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São José dos Campos, 1 de julho de 2011 SIAN 2011 A arte não é um espelho para refletir o mundo, mas o martelo para forjá-lo - Maiakovski

Introdução Com o avanço da globalização, ultrapassando cada vez mais as fronteiras físicas, é indispensável para o sucesso profissional que haja a interação do jovem na área das Relações Internacionais. Com o intuito de proporcionar o primeiro contato do jovem ao cenário modeleiro, a SiAn proporciona um ambiente agradável para que se desenvolvam habilidades necessárias para a entrada do jovem no mercado de trabalho do século XXI, dentre elas: uma oratória articulada, capacidade de lidar com opiniões divergentes para a resolução de problemas, e a auto confiança. Para que haja uma eficiente cobertura do evento, um Comitê de Imprensa bem organizado e centrado deve ser formado. Devemos contar com um corpo eficiente e disposto para cobrir as questões internas dos comitês e o funcionamento geral do evento. Toda a organização do evento está totalmente empenhada e motivada à realização da SiAn 2011, comprometidos com o sucesso e ampliação, contamos com ótimos diretores, secretários e voluntários. Com uma nova política acadêmica e administrativa, a SiAn promete atingir novas proporções.a arte de simular começa aqui, e contamos com a sua participação para que o ingresso dos jovens no mundo modeleiro se torne, mais uma vez, inesquecível. Atenciosamente, Igor Felipe Teixeira Tunes Secretário-Geral Acadêmico

Funcionamento geral Conselho de Segurança Histórico O governo de Hosni Mubarak e o Exército frente aos levantes populares na cidade do Cairo Conselho de Segurança Histórico Karina Stange Calandrin

Caros delegados, Eu sou Karina Stange Calandrin, estou no primeiro ano de graduação em Relações Internacionais pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e tive o prazer de vivenciar várias simulações. Esta, no entanto, é minha primeira experiência como diretora, por isso este é um momento muito importante para mim e estou muito ansiosa para vivenciá-lo com vocês. No que tange o tema, todos sabem que não é simples, mas é deveras interessante. Não obstante, agora vivemos mais um momento de instabilidade política no Oriente Médio, porém quais são os antecedentes? A partir dos estudos e os debates deste comitê vocês poderão entender mais a fundo estas questões. Agora só nos resta trabalhar, parabéns a todos e bons estudos!

2. HISTÓRICO DO COMITÊ? O Conselho de Segurança é um órgão da Organização das Nações Unidas, com a função de intervir em situações de crise. O Conselho é formado por 15 países, sendo cinco permanentes e dez rotativos eleitos a cada dois anos. Com o fim da Segunda Guerra, em 1945, e os vencedores formaram a ONU e o CS propriamente dito, para tentar evitar futuras guerras. Os aliados (EUA, Rússia, Reino Unido e França), mais a China, tornaram-se os membros permanentes. Cabe ao Conselho, entre outras atribuições: Manter a paz e segurança internacionais de acordo com os princípios e objetivos das Nações Unidas; Investigar qualquer disputa ou situação que possa levar a um atrito internacional; Formular planos para estabelecer um sistema que regulamente armamentos; Detectar a existência de uma ameaça à paz ou ato de agressão e recomendar a melhor ação a ser tomada; Convidar Estados-Membros a aplicar sanções econômicas, ou outras medidas que não envolvam o uso da força para prevenir ou parar agressões; Adotar ações militares, em último caso, contra um agressor. Segundo o Art. 24 da Carta da Organização, A fim de assegurar pronta e eficaz ação por parte das Nações Unidas, seus Membros conferem ao Conselho de Segurança a principal responsabilidade na manutenção da paz e da segurança internacionais e concordam em que no cumprimento dos deveres impostos por essa responsabilidade o Conselho de Segurança aja em nome deles. Portanto, ao contrário dos demais órgãos da Organização, suas decisões podem ser obrigatórias a todos os Estados. Para fazer valer sua autoridade, o Conselho pode impor sanções diversas. Estas poderão incluir a interrupção completa ou parcial das relações econômicas, dos meios de comunicação ferroviários, marítimos, aéreos,

postais, telegráficos, radiofônicos, ou de outra qualquer espécie e o rompimento das relações diplomáticas (Art. 41). Em situações extremas, o Conselho pode autorizar o uso da força para impor a paz. Segundo a Carta, No caso de o Conselho de Segurança considerar que as medidas previstas no Artigo 41 (acima mencionado) seriam ou demonstraram que são inadequadas, poderá levar e efeito, por meio de forças aéreas, navais ou terrestres, a ação que julgar necessária para manter ou restabelecer a paz e a segurança internacionais. Tal ação poderá compreender demonstrações, bloqueios e outras operações, por parte das forças aéreas, navais ou terrestres dos Membros das Nações Unidas. ¹ O Conselho de Segurança foi pensado para combinar pragmatismo com o idealismo. Primeiramente, o CS tenta um acordo. Se esse não ocorrer, vota-se por uma solução mais direta, como um eventual ataque. É preciso que nove dos 15 países votem a favor para a decisão valer. Mas os membros permanentes têm direito de vetar qualquer proposta, caso um deles vote contra, a proposta está vetada. Para entender melhor, será posto um histórico de vetos do Conselho de Segurança. ¹ Carta das Nações Unidas. Capítulo 5, artigo 24, artigo 41. http://www.onu-brasil.org.br/doc1.php Acesso em 21/12/2010

Desde 1945, quando a ONU (Organização das Nações Unidas) foi criada, a União Soviética e a Rússia exerceram seu poder de veto no Conselho de Segurança 120 vezes, os Estados Unidos, 76 vezes, a Grã-Bretanha, 32, a França, 18, e a China, apenas cinco. A palavra "veto", aliás, nunca é mencionada no regulamento das Nações Unidas.Para que uma resolução seja aprovada, ela precisa de nove votos a favor dos 15 membros do conselho, cinco permanentes e dez rotativos. Esses nove votos a favor têm que incluir os "votos unânimes dos membros permanentes", segundo o regulamento. 2.1.Rússia Durante o período inicial da ONU o veto da União Soviética era muito comum, fora usado 79 vezes. No mesmo período, a China vetou apenas uma vez, a França, duas, e os outros não usaram do poder de veto. Desde então a URSS passou a usar o veto cada vez menos. Desde o fim da União Soviética, o veto foi usado pela Rússia apenas duas vezes: uma para bloquear uma resolução criticando o governo bósniosérvio por impedir o acesso de equipes de ajuda humanitária da ONU a Bihac, na Bósnia, e outra para vetar uma resolução sobre as finanças das operações da ONU no Chipre. 2.2.Estados Unidos Sete dos últimos nove vetos no Conselho de Segurança foram americanos, e seis deles foram de propostas de resolução que criticavam o governo israelense de alguma maneira. Ao todo, os Estados Unidos já vetaram 35 propostas de resolução sobre Israel. O governo de Washington lançou mão do veto pela primeira vez em março de 1970. Ao lado da Grã-Bretanha, eles bloquearam uma proposta de resolução sobre a área que viria a se tornar o Zimbábue. Os Estados Unidos já vetaram dez resoluções criticando a África do Sul, oito sobre a Namíbia, sete sobre a Nicarágua e cinco sobre o Vietnã. O país vetou, isoladamente, nada menos que 53 resoluções. 2.3.Grã-Bretanha Dos 32 vetos britânicos, 23 foram de propostas de resolução também vetadas pelos Estados Unidos, e 14 ao lado da França. O veto britânico mais recente foi em 1989, quando os Estados Unidos, França e Grã-Bretanha bloquearam uma resolução criticando a intervenção militar americana na Nicarágua. A Grã-Bretanha vetou, sem o apoio de outros países com cadeiras permanentes, apenas sete vezes.

2.4.França Dos 18 vetos da França, 13 foram sobre resoluções vetadas em conjunto com a Grã-Bretanha e os Estados Unidos. O país vetou também duas resoluções juntamente apenas a Grã-Bretanha, ambas sobre a crise de Suez, em 1956. Apenas duas resoluções foram solitariamente vetadas pela França. 2.5.China Entre 1946 e 1971, a cadeira da China foi ocupada pela República da China (Taiwan), que só exerceu o poder de veto para impedir a admissão da Mongólia à ONU. A China vetou duas resoluções em 1972: uma vez para impedir a admissão de Bangladesh e outra, junto com a Rússia, sobre a situação no Oriente Médio. Os outros vetos chineses aconteceram em 1999, contra a extensão do mandato da Força Preventiva da ONU na Macedônia, e em 1997, bloqueando o envio de 155 observadores da ONU a Guatemala para fiscalizar um cessar-fogo. 3. Histórico do Tema 3.1.Criação do Estado de Israel A ideia de criação de um Estado judaico vem já do séc. XIX, do movimento sionista. Tal questão foi apresentada à ONU pela Grã-Bretanha, que administrava a região desde o fim da I Guerra Mundial. Os árabes tinham o território como sua pátria há séculos e não admitiam dividí-lo com os judeus. A ONU elaborou um projeto que previa a criação de dois Estados, um palestino e outro judaico, estipulando fronteiras, criando regras para o período de transição e pretendendo que surgisse ali uma comunidade econômica entre os dois novos países. O Projeto foi aprovado na Assembleia Geral das Nações Unidas por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções. Os representantes árabes, ao tomarem conhecimentos dos resultados, abandonaram a sala de sessões em sinal de protesto. No dia seguinte distribuíram uma declaração que dizia: Nós, sinceramente, cremos firmemente que a consciência do mundo não tolerará as terríveis consequências que inevitavelmente se seguirão, se nada se fizer para remediar a injustiça sem igual que foi feita aos árabes. É digno de atenção que aqueles que não apoiaram esta fantástica resolução incluem todas as nações do Oriente que estão diretamente ligadas a este assunto e cujo número sobe a mais de mil milhões de pessoas. Nós confiamos que através da firmeza do povo árabe e pela crença em Deus e na justiça da nossa causa, o nosso direito prevalecerá. Um conflito armado entre árabes e israelenses era inevitável.

2.2. Histórico da Região Guerra de Independência Em 15 de Maio, um dia depois da criação do Estado de Israel, os países árabes Egito, Síria, Jordânia, Arábia Saudita e Líbano invadiram o recém-criado estado judeu. No dia anterior fora tomada nas Nações Unidas uma decisão, encabeçada pelo brasileiro Osvaldo Aranha, que dividia a Palestina em dois países, um judeu e outro palestino. As forças armadas dos países árabes eram muito maiores e muito melhor equipadas que as de Israel, lembrando que este havia sido criado há pouco. Apesar disso, os exércitos árabes tinham problemas em organizar e coordenar seus batalhões, muito porque cada país queria anexar partes da Palestina para seus estados, criando discórdias entre os mesmos. Apesar de estar em pequeno número, o exército israelense era bem-organizado, tinha alguns integrantes vindos de grupos como o Irgun e o Haganá, onde haviam recebido treinamento, mas principalmente tinha uma força de vontade gigante e estava disposto a qualquer coisa para manter seu recémconquistado estado. Os estados árabes pediram então para sua população se retirar, de modo a facilitar a passagem de tropas e impedir que civis se ferissem, sob a promessa de que após terem conquistado toda Palestina, a entregariam ao povo. A guerra foi marcada por longos períodos de confronto e de cessar-fogo temporário, acabando finalmente em 1949, e resultando na posse, por Israel, dos 14.500 km² que lhe haviam sido prometidos pelo plano da partilha e mais 6.500 km² do território que ficou originalmente em posse dos árabes; Entretanto, cabe ressaltar que o acordo de partilha foi renunciado e ignorado pelos árabes ao declararem guerra a Israel. A Transjordânia ficou com o lado leste de Jerusalém - inclusive a cidade velha -, já a Samária, a Judéia (atual Cisjordânia) e o Egito ficaram com a Faixa de Gaza. De janeiro a julho de 1949 foram assinados armistícios com o Egito, Líbano, Jordânia e Síria, baseados em como estavam os territórios quando acabaram os confrontos. Esses acordos criaram as fronteiras do novo Estado de Israel. Essas fronteiras continham territórios que originalmente pertenceriam ao estado árabe imaginado pelas Nações Unidas, se os mesmos não tivessem declarado guerra a Israel. Israel imaginou que o armistício logo levaria a uma paz definitiva. Os estados árabes, porém, se recusaram a reconhecer a existência de Israel e negociar a paz, permanecendo com um fraco cessar-fogo. Eles continuaram o boicote econômico, político, social e cultural a Israel, que havia sido estabelecido pela liga árabe em 1945. O boicote econômico proibia que

pessoas, companhias, e estados árabes, fizessem negócios com empresas israelenses e com outras companhias que negociassem com empresas israelenses. Alguns líderes de países árabes tentaram fazer negociações secretas com Israel. Tragicamente, alguns deles foram assassinados, como o Rei Abdullah da Jordânia, que foi assassinado, em Jerusalém, em 1951. Israel ofereceu tempo para os refugiados palestinos voltarem, mas a maioria deles ficou nos países árabes para onde tinham fugido. A maioria dos países árabes ofereceu pouca ajuda aos palestinos, que se tornaram refugiados após a guerra. Somente a Jordânia ofereceu cidadania aos árabes palestinos. Campos de refugiados foram criados e mantidos pelas Nações Unidas. O Fenômeno Nasser A credibilidade militar egípcia começa a ser questionada pelas sucessivas derrotas sofridas em questões envolvendo a Jordânia, somada a essa situação o Estado-Maior egípcio é surpreendido em atos de corrupção. Um desses militares, oficial aprisionado durante os conflitos, e altamente decepcionado com a política egípcia é Gamal Abdel Nasser. Três anos depois, em meio às promessas de vingança e honra ferida, o governo egípcio enfrenta uma enorme crise, com a iminência da completa deterioração de seu poder. Nasser e seus oficiais tomam o poder no Egito, e iniciam uma ditadura. A primeira ameaça imperialista enfrentada por Nasser seria o Pacto de Bagdá. Com o aumento da influência soviética no Oriente Médio, as potências ocidentais, aliadas ao Iraque, Irã e Paquistão formam o Pacto de Bagdá, uma forma de impor barreiras políticas ao acesso soviético ao Oriente Médio. Faltava apenas um ingrediente para que o Egito de Nasser se tornasse uma ameaça ao Oriente Médio: poder militar. Os ataques deferidos com sucesso por Israel contra posições egípcias em Gaza mostraram a Nasser o quão inferior era o seu Exército, se comparado ao israelense. A partir de então, Nasser se empenhou incansavelmente em modernizar e capacitar às forças egípcias. Para isso, Nasser procurou auxílio das potências ocidentais. Estados Unidos, Inglaterra e França se negaram a auxiliá-lo, e ele, então, recorreu à União Soviética. O estreitamento de relações entre os dois países marca o início da Guerra Fria no Oriente Médio, período de intensos combates e graves crises, como a Crise de Suez. A crise de Suez Em 1949, o Egito fechou do Golfo de Aqaba aos israelenses. O Canal de Suez é uma passagem estratégica de grande importância, como exemplo da mesma pode-se citar o Estado de Israel, que tem no canal, a única saída para o Mar Vermelho. Impedindo o acesso ao Golfo de Aqaba, o Egito impôs uma gravíssima sanção a Israel. Tal ação afetou também os países europeus, gerando revolta, uma vez que, o canal servia para o escoamento de petróleo para a Europa. A resolução 95 do Conselho de Segurança, de primeiro de setembro de 1951, condena o fechamento do canal e solicita ao Egito que interrompa as restrições. O Egito em 1956 torna nacional a

Companhia do Suez, responsável pela administração do canal. Israel, em revolta às pressões econômicas do mundo árabe, executa a tomada da península do Sinai em 29 de outubro de 1956. Contudo, a repercussão internacional foi muito negativa. Os Estados Unidos e a União soviética ameaçam sanções econômicas às nações condutoras da intervenção. As hostilidades cessam pelas pressões americanas e Soviéticas e, em 1957, as Nações Unidas enviam a primeira força neutra na região. De fato, a Crise de Suez foi uma derrota para o Egito em questão militar, mas uma vitória em questão política, já que determina uma maior aproximação da União Soviética. Por outro lado, para os israelenses, significa proximidade com o governo do Reino Unido, determinado a afastar-se categoricamente do Comunismo e apoiando, consequentemente, o capitalismo. A Crise de Suez, por sua vez, acentua ainda mais o ambiente de Guerra Fria no Oriente Médio. O apoio a Israel foi negociado, e esse ficou responsável por uma operação que consistia no ataque a toda a península do Sinai, parando a apenas alguns quilômetros do canal. Com a alegação de que a segurança do canal estava em risco, as forças da Grã Bretanha e da França teriam uma razão objetiva para intervir, admitindo incapacidade do Egito para defender o canal. Entre o dia 29 de Outubro e o dia 5 de Novembro, as forças de Israel avançaram por todo o Sinai. As forças egípcias entram rapidamente em total colapso, retirando-se em todas as frentes. Em 30 de Outubro, a França e a Grã Bretanha lançam um ultimato ao líder Nasser, para que recuasse na sua decisão de nacionalizar o Suez e para que permitisse a presença de forças estrangeiras. Perante a recusa do ditador, britânicos e franceses começaram a atacar pontos estratégicos no Egito em preparação para o ataque, utilizando aeronaves de uma força conjunta que somava sete porta-aviões (cinco britânicos e dois franceses), a que se somavam forças em Chipre.

A força aérea do Egito era relativamente poderosa na teoria. Dispunha de cerca de 100 caças MiG-15, que eram teoricamente superiores à maioria dos caças britânicos e franceses, mas apenas 30 deles estavam operacionais e, somado a isso, o nível do treinamento dos pilotos era precário. A ação de Israel, com caças franceses, e relativa autonomia ajudou a garantir a superioridade aérea. O ataque também se deu na direção de Gaza, onde navios franceses deram apoio ao avanço das forças de Israel, atacando os egípcios em áreas costeiras. Acreditando não ter como resistir, Nasser jogou outra carta: Quando começam os bombardeamentos britânicos, mandou encerrar o canal, afundando vários navios que tinham sido previamente preparados para isso. A partir daí, o objetivo dos franco-britânicos e o seu argumento principal, caiu por terra. A intervenção britânica já não podia garantir a segurança do canal, porque esse estava encerrado. Ainda pior, foi a condenação internacional sofrida pela França e Grã Bretanha. A União Soviética reagiu normalmente, ameaçando com a guerra atômica e o fim do mundo. Contudo, nada pôde se equiparar a pressão dos Estados Unidos, que ameaçou agir contra a Grã Bretanha economicamente. Durante os dias que antecedem o desembarque das forças britânicas e francesas, os dois países são fortemente pressionados, principalmente pelos seus aliados. Quando o ataque realmente começa, tanto os dirigentes franceses como britânicos já estão com dúvidas sobre a sua utilidade. O ataque das forças franco-britânicas dá-se, efetivamente, em Cinco de Novembro, por volta das seis da manhã, quando tropas paraquedistas de ambos os países foram lançadas em dois pontos na área de Port. Said. Tais tropas deveriam garantir a segurança das áreas de desembarque e deveriam juntar-se ao fim do dia Como os ataques aéreos tinham se concentrado sobre unidades militares e aeroportos, os egípcios tinham retirado parte das suas unidades mecanizadas para as áreas urbanas, para evitar o ataque da aviação. Mas aguardando um ataque direto contra Port. Said, Nasser envia para a cidade um pelotão de caça tanques soviéticos. As tropas francesas, apesar de em menor número, mostraram ser de melhor qualidade. Por volta das nove da manhã, já tinham tomado parte da área portuária de Port. Said. A partir daí, a resistência egípcia aumentou, mas o apoio aéreo dado pelas aeronaves dos porta-aviões permitiu a força que continuasse alargando seu perímetro defensivo. Durante a tarde, e perante a violência do ataque - especialmente das forças francesas - o comandante Egípcio propõe um cessar-fogo e a rendição, mas a dificuldade de comunicação entre britânicos e franceses faz com que apenas às dez da noite se chegue a um acordo. Por volta das quatro da manhã do dia 6, começou o desembarque das forças navais britânicas. Os franceses começam a desembarcar às seis. Os desembarques decorrem sem problemas. A resistência egípcia é mínima ou quase nula. As linhas de comunicação egípcias estavam afetadas e o abastecimento das suas

tropas estava completamente desorganizado. Ao fim do dia as tropas francesas já estavam a caminho da cidade de Ismailia. No entanto, não chegariam a avançar. Durante o dia 6, e embora a operação estivesse a ocorrer sem problemas e exatamente como previsto, um cessar-fogo é negociado e a mais curta invasão da história acaba dia 7 de novembro de 1956. Tinha acabado a mais curta invasão da História. A Fundação da Organização Para a Libertação da Palestina Em maio de 1964, durante o 1 Congresso Nacional Palestino, realizado em Jerusalém, surgiu a Organização para a Libertação da Palestina, OLP. O objetivo era centralizar as lideranças árabes, visto que os palestinos eram derrotados devido à falta de organização e apoio a causa. As Nações Unidas faziam resoluções que não eram cumpridas por Israel, um país que sempre teve apoio dos Estados Unidos e da Inglaterra. A situação tornou-se absurda ao ponto de, em 1952, a ONU excluir a questão palestina de suas resoluções. Então nesse momento os palestinos viram que tinham que se unir para ter seu lugar. E assim foi criada a OLP, que começou a lutar militarmente contra Israel. 3. A Guerra dos Seis Dias Antecedentes Nos primeiros meses de 1967, a tensão entre Israel e os seus vizinhos árabes começou a piorar, transformando o Oriente Médio em um barril de pólvora. Atacado desde o dia de sua independência em 1948, Israel continuava em guerra com os países árabes da região. Em maio de 1967, a guerra parecia inevitável. No dia 16 do mesmo mês, os egípcios ordenaram que as forças da ONU saíssem do Monte Sinai. Visto que o mesmo era, indubitavelmente, território egípcio, não havia opção. Então, um exército de 80.000 egípcios voltou a ocupar o Sinai, deixando Israel novamente ameaçado. A solução pareceu ser um ataque preventivo. A retirada das tropas da ONU do Monte Sinai e a retomada da área pelos Egípcios, fez com que a popularidade do líder do Egito, Nasser, se expandisse pelo mundo árabe. Mais tarde, mandou fechar o estreito de Tiran, indispensável para Israel. Convencido de sua doutrina militar de "ataques preventivos", Israel já havia movido suas forças armadas no início de junho. Assim, ao nascer do sol do dia 5 de junho, a Força Aérea Israelense (FAI), atacou as principais bases aéreas do Egito, destruindo praticamente todos os seus aviões e inutilizando as pistas, iniciando assim a Guerra dos Seis Dias. Bases jordanianas e sírias também foram atacadas. Antes disso, o Exército israelense montara a Operação Lençol Vermelho, seguindo o padrão clássico do blitzkrieg (guerra relâmpago). A operação foi lançada junto com o ataque da FAI, em cinco de junho. Pela manhã de cinco de Junho de 1967 a força aérea de Israel efetuou uma operação de surpresa sobre o Egito.

Durante o meio da manhã e a tarde, a FAI atacou bases aéreas na Síria, na Jordânia e no Iraque. Ao fim do dia, as forças egípcias estavam reduzidas as cinzas. Forças Militares 3.1.Egito O Egito conta com divisões de infantaria, um exército grande e capacitado. Conta também com carros e aviões de combate. 3.2.Jordânia Diferente dos outros países, a Jordânia conta com um exército menor e por sua vez com menor poderio de ataque. 3.3.Síria A Síria é dotada de uma poderosa artilharia, além de tanques e aviões modernos. 3.4. Israel Israel conta com pára-quedistas, aviões de última geração, tanques e várias brigadas de infantaria.

4. Questões a serem discutidas Uma série de questões vem à tona quando se coloca em discussão a Guerra dos Seis Dias. O Conselho inicia seus encontros no primeiro dia dos ataques e deve pensar sobre um possível cessar-fogo na região. No entanto, é preciso contestar se as regras do Conselho foram obedecidas e como as próximas resoluções devem ser feitas.

ANEXOS MAPA: CANAL DE SUEZ MAPA: ORIENTE MÉDIO

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS http://www.universia.com.br/materia/imprimir.jsp?id=4093 O Conselho de Segurança. Acesso em 20/12/2010 http://www.onu-brasil.org.br/doc1.php - Carta das Nações Unidas. Acesso em 21/12/2010 http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2003/030310_vetoebc.shtml - Histórico dos Vetos no Conselho de Segurança. Acesso em 21/12/2010; http://www.militarypower.com.br/frame4-warsixdays.htm - Forças Militares. Acesso em 03/01/2011 http://www.areamilitar.net/histbcr.aspx?n=111 Crise de Suez. Acesso em 03/01/2011 http://www.passeiweb.com/saiba_mais/voce_sabia/olp - Organização para a Libertação da Palestina. Acesso em 04/01/2011 http://www.areamilitar.net/histbcr.aspx?n=50 A guerra dos Seis Dias. Acesso em 04/01/2011 MASSOULIÉ, François. Os Conflitos Do Oriente Médio. 5ª Edição. Nova York: Interlink Books, 1997. 161p