M E M O R I A L Francisco Salles Marques A trilha de um Sertanejo 01 - INICIO DA TRILHA Na fazenda Solidade município de Queimadas, região semi-árida do estado da Bahia, em 29 de janeiro de 1955, nasce Francisco Salles Marques, o quarto filho de uma família de nove irmãos. Meu pai, José Marques da Silva, hoje falecido, era vaqueiro, e minha mãe Analice Matos Marques, uma senhora digna de ser chamada senhora do lar. Aos oito anos, comunica a seu pai a intenção de estudar na cidade, imediatamente, sua Mãe arruma sua mala e diz : vá estudar, não quero que meu filho seja Vaqueiro ou Pião de Motor. 02 - FORMAÇÃO ACADEMICA Em 1963, já alfabetizado, iniciou o curso primário em Riachão de Jacuípe, e concluindo em 1967 na Escola Paroquial do Peixe, distrito de Jacobina Ba. Em 1968 foi morar com uma tia em Feira de Santana, após aprovado no teste de admissão, iniciou o curso Ginasial no Colégio Municipal Joselito Amorim. Em 1976 concluiu o curso Técnico de Contabilidade no Colégio Santanópolis em Feira de Santana; Em 1977 foi aprovado no vestibular no curso de Ciências Econômicas na UEFS Universidade Estadual de Feira de Santana, concluindo em 1981. 02.1 - O mestrado: UM DESAFIO Em fevereiro de 2002 iniciei o curso de Mestrado em Gestão Integrada de Organizações, Convênio UNEB/UNIBAHIA, Resolução 135/2001 do Conselho Universitário CONSU/UNEB. Meu orientador foi o Profº. Dr. Cezar Ernesto Dertoni, Phd.
Defendeu a dissertação de título: SUSTENTABILIDADE AGROECOLÓGICA DA CULTURA DO SISAL, em 17 de junho de 2004, e teve aprovação da dissertação Com Louvor. A dissertação tinha como objetivo definir um tamanho minímo de área rentável para a exploração da cultura do sisal, e durante a aplicação dos questionários, foi identificado três grandes problemas: o primeiro foi a constatação que 86% do plantio existente da cultura de sisal estava acima de 8 anos, e o ciclo vegetativo dessa cultura é 10 anos; o segundo foi a constatação que a tecnologia utilizada, é a mesma desde a década de 40; e o terceiro problema constatado foi a comercialização, onde o produtor de sisal não tem acesso a CONAB. Estes assuntos devido a sua importancia foram publicados no Jornal A TARDE Caderno Rural em 08.11.2004, e no Jornal Valor Econômico - Agronegócios em 25.11.2004. Em razão das publicações, fomos contactados por alguns órgão governamentais, e indústria que utilizam a fibra de sisal como matéria prima, para esclarecer os dados levantados. Em fevereiro 2006, concluiu a Pós-Graduação em Metodologia da Educação Superior com ênfase em Tecnologia Educacional da Faculdade Batista Brasileira FBB. Atualmente, o sertanejo, Francisco Salles Marques está cursando o Mestrado Profissional Multidisciplinar em Desenvolvimento Humano e Responsabilidade Social na Fundação Visconde de Cairu. 03 - OUTROS CURSOS Em 1989 participou do XIV CEPE Ciclo de Estudos de Política e Estratégia promovido pela ADESG- Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com duração de 225 horas. Em 1994 concluiu o CURSO ASBACE DE ADMINISTRAÇÃO BANCARIA CAAB, com duração de 1.225. 04 - EXPERIENCIA PROFISSIONAL Aos 14 anos começou a trabalhar como jornaleiro, cobrador de ônibus, balconista, alugou uma casa e foi morar com (04) irmãos. Em 1978, passou a trabalhar no Banco Itaú S/A., em Feira de Santana Ba. Em 1979 foi aprovado no concurso do Banco do Estado da Bahia, onde trabalhou por 22 anos, passando por diversas funções, auxiliar Bancário, Chefe de Serviço, Gerente Administrativo de Agência e Gerente Administrativo da Superintendência GERAD. Foi Instrutor de Grafoscópia e Dactíloscopia nos cursos de formação de caixa, elaborava laudo técnico para a inspetoria. E, com a privatização do BANEB, passou a trabalhar no BRADESCO na função de Gerente Executivo Chefe, até a presente data. Em 1998 viaja com sua esposa para a Europa, visita, Bélgica, França, Inglaterra e Alemanha, observou o funcionamento e Lay-out de algumas Instituições Bancárias, e no seu retorno, faz uma exposição para a Diretoria do BANEB, e foi colocado em pratica alguns dos procedimentos observado. Em 1980 casou-se com a Sra. Maria Clenice e teve 03 filhas. Atualmente, além de ser bancário, exerce a profissão de Professor nas Faculdades São Salvador e Dom Pedro II, ministrando as disciplinas: Economia, Economia de Empresa e Gestão Bancária.
Sexta-feira, 20/05/2005 Estímulo à recuperação do sisal no semi-árido Patrick Cruz De Salvador O sisal, principal cultura do semi-árido baiano, que movimenta US$ 150 milhões por ano (pouco mais da metade em exportações) e envolve quase 600 mil pessoas, deve ganhar atenção redobrada nos próximos meses. Isso porque, apesar de a demanda externa pelo produto ser crescente, a produção nacional e a produtividade estão em queda. Foto: Marcio Lima/Valor Segundo o de Incentivo à Lavoura do Sisal deverá investir R$ 21 milhões em três anos basicamente economista Francisco Salles Marques da Silva, 86% da área cultivada na Bahia está com idade superior a oito anos - e, portanto, em estágio terminal, já que a vida máxima da planta é de, em média, dez anos. Apenas depois de três anos do plantio é possível fazer o primeiro corte de folhas, das quais serão extraídas as fibras, aproveitadas em setores que vão desde a tapeçaria até a indústria automobilística. Salles elaborou o estudo "Gestão Integrada de Organizações - Sustentabilidade Agroecológica da Cultura de Sisal", que defendeu na Universidade do Estado da Bahia (Uneb) como parte de seu mestrado. Ele não afirma que, por conta do envelhecimento das plantações, a cultura do sisal está fadada a acabar, mas ainda assim teme pela atividade no semi-árido. "Nos próximos três anos, se nada for feito, fatalmente ocorrerá declínio na produção". Segundo o IBGE, a produção brasileira foi de 193,6 mil toneladas em 1999, alterou-se pouco no ano seguinte, caiu em 2001 e 2002 e "respirou" no ano passado, quando chegou a 184,5 mil toneladas. Em 2004, porém, projeções do IBGE apresentadas por Salles apontam para 151 mil toneladas, menor patamar desde 1998. Em Francisco Salles Marques da Silva: se nada for feito, ocorrerá um declínio na produção da fibra de sisal. 1999, quando a produção aumentou 67%, ocorreu o primeiro corte das plantas que hoje estão no fim de seu ciclo produtivo. O sisal é praticamente a única opção agrícola viável na secura do semi-árido da Bahia, responsável por 94% da produção do país. Trata-se de uma planta resistente, o que torna temerário dizer que sua existência está ameaçada. "O sisal não se acaba. Ele produz seus rebentos, seus novos ramos", diz Joaquim Santana, presidente da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA). Mas, além da queda da produção apontada pelo IBGE, também há recuo na produtividade. Em 1999, foram 1.082 quilos por hectare; em 2004, o indicador está em torno de 750 quilos, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Fibras Vegetais e Algodão da Bahia (Sindifibras), Wilson Galvão Andrade. Santana, da EBDA, reconhece a necessidade de renovação da base genética da planta para que a produtividade possa ser mais dilatada. São basicamente três as espécies cultivadas hoje na Bahia, e a idéia é dobrar esse número, com um trabalho de pesquisa que já está em andamento em parceria com a Embrapa. Segundo Santana, também há um projeto pronto de recuperação e incentivo ao cultivo do sisal, que deve ser anunciado pelo governador Paulo Souto (PFL) este ano. O Programa para recuperar áreas de produção - estimativa do Sindifibras aponta que metade dos 150 mil hectares de cultivo está em total ou quase total abandono. As exportações baianas vão principalmente para os EUA. E um campo promissor é a indústria automobilística, que hoje emprega, em média, 13 quilos de fibra natural por veículo produzido. Há quem aposte que a troca de material sintético possa levar o uso a até 80 quilos.
08/11/2004 Retornar para Rural / Geral >> Sisal Sisal em risco de extinção Pesquisa para mestrado aponta que 86% da plantação do Estado já chegou à fase final do ciclo produtivo NONA FERNANDES Caso não ocorra uma ação incisiva do governo do Estado para estimular os agricultores baianos a promoverem a renovação do plantio, a cultura do sisal no Estado fatalmente chegará à extinção dentro de no máximo três anos. Esta é a conclusão do economista Francisco Salles Marques da Silva, na sua dissertação de mestrado "Gestão Integrada de Organizações - Sustentabilidade Agroecológica da Cultura de Sisal", apresentada na Universidade Estadual da Bahia no mês de junho. O sisal começa a ser cultivado três anos depois de plantado e produz durante dez anos, no máximo. A partir dessa idade, a planta entra em decadência e morre, daí a necessidade da renovação. Na Bahia, 86% da plantação está com idade superior a oito anos, entrando na fase final do ciclo produtivo, de acordo com pesquisa feita por Francisco Salles, após ouvir cultivadores (aplicou 100 questionários) nos municípios de Campo Formoso, Conceição do Coité, Santa Luz e Valente, principais produtores de sisal do Estado. Nesses quatro municípios, apenas 2% do plantio estão sendo renovados e 12% entraram em fase de produção. Na opinião de Salles, a falta de renovação na plantação em todo o Estado está diretamente atrelada à atual forma de comercialização do produto, cuja cadeia de venda destina maior quinhão de valor do produto aos intermediários. Um quilo de sisal chega ao ponto final de venda custando R$ 1,50, mas nas mãos do produtor ficam apenas R$ 0,21. O economista, que fez o trabalho de mestrado sob orientação do pesquisador e professor (PhD.) Cezar Ernesto Detoni, entende que a Bahia deve promover uma revisão profunda no seu processo de comercialização do produto, caso pretenda manter a cultura do sisal. "Um novo processo de comercialização, que encontre uma forma de estimular o pequeno, médio e grande produtores a continuarem a plantar sisal", defende, citando que o produtor recebe R$ 0,21 kg/fibra, o que representa apenas 27% do preço mínimo (bruto) de R$ 0,78, garantido pelo governo. RISCOS - As pesquisas sobre a sustentabilidade agroecológica do sisal apontaram crescimento no mercado internacional no uso de fibras naturais, forçado pelos programas de defesa do meio ambiente, principalmente na indústria automobilística, que já utiliza cerca de 13 kg de fibras naturais por unidade fabricada. Salles adverte que não ocorrendo o replantio na Bahia, responsável por 97,03% da produção nacional, o Brasil fatalmente perderá a posição de maior produtor mundial para países africanos. Os questionários que ele aplicou nos quatro municípios apontam que o processo de decadência do sisal afeta em maior proporção os produtores de médio e grande portes. Os pequenos, que representam 50% do total - com 4.410 produtores em números absolutos nos quatro municípios -, de acordo com Salles, são afetados em escala menor, haja vista que a renda com a venda do sisal é de apenas 32% para eles. "A partir dos benefícios obtidos com a aposentadoria rural, que representam 27% da renda do pequeno produtor, aliados à falta de incentivos, a conclusão a que chegamos é que ele pouco se interessa com a continuidade do plantio ou replantio do sisal", diz Francisco Salles,
acrescentando que a receita total para os que cultivam áreas até 20 hectares, a cultura do sisal é, quantitativamente, bastante representativa, com ocupação de 71% da área, mas, na composição da renda, representa menos de 30%. Para o médio produtor, a renda com o sisal representa 54% dos seus ganhos e para o grande, 65%. Em seu trabalho, Francisco Salles traça o perfil nos campos de sisal dos quatro municípios, mostrando que entre os produtores possuidores de áreas com média de 20 hectares, 46% são analfabetos, com idade média de 51 anos, e que não tem ocorrido a entrada de jovens na posse da terra para o cultivo do sisal. Ele defende a renovação do plantio de sisal, a assistência técnica e a capacitação dos produtores, que estão sem investir em tecnologia. "A maioria deles está com maquinários e processo de produção completamente obsoletos", diz. CAMINHOS DO SISAL - A cultura do sisal começou no Brasil na década de 40, e até a década de 50 quem liderava o plantio era o Estado da Paraíba, com 90% da produção brasileira, enquanto a Bahia aparecia com percentual ainda insignificante. Mas com o passar dos anos o quadro foi se invertendo e hoje a Bahia detém 97% da produção. Atualmente a produção mundial de sisal é de 550 mil toneladas, das quais o Brasil contribui com 194 mil toneladas, que representa 44% desse total e coloca o País como o maior produtor da fibra. Em números absolutos a produção baiana é de 188 mil toneladas anual. A cultura do sisal no ano de 2000 ocupou a 10ª posição no ranking nacional de exportações, com US$ 34,5 milhões e gera na região semi-árida, aproximadamente, 560 mil empregos.