Relatório de Consultoria AMBIOS/outubro de 2002

Documentos relacionados
Relatório de Consultoria AMBIOS/outubro de 2002

ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE RISCO POR RESÍDUOS PERIGOSOS NO BAIRRO MANSÕES SANTO ANTÔNIO MUNICÍPIO DE CAMPINAS SÃO PAULO

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA POR RESÍDUOS DE PESTICIDAS EM CIDADE DOS MENINOS, DUQUE DE CAXIAS

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA POR RESÍDUOS DE PESTICIDAS EM CIDADE DOS MENINOS, DUQUE DE CAXIAS CAPÍTULO VII

ANEXO 4.5.: PROCEDIMENTOS DE AMOSTRAGEM

CAPÍTULO 2 ÁREA DE ESTUDOS A proposta do Sítio Controlado de Geofísica Rasa - SCGR

1 SELEÇÃO DOS CONTAMINANTES DE INTERESSE

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA POR

Fonte: Geoklock, 2004

Cavas de Mina: Uso para disposição de resíduos Possibilidades e Restrições Riscos de contaminação e cuidados ambientais relacionados à disposição de r

RESULTADOS ANALÍTICOS DAS AMOSTRAS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS - ANTIGA SHELL QUÍMICA - PAULÍNIA

A perfuração deverá seguir as normas técnicas vigentes da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.

CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA DE SANTA CATARINA

AVALIAÇÃO DE RISCO À SAÚDE HUMANA POR

APLICAÇÃO DE SEEPAGE PARA DETERMINAÇÃO DO APORTE FREÁTICO EM TRECHO MARGINAL DA REPRESA DE GUARAPIRANGA

Indústria Comércio Resíduo Acidentes Desconhecida. Figura Distribuição das áreas contaminadas em relação à atividade (CETESB, 2006).

INFLUÊNCIA DE FOSSAS NEGRAS NA CONTAMINAÇÃO DE POÇOS SUBTERRÂNEOS NA COMUNIDADE VILA NOVA, ITAIÇABA-CEARÁ 1

V AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA CONSUMIDA NO MUNICÍPIO DE CAIÇARA DO NORTE - RN

Elaborado por: Luiz Augusto dos Santos Madureira Colaborador: Marina Pereira Coelho, graduanda em química. Bolsista IC.

DISPOSIÇÃO DE RESÍDUOS SÓLIDOS NO SOLO ATERROS DE RESÍDUOS

Amostragem de água para análise de nitrato e metais pesados. Capítulo 8. Amostragem de água para análise de nitrato e metais pesados

RELATÓRIO DE VISTORIA

Avaliação de Risco à Saúde Humana

Fatores de risco à saúde humana relacionados ao consumo humano de água de mananciais subterrâneos Gerenciamento e Controle.

Publicações Remediação de áreas contaminadas

UTILIZAÇÃO DA CAFEÍNA COMO INDICADOR DE CONTAMINAÇÃO POR ESGOTO DOMESTICO NO AÇUDE BODOCONGÓ EM CAMPINA GRANDE PB

Água Subterrânea e o Abastecimento Urbano no Rio Grande do Sul

AÇÕES DA VIGILÂNCIA EM ÁREAS DE RISCO

Água Subterrânea como Manancial de Abastecimento no Rio Grande do Sul

ALTERNATIVA DE TRATAMENTO DE ÁGUA DE ABASTECIMENTO PARA ÁREAS RURAIS

ELEMENTOS-TRAÇO NO AQUÍFERO MACACU, RIO DE JANEIRO BRASIL

RELATÓRIO DE SONDAGEM GEOTÉCNICA

ANEXO I. Condicionantes para Licença de Operação (LO) da Ambientec Incineração de Resíduos Ltda.

Simone Andréa Pozza Carmenlucia Santos Giordano Penteado. Monitoramento e Caracterização Ambiental

PORTARIA FEPAM n.º 22/2019 Publicada no Diário Oficial em 08/04/2019

Ocorrência de nitrato no sistema aquífero Bauru e sua relação com a ocupação urbana no município de Marília.

DIAGNÓSTICO DOS POÇOS TUBULARES E A QUALIDADE DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS DO MUNICIPIO DE JUAZEIRO DO NORTE, CEARÁ

Manual de protocolos e coletas e análise de efluentes e rejeitos industriais

PREFEITURA MUNICIPAL DE PORTO ALEGRE

Notas: Aprovado pela Deliberação CECA nº 1246, de 01 de fevereiro de 1988 Publicado no DOERJ de 07 de março de 1988

ICTR 2004 CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA EM RESÍDUOS E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL Costão do Santinho Florianópolis Santa Catarina

RELATÓRIO N.º /16 SONDAGEM À PERCUSSÃO. 22 de Setembro de 2016.

ESTUDO DAS CONDIÇÕES SANITÁRIAS DOS RESERVATÓRIOS DE ÁGUA POTÁVEL DAS ESCOLAS PÚBLICAS NO MUNICÍPIO DE PALMAS

*Módulo 1 - IDENTIFICAÇÃO

SANEAMENTO BÁSICO, PROBLEMAS DE SAÚDE PÚBLICA E AMBIENTAIS DO LITORAL NORTE DO RIO GRANDE DO SUL

REGULAÇÃO E MONITORAMENTO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA NO ESTADO DE MINAS GERAIS

SEMINÁRIO SOBRE ÁREAS CONTAMINADAS FAZENDA CONTENDAS

Do Brasil Ltda AVALIAÇÃO E BIORREMEDIAÇÃO DO POLO DO ATUBA NA CONTAMINAÇÃO POR ÓLEOS MINERAIS

QUÍMICA ANALÍTICA AMBIENTAL Prof. Marcelo da Rosa Alexandre

SANEAMENTO AMBIENTAL EXPERIMENTAL - TH 758

Orientações para instalação. domiciliar do sistema de FOSSA E SUMIDOURO

ÁREAS CONTAMINADAS: GERENCIAMENTO E ESTUDO DE CASO. Otávio Eurico de Aquino Branco Abril de 2013

EXPO CONDOMÍNIO COMPLETO. Tecnologias e Inovações para o Uso Racional dos Recursos Hídricos. Geologia de Engenharia POÇOS TUBULARES PROFUNDOS

Título: Relação da água da chuva com os poços de abastecimento público do Urumari em Santarém Pará, Brasil. Área Temática: Meio Ambiente

INSTRUÇAO DE AMOSTRAGEM POR MATRIZ

Remediação para Postos de Serviço

DEPARTAMENTO DE ÁGUAS E ENERGIA ELÉTRICA. OUTORGA e INTEGRAÇÃO INTERINSTITUCIONAL. Base Legal

ESTUDO DE CASO RESAG: COMPARABILIDADE ANALÍTICA E DA QUALIDADE DA ÁGUA

CARACTERIZAÇÃO FÍSICA DO SOLO UTILIZADO EM CAMADAS DE COBERTURA NO ATERRO SANITÁRIO DE CAUCAIA-CEARÁ

OUTRAS MEDIDAS DE IMPORTÂNCIA SANITÁRIA

IX 009 ADEQUAÇÃO DE LISÍMETRO DE SUCÇÃO PARA COLETA DE SOLUÇÃO DO SOLO

Tratamento de Água para Abastecimento

5. PROTÓTIPOS DE MEDIDORES DE DESLOCAMENTOS

ESSENCIS ENGENHARIA E GEOLOGIA AMBIENTAL. Recuperação Ambiental para ampliação do Porto de Santos no antigo lixão da Alemoa Santos /SP

CARACTERÍSTICAS DO POÇO

II PROJETO DE MONITORAMENTO AMBIENTAL

4006 Síntese do éster etílico do ácido 2-(3-oxobutil) ciclopentanona-2-carboxílico

HIGH PERFORMANCE LIQUID CROMATOGRAPHY CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA PERFORMANCE CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTO DESEMPENHO

Capítulo 9. Sonia Cláudia Nascimento de Queiroz, Vera Lúcia Ferracini e Marco Antônio Ferreira Gomes

PHD Hidrologia Aplicada. Águas Subterrâneas (2) Prof. Dr. Kamel Zahed Filho Prof. Dr. Renato Carlos Zambon

Variação do ph do solo em seis segmentos de veredas, região de Uberlândia, MG (1)

Workshop Cavas de Mina: uso para disposição de resíduos Possibilidades e Restrições

DIAGNÓSTICO DO SANEAMENTO BÁSICO REALIZADO NOS BAIRROS VILA DA AMIZADE, OLARIA NORTE E SÃO LUIZ I, NO MUNICÍPIO DE CONCEIÇÃO DO ARAGUAIA - PA

PORTARIA DAEE Nº 5.578, de 05/10/2018

ESTUDO DA QUALIDADE FÍSICO-QUÍMICA DAS ÁGUAS DE POÇOS TUBULARES, LOCALIZADO NO SITIO GUABIRABA DO MUNICÍPIO DE LAGOA SECA-PB

PORTARIA DAEE Nº 1.631, de 30/05/2017

ANEXO C Exemplo de Protocolo de Auditoria Ambiental para Identificação de Aspectos Ambientais

Portaria FEPAM N 029/2017

UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - UFPEL CENTRO DE ENGENHARIAS - CENG DISCIPLINA: SISTEMAS URBANOS DE ÁGUA E ESGOTO

AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS DE CISTERNAS NA COMUNIDADE RURAL DE SANTA LUZIA, EM PICUÍ-PB

ESTUDOS DE AVALIAÇÃO DE RISCO POR RESÍDUOS PERIGOSOS NO BAIRRO MANSÕES SANTO ANTÔNIO MUNICÍPIO DE CAMPINAS SÃO PAULO I. INTRODUÇÃO

DISA. 3- MOTIVO DO ENCAMINHAMENTO À FEPAM SITUAÇÃO: Tipo de documento a ser solicitado:

AVALIAÇÃO DE METAIS DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM POÇOS PARA O MONITORAMENTO DE ATERRO SANITÁRIO

Oportunidades e Soluções em Lodo de ETEs.

Aula 09 SOLO BENTONITA. Eng. Civil Augusto Romanini (FACET Sinop) Sinop - MT 2016/1

de Ciências do Ambiente e Sustentabilidade na Amazônia

A importância e as formas de amostragem em estudos ambientais. Parte I GENERALIDADES

MF-1050.R-2 - MÉTODO DE DETERMINAÇÃO DE DERIVADOS DA CUMARINA, POR CROMATOGRAFIA LÍQUIDA DE ALTA EFICIÊNCIA (CLAE)

CIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO DE SÃO PAULO PROGRAMA PILOTO PARA IMPLANTAÇÃO DO PLANO DE SEGURANÇA DA ÁGUA NA SABESP

GOVERNO DO ESTADO DO MARANHÃO SECRETARIA DE ESTADO DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS NATURAIS SEMA

RELATÓRIO DE LEVANTAMENTOS DE CAMPO RESERVA DE JACARENEMA BARRA DO JUCU VILA VELHA

Permeabilidade e Fluxo Unidimensional em solos

ASSINATURAS GEOFÍSICAS DE ÁREAS

Disciplina: Poluição do Solo Aterro Sanitário - Conceito e infraestrutura Métodos de disposição no solo

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS DOS SOLOS E INTERAÇÃO COM ÁGUAS SUBTERRÂNEAS

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental

José Cláudio Viégas Campos 1 ; Paulo Roberto Callegaro Morais 1 & Jaime Estevão Scandolara 1

Como elaborar um MANUAL DE BOAS PRÁTICAS DE FABRICAÇÃO (5ª PARTE)

TH 030- Sistemas Prediais Hidráulico Sanitários

PORTARIA N º 017, DE 04 DE MARÇO DE 2016.

Transcrição:

Projeto de Análise de Compostos Organoclorados nas Águas de 37 Poços Existentes na Área da Cidade dos Meninos e cinco no entorno, Município de Duque de Caxias, Estado do Rio de Janeiro Relatório de Consultoria AMBIOS/outubro de 2002 Coordenação: Alexandre Pessoa da Silva Diretor Técnico da AMBIOS Engenharia e Processos Ltda., Mestre em Química pela Bergakademie Freiberg, Doutor em Ciências (Instituto de Geociências USP). Equipe de amostragem: Alexandre Pessoa da Silva Coordenador Daniela Buosi MsC Eng. Florestal Marco Antonio Silva Biólogo Severino Ramos Marques de Lima Técnico Mineração Gilvan Vanderlei Alves Técnico Mineração Agentes Comunitários de Saúde do Programa Saúde da Família (PSF) da Cidade dos Meninos: Daniel Eduardo dos Santos Ana Paula de Oliveira Santos Marluce Cardoso Lamin Maria Godiva Silva de Lima Texto final: Alexandre Pessoa da Silva Revisão: Daniela Buosi Relatório técnico solicitado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde (Decit/SPS/MS) para subsidiar as decisões sobre a remediação da contaminação ambiental por organoclorados na Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ

Sumário 1. Introdução.................................................................................. 5 1.1 Valores de Referência..................................................................... 5 1.2 Estudos anteriores........................................................................ 7 2. Materiais e Métodos.......................................................................... 11 2.1 Visita de reconhecimento................................................................. 11 2.2 Comunicação e esclarecimento aos residentes............................................... 11 2.3 Caracterização dos poços de captação de água subterrânea existentes na Cidade dos Meninos e entorno....................................................................... 11 2.4 Definição dos procedimentos de coleta..................................................... 13 2.5 Procedimentos analíticos.................................................................. 14 2.5.1 Descrição dos Procedimentos Analíticos Empregados................................... 14 3. Resultados................................................................................... 15 3. 1 Amostragem............................................................................. 15 3. 2 Resultados analíticos..................................................................... 16 3.3 Discussão dos resultados.................................................................. 18 4. Conclusão................................................................................... 19 5. Bibliografia.................................................................................. 20 Anexo 1........................................................................................ 21 Anexo 2........................................................................................ 25 Anexo 3........................................................................................ 26

Lista de Tabelas Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Limites de concentração de compostos organoclorados em água potável em países e instituições internacionais selecionadas................................. 6 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos piezômetros instalados no foco principal de contaminação e na Vila Malária, Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ.............. 9 9Tabela 3.................................................................... Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos piezômetros instalados no foco principal de contaminação e na Vila Malária, Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ............. 10 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços da Cidade dos Meninos, 2001............................. 16 16Tabela 5................................................................... Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços da Cidade dos Meninos, 2002............................. 16 16Tabela 6................................................................... Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em CM-29 a CM-47........................................................................... 17 17Tabela 7................................................................... Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços de localidades do entorno sul da Cidade dos Meninos, 2002................................................................. 17 17 Lista de Figuras Lista de Figuras Figura Figura 1 1 Desenho esquemático do mapa potenciométrico do lençol freático e localização dos poços de monitoramento (PM) no foco principal e suas adjacências na Cidade dos Meninos, 2001.......................................... 8 Figura 2 Representação gráfica da localização dos pontos de amostragem para água subterrânea e concentrações relativas dos compostos químicos de interesse. Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, 2001............................. 9 9 Figura 3 Desenho esquemático da localização dos poços de captação subterrânea.............. 12 Figura 3 Figura 4 Desenho esquemático da localização dos poços de captação subterrânea........ Detalhes 12 construtivos dos poços do tipo cacimba na Cidade dos Meninos............. 15 Figura 45 Detalhes construtivos dos poços do tipo cacimba na Cidade dos Meninos............. 15 15 Figura 5 Detalhes construtivos dos poços do tipo cacimba na Cidade dos Meninos.......

1. Introdução Os estudos sobre a contaminação ambiental com resíduos de pesticidas organoclorados na Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ, realizados pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB), assinalaram o comprometimento das águas subterrâneas coletadas nos poços de monitoramento instalados nas imediações da área foco principal de contaminação (CETESB, 2002). A existência de focos secundários detectados em estudos recentes (AMBIOS, 2002; CETESB, 2002 e DECIT, 2001), bem como o consumo de água subterrânea através de captação em poços na Cidade dos Meninos, ressaltaram a necessidade da realização de um estudo para verificação da presença de compostos organoclorados na água destes poços, bem como uma amostragem em outros poços localizados no entorno da Cidade dos Meninos. O transporte dos pesticidas para as águas subterrâneas está relacionado com as propriedades físicas e químicas desses compostos e do solo. Solos argilosos retêm muito mais o pesticida que solos arenosos. A estrutura do solo influencia grandemente a porosidade e, portanto, a retenção de resíduos. O movimento da água é retardado nos solos de textura muito fina, o que ocasiona um retardamento na volatilização e na movimentação dos pesticidas. A possibilidade de contaminação das águas subterrâneas é de grande importância nas localidades onde elas são usadas para consumo humano, animal ou nas plantações. Em levantamento realizado pelo Departamento de Ciência e Tecnologia em Saúde da Secetaria de Políticas de Saúde do Ministério da Saúde (DECIT), foram identificados, na Cidade dos Meninos, 31 poços de captação de águas subterrâneas de baixa profundidade, inferior a 10 metros (DECIT, 2001). 1.1 Valores de Referência A normalização de valores máximos permitidos para os compostos químicos de interesse na Cidade dos Meninos varia nos diversos países. Nos países europeus, as normas sobre água potável são determinadas pelo Conselho Técnico Científico da Comunidade Européia. Na Holanda, levando em conta a situação de alto risco dos seus aqüíferos subterrâneos, causada pela baixa profundidade, a legislação é mais severa. O estudo de avaliação de risco à saúde humana realizado pela empresa AMBIOS, em 2002, identificou como contaminantes de interesse na Cidade dos Meninos os seguintes compostos: HCH e seus isômeros; DDT e seus metabólitos; Triclorobenzenos; Triclorofenóis; e Dioxinas e furanos. Para a avaliação da qualidade da água para o consumo humano dos poços de captação subterrânea existentes na Cidade dos Meninos e alguns pontos do seu entorno, quanto aos contaminantes de interesse assinalados, foi escolhida a legislação holandesa de água para consumo humano. 5

A escolha da legislação holandesa como base de avaliação, portanto, deve-se a: 1. legislação brasileira assinalar limites somente para parte dos compostos químicos considerados de interesse pelo estudo de avaliação de risco à saúde; e 2. características de superficialidade do lençol freático na Cidade dos Meninos, comprovadamente contaminado nas amostras coletadas pela CETESB (CETESB, 2002) na área do foco principal, exigirem limites mais rigorosos. A Tabela 1 apresenta as normas sobre os limites de concentração em água potável no Brasil, Comunidade Européia (CE), na Holanda e Organização Mundial da Saúde (OMS). Tabela 1 Limites de concentração de compostos organoclorados em água potável em países e instituições internacionais selecionadas Concentrações máximas permitidas (µg/l) Composto Brasil 1 CE 2 Holanda 2 OMS 3 α-hch NE 0,1 0,1 NE β-hch NE 0,1 0,1 NE γ-hch 2,0 NE NE 2,0 Triclorobenzenos 20,0 NE 1,0 20,0 Hexaclorobenzeno 1,0 NE NE 1,0 Clorofenóis totais NE 1,0 1,0 NE 2,4,6-Triclorofenol 200,0 NE NE NE Pentaclorofenol 9,0 NE 0,1 9,0 DDT 2* 0,1 0,1 2,0 DDE 2* 0,1 0,1 1,0 Pesticidas totais NE 0,5 0,5 NE NE = Não Existe * Somatória dos metabólitos Fontes: 1 Portaria n. o 1.469, de 29/12/2000 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) 2 - MVROM (Ministerie van Volkshuisvesting, Ruimtelijke Ordening en Mileubeheer) Directoraat-Generaal Milieubeheer. Stofen en Normen Overzicht van velangrijke stoffen en normen in het milieubeleid. Samson, Alphen aan den Rijn, Nederland, 1999 3 - WHO (World Health Organization). 1998. Guidelines for drinking-water quality, 2nd ed. Vol. 2 Health criteria and other supporting information, 1996 (pp. 940-949) and Addendum to Vol.2. (pp. 281-283) 6

1.2 Estudos anteriores Para a amostragem de águas subterrâneas a CETESB instalou, no mês de outubro de 2001, 19 poços de monitoramento, denominados piezômetros, construídos conforme Norma Técnica da CETESB (Norma 06010 de 1998) e Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) Norma 13.895, de 1997. Esses poços foram desenvolvidos após a instalação e purgados antes da amostragem utilizando-se uma bomba a vácuo. A amostragem foi feita utilizando-se de um amostrador tipo bailer descartável. Os procedimentos das amostragens de solos e águas subterrâneas foram baseados em diretrizes e guias técnicos, como os abordados no Manual de Gerenciamento de Áreas Contaminadas, do Projeto CETESB-GTZ (CETESB, 2002). Naquela ocasião, a CETESB (CETESB, 2002), além da amostragem e análise de pesticidas, determinou, através de estudo potenciométrico, a direção Norte - Sul - Sudoeste como predominante no fluxo das águas subterrâneas na área foco e adjacências. Isso indica que a drenagem subterrânea flui em direção ao Rio Iguaçu. O desenho esquemático também assinala o posicionamento dos 18 poços de monitoramento (PM 01 a PM 18) que foram instalados pela CETESB nesta área durante os estudos (Figura 1). O poço PM 19 foi instalado na Vila Malária a, aproximadamente, 460 metros da área cercada do foco principal. Os resultados das análises (Tabelas 2 e 3) indicaram que todos os 19 poços de monitoramento amostrados excedem os limites de potabilidade para os isômeros de HCH estabelecidos pela legislação da Comunidade Européia. Essas concentrações são superiores em até 620 vezes à concentração máxima permitida pela Legislação Holandesa como também pela Comunidade Européia (0,1 µg/l). Os demais compostos químicos somente foram detectados acima daquela legislação na amostra coletada no poço de monitoramento PM 09, localizado no centro do foco principal. Como resultado de sua forte ligação ao solo, o DDT, DDE e DDD geralmente permanecem ligados às camadas mais superficiais do solo. A percolação para as camadas mais profundas e águas subterrâneas é pequena. Essas características desses compostos justificam o fato do DDT e seus metabólitos somente serem detectados no PM 09, na parte central do foco principal, onde foram detectadas as maiores concentrações dos contaminantes de interesse, com exceção dos compostos hexaclorobenzeno e pentaclorofenol que não foram detectados em nenhuma amostra analisada. 7

Figura 1 Desenho esquemático do mapa potenciométrico do lençol freático e localização dos poços de monitoramento (PM) no foco principal e suas adjacências na Cidade dos Meninos, 2001 Fonte: CETESB, 2002 Linhas Equipotenciais Representadas em Azul Direção do fluxo da água subterrânea A Figura 2 assinala, em desenho esquemático, a localização dos pontos de amostragem para água subterrânea e as concentrações relativas para os contaminantes de interesse. 8

Figura 2 Representação gráfica da localização dos pontos de amostragem para água subterrânea e concentrações relativas dos compostos químicos de interesse. Cidade dos Meninos, Duque de Caxias, 2001 Tabela 2 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos piezômetros instalados no foco principal de contaminação e na Vila Malária, Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ COMPOSTO PM 01 PM 02 PM 03 PM 04 PM 05 PM 06 PM 07 PM 08 PM 09 PM 10 α-hch 0,40 0,27 0,08 0,49 0,10 0,11 0,25 2,30 928,46 0,35 β-hch 0,09 9,48 0,09 0,30 ND 0,88 2,38 14,41 62,61 0,26 γ-hch 0,09 2,25 0,16 0,64 ND 0,93 0,75 1,80 1.208,62 0,36 δ - HCH ND 1,98 0,14 0,24 0,37 0,36 16,42 12,29 1.265,37 0,48 o,p -DDT ND ND ND ND ND ND ND ND 0,37 ND p,p -DDT ND ND ND ND ND ND ND ND 0,89 ND o,p -DDD ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p -DDD ND ND ND ND ND ND ND ND 0,20 ND o,p -DDE ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p -DDE ND ND ND ND ND ND ND ND 0,22 ND 2,4,6-TCF ND 0,01 ND ND ND ND 0,11 0,02 9,19 ND 2,4,5-TCF ND ND ND ND ND ND 0,01 ND 6,48 ND PCF ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 1,2,4-TCB 0,01 0,17 0,02 0,08 0,01 0,04 0,90 0,53 91,11 0,02 HCB ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l) Fonte: CETESB, 2002 9

Tabela 3 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de águas captadas nos piezômetros instalados no foco principal de contaminação e na Vila Malária, Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ COMPOSTO PM 11 PM 12 PM 13 PM 14 PM 15 PM 16 PM 17 PM 18 PM 19 α -HCH 0,20 4,44 0,57 0,42 3,20 44,42 9,07 0,93 1,08 β -HCH 2,85 4,38 0,87 0,37 6,28 31,04 8,52 1,30 1,77 γ -HCH 0,65 2,10 0,30 0,26 1,72 7,22 2,73 0,45 0,51 δ - HCH 0,35 1,38 0,67 0,04 0,20 1,05 0,54 0,09 0,18 O,p -DDT ND 0,02 ND ND ND 0,01 0,01 ND ND p,p -DDT ND 0,01 ND ND ND 0,05 0,01 ND 0,02 o,p -DDD ND 0,03 ND ND ND ND ND ND ND p,p -DDD ND 0,01 ND ND ND 0,01 ND ND ND o,p -DDE ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p -DDE ND ND ND ND ND 0,01 0,01 ND 0,01 2,4,6-TCF ND 0,03 ND ND 0,01 0,05 0,01 ND ND 2,4,5-TCF ND ND ND ND ND 0,01 ND ND ND PCF ND ND ND ND ND ND ND ND ND 1,2,4-TCB 0,04 0,04 0,02 0,02 0,07 0,13 0,13 0,03 0,03 HCB ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l ) Fonte: CETESB, 2002 10

2. Materiais e Métodos 2.1 Visita de reconhecimento Visando à localização e caracterização dos poços de captação subterrânea foi realizada uma visita de reconhecimento. Na ocasião, com a ajuda dos agentes comunitários de saúde do Programa Saúde da Família (PSF) foram localizados (georeferenciamento por GPS) e caracterizados 35 poços na Cidade dos Meninos e mais cinco poços no entorno: na margem direita do Rio Iguaçu (sudoeste), nas localidades de Jardim das Flores (sul), bairro Santa Isabel (sudeste) e Pilar (sudeste). Os resultados desta visita de reconhecimento serviram de base para a elaboração do protocolo de amostragem (Anexo 1). 2.2 Comunicação e esclarecimento aos residentes Quando da realização da visita de reconhecimento e georeferenciamento dos poços, os residentes foram informados da justificativa da execução do trabalho de amostragem dos poços, bem como dos procedimentos a serem adotados durante a coleta das amostras. Para maiores esclarecimentos dos procedimentos e eventuais dúvidas, foi realizada uma reunião, em 22/8/02, com residentes da Cidade dos Meninos. Somente cinco residentes compareceram à reunião. Foi elaborado um comunicado alertando para a necessidade de operação dos poços com pelo menos uma hora de antecedência das respectivas amostragens, nos dias fixados, e medidas de armazenamento para evitar falta de água (Anexo 2). 2.3 Caracterização dos poços de captação de água subterrânea existentes na Cidade dos Meninos e entorno Para caracterização dos poços de captação de água subterrânea, após sua localização com ajuda dos agentes comunitários de saúde da Cidade dos Meninos, foi realizada visita em todas as residências onde estas captações são realizadas. Os poços de captação de água subterrânea existentes na Cidade dos Meninos e no seu entorno, alvos de amostragem de água neste estudo, são de construção primitiva, denominados localmente de poços caipiras, e não obedecem às boas normas de construção e captação. Esse tipo de poço, totalizando 26, foi construído pelos próprios residentes ou por prestadores de serviço autônomos, sem legalização, e com recursos rudimentares. Esses poços são constituídos basicamente de uma perfuração no solo, realizada por trado manual ou mecânico, contendo estrutura tubular de pvc de 6 a 12 metros de comprimento, perfurada (1,5 a 2,0 ), revestida por malha de nylon. A captação é realizada através de tubulação interna de pvc (1/2 a 3/4 ) com bomba de sucção. Além de não possuírem os componentes construtivos usuais, também não dispõem de proteção sanitária. O diâmetro da estrutura tubular e seu fechamento superior não permitem a introdução de medidores de níveis (estático e dinâmico). As bombas utilizadas não permitem fluxo de captação superior a 1.000 l/h. Outra modalidade de poço de captação comum no local são escavações no solo, de aproximadamente 1,0 metro de diâmetro e 3 a 4 metros de profundidade, dependendo da profundidade de afloramento do lençol freático. Esse tipo de captação é popularmente conhecido como cacimba. Algumas dessas cacimbas são pro- 11

vidas de uma proteção composta por um ou dois segmentos de manilha na sua parte superior. Esses poços são usados, na maioria das vezes, por mais de uma família, exigindo uma captação quase contínua. A captação de água é realizada através de baldes içados por corda. Em alguns casos existe também pequenas bombas de recalque. Durante as visitas às residências com poços de captação de água subterrânea na Cidade dos Meninos e seu entorno, foram levantados dados de localização e caracterização que são apresentados no protocolo de amostragem (Anexo 1). A Figura 3 assinala de forma esquemática a localização dos poços de captação subterrânea na Cidade dos Meninos. Figura 3 Desenho esquemático da localização dos poços de captação subterrânea 12

2.4 Definição dos procedimentos de coleta Os poços de captação de água subterrânea na Cidade dos Meninos não obedecem a normas construtivas. A sua utilização é diária, sem períodos estabelecidos. Os residentes não realizam nenhum procedimento de esgotamento antes das captações. Para a caracterização da exposição humana deve-se proceder a amostragem da água subterrânea da forma mais representativa possível de como a água é captada e consumida pela população usuária. A norma de amostragem de água subterrânea utilizada pela CETESB (06.010 ABR/88), derivada da norma da ABNT (NBR 13.895/junho 1997), assim como as normas americanas da Ground-Water Monitoring Technical Enforcement Guidance Document (setembro de 1986) não são adequadas para os poços de captação subterrânea na Cidade dos Meninos, devido às características de construção e uso dos poços na Cidade dos Meninos e seu entorno. Nas residências com poços do tipo cacimba (26 dos 42 poços amostrados) foi instalada bomba de captação do tipo submersível da marca Fênix, modelo n.º 4 (consumo 340 W, tensão 110/220 V, freqüência 60 Hz), com potencial de elevação de até 70 m e capacidade nominal de até 1.200 l/h. Como fonte de energia foi utilizado um gerador da marca Shimadzu modelo D20, movido à gasolina. Em função das especificidades encontradas durante a visita de campo, ficou definido o seguinte procedimento de coleta: nos poços onde existia captação com bomba foi coletada uma amostra após esgotamento parcial dos poços (captação de água por um período de 30 a 60 minutos, dependendo das circunstâncias locais de captação e fluxo). O esgotamento parcial foi realizado, com o objetivo de renovação da água armazenada e eliminação de possível contaminação superficial; nos poços sem a captação da água por bomba, geralmente representados por cacimbas, onde a captação é realizada pelos residentes através de baldes içados por corda, foi instalada bomba de captação submersa. Nesses poços foi coletada uma amostra após esgotamento parcial dos poços (captação de água por um período de 30 a 60 minutos, dependendo das circunstâncias locais de captação e fluxo). O esgotamento parcial foi realizado com o objetivo de renovação da água armazenada e eliminação de possível contaminação superficial. Além disso, foram estabelecidos os seguintes procedimentos: Local de amostragem a coleta de amostras de água de captação subterrânea foi realizada em todos os 35 poços identificados na Cidade dos Meninos e em cinco poços de seu entorno. Procedimento de amostragem nos poços onde existia bomba, procedeu-se o esgotamento por um período de 30 a 60 minutos (dependendo das circunstâncias locais de captação e fluxo) anterior à coleta de amostra. Volume amostrado e recipientes de amostragem foram coletadas amostras em quantidade de 500 ml diretamente para frasco de vidro âmbar, previamente limpos, fechados com tampas rosqueadas de poliestireno revestidas com Teflon, sem deixar espaços vazios para evitar a volatilização de compostos orgânicos. Assepsia dos recipientes de amostragem os recipientes de amostragem foram previamente lavados com n-hexano grau resíduo e extran alcalino MA-C1 (segundo procedimentos padrão para lavagem de vidraria do Instituto Adolfo Lutz (I.A.L), norma para resíduos de pesticidas BQ RP-003). Após a secagem serão mantidos fechados até o momento da amostragem. 13

Identificação os recipientes contendo as amostras foram rotulados, contendo os seguintes dados: data e hora da coleta; pré ou pós esgotamento; n.º da casa; responsável pela coleta; localização do poço de coleta contendo georeferenciamento; profundidade da coleta. Condicionamento após a realização das coletas, os frascos tampados foram imediatamente refrigerados para atingir temperatura de 4 C, e mantidos nessa temperatura até o envio ao laboratório. Prazo de armazenagem o prazo para análise das amostras de água, devidamente acondicionadas, sob resfriamento de até 4 C, foi de, no máximo, sete dias. 2.5 Procedimentos analíticos As análises foram realizadas conforme protocolo n.º 8.270C do manual Test Methods for Evaluating Solid Waste da USEPA (United States Environmental Protection Agency) com detalhamento dos procedimentos de extração, determinação da recuperação em cada fase, bem como dos limites de detecção e quantificação e fontes bibliográficas. Foram descritas as medidas de controle interno como recebimento e manutenção de amostras, cuidados com vidrarias, curvas de calibração dos equipamentos, qualificação dos reagentes, medições em triplicatas e desvios padrão; todo e qualquer procedimento adaptado ou não previsto nas normas. 2.5.1 Descrição dos Procedimentos Analíticos Empregados Análise de Pesticidas (segundo protocolos USEPA n.º 8.270C): uma alíquota conhecida das amostras, como recebidas, foi fortalecida com uma solução de Hidrocarbonetos Poliaromáticos deuterados a concentrações definidas e extraído com três partes de diclorometano ultra puro em funil de separação. O extrato foi então concentrado em um concentrador de célula fechado do tipo Kuderna Danish a um volume de 1 ml. O extrato final foi diretamente injetado, sem divisão de fluxo, em uma coluna de fase estacionária D13-5 acoplada a um espectrômetro de massas HP-MSD 5.973. O espectrômetro operou em monitoramento seletivo de íons a menos de 3 ciclos por segundo. A programação de Cromatografia Gasosa é descrita a seguir: injeção sem divisão de fluxo, com o injetor a 290 C. Temperatura inicial da coluna 50 C, isoterma por 2 minutos, taxa de aquecimento de 10 C/min até a temperatura final de 310 C, isoterma de 15 minutos. 14

3. Resultados 3. 1 Amostragem Dos 40 poços de captação inicialmente programados para coleta de amostra de água na Cidade dos Meninos, o ponto PM 19 (piezômetro instalado pela CETESB, cuja captação já havia sido amostrada e analisada) não pode ser amostrado, pois o diâmetro da tubulação não permite a instalação da bomba de captação. Este ponto, conforme descrito no relatório final de avaliação de risco (AMBIOS, 2002), localiza-se na Vila Malária, próximo a um foco secundário e a aproximadamente 460 metros do foco principal. Outros cinco poços de amostragem programados para coleta, todos do tipo cacimba, não puderam ser amostrados por estarem secos, sendo atualmente utilizados como depósito de lixo (CM 11; CM 20; CM 21; CM 23; CM 27). Por outro lado, durante os procedimentos de amostragem, duas novas captações foram descobertas e amostradas (CM 43 e CM 47). O protocolo de planejamento e execução da amostragem é apresentado no Anexo 1. Através das escavações realizadas pelos residentes para a construção dos poços tipo cacimba na Cidade dos Meninos, conforme as Figuras 4 e 5, observa-se um perfil litológico composto por solo argiloso sobre camadas de material sedimentar arenoso com cascalho, de origem aluvionar, muito comum em terrenos de planície, como é o caso na área da Cidade dos Meninos. Figuras 4 e 5 Detalhes construtivos dos poços do tipo cacimba na Cidade dos Meninos 15

3. 2 Resultados analíticos O protocolo analítico contendo os procedimentos de garantia e controle de qualidade, bem como os resultados das amostras analisadas, das duplicatas e das amostras branco são apresentados no Anexo 3. O limite de detecção da metodologia analítica utilizada, para todos os compostos analisados foi de 0,01 µg/l, ou seja, dez vezes menor que os valores máximos permitidos para água de consumo humano, segundo a legislação holandesa, utilizada como referência. As tabelas 4, 5 e 6 apresentam os resultados analíticos das amostras de água analisadas nos poços da Cidade dos Meninos. Tabela 4 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços da Cidade dos Meninos, 2001 COMPOSTO CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM 01 02 03 05 06 07 08 09 10 12 13 α-hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND Hexaclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND β -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND γ -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND δ- Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 12,4 -Triclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,6-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,5-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l) Tabela 5 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços da Cidade dos Meninos, 2002 COMPOSTO CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM CM 14 15 16 17 18 21 22 24 25 26 28 α-hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND Hexaclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND β -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND γ -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND δ- Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 12,4 -Triclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,6-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,5-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l) 16

Tabela 6 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços da Cidade dos Meninos, 2002 COMPOSTO CM CM CM CM CM CM CM CM CM 29 30 31 32 33 34 35 43 47 α -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND Hexaclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND β -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND γ -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND δ- Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-dde ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddd ND ND ND ND ND ND ND ND ND o,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND p,p-ddt ND ND ND ND ND ND ND ND ND 12,4 -Triclorobenzeno ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,6-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND 2,4,5-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l) Afora os poços na Cidade dos Meninos, também foram coletadas amostras de água de captação subterrânea em poços localizados no entorno sul da Cidade dos Meninos. A tabela 7 apresenta os resultados analíticos desses poços. Tabela 7 Resultados das análises de compostos organoclorados (µg/l) em amostras de água captadas nos poços de localidades do entorno sul da Cidade dos Meninos, 2002 COMPOSTO CM CM CM CM CM 36 37 38 39 40 α -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND Hexaclorobenzeno ND ND ND ND ND β -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND γ -Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND δ - Hexaclorociclohexano ND ND ND ND ND o,p-dde ND ND ND ND ND p,p-dde ND ND ND ND ND o,p-ddd ND ND ND ND ND p,p-ddd ND ND ND ND ND o,p-ddt ND ND ND ND ND p,p-ddt ND ND ND ND ND 12,4 -Triclorobenzeno ND ND ND ND ND 2,4,6-Triclorofenol ND ND ND ND ND 2,4,5-Triclorofenol ND ND ND ND ND ND = Não detectado até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l). Como resultado das análises realizadas constatou-se que em todas as amostras, sem exceção, não foram detectados os compostos químicos considerados de interesse, até o limite de detecção do método analítico utilizado (0,01 µg/l). 17

3.3 Discussão dos resultados Os compostos químicos assinalados como de interesse pelo estudo de avaliação de risco na Cidade dos Meninos (AMBIOS, 2002) são compostos de baixa solubilidade e de forte fixação em solos, principalmente com matéria orgânica e camadas de argila. No estudo realizado pela CETESB (CETESB, 2002), os resultados das análises de água nas imediações do foco principal assinalavam contaminação das amostras de águas subterrâneas coletadas através dos piezômetros localizados no centro (PM 09) e até aproximadamente 100 metros deste ponto em direção sul (PM 07; PM 08; PM 12; PM 15 e PM 16). O piezômetro PM 09 apresentou as maiores concentrações, acima de 10 µg/l para todos isômeros do HCH e para o composto 1,2,4-triclorobenzeno, além de apresentar concentrações de até 1,0 µg/l para os demais compostos químicos de interesse. Deve-se também observar que, mesmo no ponto de amostragem PM 19, piezômetro localizado na Vila Malária nas proximidades imediatas de um foco secundário, somente os isômeros de HCH foram detectados nas análises e, mesmo assim, em concentrações baixas (α-hch = 1,08 µg/l ; β-hch = 1,77 µg/l; γ-hch = 0,51 µg/l e δ-hch = 0,18 µg/l). Segundo o estudo da CETESB, outros pontos analisados na direção sul em relação ao foco principal, ou seja, na direção do fluxo das águas subterrâneas no local (PM 04; PM 05 e PM 13) somente apresentaram a presença dos isômeros do HCH e, mesmo assim, em concentrações traço, abaixo de 1,0 µg/l. Mesmo após todo o período de deposição dos resíduos na área do foco principal e decorridos 7 anos após a tentativa de remediação com cal (quando o revolvimento do solo e alcalinização criaram condições de maior mobilidade vertical dos contaminantes) os dados apresentados reforçam a constatação da baixa mobilidade dos compostos componentes dos resíduos. Por outro lado, os poços de captação de água subterrânea utilizados pelos residentes da Cidade dos Meninos com exceção do poço do ponto de amostragem CM 18 estão localizados em locais a jusante do foco principal e em sentido contrário à direção de fluxo das águas subterrâneas. O poço de captação CM 18, apesar de sua proximidade ao foco principal (aproximadamente 350 metros), está situado em direção sudeste em relação ao mesmo, ou seja, não diretamente na direção do fluxo proveniente da área do principal foco de contaminação. 18

4. Conclusão As amostras de água dos poços de captação subterrânea existentes na Cidade dos Meninos não apresentaram em nenhuma amostra analisada a presença dos compostos químicos assinalados como de interesse no estudo de avaliação de risco. A localização dos poços de captação a jusante do foco principal e em sentido contrário à direção do fluxo das águas subterrâneas no foco principal juntamente com a baixa mobilidade dos compostos componentes dos resíduos são fatores que impedem a contaminação da água subterrânea nos pontos de captação utilizados pelos residentes da Cidade dos Meninos. No único ponto de captação existente nas proximidades dos focos principal e secundário, e localizado em sentido compatível com a direção de fluxo das águas subterrâneas no foco principal (ponto de amostragem CM 18), também não foi constatada a presença dos contaminantes até o limite de detecção da metodologia analítica utilizada (0,1 µg/l) para todos os compostos químicos de interesse. Isso se deve à baixa mobilidade desses resíduos. Nos pontos de amostragem localizados nas captações do entorno da Cidade dos Meninos também não foi detectada a presença de nenhum dos contaminantes de interesse. Como conclusão principal do presente estudo, assinala-se a não contaminação das águas subterrâneas em todos os poços existentes na Cidade dos Meninos e nos poços amostrados localizados no entorno nas direções sudoeste (casa n.º 60, às margens do Rio Iguaçu); sul (casa na Rua das Orquídeas, quadra 3, lote 7B, na localidade Jardim das Flores; na casa 15 da Rua Francisco Quintela de Jesus, Quadra C, Pilar ) e na direção sudeste (na casa 127 da Rua 5 de julho, Quadra 2 na localidade Pilar e na Rua Senhor dos Passos, Quadra 4, Lote 19, no Bairro de Santa Isabel). O longo período de deposição dos resíduos nos focos principal e secundário e a forte contaminação dos solos documentada não provocou a contaminação das águas subterrâneas nos poços de captação na Cidade dos Meninos e localidades do seu entorno. 19

5. Bibliografia AMBIOS, 2002. Avaliação de risco à saúde humana por resíduos de pesticidas em Cidade dos Meninos, Duque de Caxias. CETESB, 2002. Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental. 2002. Relatório de avaliação sobre a identificação dos focos secundários causados por pesticidas organoclorados em Cidade dos Meninos, município de Duque de Caxias, RJ. DECIT, 2001. Relatório sobre o trabalho de campo de vistorias domiciliares em Cidade dos Meninos Duque de Caxias, RJ para identificação de focos secundários de contaminação por pesticidas organoclorados. 20

Anexo 1 Plano e Protocolo de Amostragem das Águas de Captação Subterrânea na Cidade dos Meninos Duque de Caxias-RJ 1. Equipe de amostragem As amostragens foram realizadas por três equipes constituídas por, pelo menos, dois técnicos e acompanhadas por um agente do Programa de Saúde Familiar responsável pela área amostrada. Os participantes nas campanhas de amostragem foram os seguintes: Dr. Alexandre Pessoa da Silva Coordenador Daniela Buosi MsC Eng. Florestal Marco Antonio Silva Biólogo Severino Ramos Marques de Lima Técnico Mineração Gilvan Vanderlei Alves Técnico Mineração Daniel Eduardo dos Santos Agente do PSF Cidade dos Meninos Ana Paula de Oliveira Santos Agente do PSF Cidade dos Meninos Marluce Cardoso Lamin Agente do PSF Cidade dos Meninos Maria Godiva Silva de Lima Agente do PSF Cidade dos Meninos As equipes foram previamente treinadas sobre os procedimentos de amostragem, identificação e conservação das amostras. Nos primeiros cinco poços a amostragem e demais procedimentos foram realizados na presença de todos os participantes pelo coordenador da campanha, Dr. Alexandre Pessoa da Silva, que também supervisionou os trabalhos nos poços onde inexistia a captação por bombas de recalque própria. 2. Localização dos poços de captação de água subterrânea na Cidade dos Meninos Afora ocorrências observadas, devidamente registradas, durante as visitas às residências com poços de captação de água subterrânea na Cidade dos Meninos e seu entorno, foram levantados os seguintes dados de localização e caracterização: 1. Poços localizados na Cidade dos Meninos Amostra Casa n.º Data Hora População servida CM 01 12 B 02/09 11:08 7 pessoas CM 02 12 A 02/09 11:10 4 pessoas CM 03 12 D 02/09 12:01 9 pessoas CM 04 Obs. 1 12 I 03/09 10:40 13 pessoas Georeferência S 22 41 54,8 W 043 18 42,2 S 22 41 55,0 W 043 18 45,1 S 22 41 53,6 W 043 18 42,4 S 22 41 52,7 W 043 18 43,5 Tipo de poço Artesiano artesiano Cacimba Cacimba Abastecimento exclusivo poço SIM SIM SIM SIM 21

Amostra Casa n.º Data Hora População servida CM 05 12 G 02/09 11:27 4 pessoas CM 06 12 K 02/09 14:14 4 pessoas CM 07 12 H 02/09 15:20 5 pessoas CM 08 12 N 02/09 12:15 14 pessoas CM 09 12 J 02/09 12:40 4 pessoas CM 10 12 O 02/09 13:00 11 pessoas CM 11 Obs. 2 12 P Obs. 2 CM 12 12 R 03/09 11:25 5 pessoas CM 13 12 T 03/09 11:45 10 pessoas CM 14 12 U 03/09 12:15 9 pessoas CM 15 12 Z 03/09 12:40 10 pessoas CM 16 Sítio Zé Amendoin 02/09 13:45 3 pessoas CM 17 29 02/09 14:10 4 pessoas CM 18 31-C 02/09 14:30 4 pessoas CM 19 Obs. 3 CM 20 Obs. 4 52 Obs. 3 78 Obs. 4 CM 21 96 A 03/09 15:55 5 pessoas CM 22 118 A 03/09 10:40 4 pessoas CM 23 Obs. 5 2385 D Obs. 5 CM 24 2385 B 03/09 11:20 4 pessoas CM 25 2385 03/09 12:05 3 pessoas CM 26 2385 A 03/09 11:55 4 pessoas Georeferência S 22 41 52,6 W 043 18 42,2 S 22 41 53,1 W 043 18 42,2 S 22 41 54,2 W 043 18 40,0 S 22 41 54,5 W 043 18 37,7 S 22 41 56,0 W 043 18 37,3 S 22 42 06,4 W 043 18 31,1 S 22 42 07,2 W 043 18 32,2 S 22 41 47,7 W 043 18 39,6 S 22 41 46,6 W 043 18 38,8 S 22 41 45,5 W 043 18 38,9 S 22 41 44,6 W 043 18 38,6 S 22 41 43,8 W 043 18 43,3 S 22 41 30,4 W 043 19 17,9 S 22 41 29,8 W 043 19 19,5 S 22 41 23,3 W 043 19 11,9 S 22 41 00,1 W 043 19 18,5 S 22 40 48,3 W 043 19 19,8 S 22 40 45,2 W 043 19 18,8 S 22 40 27,9 W 043 18 30,5 S 22 40 27,9 W 043 19 30,5 S 22 40 26,4 W 043 18 30,4 S 22 40 25,9 W 043 19 42,4 Tipo de poço Artesiano Cacimba Cacimba Cacimba Artesiano Cacimba Abastecimento exclusivo poço SIM SIM SIM SIM SIM SIM Cacimba Obs. 2 Cacimba Cacimba Cacimba Cacimba Artesiano Artesiano Artesiano SIM SIM SIM SIM SIM NÃO SIM Piezômetro Obs. 3 Cacimba Obs. 4 Cacimba Artesiano NÃO NÃO Artesiano Obs. 5 Artesiano Artesiano Artesiano SIM SIM SIM 22

Amostra Casa n.º Data Hora CM 27 Obs. 6 População servida 2433 Obs. 6 CM 28 156 03/09 10:55 4 pessoas CM 29 188 03/09 15:10 3 pessoas CM 30 151 03/09 11:10 7 pessoas CM 31 165 03/09 11:36 5 pessoas CM 32 109 03/09 11:20 6 pessoas CM 33 D. Marli (pocilga) 03/09 14:45 3 pessoas CM 34 228 03/09 15:05 3 pessoas CM 35 137 B 03/09 14:20 4 pessoas CM 43 S/N 03/09 16:20 3 pessoas CM 47 Seu Nequinho 04/09 15:00 6 pessoas Georeferência S 22 40 24,1 W 043 18 31,1 S 22 40 24,3 W 043 18 13,2 S 22 40 07,0 W 043 19 27,2 S 22 40 06,54 W 043 19 49,5 S 22 40 06,9 W 043 19 47,6 S 22 40 24,1 W 043 19 47,4 S 22 40 34,0 W 043 19 44,8 S 22 40 55,2 W 043 19 27,1 S 22 40 20,3 W 043 19 49,5 S 22 40 13,3 W 043 18 44,1 S 22 39 29,3 W 043 18 55,8 Tipo de poço Abastecimento exclusivo poço Cacimba Obs. 6 Artesiano Artesiano Artesiano Artesiano Artesiano Artesiano Cacimba Artesiano Artesiano Artesiano NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO SIM NÃO NÃO NÃO SIM 2. Poços localizados no entorno da Cidade dos Meninos Amostra Casa n.º Data Hora CM 36 CM 37 CM 38 CM 39 CM 40 60 Rio Iguaçu R. Orquídeas Q. 3 Lote 7 B Jardim das Flores R. Francisco Quintela de Jesus Q. C Casa 15 Pilar R. 5 de julho Q. 2 Casa 127 Pilar R. Senhor dos Passos, Q. 4 Lote 19 Santa Izabel População servida 05/09 13:00 10 pessoas 03/09 14:32 7 pessoas 03/ 09 14:15 4 pessoas 05/09 12:20 4 pessoas 03/09 15:05 8 pessoas Georeferência S 22 40 33,5 W 043 19 08,8 S 22 42 33,5 W 043 19 09,9 S 22 42 27,5 W 043 18 48,9 S 22 42 40,1 W 043 18 29,3 S 22 42 08,3 W 043 18 13,8 Tipo de poço Artesiano Artesiano Artesiano Artesiano Artesiano Abastecimento exclusivo poço SIM SIM SIM SIM SIM Observação 1 O poço de amostragem CM 04 estava com pouca água e lenta recuperação. Observação 2 Poço seco, totalmente obstruído por lixo. Não houve amostragem. Observação 3 Piezômetro. Não foi possível amostragem, pois o diâmetro da tubulação não permitia a introdução da bomba de captação. Observação 4 Poço seco, totalmente obstruído por lixo. Não houve amostragem. Observação 5 Poço obstruído, sem condição de amostragem. Sem uso. Observação 6 Poço obstruído, sem condição de amostragem. Sem uso. 23

3. Amostras Duplicatas As amostras duplicatas foram realizadas em alguns pontos de captação para testar a confiabilidade dos resultados analíticos. Os procedimentos de coleta foram os mesmos utilizados para todas as demais amostras. Amostra Casa n.º Data Hora População servida CM 41 118 A 03/09 10:40 4 pessoas CM 42 188 03/09 15:10 3 pessoas CM 44 137 B 03/09 14:20 4 pessoas Georeferência S 22 40 45,2 W 043 19 18,8 S 22 40 07,0 W 043 19 27,2 S 22 40 20,3 W 043 19 49,5 Tipo de poço Artesiano Artesiano Artesiano Abastecimento exclusivo poço NÃO NÃO NÃO 4. Amostras Branco As amostras branco foram realizadas em alguns dos poços cacimbas para se testar a possibilidade de interferência dos equipamentos de captação nos resultados analíticos. Nos poços cacimba, sem bomba de captação, antes de cada amostragem subseqüente, realizava-se a assepsia do equipamento de captação usado pela equipe de amostragem através do bombeamento por período de 10 minutos. Após a assepsia eram coletadas as amostras branco. Data Hora Amostra 03/09 11:15 CM 45 03/09 12:00 CM 46 24

Anexo 2 Comunicado 25

Anexo 3 Protocolo Analítico das Amostras de Águas de Captação Subterrânea na Cidade dos Meninos Duque de Caxias-RJ