AULA 08: RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Professor Thiago Gomes
Considerações Preliminares Obrigação de reparar danos patrimoniais em decorrência de atos de agentes públicos causados a terceiros Exaure-se com a indenização. Responsabilidade Contratual Legal Civil Responsabilidade Civil Penal Administrativa
Fundamentos do Dever de Indenizar Quando o ato é lesivo é ilícito: Legalidade Quando o ato é lícito mas gera prejuízo ao particular: Isonomia
Evolução Histórica 1ª) teoria da irresponsabilidade estatal 2ª) teoria da responsabilidade subjetiva 3ª) teoria da responsabilidade objetiva
Evolução Histórica 1ª) TEORIA DA IRRESPONSABILIDADE ESTATAL Teoria própria dos Estados Absolutistas Decorre da concepção político-teológica do poder vigente O rei não erra ( The king can do no wrong )
Evolução Histórica 2ª) TEORIA DA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Teoria da responsabilidade com culpa, teoria intermediária, teoria mista ou teoria civilista Elementos da Teoria: Ato, Dano, Nexo Causal, Culpa ou Dolo Atos de império e atos de gestão Dificuldade prática / Hipossuficiência do administrado
Evolução Histórica 3ª) TEORIA DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA Também conhecida como teoria da responsabilidade sem culpa ou teoria publicista. Baseia-se na ideia do RISCO. Afasta a necessidade de comprovação de culpa ou dolo do agente público. A questão da culpa é analisada de forma regressiva.
Responsabilidade Objetiva Variações existentes: RESPONSABILIDADE OBJETIVA Teoria do risco integral Teoria do risco administrativo
Responsabilidade Objetiva Teoria do Risco Integral Ato, dano e nexo é suficiente para determinar a condenação estatal em qualquer circunstância. Estado como verdadeiro indenizador universal. Visão mais favorável para a vítima, entretanto, pode gerar distorções.
Responsabilidade Objetiva Teoria do Risco Administrativo Exige a comprovação dos três requisitos da responsabilidade objetiva mas admite algumas exceções. Excludentes da Responsabilidade Culpa exclusiva da vítima Fatos Imprevisíveis Atos predatórios de terceiros (Culpa de Terceiros)
Teoria adotada no Brasil Considerando as teorias estudadas, qual vigora atualmente no país? Art. 37, 6º, CF - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa. Art. 43, CC. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo
Teoria da responsabilidade adotada no país A análise das teorias estudadas e legislação exposta nos indicam que o entendimento mais coerente: Regra Geral: Exceções existentes: Responsabilidade Civil Objetiva: Risco Administrativo Responsabilidade Subjetiva: Aplicação no exercício do direito de regresso Responsabilidade Objetiva pela Teoria do Risco Integral Responsabilidade Subjetiva pelos danos por omissão
Algumas das hipóteses extraordinárias de aplicação da RCE Objetiva pela Teoria do Risco Integral A) INDENIZAÇÃO COBERTA PELO SEGURO OBRIGATÓRIO PARA AUTOMÓVEIS (DPVAT) B) ATENTADOS TERRORISTAS EM AERONAVES 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos Responsabilidade estatal por ato de terceiro (atentados terroristas, atos de guerra ou eventos correlatos/ Lei n. 10.744/2003 ) C) DANO NUCLEAR
Danos por omissão O não agir do Estado também pode provocar danos. No passado entendeu-se por bem defender a ideia da responsabilidade objetiva nesses casos. Visão da doutrina moderna/stf: Teoria subjetiva
Minuto de reflexão... Uma imensa árvore ameaçava cair. Vários moradores já haviam alertado a prefeitura e esta nada fez. Em um dia de fortes ventos ela vem a cair em cima de um carro de particular. Há que se falar em indenização? E quando o particular colabora para a ocorrência do dano?
Danos decorrentes de obra pública Dever de responsabilidade não se aplica somente aos casos eivados de ilicitude Hipóteses que ensejam reparação do dano: 1ª Hipótese) Dano decorre de realização de obra pública: Aplica-se a teoria da responsabilidade objetiva 2ª Hipótese) Dano decorre por culpa do executor/empreiteiro: Responsabilidade primária e subjetiva do empreiteiro. Estado só responde em caráter subsidiário IMPORTANTE: IDEIA APLICA-SE TANTO PARA AS OBRAS PÚBLICAS QUANTO PARA OUTROS ATOS LÍCITOS QUE GEREM PREJUÍZOS AO PARTICULAR.
Danos decorrentes da relação de custódia Cabe ao Estado garantir objetivamente a integridade das pessoas e bens sob sua custódia Para a responsabilização é indiferente se o dano foi provocado por agente público ou terceiro Casos que merecem análise: Preso assassinado por detentos em rebelião Preso que comete suicídio Morte de preso por causas naturais Cidadão preso além do período
Responsabilidade pelos atos legais A responsabilidade estatal por danos causados por leis inconstitucionais foi admitida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE 153.464, desde que a vítima demonstre especial e anormal prejuízo decorrente da norma inválida. Exige -se, ainda, como pressuposto da condenação a declaração formal de inconstitucionalidade da lei pelo próprio Supremo Tribunal Federal.
Responsabilidade danos decorrentes dos atos judiciais Há alguma possibilidade? Via de regra: Não, tendo em vista a autoridade da coisa julgada. Exceção: Erros judiciais
O prazo prescricional para propositura da ação indenizatória é de cinco anos contatos da ocorrência do evento danoso RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO Ação Indenizatória Possibilidade de pleitear a reparação do dano via administrativa ou judicial Ação indenizatória é aquela proposta pela vítima contra a pessoa jurídica à qual o agente público causador do dano pertence.
Direito de Regresso Proposta pelo Estado contra o agente público causador do dano Baseada na teoria subjetiva Tem como pressuposto já ter sido o Estado condenado na ação indenizatória proposta pela vítima Prazo para proposição : Imprescritível (Art. 37, 5º, CF)
Danos causados por agente fora do exercício da função Cabe a responsabilização do Estado?
Responsabilidade das Concessionárias Responsabilidade Objetiva Aplicabilidade a vítima e terceiros Prazo prescricional para proposição da ação de reparação dos danos: Três anos (art. 206, 3º, V, do CC)
Responsabilidade das Concessionárias CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. ACIDENTE. RODOVIA. ANIMAIS NA PISTA. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO. SEGURANÇA. VEÍCULOS. DEVER DE CUIDAR E ZELAR. REsp 573260 / RS AGRAVO REGIMENTAL - AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL - INDENIZAÇÃO - ACIDENTE DE TRÂNSITO COM VÍTIMA FATAL - FALHA NA SINALIZAÇÃO - RESPONSABILIDADE DA CONCESSIONÁRIA CONFIGURADA. AgRg no AREsp 40635 / MG