ARBORIZAÇÃO URBANA E REDES DE ENERGIA ELÉTRICA: UMA PROPOSTA DE MANEJO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL.



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Transcrição:

UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADE CATARATAS FACULDADE DINÂMICA DAS CATARATAS Curso de Engenharia Ambiental ARBORIZAÇÃO URBANA E REDES DE ENERGIA ELÉTRICA: UMA PROPOSTA DE MANEJO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL. MÁRIO MAIA DE OLIVEIRA JÚNIOR Foz do Iguaçu - PR 2009

II MÁRIO MAIA DE OLIVEIRA JÚNIOR ARBORIZAÇÃO URBANA E REDES DE ENERGIA ELÉTRICA: UMA PROPOSTA DE MANEJO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL. Trabalho Final de Graduação apresentado à disciplina de TFG II da Faculdade Dinâmica de Cataratas UDC, como requisito parcial para avaliação da disciplina. Prof.:Elídio de Carvalho Lobão Foz do Iguaçu - PR 2009

III TERMO DE APROVAÇÃO UNIÃO DINÂMICA DE FACULDADES CATARATAS ARBORIZAÇÃO URBANA E REDES DE ENERGIA ELÉTRICA: UMA PROPOSTA DE MANEJO E GERENCIAMENTO AMBIENTAL. TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO PARA AVALIAÇÃO DA DISCIPLINA DE TFG II Aluno: Mário Maia de Oliveira Júnior Profª. Nota Final Avaliador: Prof.:Elídio de Carvalho Lobão Foz do Iguaçu, 14 de dezembro de 2009.

IV AGRADECIMENTOS A Deus pela vida e pela natureza exuberante e maravilhosa que nos impulsiona para uma luta inglória mas necessária. Agradeço aos meus pais Mário Maia de Oliveira e Delvair Ferreira de Oliveira, a minha irmã Glaci Ferreira de Oliveira, minha namorada Angela Zanolla e a todos os meus familiares que me apóiam e contribuem para meu crescimento intelectual na busca de conhecer e lutar por um mundo melhor. Aos meus companheiros de jornada do saber e professores que contribuíram para que eu adquirisse uma nova maneira de perceber o mundo, especialmente ao Prof. Elídio de Carvalho Lobão, pela orientação neste trabalho.

V A participação da sociedade civil, em todos os momentos (planejamento, concepção, criação e administração), deve ser um mecanismo essencial no modelo desejável de preservação e conservação dos recursos naturais, fundamentados nos preceitos do desenvolvimento sustentável. (Nájila Rejanne Alencar Julião Cabral, 2005)

VI RESUMO OLIVEIRA JÚNIOR, Mário Maia de. Arborização Urbana e Redes de Energia Elétrica: uma proposta de manejo e gerenciamento ambiental. Foz do Iguaçu: UDC, 2009. A constatação de que a arborização urbana interfere nas redes de transmissão de energia elétrica e que somente as podas são insuficientes para contornar o problema motivou esse estudo voltado para a relação entre a arborização urbana e as redes aéreas de energia dentro do contexto da legislação, visando definir parâmetros possíveis para a realização de manejo. O objetivo da pesquisa foi quantificar a interferência da arborização na rede elétrica, visando a melhoria do sistema de gestão da arborização urbana. A metodologia utilizadas constou de uma entrevista com os diretor da Copel em Foz do Iguaçu, quando também foi cedida pela empresa uma planilha constando as interrupções no fornecimento de energia no ano de 2009, onde se apresenta a importância das árvores nesse processo, em seguida foi realizada uma análise da arborização nos bairros mais antigos com ampla arborização contando com registros fotográficos das interferências e posturas incorretas, além de também registrar os locais onde a arborização foi devidamente planejada, também foi verificado junto à Prefeitura Municipal o número de imóveis e a porcentagem aproximada de árvores urbanas em Foz do Iguaçu, concluindo que há necessidade de interferir na arborização através da realização de um plano de manejo envolvendo podas e educação ambiental da população para sua realização. Palavras-chaves: Urbanismo; Meio Ambiente; Planejamento; Qualidade Ambiental.

VII ABSTRACT OLIVEIRA JÚNIOR, Mario Maia de. Urban Tree Networks and Power: a proposal for management and environmental management. Foz do Iguaçu: UDC, 2009. The fact that the urban tree interferes with the transmission networks of power and that only pruning is insufficient to circumvent the problem prompted this study on the relationship between urban tree planting and aerial power in the context of legislation for define possible parameters for the conduct of management. The objective of this research was to quantify the interference of afforestation on the grid, thereby improving the management system of urban areas. The methodology used consisted of an interview with the director Copel in Foz do Iguaçu, also when the company was sold a spreadsheet consisting interruptions in energy supply in 2009, which shows the importance of trees in the process, then was Analysis of the stock in older neighborhoods with large stock counting on photographic records of interference and incorrect postures, and also record the locations where the stock was properly planned, was also found near the City Hall the number of properties and the approximate percentage of urban trees in Foz do Iguacu, concluding that there is no need to interfere in stock by carrying out a management plan involving pruning and promote environmental education for its realization. Keywords: Urban Planning, Environment, Planning, Environmental Quality..

VIII LISTA DE FIGURAS Tabela 1: Tipos de Plantio em função da largura e ocupação dos lotes... 26 Tabela 2: Normas da Secretaria do Meio Ambiente de Foz do Iguaçu... 27 Tabela 3: Planilha de diagnóstico... 40 Gráfico 1: Interferências de árvores na rede elétrica em Foz do Iguaçu... 42 Gráfico 2: Interrupções causadas por ausência de poda... 43 Gráfico 3: Causas de interferências ambientais controláveis... 44 Figura 1: Árvores em contato com os fios... 45 Figura 2: árvore de grande porte sob linhas de transmissão... 46 Figura 3: Arborização Planejada por Itaipu... 46 Figura 4: Árvore plantada muito próxima do poste... 47 Figura 5: Árvore podada em via pública... 48 Gráfico 4: Imóveis que possuem árvores... 52 Gráfico 5: Imóveis com jardim... 52 Gráfico 6: Índice de árvores internas e externas... 53 Gráfico 7: Índice de árvores frutíferas... 54 Figura 6: Esquema do plano de Manejo... 57 Tabela 4: Síntese da Proposta de Manejo... 59

IX SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO... 11 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 14 2.1 ARBORIZAÇÃO URBANA... 14 2.2 LEGISLAÇÃO VERDE: A PROTEÇÃO DO AMBIENTE URBANO... 20 2.3 A COPEL E O GERENCIAMENTO AMBIENTAL NO MEIO URBANO... 22 2.4 PLANEJAMENTO DE ARBORIZAÇÃO URBANA... 26 2.5 LEGISLAÇÃO REFERENTE À ARBORIZAÇÃO... 31 3. MATERIAIS E MÉTODOS... 35 3.2 CARACTERIZAÇÃO DA EMPRESA... 36 3.3 PLANEJAMENTO DA PESQUISA... 36 3.3.1 Coleta de Dados... 37 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO... 39 4.1 INTERFERÊNCIA AMBIENTAL NA TRANSMISSÃO DE ENERGIA... 39 4.1. PLANO DE ARBORIZAÇÃO... 49 4.1.1 Diagnóstico... 50 4.1.2 Planejamento... 55 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 61 REFERÊNCIAS... 63

1. INTRODUÇÃO A maioria da população contemporânea vive no meio urbano necessitando de condições que melhorem a convivência com ambiente adverso causado pelo caos das cidades. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 2005 o Brasil tinha uma taxa de urbanização de 84,2% e, de acordo com algumas projeções, até 2050, a porcentagem da população brasileira que vive em centros urbanos deve pular para 93,6%. Em termos absolutos, serão 237,751 milhões de pessoas morando nas cidades do país na metade deste século (MIRANDA, 2009). A vegetação, pelos vários benefícios que pode proporcionar exerce importante papel na aproximação entre homem e o restante do meio natural, garantindo melhor qualidade de vida. A arborização urbana é importante na melhoria da qualidade de vida dessa população, principalmente no que diz respeito ao

12 conforto ambiental. Entretanto, nas cidades onde a arborização não foi planejada, as árvores tendem a entrar em contato com as redes de distribuição de energia e oferecer risco à população. Por isso, são anualmente podadas, minimizando os riscos de curto-circuito elétrico, de quedas de energia, ou de rompimento de fios (PIVETTA et al., 2002). O problema analisado relaciona-se ao conflito entre a necessidade simultânea de modernizar a urbanização e de preservar o meio ambiente. Adotando os princípios da preservação ambiental, pois inegavelmente as árvores possuem vida e sofrem com a ação das podas, cabendo, portanto, adotar ações de proteção e de gerenciamento ambiental, abrangendo tanto o cuidado com as pessoas, quanto com a vegetação. Desta forma, inicialmente foi realizada junto à Copel uma investigação das causas de interrupção no fornecimento de energia, procurando verificar sua associação com o tipo de arborização existente no município e seu manejo. Em seguida, foram percorridos os bairros da região da Vila A, Vila Iolanda, Vila Portes, Centro, Parque Presidente, Jardim Paraná e Jardim Petrópolis, além das avenidas Tancredo Neves e JK, registrando-se por meio de fotografias o tipo de arborização e potencial de interferência ou de não-interferência à conservação dos fios da rede de transmissão de energia elétrica. A Companhia Paranaense de Energia Elétrica (COPEL) além de informar como acontecem as podas forneceu um planilha com informações do sistema informatizado da empresa que serviu de suporte para a discussão do estudo e a Prefeitura Municipal contribuiu com informações registradas em seu Plano de Desenvolvimento Urbano, informando a quantidade de imóveis e de árvores situadas

13 na área urbana da cidade. Observou-se que existem locais onde a arborização foi planejada, como as Vilas de Itaipu, onde não interferem nas redes áreas de energia. Espera-se que esta pesquisa possa subsidiar o planejamento, manutenção e monitoramento da arborização de ruas, contribuindo para melhorar o conforto ambiental do município, a qualidade e a segurança da transmissão de energia elétrica por vias aéreas, além de proporcionar redução de custos de manutenção a COPEL. Esta pesquisa teve por objetivo qualificar a interferência da arborização na rede de energia elétrica, tendo em vista a melhoria do sistema de gestão da arborização urbana.

14 2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 ARBORIZAÇÃO URBANA Segundo Segawa (1996) o desenvolvimento urbano da Europa iniciou-se na metade do século XV quando houve o primeiro fechamento de terras naquele continente, o que contribuiu para o surgimento de burgos nas mediações dos castelos dos senhores feudais. Porém estes eram lugares não planejados, o que exigiu posteriormente o planejamento dos espaços públicos, contribuindo para o aparecimento da vegetação em espaços urbanos. A partir do século XVII, em muitas cidades da Europa foram construídos jardins que terminaram por tornarem-se passeios públicos. A partir do século XVIII, sob influência européia, também os centros urbanos do Brasil passaram a ter esse tipo de preocupação, mas somente no século

15 XIX com a vinda da família real para o Brasil foram criados o passeio público e o Jardim Botânico na cidade do Rio de Janeiro (PEDROSA, 1983). Farah (1999) em uma análise detalhada e histórica apresenta uma forte influência do paisagismo nos ambientes urbanos, onde a arborização e os elementos vegetais são compreendidos como estruturadores do espaço definindo a paisagem e o desenho dos centros urbanos. O crescimento demográfico se junta a outros aspectos do espaço urbano, contribuindo também para degradação do meio ambiente e alteração dos elementos climáticos. A cidade imprime modificações nos parâmetros de superfície e da atmosfera que, por sua vez, conduzem a uma alteração no balanço de energia. Assim, os elementos paisagísticos devem ser voltados para trazer benefícios que visem a integração e a melhoria da qualidade do ar, do aquecimento, das sombras e do controle da ventilação e da umidade, pois é muito importante considerar a radiação solar e a temperatura do ar exterior, para eliminar o excesso de energia que torna inóspito o ambiente construído (FARAH, 1999). As áreas urbanas são ambientes artificiais constituídas de diferentes elementos, possuem áreas construídas e pavimentadas que favorecem a absorção da radiação solar diurna que aquece e reflete durante a noite, formando ilhas de calor. A interferência das árvores nesse tipo de ambiente é notadamente uma interferência muito positiva, pois estas interceptam, refletem, absorvem e transmitem a radiação solar, assim a arborização é fundamental para garantir conforto térmico em climas tropicais úmidos (GUERRA e CUNHA, 2006). Segundo (LANG, 2000) as áreas verdes constituem em espaços sociais e coletivos de relevada importância na manutenção da qualidade de vida, pois permitem o acesso a todos, independentemente de sua classe social, integrando as

16 pessoas e isso é considerado pela OMS (Organização Mundial da Saúde) quando estipula que cada cidade deve promover no mínimo 12 metros quadrados de área verde por habitante. O planejamento da arborização deve considerar a necessidade de combater as poluições atmosférica, sonora e visual, pois no ambiente urbano as árvores contribuem para remover partículas e gases poluentes da atmosfera, constituindo-se em verdadeiras cortinas vegetais capazes de diminuir o teor de poeira do ar, minimizando o excessivo som urbano proveniente do tráfego, equipamentos, indústrias e construções que interferem na comunicação, no lazer e no descanso das pessoas afetando-as psicológica ou fisiologicamente (SEGAWA, 1996). Para (MILANO, 1984) é possível utilizar as árvores para atenuar o ruído, visto que os vegetais diminuem a reverberação do som, no entanto é necessário planejamento dessa utilização, pois o efeito protetor varia de acordo com a freqüência dos sons, com a posição das árvores em relação à fonte emissora e com a estrutura e composição do plantio. A arborização contribui também para atenuar a poluição visual, pois as árvores são componentes que conferem forma aos ambientes urbanos e desempenham um papel importante, delimitando espaços, caracterizando paisagens, orientando visualmente e valorizando imóveis, além de integrar vários componentes do sistema (FARAH, 1999). No entanto, um cuidado deve ser tomado, pois a uniformização da vegetação dos centros urbanos constitui-se um perigo para o equilíbrio ecológico da Terra e por isso essa ação deve ser evitada, pois da diversidade das espécies vegetais depende a sobrevivência da fauna e o equilíbrio ecológico. As cidades que

17 não diversificarem sua vegetação poderão se transformar em desertos verdes. Sendo assim, cada cidade deve priorizar espécies nativas regionais, permitindo que turistas tenham maior prazer ao visitá-las, visto que elas apresentam aspectos distintos e típicos de sua vegetação (MENEZES, 1996). Através de entrevista e do fornecimento de uma planilha, a COPEL informou que todos os anos, principalmente nos períodos chuvosos, ocorrem desligamentos de energia motivados pela interferência de árvores na rede de distribuição. Estas interferências podem ser causadas por galhos que se encostam, ou mesmo árvores que caem sobre a rede elétrica. As árvores das ruas e avenidas, muitas vezes são danificadas, mutiladas, ou mesmo, eliminadas, quando se trata de manutenção da rede elétrica, construção e reforma de edificações residenciais, comerciais e mesmo institucionais. Quando as árvores são podadas, têm seu aspecto original alterado, porém torna-se necessário respeitar a natureza da vegetação, pois as árvores não aceitam as exigências impostas pela estética e pela ciência. (MASCARÓ, 2005) apresenta os aspectos gerais voltados para a arborização urbana da seguinte forma: A arborização urbana deve ser feita, sempre que possível, para amenizar os aspectos negativos do entorno urbano, transformando os lugares hostis em bastante hospitaleiros para os usuários. Geralmente no ambiente urbano as plantas estão submetidas a condições bastante adversas ao seu crescimento e vida. Entretanto, com alguns cuidados tomados, desde a escolha adequada para o plantio e manutenção se conseguirá com facilidade cumprir as funções que lhe forma destinadas (p.186). As afirmações acima conduzem para a conclusão de que as árvores necessitam de luz e de outros aspectos para se reproduzirem, o que na área urbana pode representar uma dificuldade ao processo de arborização, pois em muitos locais existe o sombreamento provocado por áreas construídas prejudicando o

18 desenvolvimento natural das plantas. Além disso, há ainda o problema do efeito de canalização com ventos dominantes, que podem provocar danos principalmente nas estações frias. (MENEZES, 1996) ao discorrer sobre o processo de revitalização das áreas verdes de Curitiba nos anos 70 faz a seguinte citação: Assim, de um índice inferior a 1 m 2 de área verde por habitante no final dos anos 60, atingiu-se 16 m 2 por habitante no final de 1974 índice igual ao estipulado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Três grandes parques foram implantados, dois financiados pelo BNH, que além de se constituírem em pontos de encontro para a população, foram projetados com o objetivo de se encontrar uma solução alternativa para a contenção das enchentes dos rios que cortam a cidade. Ambos são parques lineares de fundo de vale (p. 102). Segundo (MASCARÓ, 2005) o sombreamento constitui-se em um fator muito importante nos planos de urbanização, principalmente nos locais de climas fortes, tanto secos como úmidos, ou temperados, com estações quentes, como é o caso de Foz do Iguaçu, que segundo o SIMEPAR (2009) possui uma variação de temperatura entre mínima de 8º e máxima de 32º em sua média anual. O autor afirma ainda que a há um controle maior da variação do índice de temperatura média anual nos locais onde existem mais árvores e sombreamento, além de melhorar a alimentação das camadas populares com o plantio de árvores frutíferas, onde as espécies mais comuns são as mangueiras, laranjeiras, amoreiras, goiabeiras e outras mais raras como as jaqueiras e ameixeiras. No entanto, de acordo com (MASCARÓ, 2005) a escolha das espécies de árvores a serem plantadas no perímetro urbano deve considerar alguns aspectos como: o objetivo da arborização, os aspectos geológicos e topográficos do espaço físico, a localização e o tipo de infra-estrutura a ser implantada,

19 a morfologia do recinto urbano público, e a forma de ocupação dos lotes. Para Pivetta et al. (2002) há ainda alguns outros pontos a serem considerados como o clima da região, e a disponibilidade de água para a rega. Uma das preocupações do planejamento da arborização urbana está relacionada com a compatibilização entre ao plantio e a infra-estrutura de forma a evitar o conflito que pode acontecer em diferentes níveis: no nível subterrâneo, quando as raízes se expandem desordenadamente afetando as redes; no nível da superfície, quando as raízes afetam a pavimentação, ou quando as folhas das árvores caduciformes (que perdem as folhas no inverno) entopem os bueiros ou bocas de lobo prejudicando as galerias pluviais; e, por fim, no nível aéreo, onde por falta de planificação pode haver interferência entre as copas das árvores e as redes de eletricidade, telefone e tv a cabo, etc. Os ambientes urbanos apresentam fatores característicos que devem ser levados em consideração e por isso, as árvores devem ser plantadas em buracos especialmente preparados e preenchidos com terra adequada ao tipo da espécie escolhida. Esse procedimento tem como finalidade evitar que a expansão das raízes das mesmas atinja as redes de infra-estrutura, como esgoto e abastecimento de água, além de manter a integridade da pavimentação (MASCARÓ, 2005). A preocupação em adequar o meio urbano de forma a proporcionar melhor qualidade vida aos seus habitantes exigiu que durante anos fossem gradativamente surgindo leis de adequação do meio urbano à natureza de forma a

20 garantir melhorias de acordo com as indicações da Organização Mundial de Saúde e em atendimento às leis de responsabilidade ambiental e social, fazendo com que recentemente sejam discutidas novas leis ligadas à preservação da flora, também conhecida como Legislação Verde (CABRAL, 2005). 2.2 LEGISLAÇÃO VERDE: A PROTEÇÃO DO AMBIENTE URBANO Cabral (2005) comenta que as normas gerais são feitas através de Lei, fixadas na Constituição Federal que estabelece a ordem pública e o interesse social. As ações de desenvolvimento urbano são feitas, basicamente, com políticas para habitação, saneamento básico e transportes rodoviários e ferroviários, entre outras. "Todos têm o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à qualidade de vida, impondo-se ao poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações" (art. 255 da Constituição Federal). Cabe aos Estados organizar o interesse comum criando ou fundindo novos municípios mediante consulta à comunidade, para se obter uma administração mais adequada de forma integrada, e, os municípios são responsáveis por zelar pelo bem estar da comunidade executando planos diretores que servem para controlar o parcelamento do solo e executar as políticas de desenvolvimento urbano e social. Cada uma das três instâncias de poder público tem a uma série de responsabilidades definida pela legislação a fim de fixar critérios de cooperação administrativa sobre a proteção ao meio ambiente e combate à poluição em qualquer das suas formas. O poder público Municipal é responsável pela fixação de critérios para uma gestão ambiental urbana de forma a tornar as cidades mais humanizadas em obediência às determinações do artigo 182 da CF/1988, o que vem completar as

21 determinações do art.5º da mesma Constituição que afirma que a qualidade de vida está implícita como um direito fundamental do ser humano (MENEZES, 1996). Em relação ao manejo das florestas, o Estado do Paraná através de seu Instituto Ambiental do Paraná IAP, realiza a regulamentação do uso e do manejo ambiental no estado por meio da realização de projetos adequados à legislação vigente. Um dos programas apresentados com essa finalidade que se encontra em vigor atualmente é o Programa SERFLOR que consiste no Sistema Estadual de Reposição Florestal Obrigatória SERFLOR e que foi concebido com base no dispositivo constitucional estadual que determina a obrigatoriedade de todos os consumidores de matéria prima de origem florestal efetuarem a reposição florestal em quantidade equivalente ao volume consumido. O programa SERFLOR tem como objetivo propiciar alternativas técnicas e economicamente viáveis aos consumidores para realizarem o reflorestamento em terras de sua propriedade, terras de terceiros, sob regime de sociedade, associações, em parcerias ou individualmente, ou ainda sob delegação ao Estado através do recolhimento de Cotas-árvore, cujos recursos são destinados especificamente (conforme determina o Decreto Estadual nº 1.940/96) ao PRODEFLOR, com retorno direto em benefícios ao setor florestal paranaense. Esse programa é destinado a todos os consumidores de matéria prima de origem florestal e que devem ser cadastrados junto ao IAP para participarem desse programa de reflorestamento no estado (IAP, 2009). No meio ambiente urbano o cumprimento da legislação verde compreende a obediência às principais Leis ambientais brasileiras, como o Código Florestal brasileiro, a Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, a Lei de Crimes e Infrações contra o Meio Ambiente e a Lei do Sistema Nacional de Unidades de

22 Conservação. Estes são os principais instrumentos de gestão ambiental em vigor, que têm como missão criar unidades de conservação, preservar as reservas florestais legais e as áreas de preservação permanente, gerenciar o licenciamento ambiental e o Conselho Nacional de Meio Ambiente. 2.3 A COPEL E O GERENCIAMENTO AMBIENTAL NO MEIO URBANO A Companhia Paranaense de Energia Elétrica apresenta um compromisso de aprimorar o seu planejamento estratégico visando estabelecer objetivos voltados para a preservação ambiental e a geração de energia com qualidade de atendimento sem interferir na qualidade de vida dos usuários. Trata-se de um Programa de gestão de sua área de meio ambiente pela implantação de um processo integrado e colaborativo. Desta forma, a Copel alinha-se às diretrizes nacionais e estaduais e contribui para a melhoria das condições ambientais nas localidades onde atua. Esse processo de gestão ambiental é participativo e conta com a contribuição de todos os colaboradores de meio ambiente da empresa (COPEL, 2009). A gestão ambiental é organizada por processos estruturados em função de três fatores: o referencial estratégico da empresa, a nova política de gestão por unidades hidrográficas e a visão participativa. Itens de controle e indicadores foram definidos com base em quatro referenciais: a organização por processos, o GRI (Global Report Iniciative), o ISE Bovespa (Índice de Sustentabilidade Empresarial) e a Lei Sarbanes Oxley, facilitando assim a geração de informações necessárias para cada um destes referenciais. Alejandro (2002) comenta que o maior desafio enfrentado pela sociedade atual é o de manter o planeta Terra apto para a sobrevivência e o desenvolvimento

23 das futuras gerações. Essa preocupação está fundamentada no grau de poluição e depredação apresentado em nome do desenvolvimento de tecnologia. É, portanto, considerado desenvolvimento sustentável aquele que é economicamente viável, ambientalmente adequado e socialmente justo para toda a humanidade. Trata-se de reconhecer que os recursos da terra são finitos e que é preciso eleger um caminho que garanta o desenvolvimento integrado e participativo considerando a valorização e o uso racional dos recursos naturais. O desenvolvimento sustentável estuda a possibilidade de tornar compatíveis duas grandes aspirações globais: o direito ao desenvolvimento e a preservação ambiental. Vale lembrar que preservação e conservação possuem conceitos diferentes, enquanto a conservação prevê a utilização adequada e a manutenção das propriedades fundamentais do meio ambiente, a preservação diz respeito a não utilização dos bens naturais (ANDRADE FILHO, 1992). A Copel reconhece que a arborização urbana deve ser pensada de forma a garantir as boas condições ambientais de habitabilidade no meio urbano, mas sem interferir na transmissão de energia, visto que a eletricidade é um bem que pode representar a sobrevivência das pessoas em muitos casos, como por exemplo, a manutenção do funcionamento de aparelhos hospitalares ligados a pacientes terminais (COPEL, 2009). Segundo informações da COPEL (2009) as quedas na transmissão de energia podem ser causadas por várias ações como: a.vandalismo: intencionalmente alguém joga algum objeto na rede; b.defeitos em equipamentos, componentes ou nos sistemas; c. procedimentos: projeto ineficiente, normas e regras equivocadas, planos mal elaborados;

24 d. fatores Ambientais: animais, árvores, poluição; e. fenômenos Naturais: descargas atmosféricas, maresia, chuva, vento forte, inundação; f. Furto: apropriação de ativos (roubo de material); g. fraude: roubo de energia (adulteração do medidor, do padrão, gato, etc.); h. fator Humano: profissional próprio e terceirizado; i. Acidentes: abalroamento, pipa, incêndio, balões; j. externo: Furnas, instalações do cliente ou outras concessionárias, operadora de telefonia celular; k. Comunicação: falta de adequada comunicação da empresa junto a seus clientes e autoridades com relação a desligamentos programados; l. Contingência (operação emergencial). Destaca-se no ambiente urbano a relação entre as árvores e a rede elétrica, pois cada espécie de árvore possui características biológicas específicas e a si inerentes. Normalmente essas características são usadas para identificar e diferenciar umas das outras. Mascaro (2005) afirma que as características que devem ser consideradas e merecem planejamento para que seja realizada a arborização urbana são: Os tipos de copas das árvores são muito importantes na arborização urbana, principalmente no que se relaciona ao clima que se classifica em: tropical, temperado e frio. A dimensão da copa das árvores deve ser sempre compatível com o espaço físico existente, procurando conciliar também os diferentes tipos de copas com as redes de energia elétrica, o que compreende uma distância mínima de segurança que varia de um a três metros entre as copas das árvores e os fios de transmissão de energia.

25 Em relação aos troncos e ramos recomenda-se que esses não possuam espinhos ou outra característica que represente risco à saúde da população. Deve ser resistente aos ventos e, também, suportar o peso dos ramos sem lascar ou tombar. A folhagem das árvores que caem durante o outono e o inverno deve ser coletada e usada como adubo orgânico. O excesso de folhas causa o entupimento de calhas e bueiros. Neste caso, as árvores devem ser de espécies que tenham folhas menores (PIVETA e SILVA, 2002). As árvores que apresentam flores e frutos de maiores portes, devem ser evitadas em áreas urbanas, pois trazem riscos de acidente nas calçadas, tornandoas escorregadias e com sujeira excessiva. As raízes também são fonte de problemas, pois podem aflorar à superfície e destruir calçadas ou causar danos aos transeuntes. Em relação à arborização deve-se considerar também que algumas árvores contribuem para a proliferação de insetos e o uso de remédios (fungicidas e inseticidas) no meio urbano, pode acarretar problemas sérios de saúde à população e ao meio ambiente (MASCARÓ, 2005). As árvores rústicas são as melhores na arborização urbana pois essa característica permite que as mesmas adaptem-se com mais facilidade ao solo modificado em aspectos químicos e físicos, A escolha das espécies deve considerar que as mesmas sejam fortes para suportar as condições do ambiente urbano, onde a disputa de espaço entre uma árvore e as estruturas socialmente construídas é intensa, e frequente, além das limitações impostas pelo próprio homem. O planejamento da arborização contribui para que sejam plantadas as espécies corretas de forma a garantir que as características físicas do ambiente sejam consideradas em relação às características da planta (SANTOS, 2009).

26 2.4 PLANEJAMENTO DE ARBORIZAÇÃO URBANA. As características físicas servem de referências às condições dos espaços urbanos. No planejamento da arborização é importante a observação da geografia e da topografia de ruas, avenidas, praças, parques e construções. Mascaró (2005) apresenta uma tabela com medidas que devem ser consideradas no planejamento da arborização urbana: Tabela 1: Tipos de plantio em função da largura da rua e ocupação dos lotes. Largura Situação de Construções Plantio / espécie Rua Passeio Na divisa Com recuo Porte Local < 6,0m < 2,5 m sim Não arborizar Sim Pequeno Dentro propriedade > 2,5 m Sim Pequeno Oposto à fiação Sim Pequeno Oposto à fiação Dentro propriedade > 9,0 m < 2,5 m Sim Médio Oposto fiação Sim Médio Oposto à fiação Dentro propriedade >2,5 m Sim Grande Oposto à fiação Sim Sim Pequeno Sob fiação <2,5 m Sim Grande Oposto fiação > 12,0 m Sim Pequeno Sob fiação sim Grande Oposto fiação >2,5 m sim Pequeno Sob fiação Fonte: Mascaró (2005) Dadas as normas para o planejamento da arborização apresentam-se a seguir as determinações da Secretaria de Meio ambiente de Foz do Iguaçu para orientar a população sobre o plantio correto de árvores na área urbana, pois a maior preocupação está voltada para preservação ambiental, porém vive-se num tempo em que já não se pode viver nas cidades sem energia elétrica e tanto o rompimento das redes transmissão que interrompem a transmissão de energia quanto as árvores que crescem e se enroscam nos fios oferecem riscos á população. Um fio que rompe se continua energizado oferece como risco a possibilidade de descargas