RELATÓRIO FINAL DA CPI DA TELEFONIA MÓVEL EM SANTA CATARINA



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Transcrição:

Comissão Parlamentar de Inquérito Apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam em Santa Catarina (Ato da Presidência n 16-DL/2013) RELATÓRIO FINAL DA CPI DA TELEFONIA MÓVEL EM SANTA CATARINA Florianópolis, 23 de novembro de 2013.

Comissão Parlamentar de Inquérito Apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam Santa Catarina (Ato da Presidência n 16 DL/2013) Silvio Dreveck - PP Presidente Moacir Sopelsa PMDB Relator Ana Paula Lima PT Sub-relatora Edison Andrino - PMDB Membro Mauricio Eskudlark PSD Membro Sargento Amauri Soares PSOL Membro Marcos Vieira PSDB Membro

Sumário Agradecimentos 5 Abreviaturas e siglas utilizadas 7 Introdução 9 1. Considerações sobre o papel da CPI 10 2. Requisitos formais para a constituição e funcionamento da CPI 11 2.1 - Requisitos para deflagrar criação da CPI da telefonia Móvel em Santa Catarina 11 2.2 - Requisito material (fato determinado) 12 2.3 - Requisito temporal (prazo determinado) 15 2.4 - Requisito orgânico A composição da CPI da telefonia móvel em Santa Catarina 16 2.5 - Requisito operacional A esfera de atuação da CPI da telefonia móvel em Santa Catarina 17 3. Desenvolvimento dos trabalhos da Comissão 17 3.1 - Metodologia e volume dos trabalhos 18 3.2 - Instituições convidadas 19 3.3 - Audiências Públicas 19 3.4 Reuniões realizadas 20 4. Documentos dos trabalhos da CPI 26 4.1 - Documentação expedida 26 4.2 - Documentação recebida 32 4.3 - Documentação autuada 39 4.4 - Outros documentos 40 5. Conclusões 41

5.1 - Precariedade na prestação de serviços oferecidos pelas empresas de telefonia móvel atuantes do Estado de Santa Catarina 41 5.2 - A problemática do licenciamento ambiental para instalação de antenas 43 5.3 - O papel fiscalizador da ANATEL 45 5.4 Encaminhamentos, propostas e recomendações 46 6. Referência Bibliográficas 49

Agradecimentos Uma Comissão Parlamentar de Inquérito é um desafio em qualquer circunstância. Para que possa ser produtiva, seus membros devem agir com serenidade e afastar-se de rivalidades partidárias. Devem, sobretudo, concentrar-se no objeto que determinou a constituição do colegiado fracionário de investigação. Não é fácil conciliar as atividades ordinárias e cotidianas do exercício parlamentar, o que envolve, quase sempre, compromissos diários com a agenda normal da Casa Legislativa, como também com as comunidades que representam. Porém, apesar das dificuldades, é possível alcançar bons resultados, quando se trabalha com objetivos definidos e em espírito de colaboração recíproca. A CPI da Telefonia Móvel foi criada por esta Casa por intermédio do Ato da Presidência n 16 DL/2013, com o propósito de apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas empresas que operam em Santa Catarina. Desse objetivo o Colegiado não poderia, não deveria e não se afastou. Os resultados das investigações mostram que as obrigações, decorrentes de relações de consumo, são determinantes quanto à aplicação do Código do Consumidor aos serviços de telefonia, reconhecendo como autêntica a relação firmada entre a operadora e o consumidor como destinatário final. Por outro lado, o trabalho desta Comissão não seria tão profícuo caso não houvesse a boa vontade e o espírito de harmonia e colaboração entre os membros que a compuseram. Portanto, a Relatoria não poderia deixar de agradecer ao Deputado Silvio Devreck, Presidente da Comissão, pela serenidade, bom senso, equilíbrio e espírito público com que sempre conduziu as atividades da Comissão. Não seria justo, também, deixar de reconhecer o incansável trabalho dos demais membros que compuseram este colegiado de investigação, pois tiveram a compreensão da importância, para a sociedade catarinense, do tema que seria investigado. Por isso nosso obrigado aos Deputados: Edison Andrino, Mauricio Eskudlark, Sargento Amauri Soares e Marcos Vieira e Deputada Ana Paula Lima. Nossos agradecimentos também são devidos à Presidência desta Casa, Casa Militar, Consultoria Legislativa, Coordenadoria das Comissões, Departamento Parlamentar, Assessoria Parlamentar, Departamento Administrativo, Divisão de Imprensa, TVAL, Divisão de Taquigrafia, Protocolo-Geral, Diretoria de Transporte, Gabinetes dos Deputados membros da Comissão e a todos os outros setores que, de uma forma ou outra, contribuíram para o trabalho desta Comissão.

Ainda, esta Relatoria e toda a Comissão são gratas: à Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Santa Catarina (OAB/SC), Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC), Conselho Regional de Contabilidade (CRC-SC), Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina (DP/SC), Centro Tecnológico da UFSC, União dos Vereadores de Santa Catarina (UVESC), Ordem dos Economistas de Santa Catarina (OESC), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/SC), Fundação Estadual do Meio Ambiente (FATMA), Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Federação do Comércio de Santa Catarina (FECOMÉRCIO); Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Santa Catarina (SINTTEL/SC), Federação das Empresas de Transportes e Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (FETRANCESC), Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedor Individual de Santa Catarina (FAMPESC), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Federação das Associações Empresarias de Santa Catarina (FACISC), Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de SC, Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (SINDICARNE/SC) e Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SINDITELEBRASIL), Agência Nacional de Telecomunicações (ANATEL) e as operadoras Claro S.A, Oi S.A., TIM S.A. e Vivo S.A. Por fim, este Relator e demais membros da Comissão dedicam gratidão especial aos servidores públicos da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, Armando Luciano Carvalho Agostini (Assessor Jurídico), Guido Wiggers Júnior (Secretário da Comissão) e a Rubem Cesar Farah e Ademir Gasstmann (Assessores Técnicos), os quais, dedicaram-se em tempo integral aos trabalhos desta Comissão, assegurando que a vontade política dos membros da CPI em investigar a precariedade dos serviços prestados pelas operadoras de telefonia móvel no Estado de Santa Catarina não ficasse apenas na intenção. Temos a convicção firme de que logo colheremos bons resultados em prol dos catarinenses, pois a telefonia é um serviço prestado sob regime privado, mediante autorização da Anatel, sendo que as empresas prestadoras deste serviço têm obrigação legal de atender aos direitos dos consumidores, com uma prestação de serviço adequada e eficiente. Deputado Moacir Sopelsa Relator "Procuro semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende. Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir." Cora Coralina

Abreviaturas e siglas utilizadas ADCT ALESC Ato das Disposições Constitucionais Transitórias Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina CE/89 Constituição do Estado de Santa Catarina em 05.10.1989 CF/88 Constituição Federal promulgada em 05.10.1988 CDC CPI CRC/SC CREA/SC DPE/SC FACISC FAESC FAMPESC FATMA FCDL/SC FECAM FECOMÉRCIO FETRANCESC FIESC MP/SC OAB/SC OESC PGE Código de Defesa do Consumidor Comissão Parlamentar de Inquérito Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedor Individual de Santa Catarina Fundação do Meio Ambiente Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina Federação Catarinense das Associações de Municípios Federação do Comércio de Santa Catarina Federação das Empresas de Transportes e Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina Federação das Indústrias de Santa Catarina Ministério Público de Santa Catarina Ordem dos Advogados do Brasil Seção de Santa Catarina Ordem dos Economistas de Santa Catarina Procuradoria-Geral do Estado 7

PDT PMDB PP PSD PSDB PT RIALESC SINDICARNE Partido Democrático Trabalhista Partido do Movimento Democrático Brasileiro Partido Progressista Partido Social Democrático Partido da Social Democracia Brasileira Partido dos Trabalhadores Regimento Interno da Assembleia Legislativa de Santa Catarina Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina SINDITELEBRASIL Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular SINTTEL/SC TCE/SC TJ/SC UVESC Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em S.C. Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina União dos Vereadores de Santa Catarina 8

Introdução As Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) são comissões temporárias que atuam em uma das funções típicas do Legislativo, qual seja a de fiscalizar os atos relacionados ao Poder Público, abrangendo sua área de fiscalização aos atos do próprio Poder Legislativo e aos atos de caráter estritamente administrativo dos demais Poderes. Sua previsão constitucional encontra-se no 3 do art. 58 da Constituição Federal e no 3 do art. 47 da Constituição do Estado de Santa Catarina. Segundo o texto constitucional, as CPIs detêm poderes de investigação próprios das autoridades judiciais para apurar fato determinado. O Regimento Interno desta Assembleia Legislativa, em seu art. 149 e seguintes, institui normas procedimentais a fim de regulamentar as atividades das CPIs. Assim, as CPIs não julgam nem processam ninguém. Aliás, também não acusam ninguém, ao contrário da crença popular. Essas Comissões limitam-se a investigar. Na sua função fiscalizadora, as CPIs fazem inquérito, produzindo provas para que se forme a convicção a respeito da ocorrência de ilícitos. Sua atuação é similar e paralela ao inquérito policial e à investigação feita pelo Ministério Público. A presente Comissão Parlamentar de Inquérito foi criada no âmbito deste Poder por meio do Ato n 16-DL/2013, do Presidente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina, decorrente de requerimento, de autoria do Deputado Silvio Dreveck, subscrito por todos os Deputados Estaduais com assento neste parlamento, sendo aprovado por unanimidade pelo Plenário desta Casa. Importante destacar que por deliberações de seus membros, dentro dos limites de sua competência constitucional (art. 47, 3 da C.E), a CPI buscou de maneira eficiente levantar todos os aspectos apontados como ineficientes junto às operadoras, tomando conhecimento da péssima qualidade da prestação do serviço de telefonia móvel no Estado de Santa Catarina. O grau de insatisfação dos usuários dos serviços de telefonia móvel no território catarinense foi aferido pela CPI da Telefonia Móvel, que utilizou de vários recursos para concretizar essa constatação, tais como: resultados das Audiências Públicas realizadas em 2012 pela ALESC, levantamento das reclamações dos PROCONs de vários municípios de Santa Catarina, realização de pesquisa de satisfação sobre a prestação de serviço de telefonia em Santa Catarina, disponível no site da ALESC, manifestações das Prefeituras Municipais e Câmaras de Vereadores, além da oitiva de várias instituições que foram convidadas para participar como colaboradores dos trabalhados da CPI. 9

1 - Considerações sobre o papel das CPIs As Comissões Parlamentares de Inquérito têm um papel de grande importância no que tange à fiscalização de atividades de interesse público. Essas Comissões foram adotadas na Câmara dos Deputados, a partir da Constituição de 1934, como subsidiária do Processo Penal Comum. Posteriormente, também foram instituídas no Senado Federal. O objetivo das CPIs é investigar fatos determinados, diante do que se afigura inviável a criação de CPI para investigar a prática de delitos, em substituição à investigação policial. A Constituição Estadual, seguindo o parâmetro da Constituição Federal, regula como competência do Poder Legislativo a constituição de Comissão Parlamentar de Inquérito, in verbis: Art. 47... [...] 3 As comissões parlamentares de inquérito, que terão poderes de investigação próprios de autoridades judiciais, além de outros previstos no regimento interno da Assembleia, serão constituídas mediante requerimento de um terço de seus membros, para a apuração de fato determinado e por prazo certo, sendo suas conclusões, se for o caso, encaminhadas ao Ministério Público para que promova a responsabilidade civil ou criminal dos infratores. Segundo José Afonso Silva, as Comissões Parlamentares de Inquérito encontram sua razão de ser nas faculdades e prerrogativas fundamentais que a Constituição Federal confere ao Congresso Nacional e às suas Casas, na sua qualidade de órgão de representação popular e para o adequado desempenho das funções legislativas, fiscalizadoras e de controle político que lhes são inerentes. Assim, a atribuição de fiscalizar e controlar os atos do Poder Executivo, incluídos os da administração indireta, é própria e exclusiva do Poder Legislativo (CF/88, art. 49, X, e CE/89, art. 40, XI) Nessa mesma esteira, ensina Plínio Salgado, há um importante papel a ser cumprido pelas Comissões Parlamentares de Inquérito, o de fiscalizar e controlar o poder público e, por este caminho, manter informada a sociedade e gerar opinião pública. Esses, enfim, foram os princípios utilizados pelos membros da CPI como fio condutor de suas atividades, procurando conciliar o objetivo a que se propunham com a 10

necessidade de manter a população informada sobre o andamento e os resultados das investigações. Portanto, diante de inúmeras reclamações e manifestações acerca dos procedimentos das operadoras de telefonia móvel no Estado de Santa Catarina, esta Comissão surge no propósito de servir de ambiente para se aprofundar a discussão, apurando-se os motivos e as responsabilidades pelos péssimos serviços prestados. 2 - Requisitos formais para a constituição e funcionamento da CPI Os requisitos formais para a criação e funcionamento das Comissões Parlamentares de Inquérito, em lição doutrinária de Alexandre Issa Kimura seriam de ordem deflagradora (requerimento por um terço dos membros da Casa Legislativa), temporal (prazo certo), material (fato determinado), orgânico (representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares) e operacional (esfera de atuação). Dessa forma, todos os requisitos foram cumpridos para a constituição e funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito, criada com o propósito de apurar precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam Santa Catarina, de que trata o Ato da Presidência n 16 DL/2013, conforme será detalhadamente exposto em tópicos próprios, adiante. 2.1 - Requisito para deflagrar a criação da CPI da telefonia móvel em Santa Catarina (Requerimento de 1/3 dos membros da Casa Legislativa) O documento deflagrador para a criação da Comissão Parlamentar de Inquérito, para apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam Santa Catarina, foi por meio do requerimento RQS/0330.5/2013, apresentado em 16 de abril de 2013, por iniciativa do Deputado Silvio Dreveck (PP), subscrito por todos os Deputados Estaduais de Santa Catarina, sendo publicado no Diário da Assembleia n 6.540, de 25 de abril de 2013. A justificativa para o pedido consistiu na existência do elevado número de reclamações acerca da prestação de serviços das operadoras de telefonia móvel em Santa Catarina. 11

2.2 Requisito material (fato determinado) O objeto de investigação da CPI da Telefonia Móvel. Fato determinado é requisito para a criação de Comissão Parlamentar de Inquérito. O 3º do art. 58, da Constituição de 1988, impõe que as CPIs serão instituídas para apuração de fato determinado. A Constituição não indica o que venha a ser fato determinado, porém, o Regimento da Câmara dos Deputados, em seu art. 35, conceitua fato determinado como sendo: Art. 35. Fato determinado é o acontecimento de relevante interesse para a vida pública e a ordem constitucional, legal, econômica e social do País, que estiver devidamente caracterizado no requerimento de constituição da Comissão. (Disponível em: www.camara.gov.br, em 06/05/07). Algumas vezes, o fato determinado vem expresso objetivamente no requerimento de constituição da CPI; outras vezes não, ficando indefinido, com amplitude que elide o espírito norteador desse instituto parlamentar. O fato determinado tem que ser, desde logo, especificado, delineado no requerimento de sua constituição, com parâmetros concretos que objetivem a ação investigadora da Comissão, nada obstando que sejam múltiplos os fatos a serem apurados por uma mesma Comissão, mas que tenham correlação entre si. Se os fatos objeto de inquérito forem diversos, a CPI dirá, em separado, sobre cada um, podendo fazê-lo antes mesmo de estar concluída a investigação dos demais. Ferreira: Com relação a este requisito vejamos a explanação do renomado autor Pinto Na constituição vigente (art. 58, 3º), as comissões parlamentares de inquérito são criadas para apuração de fato determinado. O fato determinado deve possuir uma característica própria, a fim de não incidir em rota de colisão com outros dispositivos constitucionais. Tais fatos podem ser especificados como aqueles referentes à ordem pública, política, econômica, social, bem determinados e caracterizados no próprio requerimento de sua constituição; deve ser um fato objetivo, claro, preciso, determinado. (FERREIRA, Pinto. Comentários à Constituição brasileira, vol. 3, Saraiva p. 125.). Porém, o requisito fato determinado não pode ser encarado como uma restrição ao direito de instauração de comissão investigativa, neste sentido lecionar Alaor Barbosa: 12

A locução fato determinado significa antes uma necessidade de fundamentação da criação de uma determinada comissão congressual de inquérito, do que uma restrição da matéria objeto de investigação. (BARBOSA, Alaor. CPI e Constituição: um caso concreto. Revista de informação legislativa do Senado Federal, nº 100, 1988, p. 94). Pode-se concluir, portanto, que fato determinado é um caso concreto, relevante para a sociedade, identificável, objetivo, preciso, não necessariamente antijurídico, que fundamente o requerimento de instauração de uma CPI. O objeto de investigação da CPI constituída pelo Ato da Presidência n 16 DL/2013 é de apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam Santa Catarina. É cediço que a Lei n 8. 078, de 11 de setembro de 1990 Código de Defesa do Consumidor (CDC), emergiu do comando constitucional, em busca do equilíbrio contratual, entre fornecedor e consumidor, com a missão de combater os inúmeros abusos praticados no mercado de consumo. Ressalta-se que a Lei do consumidor prevê que a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento às necessidades dos consumidores, o respeito à dignidade, à saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transferência e harmonia das relações de consumo, atendido, entre outros princípios, o da melhoria dos serviços públicos. Em modo consoante, dispõe o inciso X, do art. 6 do CDC, como direito básico do consumidor, in verbis: Art. 6 São direitos do consumidor: [...] X a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral; [...]. Importante frisar que o art. 22 do CDC dispõe que os órgãos Públicos, por si ou suas empresas, concessionárias, permissionárias ou sob qualquer forma de empreendimento, são obrigados a fornecer serviços adequados, eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, contínuos. Dessa forma, conclui-se que as concessionárias, e as operadoras de serviço móvel, como fornecedoras de serviço público, são obrigadas à prestação de um serviço de excelência ao consumidor, ou seja, possuem o dever jurídico imposto pela Lei do consumidor, sendo que o consumidor, por sua vez, possui o direito subjetivo de obter qualidade do serviço de telefonia como um serviço público essencial no mercado de consumo, devendo ser 13

prestada de forma adequada, eficiente, que busque atender às necessidades dos consumidores. Importante destacar que se aplica o Código de Defesa do Consumidor aos serviços de telefonia, reconhecendo como autêntica a relação de consumo firmada entre a operadora e o consumidor como destinatário final. pronunciou: O Ministro do STJ e doutrinador Herman Benjamim em voto declarado, se As concessionárias de telefonia são, para todo os fins, fornecedoras, e as suas prestações de serviço aos assinantes-usuários (rectius, consumidores) caracterizam relação jurídica de consumo, nos termos do Código de Defesa do Consumidor CDC. Os objetivos, princípios, direitos e obrigações previstos no CDC aplicam-se integralmente aos serviços de telefonia fixa ou não. Recurso Especial n 1.006.892 MG (2007/ 0271242-4), jul. 04.03.2008. De igual modo, o Ministro José Delgado afirma que: Infere-se do disposto nos artigos 22 e 42 do Código de Defesa do Consumidor que a relação entre a concessionária de serviço público, considerada como fornecedora aos seus usuários, é indubitavelmente de consumo. (STJ. Recuso Especial n 1.018.719 MT (2007/0305667-8) Relator Ministro José Delgado. O art. 5 da Lei Geral de Telecomunicações (LGT) estabelece que na disciplina das relações econômicas no setor de telecomunicações observar-se-ão, em especial, os princípios constitucionais da soberania nacional, função social da propriedade, liberdade de iniciativa, livre concorrência, defesa do consumidor, redução das desigualdades regionais e sociais, repressão ao abuso do poder econômico e continuidade do serviço prestado no regime público. Vale lembrar que a Resolução n 477/07, que regula o serviço móvel, estabelece a aplicação do CDC nos serviços de telefonia celular: Art. 9 Os direitos e deveres previstos neste Regulamento não excluem outros previstos na Lei n 8.078, de 11 de setembro de 1990, na regulamentação aplicável e nos contratos de prestação firmados com os Usuários do SMP. Portanto, não pairam dúvidas de que o Código do Consumidor tem sido aplicado amplamente nas demandas entre consumidor e operadoras de telefonia, como 14

ocorre, por exemplo, com a defesa do direito básico do consumidor à informação, por parte do da empresa da telefonia, em atenção ao princípio da transparência máxima, previsto no art. 6, III do CDC. XII, que: A Lei n 9.472/97, Lei Geral das Telecomunicações, estabelece, no art. 3, IV e Art. 3 O usuário de serviços de telecomunicações tem direito: IV à informação adequada sobre as condições de prestação de serviços, suas tarifas e preços. XII à reparação dos danos causados pela violação de seus direitos. Com efeito, o serviço de telefonia tem sido campeão de reclamações nos órgãos de defesa do consumidor. Com acerto, é possível afirmar que, também nos Juizados Especiais cíveis do nosso Estado, os serviços de telefonia dominam as demandas propostas. São inúmeras as reclamações formuladas pelos consumidores, importando vício da qualidade do serviço, práticas abusivas e até vício de informação por parte da operadora. Pelo exposto, conclui-se que, na hipótese em tela restou cabalmente o fato determinado para a constituição da presente CPI. 2.3 - Requisito temporal (prazo determinado) A constituição da CPI da Telefonia Móvel e o seu cronograma de trabalho. A Comissão Parlamentar de Inquérito foi constituída pelo Ato da Presidência n 16 DL/2013, publicado no Diário da Assembleia Legislativa de Santa Catarina n 6.540, de 25 de abril de 2013, e composta pelos Deputados Estaduais: - Ana Paula Lima (PT); - Edison Andrino (PMDB); - Mauricio Eskudlark (PSD); - Marcos Vieira (PSDB); - Moacir Sopelsa (PMDB); - Silvio Dreveck (PP); e - Sargento Amauri Soares (PSOL). 15

Em 23 de abril de 2013, a Comissão realizou a sua primeira reunião, oportunidade em que foram eleitos seu Presidente e seu Relator, sendo escolhidos por unanimidade os Deputados Estaduais Silvio Dreveck e Moacir Sopelsa, respectivamente. De acordo com o art. 41, caput, do Regimento Interno da ALESC, o prazo de apuração é de 120 (cento e vinte) dias. No dia 4 de setembro de 2013, conforme o Ato da Presidência n 032-DL/2013, foi prorrogado o prazo dos trabalhos da CPI, por mais 60 (sessenta) dias, conforme o que preceitua o art. 41, caput, do RIALESC. Finalmente, quanto ao prazo de funcionamento desta CPI foi observado o disposto no 2 do art. 175 do RIALESC, ou seja, suspensa a sua contagem nos períodos de recesso, bem como o 5 do art. 41 do mesmo Regimento, segundo o qual, findo os prazos que lhe foram concedidos para a investigação, dispõe a Comissão do prazo de 30 (trinta) dias para elaboração e apresentação do relatório final de seus trabalhos. Em resumo, a CPI da telefonia móvel cumpriu o seguinte cronograma: - constituída em 18.04.2013; - instalada em 24.04.2013; - prazo inicial: 120 (cento e vinte) dias; - prorrogada o prazo (mais 60 dias) em 04.09.2013; - conclusão das investigações: 31.10.2013; e - prazo para apresentação do Relatório Final: 04.12.2013. Obs. Os prazos não foram contados no período de recesso. 2.4 - Requisito orgânico A composição da CPI da telefonia móvel. As CPIs devem assegurar, tanto quanto possível, a representação proporcional dos partidos ou blocos parlamentares que participam da respectiva Casa, cujo propósito é o de assegurar o máximo de imparcialidade na condução dos fatos investigativos. No art. 29 do RIALESC está disposta a referida proporcionalidade, sendo composta a Comissão pelos seguintes parlamentares: PT Ana Paula de Lima; PSD Mauricio Eskudlark; PSDB Marcos Vieira; 16

PMDB Moacir Sopelsa e Edson Andrino; PSOL Sargento Amauri Soares; e PP Silvio Dreveck. 2.5 - Requisito operacional A esfera de atuação da CPI da telefonia móvel em Santa Catarina A Comissão Parlamentar, dentro dos limites de sua competência constitucional (C.F., art. 24, incisos V e VIII) e por deliberação dos seus membros, buscou de maneira eficaz e eficiente realizar oitivas e diligências em seus trabalhos, com o fito de investigar os responsáveis pelos danos causados ao consumidor na prestação de serviços oferecidos pelas operadoras de telefonia móvel, assim como restabelecer a qualidade na prestação desses serviços. 3 - Desenvolvimento dos trabalhos da Comissão Das ações desenvolvidas no curso dos trabalhos, participaram várias entidades representativas e autoridades, das quais se pode obter informações de grande relevância para a devida instrução do relatório. Por meio de documentos acostados, bem como de vários depoimentos das Instituições convidadas, foi possível ter visão sobre a forma de atuação da ANATEL, do trabalho enérgico do PROCON e, também, do desleixo das operadoras que, em alguns casos, deixam clara a vontade de não cumprir a Lei, desrespeitando inclusive as próprias instituições de controle. Inúmeras outras missivas foram recebidas pela Comissão, vindas das mais diversas cidades catarinenses, todas com reclamações e pedidos de providências contra as operadoras, reforçando a tese de que as dificuldades com o serviço são enfrentadas, em maior ou menor grau, em todas as regiões do Estado. Ao longo de seu funcionamento, a Comissão Parlamentar de Inquérito realizou, além da reunião de instauração, reuniões ordinárias e reuniões administrativas. Os atos encontram-se devidamente registrados, conforme atas transcritas neste Relatório. 17

3.1 - Metodologia das investigações A CPI foi criada com a finalidade de apurar a precariedade dos serviços de telefonia móvel oferecidos pelas Empresas que operam em Santa Catarina e tem como foco e limite legal os aspectos relacionados ao direito do consumidor. Na prática, a CPI pautou seus trabalhos nas reclamações registradas nas audiências públicas realizadas pela ALESC, em 2012, pelas informações fornecidas pelos PROCONs, além de manifestações de Instituições que foram convidadas a colaborar com a CPI, questionando, principalmente, a qualidade do sinal e as dificuldades na efetivação de chamadas, bem como as frequentes quedas das ligações. saber: Na defesa dos interesses coletivos, a CPI identificou três principais vertentes, a a) Prestações de serviços oferecidos pelas empresas de telefonia móvel atuantes do Estado de Santa Catarina. b) O Papel fiscalizador da ANATEL; e, antenas. c) A problemática do licenciamento ambiental para instalação de Nesse vértice, adotaram-se três mecanismos de atuação: a) Coleta de elementos acerca da insatisfação dos consumidores, convocando, para tanto, a participação dos órgãos de proteção e defesa do consumidor, além do Ministério Público e Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Santa Catarina, entre outras Instituições, para que se posicionem sobre as principais queixas; b) A captação de informações técnicas junto à ANATEL e FATMA, a fim de municiar esta Comissão de subsídios para balizar as conclusões em elementos legítimos; oitivas; c) A colaboração das Operadoras atuantes em nosso Estado, por meio de A metodologia de trabalho da CPI, pautada por esses três vetores, alcançou conclusões importantes, ao passo que restaram identificados alguns dos principais problemas que deram origem à deficiência do serviço prestado, bem como as providências que devem ser tomadas, imediatamente, a fim de sanar os problemas averiguados. 18

3.2 Instituições convidadas Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Santa Catarina (OAB/SC), Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC), Conselho Regional de Contabilidade (CRC-SC), Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina (DP/SC), Centro Tecnológico da UFSC, União dos Vereadores de Santa Catarina (UVESC), Ordem dos Economistas de Santa Catarina (OESC), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/SC), Fundação Estadual do Meio Ambiente (FATMA), Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Federação do Comércio de Santa Catarina (FECOMÉRCIO), Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Federação Catarinense dos Municípios (FECAM), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC), Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ/SC), Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Santa Catarina (SINTTEL/SC), Federação das Associações de Micro e Pequenas Empresas e Empreendedor Individual de Santa Catarina (FAMPESC), Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (FAESC), Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Santa Catarina (FETRANCESC), Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC), Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares de SC, Sindicato da Indústria de Carnes e Derivados de Santa Catarina (SINDICARNE/SC) e Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular e Pessoal (SINDITELEBRASIL). 3.3 - Audiências Públicas Foram anexadas aos autos, as atas das audiências públicas simultâneas promovidas pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e pela Comissão de Relacionamento Institucional, Comunicação, Relações Internacionais e do Mercosul para debater a ineficiência do serviço prestado pelas empresas de telefonia móvel no Estado de Santa Catarina (fls. 10/78), realizadas no dia 28 de março de 2012, no Auditório Deputada Antonieta de Barros, na Capital (fls.10/35), no dia 21 de maio de 2012, na Câmara de Vereadores de Blumenau (fls. 37/58), e no dia 21 de junho de 2012, na Câmara de Vereadores de Joaçaba (fls. 60/78). 19

3.4 - Reuniões realizadas Para realização de seus trabalhos, a Comissão reuniu-se em 18 (dezoito) oportunidades. Destas reuniões foram utilizadas 13 (treze) para ouvir as instituições convidadas que colaboraram com os trabalhos da CPI. Abaixo, consta o resumo das atas das reuniões realizadas pela CPI da Telefonia Móvel (as Atas na integra estão anexadas no final deste relatório) INSTALAÇÃO DA CPI realizada dia 23/04/2013 (fl.06) Foi instalada a Comissão Parlamentar de Inquérito, sendo eleitos o Deputado Silvio Dreveck e Deputado Moacir Sopelsa, respectivamente, Presidente e Relator (fl.06). 1ª REUNIÃO realizada dia 07/05/2013 - Apresentação do Cronograma (fl.08) O Deputado Moacir Sopelsa apresentou o Cronograma de Atividades, o qual aprovado por todos os membros. Em seguida, foi eleita a Deputada Ana Paula Lima, como Subrelatora. Posteriormente, os membros da Comissão solicitaram a inclusão das atas das audiências públicas simultânea, realizadas em 2012, promovidas pela Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público e pela Comissão de Relacionamento Institucional, Comunicação, Relações Internacionais e do Mercosul, para debater a ineficiência do serviço prestado pelas empresas de telefonia móvel no Estado de Santa Catarina (fl. 08). 2ª REUNIÃO realizada dia 28/05/2013 - Instituições convidadas presentes: Ordem dos Advogados do Brasil, Secção Santa Catarina (OAB/SC), Ministério Público de Santa Catarina (MP/SC), União dos Vereadores de Santa Catarina (UVESC), Ordem dos Economistas de Santa Catarina e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA/SC) (fls.98/109) O Presidente da UVESC, Senhor Itamar Antônio Agnoletto, foi o primeiro a se pronunciar sobre os problemas de telefonia móvel em Santa Catarina. Segundo ele, a reclamação com relação ao sinal de telefonia móvel aqui no Estado é constante (fl. 100). Em seguida, o Senhor Geyson José Gonçalves da Silva, Presidente da Comissão de Defesa do Consumidor da OAB/SC, elogiou a iniciativa parlamentar pela abertura da CPI, pois o Poder Legislativo precisa da resposta à população catarinense, no sentido de buscar, efetivamente, uma investigação em relação aos problemas que, de forma rotineira, são repetidos (fls. 100/101). O Engenheiro Hélio Rohden (representando o CREA/SC) informou que o serviço de telefonia móvel, apesar de precário, beneficiou a população de modo geral (fl. 102). Para o 20

representante da Ordem dos Economistas do Estado de Santa Catarina, Luiz Henrique Belloni Faria, a situação da má qualidade dos serviços tornou-se uma situação crônica (fls.103/104). 3ª REUNIÃO realizada dia 04/06/2013 - Instituição convidada presente Ministério Público de SC. (fls. 144/154) O representante do Ministério Público Estadual, Dr. Marcelo de Tarso Zanellato, informou que, como Coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor do MP/SC, juntamente com a colaboração do Ministério Público Federal, tem apurados fatos sobre irregularidades de telefonia móvel no Estado. Relatou que em virtude da complexidade do assunto e da multiplicidade de práticas abusivas, o primeiro desafio que se vislumbra é, justamente, identificar a prioridade pela qual devemos iniciar os trabalhos. Também, constatase que o grande problema encontrado é o fato de o consumidor catarinense, a exemplo do consumidor brasileiro, não formalizar a sua irresignação perante aos órgãos competentes. (fl. 147) 4ª REUNIÃO realizada dia 11/06/2013 - Instituições convidadas presentes: Federação Catarinense de Municípios (FECAM) e Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações em Santa Catarina (SINTTEL/SC) (fls. 172/189) O representante da FECAM, Senhor Marcus Vinicius Hoeltgebaum, apontou que as principais informações levantadas pela FECAM para auxiliar a CPI indicam que um dos principais problemas encontrados é a cobertura do sinal de telefonia móvel, principalmente, no interior do Estado. Outros fatores identificáveis são a falta de compartilhamento das antenas e das torres, pelas operadoras, as linhas mudas e a queda de sinal (fl. 175). O representante da SINTTEL/SC, Senhor José Aldomiro de Souza, apresentou os seguintes dados: são 8,5 milhões de assinantes de telefones celulares, 2.276 antenas e 200 funcionários que atuam no serviço de telefonia móvel no Estado (fls. 179). 5ª REUNIÃO realizada dia 18/06/2013 - Instituições convidadas presentes: Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC), Federação das Empresas de Transportes e Cargas e Logística no Estado de Santa Catarina (FETRANCESC), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Santa Catarina (FCDL/SC) e Federação das Associações Empresariais de Santa Catarina (FACISC) (fls. 216/226). A Senhora Cristiane Montano Vegas, representando a Presidência da FCDL/SC, disse que a Federação já tinha manifestado sua insatisfação com a prestação de serviço de telefonia móvel e banda larga, quando realizada a audiência pública no ano passado, pela Comissão de Economia da ALESC. Os pontos levantados pelo presidente da entidade, naquela 21

oportunidade, foram: ausência constante de sinal, queda repentina nas ligações e problemas relacionados com a pós-venda. Lembrou que o sinal de telefonia não está disponível em todos os Municípios de Santa Catarina (fl. 219). O Gestor de Telefonia do Sistema FIESC, Senhor Sebastião Rafael Barreto, representando o Presidente Glauco José Côrte, relata problemas de conexão na rede 3G e situações em que é contratado um serviço, via licitação, com concorrência pública e valores pré-fixados, e o faturamento vem diferente dos valores contratados (fl. 220). Leonardo Carvalho, representante da FETRANCESC, diz que quando viaja para o Oeste de Santa Catarina em 80% (oitenta por cento) do trajeto não se tem sinal e, quando se tem, as ligações têm de ser refeitas inúmeras vezes (fl. 222). 6ª REUNIÃO realizada dia 02/07/2013 - Instituições convidadas presentes: Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina e Tribunal de Justiça de Santa Catarina (Desembargador João Henrique Blasi) (fls. 398/409). O Defensor Público-Geral, Ivan Ranzolin, relata que a Defensoria Pública do Estado está organizando, em vários municípios de Santa Catarina, núcleos de atendimento ao Consumidor. No que se refere a problemas de telefonia móvel são milhares de reclamações no PROCON e de ações judiciais. Ressalta que a Defensoria Pública está sendo procurada por muitas pessoas (pg. 401/402). O Desembargador João Henrique Blasi faz observações, de caráter pessoal. Primeiro, não tem dúvidas sobre a competência constitucional da Assembleia Legislativa para fazer esse tipo de investigação, sendo mister o poder investigatório da Assembleia, juntamente como o poder de legislar. Segundo, entende que a Constituição é clara em cometer aos Estados a competência para legislar sobre direito do consumidor e, fundamentalmente, essa questão da telefonia passa pelo direito do consumidor. Ainda, o Desembargador assevera que em qualquer levantamento que se faça nos órgãos de Defesa do Consumidor, os chamados PROCONs, nós vamos verificar que as empresas de telefonia, lamentavelmente, são a pole position, no que diz respeito às reclamações dos consumidores, e isso abrange as quatro grandes empresas que compõem o oligopólio brasileiro na área de telefonia: TIM, Oi, Claro e Vivo (fls. 403). 7ª REUNIÃO realizada dia 09/07/2013 - Instituições convidadas presentes: Procon de Santa Catarina, Procon do Município de Brusque, Procon do Município de Chapecó, Procon do Município de Florianópolis, Procon do Município de Blumenau (fls. 428/ 448). Em resumo o que dizem os PROCONs: as reclamações sobre telefonia móvel feitas aos PROCONs ocupam o 1 lugar no ranking em SC ; em média, 70% dos atendimentos dos PROCONs são referentes a problemas com serviços de telefonia; à prática reiterada e habitual de péssima prestação de serviços pela maioria das Operadoras; à ilicitude contratual e afronta aos preceitos do Código do Direito do Consumidor, a falta de fiscalização da ANATEL sobrecarrega os PROCONs; existe carência nas coberturas; existem quedas frequentes nas 22

ligações; os call centers são ineficientes; existem valores indevidos cobrados na fatura; muitas irregularidades na portabilidade (fls. 428/448). 8ª REUNIÃO realizada dia 06/08/2013 - Instituição convidada presente: Sindicato Nacional das Empresas de Telefonia e de Serviço Móvel Celular Pessoal (SINDITELEBRASIL). (fls. 1034/1061) O Presidente do SINDITELEBRASIL, Senhor Eduardo Levy Moreira, informa que no Estado de Santa Catarina existem 2.229 antenas, tendo mais de 200 pedidos de licenças pendentes. São 100 milhões de reais para investir no Estado, contratando mão de obra local, além de outros benefícios (fl. 1040). Ressalta que um Município será considerado atendido quando a área de cobertura contiver, pelo menos, 80% da área urbana do distrito-sede do Município. O que significa que um Estado como Santa Catarina, que tem uma distribuição da população muita mais uniforme que a média brasileira, é muito mal atendido, porque não há obrigação de atender um só distrito deste Estado, como de nenhum distrito de outros Estados (fls. 1042). São 431 reclamações registradas pela Anatel, num conjunto de um milhão de clientes. Segundo ele, as reclamações estão diminuindo(fl.1046). 9ª REUNIÃO realizada dia 13/08/2013 - Instituições convidadas presentes: Empresa Vivo S.A. e Empresa Oi S.A. (fls. 1139/1183). O representante da Vivo, Senhor Enylson Flavio Martinez Camolesi, diz que o setor de telecomunicações é um setor muito rico em investimentos. O setor investiu pesadamente nos últimos anos e é extremamente importante quando o assunto é arrecadação e dados fiscais. Ele gera uma arrecadação significativa (fl. 1142). A Vivo tem 91 milhões de clientes no Brasil. Hoje, telecomunicações não é só voz, telecomunicações é uma série de serviços (fl. 1142). Em Santa Catarina, a Vivo está presente em 191 Municípios, com 94% da população atendida, tendo uma participação de mercado na ordem de 23,4%, são 2 milhões de clientes, 16 lojas próprias, com 16 mil pontos de recarga, sendo que 711 pontos de vendas e 526 sites instalados.(fl. 1143). O representante da OI, Senhor Gonzalo Charlier Pereira, informa que a cobertura móvel em Santa Catarina é de 183 Municípios com 2G e 55 Municípios com 3G. Para que essa cobertura seja efetiva, existem 493 sites com denominação de 2G e 345 site de 3G, somados são em torno de 800 sites (fls. 1165). Nos últimos três anos foram investidos R$ 327 milhões, isso em Santa Catarina. Em 2013, a previsão é que, até o final deste ano, sejam investidos R$ 178 milhões de reais em Santa Catarina. São valores bastante significativos, é muito difícil que qualquer outro segmento da indústria, tenha números semelhantes a esses (fl. 1166). 10ª REUNIÃO realizada dia 13/08/2013 - Instituições convidadas presentes: Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Santa 23

Catarina (FETRANCESC) Empresa TIM S.A. e Empresa Claro S.A. (fls. 1230/1263). Segundo o representante da TIM, Senhor André Gustavo Rosa, em Santa Catarina a operadora tem mais de 3,6 milhões de acessos habilitados. Isso corresponde a 42% da participação de mercado, sendo a primeira em participação de mercado. E com recolhimento de ICMS em Santa Catarina na ordem de R$ 245 milhões. A rede em Santa Catarina contempla 220 municípios, o que perfaz 98% da população urbana coberta. Trinta e sete Municípios, desses 293, são cobertos somente pela TIM. A TIM tem 600 sites em Santa Catarina. A previsão de investimentos em infrainstrutora para Santa Catarina, em 2013, é em torno de R$ 130 milhões, em elementos de redes diretas e indiretas (fl. 1233). O representante da Claro, Senhor Versione Mauro Souza Junior, relata que, do ponto de vista de colaboradores, a operadora tem mais de mil colaboradores entre diretos e indiretos no Estado de Santa Catarina, sendo que 307 são diretos. Hoje o tributo de ICMS do setor é em torno de 30%, então, recolhem R$ 78 milhões, tendo uma receita de aproximadamente R$ 250 milhões/ano (fls. 1244). Por fim, o representante da FETRANCESC, Senhor Pedro Lopes, pondera sobre as empresas que utilizam a comunicação, as empresas de transporte para movimentação do seu segmento, mas os autônomos, que são em torno de 35 mil (fl. 1258). 11ª REUNIÃO realizada dia 27/08/2013 - Instituição convidada presente: Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (FATMA) (fls. 1341/1366). O Senhor Gean Loureiro, Presidente da FATMA, informa que já foram licenciadas 1.556 antenas. Esse levantamento pode ter repetições, pode ter renovações de licença, de operação, mas foram 1.556 processos administrativos concluídos no Órgão, que é um número razoável que obviamente vem crescendo nos últimos anos. Desses, 675 foram exclusivamente em 2012 e no primeiro semestre de 2013. Segundo ele, percebe-se que quase 50% aconteceram nos últimos dois anos, o que demonstra um crescimento do número de solicitações de licenças ambientais para instalação de antenas nesse período (fl. 1345). Ainda, diz o Presidente da FATMA: De todos esses licenciados, a preocupação dos senhores na solicitação do Presidente da Comissão foi que trouxesse a informação a esta Casa a respeito do número de solicitações que ainda estão em tramitação na FATMA. Nós temos, ao todo, 185 requerimentos protocolados na FATMA, aí incluindo todas as quatorze regionais da Fundação Estadual do Meio Ambiente, já que esses processos são analisados pelas nossas Coordenadorias Regionais (fl. 1345). Finalmente, o Presidente da FATMA informa a CPI que a FATMA vem realizando a conclusão de um pacote de projetos que deverá ser encaminhado a ALESC, sobre mudança da estrutura de licenciamento em Santa Catarina, o que trará uma nova realidade aos pedidos de licenças ambientais (fl. 1347). 12ª REUNIÃO realizada dia 03/09/2013 Reunião Administrativa (fls. 1496/1501). A CPI decidiu prorrogar o prazo de conclusão dos trabalhos por mais 60 dias, conforme estabelece o art. 41 do Regimento Interno da ALESC. 24

13ª REUNIÃO realizada dia 24/09/2013 Instituição presente Agência Nacional de Telecomunicação (ANATEL) (fl. 1887/1909). O Senhor Jonir Santos, Representante da ANATEL, disse que a Agência Reguladora de Telecomunicações é rigorosa com o cumprimento dos indicadores de cobertura e de qualidade exigidos pela legislação vigente, mas admitiu que as operadoras, por vezes, não cumprem todas essas exigências. "Só em 2012, foram abertos 4 mil processos pela Anatel pelo descumprimento de obrigações, fora as multas que são aplicadas automaticamente cada vez que um indicador não é cumprido", explicou. A Anatel já aplicou R$ 240 milhões em multas às operadoras. O representante da Agência considera que, apesar dos problemas apresentados, a qualidade do serviço de telefonia móvel brasileiro tem evoluído. Citou, como exemplo, a disponibilização de sinal de celular num raio de 30 quilômetros dos centros urbanos até 2015, conforme estabelecido no edital para exploração do 4G, lançado no ano passado. Em breve, segundo ele, a Anatel vai incluir as rodovias entre essas obrigatoriedades. "Não somos os melhores do mundo, mas não somos ruins". Sobre a legislação, o representante explicou que a Anatel já editou mais de 600 resoluções para a telefonia móvel, além de realizar atualizações constantes nessas normas. "A legislação é revisada conforme a tecnologia evolui". (fls.1906 ). 14ª REUNIÃO realizada dia 26/09/2013 Reunião Administrativa. Tratar de assuntos pertinentes a elaboração do Relatório Final. 15ª REUNIÃO realizada dia 04/10/2013 Reunião Administrativa. Elaboração de instrumento de Termo de Compromisso entre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel do Estado de Santa Catarina e as Operadoras de telefonia móvel: Claro S.A., Oi S.A., TIM celular S.A. e Vivo S.A., com a finalidade das operadoras de telefonia móvel promoverem o melhoramento na prestação dos serviços em Santa Catarina. 16ª REUNIÃO realizada dia 16/10/2013 Reunião Administrativa (fls.1913). Ajustes do Termo de Compromisso entre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Telefonia Móvel do Estado de Santa Catarina e as Operadoras de telefonia móvel: Claro S.A., Oi S.A., TIM celular S.A. e Vivo S.A., com a finalidade das operadoras de telefonia móvel promoverem o melhoramento na prestação dos serviços em Santa Catarina. 17ª REUNIÃO realizada dia 23/10/2013 Reunião Administrativa. Elaboração Relatório Final. 25

18ª REUNIÃO realizada dia 26/11/2013 Reunião Administrativa. Apresentação do Relatório Final e sua deliberação. 4 - Documentos dos trabalhos da CPI 4.1 - Documentação expedida - Ofícios dirigidos aos Deputados Membros da Comissão cancelando reunião da CPI da Telefonia Móvel no dia 21 de maio de 2013. (fls. 80/85); - CI/N 002/2013 Convocação do Presidente da CPI aos membros da Comissão para reunião ordinária, no dia 28 de maio de 2013 (fls. 86); - Ofício CPI n 001/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Secção Santa Catarina (OAB/SC), para participar da reunião do dia 28 de maio de 2013 (fl.87); - Ofício CPI n 002/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente do Conselho Regional de Contabilidade de Santa Catarina (CRC/SC) para participar da reunião do dia 28 de maio de 2013 (fl.88). - Ofício CPI n 003/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente da Ordem dos Economistas de Santa Catarina (OESC) para participar da reunião no dia 28 de maio de 2013 (fl.89); - Ofício CPI n 004/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Santa Catarina (CREA/SC) para participar da reunião do dia 28 de maio de 2013 (fl. 90); - Ofício CPI n 005/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente da União dos Vereadores de Santa Catarina (UVESC) para participar da reunião do dia 28 de maio de 2013 (fl. 91); - Ofício CPI n 006/2013, do Presidente da CPI Telefonia Móvel, que convida o Presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) para participar da reunião do dia 28 de maio de 2013 (fl. 92); - CI/N 003/2013 Convocação do Presidente da CPI aos membros da CPI da Telefonia Móvel para reunião ordinária, no dia 4 de junho de 2013 (fls. 134); 26