Morcegos do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Chiroptera, Mammalia) 1

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Transcrição:

Morcegos do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Chiroptera, Mammalia) Margareth Lumy Sekiama Nelio Roberto dos Reis 3 Adriano Lúcio Peracchi 4 Viamir José Rocha ABSTRACT. Morcegos do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná (Chiroplera, Mammalia). [I'S presenled a survey ofbat species from Parque Nacional do Iguaçu, Paraná State, it has a area of 70.086,76 ha, 0cated in west ofthe Paraná State. A total of [403 individuais belonging to 6 species were registred. KEY WORDS. Chiroptera, bals Desde meados de 930, o Estado do Paraná vem sofrendo um desmatamento intensificado. De acordo com o Instituto de Terras e Cartografia do Paraná, dos 84% de área com vegetação nativa, atualmente restaram apenas 5,%, constituída de "ilhas florestais", das quais as maiores áreas florestais são principalmente a Serra do Mar e o Parque Nacional do Iguaçu (LANGE & JABLONSK[ 98). O Parque Nacional do Iguaçu, representa o último grande remanescente de floresta pluvial subtropical do Brasil, cottespondendo a mais de % de toda cobertura vegetal original do Estado (KOCH & BOÇON 994), portanto, ainda pode-se encontrar um grande potencial genético neste local. Devido à importância da área de estudo e inexistência de informações sobre a quiropterofauna local, realizou-se esse trabalho. MATERIAL E MÉTODOS O Parque compreende uma área de 70.086,76 ha., situando entre 5 05' 5 4'S e 53 40'-54 38'W (IBm 98). Através do Rio Iguaçu no limite sul, faz fronteira com o Parque Nacional Iguazú (Argentina). Segundo a classificação de MAACK (98), a vegetação é de dois tipos, floresta pluvial subtropical, e floresta de araucária encontrada numa pequena parte a leste do Parque. De acordo com o plano de manejo (IBm 98), essa unidade de conservação possui área de uso público, zona de recuperação e zona intangível (Fig. I). ) Contribuição número 60 do Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. ) Curso de Pós-graduação em Zoologia, Departamento de Zoologia, Universidade Federal do Paraná. Caixa Postal 900, 853-990 Curitiba, Paraná, Brasil. Bolsista do CNPq. 3) Departamento de BiologiaAnimal e Vegetal, Universidade Estadual de Londrina. 8605-990 Londrina, Paraná, Brasil. 4) Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. 385-970 Seropédica, Rio de Janeiro, Brasil. Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754, 00

750 Sekiama et ai. D Área de uso público li! Zona de recuperação o Zona intangível..._ Limíte internacional N t 30Km Fig.. Localização e zoneamento do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná. o período de setembro de 998 a agosto de 000, foram desenvolvidos trabalhos de campo utilizando redes de neblina armadas em trilhas e estradas. Na área de uso público e zona de recuperação (área perturbada) as coletas foram mensais, enquanto que na zona intangível (área preservada) foram sazonais. Contudo, também realizaram-se coletas manuais em casas localizadas dentro do Parque, bem como observação de morcegos em vôo. Os exemplares capturados foram medidos e pesados, e então liberados. Exemplares de difícil identificação no campo, foram sacrificados e determinados posteriormente. Os exemplares sacrificados foram incorporados às coleções Adriano L. Peracchi, atualmente depositada no Instituto de Biologia, Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (ALP-UFRRJ) e no Laboratório de Zooecologia, Universidade Estadual de Londrina Os exemplares expostos no Parque acionai Iguazú (MPNI), Argentina, também foram incluídos na listagem, pois provavelmente ocorram do lado brasileiro. RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram registradas 6 espécies num total de 403 indivíduos, distribuídas em quatro famílias: Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754, 00

Morcegos do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná... 75 Noctilionidae Noctilio /eporinus (Linnaeus, 758) Registrado através de observação direta durante comportamento de caça do morcego sobrevoando uma lagoa. Phyllostomidae Phyllostominae Chrotopterus auritus (Peters, 856) Foram coletados um total de 9 machos e fêmeas. Um exemplar foi conservado Micronycteris sy/vestris (lhomas, 896) Coletado um macho sub-adulto. Primeiro registro para o Estado do Paraná. Espécie em declínio, segundo a IUCN é uma espécie presumivelmente ameaçada (NOWAK 999). Examinado um exemplar (ALP-UFRRJ). Tonatia bidens (Spix, 83) Foram coletados dois machos e duas fêmeas. Conservado um exemplar Glossophaginae G/ossophaga soricina (Palias, 766) Carollinae Carollia perspicillata (Linnaeus, 758) Coletados machos e 5 fêmeas. Conservado um exemplar Stenodermatinae Artibeus fimbriatus Gray, 838 Colctados 47 machos e 4 fêmeas. Conservados dois exemplares Artibeus lituratus (Olfers, 88) Coletados 40 machos e 540 fêmeas. Conservados três exemplares Artibeus obscurus Schinz, 8 Coletados dois machos e três fêmeas. Conservado um exemplar Pygoderma bilabiatum (Wagner, 843) Coletados nove machos e fêmeas. Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754, 00

75 Sekiama et ai. Sturnira liiium (E. Geoffroy, 80) Coletados 08 machos e 34 fêmeas. Conservados seis exemplares Desmodontinae Desmodus rotundus (E. Geoffroy, 80) Total de seis indivíduos, três machos e três fêmeas. Conservado um exemplar. Diaemus youngi (Jentink, 893) Espécie registrada no Parque Nacional Iguazú com base em foi der distribuído pelo Parque Nacional Iguazú, Argentina. Vespertilionidae Vespertilioninae Eptesicus brasiliensis (Desmarest, 89) Coletados um total de quatro machos e cinco fêmeas. Conservados dois exemplares Eptesicus diminutus Osgood, 95 Coletado e conservado uma fêmea Eptesicus furinalis (d'orbigny, 847) Espécie registrada com base em exemplar depositado no Parque acionai Lasiurus borealis (Muller, 776) Coletados dois machos e uma fêmea. Conservado um indivíduo Lasiurus ega (Gervais, 856) Iguazú (MPNT). Myotis levis (I. Geoffroy, 84) Coletado e conservado um exemplar (ALP-UFRRJ). Myotis nigricans (Schinz, 8) Coletados cinco machos e quatro fêmeas. Myotis riparius Handley, 960 Espécie registrada com base em exemplar depositado no Parque 9uazú (MPNI). acional Myotis rubra (E. Geoffroy, 806) Coletado e conservado um macho (LZUEL), considerada espécie ameaçada de extinção (TADDEI & AGUIAR 997). Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754,00

Morcegos do Parque Nacional do Iguaçu, Paraná... 753 Molossidae Molossops neglectus Williams & Genoways, 980 Molossus ater E. Geoffroy, 905 Coletados um macho e uma fêmea em forro de casa. Conservado um exemplar Promops nasutus (Spix, 83) [guazú (MPNJ). Tadarida brasiliensis (I. Geoffroy, 84) Tabela I. Número de indivíduos das espécies de morcegos em área perturbada (área de uso público e zona de recuperação) e área preservada (zona intangível) no Parque Nacional do Iguaçu. Espécies Área perturbada Área preservada Total Noelilio leporinus Chroloplerus aurilus Mycronicteris sy/vestris Tonalia bidens Carollia perspicillala Artibeus fimbriatus Artibeus Iiluratus Artibeus obseurus Pygoderma bilabiatum Stumira lilium Desmodus rolundus Eptesicus brasiliensis Eptesicus diminutus Lasiurus boreajis Myolis levis Myotis nigricans Myolis rubra Molossus ater Observação direta 9 3 73 78 5 9 03 46 4 77 Forro de casa 3 5 63 39 Forro de casa 3 4 36 88 945 5 4 6 9 3 9 A tabela I mostra que, a famíliaphyllostomidae foi a mais representativa, na qual A. lituratus e S. lilium foram as espécies de maior capturabilidade, seguido de A. fimbriatus. A espécie M sylvestris teve apenas um exemplar capturado na zona intangível do Parque. De forma geral a fanília Vespertilionidae tiveram baixa capturabilidade. Enquanto M ater só foi capturado manualmente em forro de casa. A alta capturabilidade de A. lituratus e S. lilium no Estado do Paraná já foi relatada por MULLER & REIS (99); REIS & MULLER (995); REIS et ai. (000). Esse fato está relacionado com a metodologia, a qual de certa forma é seletiva, pois as redes são armadas ao nível das frutas disponíveis, isto é, entre 0,5 a,5 m do solo. Além disso, as espécies carnívoras e insetívoras, usam com mais freqüência a ecolocalização para caçar suas presas, consequentemente detectam com facilidade as redes de neblina(pedro & TADDEI 997), e também pelo motivo dos molossídeos Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754,00

754 Sekiama et ai. voarem mais alto (HANDLEY 967; PEDRO & TADDEI J997» diminuindo a capturabilidade. Outro fato que favorece o elevado número de A. /ituratus e S. liliull é a alta adaptabi Iidade dessas espécies à diferentes tipos de ambientes (REIS et ai. 000), como foi observado na área de uso público, onde o impacto do turismo é grande. Quanto à Mycronicteris sy/vestris, o presente trabalho relata a primeira ocorrência dessa espécie para o Paraná. Ressalta-se que, M sy/vestris e Myotis rubra [oram coletadas apenas na área preservada (zona intangível) do Parque, pois além de apresentarem uma distribuição consideravelmente restrita (KOOPMAN 98), são sensíveis à mudanças no ambiente (TAODEI & AGUIAR 997). Portanto, apesar da área de estudo ser uma unidade de conservação relativamente ampla (70.086,76 ha), alguns quirópteros necessitam de um ambiente com qualidade. A Estrada do Colono localizada na zona intangível, e reaberta em 998, é outra agressão à unidade de conservação, onde poeira, barulho e poluição dos veículos que cruzam o Parque põem em risco a vida selvagem local. Concorda-se com LYNCH & WI-UGHAM (984) os quais relataram que a melhor estratégia de preservação das espécies, é manter a qualidade total do habitat de procriação. AGRADECIMENTOS. Ao C desta pesquisa no Parque Pq pelo auxilio bolsa, ao IBAMA pela autorização da realização acionai do Iguaçu e pelo apoio. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS HANDLEV JR., C.O. 967. Bats 0' canopy 0' na Amazonian fores!. Atas Simpósio Riota Amazônica (Zoologia), Belém, Vol. 5, p. -5. IBDF (Instituto brasileiro de Desenvolvimento Florestal). 98. Plano de manejo do Parque acionai do Iguaçu. Brasilia, Fundação Brasileira para a Conservação da Natureza, 04p. KOCH, Z. & R. BOÇON. 994. Guia ilustrado das aves comuns do Parque Nacional do Iguaçu. Curitiba, Maxi Gráfica e Editora, 38p. KOOI'MAN, K.F. 98. Biogeographyofthebats ofsouth America. Pymatuning Lab. Ecol. Spec. Publ., Pillsburgh, 6: 73-30. LANGE, R.B. & E.F. JABLONSKI. 98. Lista previa dos Mammalia do Estado do Paraná. Estudos Biologia, Curitiba, 6: -35. LVNCH, J.F. & O.F. WHIGHAM. 984. Effects offorest fragmentation on breeding bird communities in Malyland, USA. Biol. Conserv., Essex, 8: 87-34. MAACK, R. 98. Geografia física do Eslado do Paraná. Rio de Janeiro, J. Olympio, ' ed., 450p. MULLER, M.F. & N.R. DOS REIS. 99. Partição de recursos alimentares entre quatro espécies de morcegos frugívoros (Chiroptera, Phyllostomidae). Revia bras. Zool. 9 (3/4): 345-355. OWAK, R.M. 999. Walker's mammals of lhe world. Baltimore, Johns Hopkins Univ. Press, 6 th ed., Vol. I, 836p. PEDRO, W.A. & V.A. TADDEI. 997. Taxonomic assemblage of bats from Panga Reserve, southeastern Brazil: abundance patlerns and trophic relations in the Phyllostomidae (Chiroptera). BoI. Mus. Biol. Mello Leitão (n. sér.), Santa Teresa, 6: 3-. REIS, N.R. DOS & M.f. MULLER. 995. Bat diversity offorests and open areas in a subtropical region 0' South Brazil. Ecologia Austral, Córdoba, 5: 3-36. REIS, N.R. DOS; A.L. PERACCHI; M.L. SEKIAMA & I.P. DE LIMA. 000. Diversidade de morcegos (Chiroptera, Mammalia) em fragmentos florestais no Estado do Paraná, Brasil. Rcvtll bras. Zool. 7 (3): 697-704. TADDU, V.A. & L. AGUIAR. 997. Workshop para a conservação dos morcegos brasileiros. Chirop. coll-op., Belo Horizonte, I (): 4-9. Recebido em 4.IX.000; aceito em 8.Y.00. Revta bras. Zool. 8 (3): 749-754,00