Prof. Maria do Livramento Ferreira de Aviz Formação: pedagoga e Especialista em Educação do Campo; Coord. pedagógica do NÚCLEO DE Educação Popular

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Transcrição:

Prof. Maria do Livramento Ferreira de Aviz Formação: pedagoga e Especialista em Educação do Campo; Coord. pedagógica do NÚCLEO DE Educação Popular Raimundo Reis NEP; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo na Amazônia/ GEPERUAZ/UFPA

Fundado em 23 de Outubro de 1989, o Núcleo de Educação Popular Raimundo Reis NEP, é uma entidade sem fins lucrativo, com sede e foro na Rua Benfica, Quadra Q nº 08 JD. Bom futuro, no bairro do Benguí, município de Belém, Estado do Pará Brasil. Desta forma, um espaço aberto a comunidade do bairro e adjacência, com a finalidade de promover a formação e informação dos moradores do Benguí, a partir de uma educação libertadora, dentro do contexto sócio político - econômico e cultural, privilegiando sua realidade especifica e a capacidade de participação, sem discriminação de raça, gênero ou credo religioso ou opção político-partidária, que através do processo educativo e cultural, busca estimular e desenvolver ações que responda as necessidade de formação dos seus integrantes em todos os níveis, contribuindo para a organização dos segmentos populares e junto aos grupos organizados do bairro, ações coletivas concretas que fomentem uma nova consciência de participação e luta de transformação das estruturas vigentes em nossa sociedade. Assim incentivar e apoiar o surgimento de novos grupos culturais comprometidos com a construção de uma nova sociedade, tendo como base o resgate dos valores socioculturais das pessoas que vivem no bairro e dos povos da Amazônia. E, por conseguinte, promover e desenvolver atividades manuais e profissionalizantes para o auto sustento das atividades da entidade.

Círculos de cultura: Alfabetização de jovens e adultos; Sala de leitura: atividades práticas de leitura, letramento, estudos e pesquisas, um diálogo com as memórias e saberes da comunidade; Grupos de atividades culturais: atividades de esporte, cultura e lazer, atualmente o - KARATE; Formação de educadores populares que atuam no sistema formal e não formal de ensino: Práticas de Leitura: um diálogo entre o ICED/ UFPA e o NEP/ Bengui, coordenado pelo Salomão Hage/UFPA. Projeto: Centro de Inclusão Digital CID, uma parceria entre o NEP, Fundação Bradesco e UNICEF; Terapia comunitária: rodas de conversa e auto ajuda entre sujeitos da comunidade; Bazar solidário: trabalhar o auto financiamento de ações básicas de sustentabilidade da entidade; Cursos profissionalizantes: cursos de informática e inclusão digital.

Participam os sócios fundadores, colaboradores e todas as pessoas do bairro ou fora dele que concordarem com os princípios e objetivos do NEP. Estas pessoas devem possuir uma prática desenvolvida de acordo com os objetivos e princípios da entidade e que tenham uma participação nas organizações populares com finalidades similares às do NEP. Sua admissão deve ser votada em assembléia geral e ter no mínimo a aprovação de 75% dos sócios já existente.

O NEP teve sua origem através dos círculos de cultura - alfabetização de Jovens e adultos em 1985, quando um grupo de lideranças comunitárias preocupadas com situações de analfabetismo, abandono, pobreza e exclusão social, decidiram fazer na outra ponta a sua parte, para o enfrentamento de preconceitos, discriminação e marginalização social para os que vivem e trabalham no bairro. O trabalho ocorre de forma voluntaria, especialmente feito por mulheres e jovens da comunidade: professoras, estudantes, mulheres chefes de família e colaboradores que acreditam e contribui para o fortalecimento das ações da entidade, através do seu engajamento social, contribuir para o enfrentamento das desigualdades sociais em nosso bairro. Ações refletidas a luz de uma pedagogia da inclusão e perspectivas para um desenvolvimento justo e sustentável. Cujas possibilidades, seja de organização e participação social de homens e mulheres enquanto sujeitos de direitos, em especial, pessoas que moram em espaços exíguos e não tem onde estudar. Cuja finalidade é promover o processo educativo e cultural como garantia de direitos fundamentais do desenvolvimento para o exercício da cidadania de sujeitos históricos.

De fato, um processo coletivo mais ainda com muitos desafios, especialmente por ser um trabalho voluntario e poucas pessoas hoje são sensíveis a causa dos que vivem as margens da sociedade, despossuídos de bens e serviços essenciais para a formação e desenvolvimento humano. No entanto, as possibilidades existem e são recorrentes em nossa sociedade, principalmente quando acreditamos e nos propomos a fazer algo por nós mesmos e intervir para a promoção humanizadora das relações de ensino aprendizagem, da troca de experiências focado na diversidade sociocultural dos sujeitos da comunidade e da região Amazônica, numa perspectiva da garantia dos direitos humanos de transformação das estrutura vigentes em nossa sociedade.

A caminhada do NEP, vem sendo pautada em processos de luta e resistência no bairro do Bengui. Espaço onde participam diferentes sujeitos sociais que alimentam sonhos e a esperança de um mundo mais humano e sustentável, onde as vozes silenciadas pessoas possam ter vez e voz na sociedade, atitudes éticas, respeito, solidariedade e participação social na defesa e garantia dos direitos humanos e conhecimentos que fundamentam a área da educação também como garantia de direitos, conforme estabelece a Constituição Federal e a LDBEN. Nesse processo de organização e participação social, NEP vem se constituindo como uma referencia política pedagógica, embora existam as dificuldades e que não são poucas, mas estamos lutando e resistindo, fato que se torna possível, com o apoio e solidariedade dos amigos e amigas que o NEP tem conquistado. Portanto, um processo árduo, mas não impossível, mas de garra, determinação, compromisso e envolvimento de partilha e solidariedade em ter pessoas comprometidas com a construção da causa coletiva e, portanto, de engajamento de homens e mulheres, cuja causa, é uma sociedade nova, justa e igualitária, compartilhada na diversidade dos sujeitos da comunidade..

Uma liderança atuante na comunidade, foi coordenador da Associação Pais e amigos do Covão APAC, onde se travou uma luta importante construção do canal, área alagada de palafitas, onde morreu inclusive crianças. Seu Raimundo era um operário da construção civil, trabalhador esforçado, expressava seus sentimentos, numa relação de fé e vida, engajado nas lutas sociais e políticas do bairro do Benguí. Era analfabeto mas não se envergonhava, nas negociações com as autoridades, discutia e reivindicava sem medo, os direitos da comunidade. Porem Reis tinha um sonho, aprender a ler e escrever para melhor entender a linguagem dos poderosos que segundo ele, usavam palavras difícil para enganar o povo. Repudiava essas atitudes nas plenárias e assembléias das lutas populares do bairro, especialmente o descaso das autoridades para com os mais empobrecidas de nossa sociedade. Raimundo Reis acreditava que: O Reino de DEUS se constrói com a participação do povo nas decisões por uma sociedade mais justa e igualitária. Ele foi um dos primeiros alunos do circulo de cultura NEP, um homem do qual tive muito respeito e privilégio de conviver, compartilhar, aprender e ensinar a escrever as primeiras letras de seu nome e da sua profissão, onde utilizei como recurso didático, o tijolo instrumento do seu trabalho e do chão que pisamos na luta pelo direito de morar dignamente. Foi com esse recurso que iniciei o processo de alfabetização dos meus alunos, na Comunidade Cristã do Benguí, hoje a Escola Associação Cristã do Bengui entre os quais, estava Raimundo Reis e que na época, participava tanto do NEP, como da comunidade Cristã do Benguí.

Nesse processo iniciante de educação popular - alfabetização de jovens e adultos no bairro do Benguí, estavam junto construindo esse inicial: o Francisco, mas conhecido Chico, Arlete, Jomar e Livramento Aviz. Mas depois essa idéia tomou uma dimensão maior e mais articulada com outros sujeitos da comunidade, entidades do bairro e ONGs que estavam contribuindo com esse processo de organização social do Benguí como: a Comunidade Cristão, a AMOB, a Cidade de Emaus, o Movimento de Moradores da Rua José Machado, lideranças da Ação Católica Operária, hoje MTC, CBB Comissão dos Bairros de Belém e outros que posteriormente vem somando conosco neste processo de construção de educação popular como instrumento de formação para o exercício da cidadania de sujeitos históricos no bairro do Benguí.

A parceria teve inicio em 2008, quando a professora Ana Tancrede Veio contribuir com a preparação/formação de educadores populares do bairro para o concurso do Estado do Pará SEDUC, onde participaram um grupo de 15 pessoas professores que já atuavam ou atuam no sistema formal e outros que desejam se efetivar; Em maio de 2009, em um primeiro encontro com o professor Salomão para pedir apoio assessoria no intuito da revitalização das ações do NEP. Desse diálogo, iniciou-se um processo de formação de educadores populares que atuam no sistema formal e informal de ensino no bairro do Benguí e adjacência; Em junho de 2009, realizamos o curso de educação matemática, ministrado pelo professor Cascas, membro do GEPERUAZ/UFPA, do qual participaram 25 professores/as que atuam no sistema formal de ensino e não formal de ensino do bairro e adjacência;

Em novembro de m Junho de 2009, foi realizado um seminário em preparação dos delegados do FISC/CONFITEA, do qual participaram 60 pessoas, entre educadores populares, lideranças sociais da comunidade e membros do GEPERUAZ/UFPA; Em Março de 2010 dia internacional da mulher, realizamos uma oficina pedagógica: gênero na perspectiva de afirmação do papel da mulher na sociedade, onde participaram educadores populares, educandos, lideranças e jovens da comunidade e membros do GEPERUAZ/UFPA; Em unho de 2010, realizamos o primeiro encontro de sujeitos da EJA do bairro do Bengui e adjacência; Também em Dezembro de 2010, realizamos o segundo encontro de educadores e educandos do bairro do Bengui e adjacência, com um participação que superou as nossas expectativa e envolveu: planejamento, integração, socialização de experiências socioculturais, educação, cultura e cidadania, onde participaram em media 80 pessoas, entre educadores, crianças, jovens, adultos e estudantes e professores universitários representantes de grupos e entidades do bairro do Bengui e adjacência.

A AMOB Associação de Moradores do Benguí; O GMB Grupo de Mulheres Brasileiras do Benguí; O Instituto Sociedade e Meio Ambiente; A biblioteca Vaga Lume bairro do Benguí; A Escola Marilda Nunes bairro do Benguí; O MRE Movimento República de Emaús; O conselho Tutelar Benguí; GIRP Associação Grupo de Idosos Rainha da Paz; Paróquia Nossa Rainha da Paz; O Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação do Campo na Amazônia/GEPERUAZ/UFPA; O Instituto Ciências da Educação ICED/UFPA; A Fundação Bradesco e UNICEF, através do CID/NEP.

RETRATOS DE NOSSA HISTORIA/NEP

Prof. Maria do Livramento Ferreira de Aviz Formação: pedagoga e Especialista em Educação do Campo; Coord. pedagógica do NÚCLEO DE Educação Popular Raimundo Reis NEP; Membro do Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação do Campo na Amazônia/ GEPERUAZ/UFPA