o entendimento entre aquelas. O caso da alegação de abuso sexual e o caucus com a advogada.

4. As partes podem rejeitar a audiência prévia de mediação? Pelo Novo CPC, sim nas demais ações: Art. 334. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de conciliação ou de mediação. 4 o A audiência não será realizada: I - se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composição consensual; Mas não nas ações de família (art. 695, NCPC) Pela Lei de Mediação, não: Art. 27. Se a petição inicial preencher os requisitos essenciais e não for o caso de improcedência liminar do pedido, o juiz designará audiência de mediação. A questão se resolve pelo princípio: lex specialis derogat lex generalis Afinal, se as partes tivessem a capacidade de resolver suas pendências, a questão não estaria judicializada!

5. Com acordo, forma-se título executivo judicial ou extrajudicial, conforme homologado ou não pelo juiz, respectivamente (art. 20, parágrafo único, da LM). 6. Sem acordo, nada consta do termo acerca da negociação por respeito à confidencialidade (art. 30 da LM) e... A prova apresentada em desacordo com o disposto neste artigo não será admitida em processo arbitral ou judicial 7. O absurdo e vergonhoso, além de inconstitucional, 4º do art. 30 LM, segundo o qual... 4 o A regra da confidencialidade não afasta o dever de as pessoas discriminadas no caput prestarem informações à administração tributária após o termo final da mediação.

8. Tentativa de convencimento tem limite!!! nem por isso o trabalho deixou de ser profícuo o caso da senhora da união estável advogada que não quis um tal mediador pela insistência 9. Mas, para a obtenção do convencimento é fundamental angariar a confiança das partes, por meio da: seriedade audição atenta informação clara.

Resultados da 3ª Vara de Família e Sucessões Central da Capital em aproximadamente 1 ano de trabalho de mediações Pauta de audiências de 6 meses para menos de 1 mês Redução de 3.000 para menos de 2.000 processos em andamento Hoje o advogado pede a marcação de audiência de mediação O advogado que me enrolou e eu gostei

A BUSCA PELO BEM DAS PESSOAS - O NORTE DO MEDIADOR DE FAMÍLIA. Wendell Lopes Barbosa de Souza Juiz Titular da 3ª Vara de Família e Sucessões Central da Capital Tel. 2171.6018 wlopesbarbosadesouza@yahoo.com.br Obrigado, sucesso e felicidades!!!