Revista Brasileira de Ciências Agrárias ISSN: Universidade Federal Rural de Pernambuco Brasil

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Transcrição:

Revista Brasileira de Ciências Agrárias ISSN: 1981-1160 editorgeral@agraria.pro.br Universidade Federal Rural de Pernambuco Brasil Santos, Ana Elisa O. dos; Gravina, Geraldo de A.; Berbert, Pedro A.; Assis, Joston S. de; Batista, Patrício F.; Santos, Otanael O. dos Efeito do tratamento hidrotérmico e diferentes revestimentos na conservação pós-colheita de mangas 'Tommy Atkins' Revista Brasileira de Ciências Agrárias, vol. 6, núm. 1, enero-marzo, 2011, pp. 140-146 Universidade Federal Rural de Pernambuco Pernambuco, Brasil Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=119018527020 Como citar este artigo Número completo Mais artigos Home da revista no Redalyc Sistema de Informação Científica Rede de Revistas Científicas da América Latina, Caribe, Espanha e Portugal Projeto acadêmico sem fins lucrativos desenvolvido no âmbito da iniciativa Acesso Aberto

Revista Brasileira de Ciências Agrárias ISSN (on line): 1981-0997 v.6, n.1, p.140-146, jan.-mar., 2011 Recife, PE, UFRPE. www.agraria.ufrpe.br Protocolo 756 03/12/2009 *Aprovado em 17/10/2010 DOI:10.5039/agraria.v6i1a756 Ana Elisa O. dos Santos 1 Geraldo de A. Gravina 2 Pedro A. Berbert 2,6 Joston S. de Assis 3 Patrício F. Batista 4 Otanael O. dos Santos 5 Efeito do tratamento hidrotérmico e diferentes revestimentos na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins RESUMO Estudou-se a associação do tratamento hidrotérmico e atmosfera modificada na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins. A atmosfera modificada foi obtida através do uso de embalagens plásticas e biofilme de fécula de mandioca comestível a cera de carnaúba 50%. Os frutos foram submetidos ao tratamento hidrotérmico a 46,1ºC durante 75 min e, em seguida, partes desses frutos foram imersas em solução contendo 2% de fécula de mandioca e cera de carnaúba a 50%, sendo posteriormente secos por ventilação forçada, para a retirada do excesso da solução. Depois de tratados, os frutos foram acondicionados em caixas de papelão tipo exportação, revestidas com filmes plásticos. As caixas foram armazenadas sob refrigeração por 21 dias, sendo em seguida mantidas em temperatura ambiente por seis dias, quando eram realizadas diariamente as avaliações: perda de massa, firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis, acidez titulável e ph. Utilizou-se delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições em um esquema fatorial 9x6 (tratamentos x períodos de armazenamento), sendo os dados interpretados por meio de análise de variância, aplicando-se a regressão a 5% para perda de massa dos frutos e o teste de Tukey a 5% para as demais variáveis. O uso da associação das atmosferas modificadas e do tratamento hidrotérmico reduziu de maneira significativa (P<0,05) à perda de massa dos frutos. Palavras-chave: Biofilme, filme plástico, Mangifera indica L., qualidade pós-colheita. 1 Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, Campus Zona Rural, Rodovia BR 235, Km 22, Projeto Nilo Coelho, N4, CEP 56302-970, Petrolina-PE, Brasil. Fone/Fax: (87) 3862-3800. E-mail: aeods@ig.com.br 2 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Av. Alberto Lamego, 2000, Parque Califórnia, CEP 28013-602, Campos dos Goytacazes-RJ, Brasil. Fone: (22) 2739-7193/7239. Fax: (22) 2739-7194 E- mail: gravina@uenf.br; pberbert@uenf.br 3 Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semi-Árido, Laboratório de Fisiologia Pós Colheita, BR 428 Km 152, Zona Rural, CEP 56300-000, Petrolina-PE, Brasil. Caixa-Postal: 23. Fone: (87) 3862-1711 Ramal: 177. Fax: (87) 3862-1744. E-mail: joston@cpatsa.embrapa.br 4 Universidade Federal Rural do Semiárido, Av. Francisco Mota, 572, Bairro Costa e Silva, CEP 59.625-900, Mossoró-RN, Brasil. Fone: (84) 3315-1778. E-mail: patriciojuazeiro@hotmail.com 5 Universidade Federal do Vale do São Francisco, Rodovia BR 407, 12 Lote 543 - Projeto de Irrigação Nilo Coelho - S/N C1, CEP 56300-000, Petrolina-PE, Brasil. Fone: (87) 3862-3709. Fax: (87) 3862-9364. E- mail: otanael.santos@bol.com.br 6 Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq Effect of hydrothermal treatment and different coatings on post-harvest conservation of Tommy Atkins mangoes ABSTRACT The effect of hydrothermal treatment and modified atmosphere in post-harvest conservation of Tommy Atkins mangos was studied. The modified atmosphere was obtained through the use of plastic packaging and biofilm of edible cassava starch e wax of carnauba 50%. The fruits were subjected to the hydrothermal treatment at 46.1 C for 75 minutes and soon afterwards, parts of these fruits were immersed in a solution with 2% of cassava starch and carnauba wax at 50%, and later, dried under forced ventilation, to remove the excess of the solution. After the treatment, the fruits were conditioned in export cartoon boxes, covered with plastic films. The boxes containing the fruits were stored under cooling by 21 days, plus six days at room temperature, when the fruits were daily evaluated for: mass loss, pulp firmness, soluble solid contents, titratable acidity and ph. A completely randomized design, with four replications in a factorial scheme 9x6 (treatments x storage period), was used, and the data were interpreted by variance analysis, applying 5% regression for mass loss of fruits and Tukey test at 5% for the other variables. The use of modified atmospheres association and the hydrothermical treatment reduced in a (P<0.05) significant way to the mass loss of the fruits. Key words: Biofilm, plastic film, Mangifera indica L., post-harvest quality.

A. E. O. dos Santos et al. 141 INTRODUÇÃO A manga é considerada a segunda fruta mais importante, depois da banana, em termos de produção mundial e de área cultivada (Bernardes-Silva et al., 2003). A manga brasileira apresenta um grande potencial de crescimento de suas exportações, tanto em termos de preços/custos de produção, como em termos de qualidade (Sugai, 2002). A cultivar Tommy Atkins historicamente domina a exportação de manga no Brasil, principalmente para os Estados Unidos. As mangas exportadas para este país, assim como para o Japão e o Chile devem ser submetidas ao tratamento térmico para o controle de moscas-das-frutas. Este consiste na imersão do fruto em água quente a 46,1ºC durante 75 min, para frutos com massa inferior a 425 g, ou 90 min, para frutos com massa acima de 425 g (Filgueiras et al., 2000; Assis, 2004). Segundo Oliveira (1999), no Brasil, muito se perde da produção agrícola na fase pós-colheita, em função do desconhecimento de técnicas de conservação. Para a diminuição das perdas utilizam-se algumas técnicas póscolheita, entre as quais o tratamento com fungicidas, aplicação de ceras, controle de temperatura e umidade, etc. Para a substituição de ceras comerciais, novas técnicas vêm sendo estudadas para prolongar a vida útil e melhorar a aparência das frutas e hortaliças. A utilização de revestimentos solúveis e biodegradáveis pode retardar a perda de água, o amadurecimento e a deterioração desses produtos, como afirmaram Henrique & Cereda (1999). Associado ao uso da atmosfera modificada, o armazenamento a frio exerce uma importante função na conservação pós-colheita de frutas e hortaliças. De acordo com Chitarra & Chitarra (2005) os demais métodos de controle do amadurecimento e das doenças são utilizados como complemento do abaixamento da temperatura. Métodos tais como controle ou modificação da atmosfera, uso de ceras na superfície dos produtos, entre outros, não produzem bons resultados se não forem associados ao uso da refrigeração. Com o intuito de buscar fontes alternativas para a conservação de frutas in natura, este trabalho teve como objetivo estudar a associação do tratamento hidrotérmico e atmosfera modificada na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins. MATERIAL E MÉTODOS Os frutos foram obtidos em pomar comercial, fornecidos pela empresa de exportação Nova Fronteira Agrícola S.A., localizada no município de Curaçá, Bahia. Mangas Tommy Atkins foram colhidas manualmente, acompanhadas de pedúnculo, no estádio de maturação 3 (casca de cor verde clara e polpa amarela). Os frutos foram selecionados ainda no campo, descartando os que apresentavam sintomas de antracnose, verrugose e cochonilha, queimados pelo escorrimento do látex e deformados. Posteriormente foram acondicionados em caixas plásticas, previamente revestidas com uma fina camada de espuma, em camada única, e transportados para o Packing House, onde foram lavados, retirados os pedúnculos remanescentes em dois centímetros e padronizados, sendo em seguida submetidos ao tratamento hidrotérmico (TH) que constou da imersão dos frutos em água com temperatura de 46 ± 1ºC por 75 min, como exigidos pelo Japão e pelos Estados Unidos (Filgueiras et al., 2000; Assis, 2004). Em seguida foram pré-resfriados em água à temperatura de 10 ± 2ºC por 20 min, aproximadamente, para a retirada do excesso de calor proporcionado pelo tratamento hidrotérmico. Posteriormente foram secos e acondicionados em caixas de papelão (tipo exportação) contendo nove frutos/caixa, pesando cada fruto em média de 393g. Os frutos foram encaminhados para o Laboratório de Análises Físico-químicas do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Juazeiro, Bahia, onde procederam-se os seguintes tratamentos: tratamento hidrotérmico (T1); tratamento hidrotérmico + revestimentos das caixas com filme de PVC de 10 mm de espessura (T2); tratamento hidrotérmico + revestimentos das caixas com filme de polietileno de 20mm de espessura (T3); tratamento hidrotérmico + cera de carnaúba (T4); tratamento hidrotérmico + cera de carnaúba + revestimentos das caixas com filme de PVC de 10mm de espessura (T5); tratamento hidrotérmico + cera de carnaúba + revestimentos das caixas com filme de polietileno de 20mm de espessura (T6); tratamento hidrotérmico + 2% de fécula de mandioca (T7); tratamento hidrotérmico + 2% de fécula de mandioca + revestimentos das caixas com filme de PVC de 10 mm de espessura (T8); tratamento hidrotérmico + 2% de fécula de mandioca + revestimentos das caixas com filme de Polietileno de 20mm de espessura (T9). A obtenção da película de mandioca foi por meio da geleificação do amido em água aquecida até 70ºC sob agitação constante por 15 min. Em seguida a solução foi deixada em repouso até o resfriamento, à temperatura ambiente. Utilizouse 20g de fécula de mandioca para 1000mL de água destilada. As frutas foram posteriormente imersas na solução por 1 minuto e dispostas em bancada sob ventilação artificial por 30 min para a retirada do excesso de solução, e a solução de cera de carnaúba foi obtida da diluição em água, na concentração de 50% de cera comercial da marca Primavera. Os frutos de todos os tratamentos foram armazenados em câmara fria à temperatura de 12±1ºC e 88% UR por 21 dias, sendo em seguida retirados da refrigeração e mantidos à temperatura ambiente de 22 ± 1ºC e 60% UR por seis dias, ressaltando que os tratamentos com os revestimentos plásticos permaneceram com eles apenas durante o período do armazenamento refrigerado. As avaliações físicas e físico-químicas dos frutos foram realizadas diariamente durante o período de armazenamento à temperatura ambiente. Os frutos foram avaliados quanto à perda de massa, firmeza da polpa, teor de sólidos solúveis, acidez titulável e ph da polpa. A perda de massa em percentagem foi calculada pela diferença entre a massa inicial e a obtida em cada período de armazenamento, utilizando balança semi-analítica. Para a determinação da firmeza da polpa dos frutos, utilizou-se um penetrômetro manual ET 327, com ponteira de diâmetro de 8mm. As medições foram feitas em

142 Efeito do tratamento hidrotérmico e diferentes revestimentos na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins quatro pontos equidistantes, após remoção superficial da casca, e os resultados foram expressos em Newton. Os sólidos solúveis foram obtidos utilizando-se refratômetro portátil modelo RT 30 ATC, com leitura na faixa de 0 a 32ºBrix. As leituras foram feitas em amostras de suco da polpa homogeneizada com liquidificador doméstico e peneiradas. Para a determinação da acidez titulável (% de ácido cítrico), utilizou-se o método da titulometria com solução de NaOH 0,1N. As leituras de ph da polpa foram obtidas diretamente pela imersão do eletrodo de um phmetro digital na solução obtida pela extração da polpa do fruto homogeneizada. Para a análise e interpretação dos resultados utilizou-se um delineamento inteiramente casualizado com quatro repetições em um esquema fatorial 9x6, sendo 9 tratamentos de conservação e 6 períodos de armazenamento (1, 2, 3, 4, 5 e 6 dias). A unidade experimental consistiu da retirada aleatória de quatro frutos de uma caixa de manga contendo dez frutos. Os dados foram interpretados por meio de análise de variância, aplicando-se a regressão a 5% de probabilidade para a perda de massa dos frutos e o teste de Tukey a 5% de probabilidade para as demais variáveis em estudo. Resultados e Discussão Pôde-se observar que durante o período de armazenamento houve para todos os tratamentos um comportamento linear crescente com relação à perda de massa dos frutos, tendo a maior perda de massa ocorrido no sexto dia de armazenamento em temperatura ambiente. Isso evidencia que os revestimentos utilizados são semipermeáveis, e que o fruto continuou respirando e perdendo água, e, consequentemente, perdendo massa com o passar do tempo. Observa-se na Figura 1A que os frutos tratados hidrotermicamente sem revestimentos comestíveis e sem embalagens plásticas foram os que apresentaram maiores perdas de massa, variando entre 2,66% e 7,34%, entre o primeiro e sexto dia de armazenamento, respectivamente. Na mesma figura é possível observar que quando os frutos foram submetidos à aplicação das atmosferas modificadas, adquiridas pelos biofilmes e pelos filmes plásticos, essas perdas foram bem menores (Figuras 1B e 1C), sendo mais evidentes para os frutos tratados com a cera de carnaúba associada ao filme de polietileno, que foi de 2,67% ao final do período de armazenamento (Figura 1B). O comportamento dos frutos revestidos pelos biofilmes e embalagens plásticas está de acordo com Chitarra & Chitarra (2005), que afirmaram que a atmosfera modificada protege os frutos contra a perda excessiva de água para o ambiente. De maneira geral, a menor perda de massa pôde ser observada quando se utilizou o filme plástico de polietileno como revestimento das caixas contendo mangas tratadas com cera de carnaúba e fécula de mandioca a 2%, demonstrando ser a associação desses tratamentos uma boa técnica póscolheita, para se evitar a perda de massa dos frutos. Yamashita et al. (2001) observaram que a taxa de perda de massa de manga Tommy Atkins embalada com filmes PVC e estocada a 12 C foi 3,5 vezes menor do que a dos frutos do controle. A firmeza da polpa dos frutos decresceu ao longo do armazenamento para todos os tratamentos, independente da aplicação dos biofilmes e dos revestimentos plásticos (Tabela Perda de massa Perda de massa Perda de massa 8 7 6 5 4 3 2 1 0 4 3 2 1 1 2 3 4 5 6 (T1)Trat. Hidrot. (T2)Trat. Hidrot. +Filme PVC (T3)Trat. Hidrot. + Filme Polietileno y = 1,728 +0,9351*x R 2 =0,99(T1) y = 0,8027 +0,8958*x R 2 = 0,99(T2) y = 0,2752 +0,8960*x R 2 = 0,98(T3) (T4)Trat. Hidrot. + Cera Carnaúba (T5)Trat. Hidrot. + Cera Carnaúba + Filme PVC (T6)Trat. Hidrot. + Cera Carnaúba + Filme Polietileno y = 0,7378 +0,4209*x R 2 = 0,97(T4) y = 0,6415 +0,4045*x R 2 = 0,98(T5) y = 0,5725 +0,3495*x R 2 = 0,97(T6) 0 1 2 3 4 5 6 6 5 4 3 2 1 0 1 2 3 4 5 6 (T7)Trat. Hidrot.+Féc. 2% (T8)Trat. Hidrot.+Féc. 2%+ Filme PVC (T9)Trat. Hidrot.+Féc. 2%+ Filme Polietileno y = 1,2143 +0,7286*x R 2 = 0,96(T7) y = 0,4316 +0,8045*x R 2 = 0,98(T8) y = 0,4068 +0,6922 R 2 = 0,99(T9) Figura 1. Perda de massa das mangas em função do tempo de armazenamento a temperatura ambiente por seis dias Figure 1. Mass loss of mangos in function of the storage period in room temperature for six day 1). Sañudo et al. (1997) afirmaram que, com a maturação do fruto, existe a degradação do amido, que é paulatinamente convertido em açúcares solúveis, tornando a firmeza do fruto e da polpa menores. Observa-se na Tabela 1 que a perda de firmeza da polpa foi maior nos frutos tratados hidrotermicamente e armazenados sem nenhum tipo de revestimento, e as menores perdas de firmeza foram encontradas para os frutos tratados com cera de carnaúba e revestidos pelos filmes plásticos de PVC e politileno, e pelos frutos tratados com fécula de mandioca a 2% e revestidos pelo filme de polietileno. Em geral, os frutos submetidos aos tratamentos com atmosfera modificada apresentaram-se mais firmes que os frutos que foram somente tratados hidrotermicamente (Tabela 1). De acordo com Vilas Boas et al. (2005) a diminuição da firmeza ou amaciamento de frutas é decorrente da degradação da parede celular, por meio do aumento da atividade enzimática associada a outros processos, como

Trat. Hidrot. = Tratamento hidrotérmico * Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade A. E. O. dos Santos et al. 143 hidrólise de amido e perda de água. Para Sigrist (1992), durante o amadurecimento do fruto, ocorre a solubilização das protopectinas em pectinas ou ácido péctico, que são polímeros de baixo peso molecular e, consequentemente, não conseguem manter a firmeza do fruto ou da polpa. Observa-se na Tabela 2 que independentemente dos tratamentos utilizados, os frutos continuaram o seu processo de amadurecimento, que, de acordo com Chitarra & Chitarra (2005), durante o armazenamento, na maioria das frutas, há um aumento dos teores de sólidos solúveis, promovido pela quebra de substâncias como o amido e, consequentemente, sua transformação em produtos mais simples como açúcares. Os frutos submetidos ao tratamento hidrotérmico associado às atmosferas modificadas adquiridas com os biofilmes e embalagens plásticas apresentaram menores teores de sólidos solúveis, em comparação aos submetidos ao tratamento hidrotérmico e filmes plásticos (Tabela 2). Essa diferença no teor de sólidos solúveis se deve ao fato da atmosfera modificada inibir o processo respiratório resultante do acúmulo de CO 2 e diminuição do O 2 no interior da embalagem, provocando um retardamento no processo de maturação dos frutos, conforme Chitarra & Chitarra (2005). A maturação dos frutos durante o tempo de armazenamento acarretou diminuição nos valores de AT, para todos os tratamentos (Tabela 3). Nota-se ainda na Tabela 3, que ao 6º dia de avaliação, os maiores valores de AT foram apresentados pelos tratamentos com cera de carnaúba e fécula de mandioca, associados às embalagens plásticas (PVC e polietileno). Este fenômeno pode ser atribuído a uma menor taxa respiratória dos frutos submetidos a esses tratamentos, pois, segundo Jacobi et al (2000) e Tovar et al. (2001), a acidez titulável, que é um parâmetro adicional para medir o grau de amadurecimento dos frutos, decresce à medida que o fruto amadurece devido à utilização de ácido cítrico e ácido málico como substrato respiratório e, portanto, a atmosfera modificada promoveu uma redução na taxa respiratória e uma menor quebra de ácidos orgânicos utilizados durante o metabolismo do fruto. Os menores valores de ácidos orgânicos foram encontrados para os frutos submetidos aos tratamento hidrotérmico e tratamento hidrotérmico + PVC e polietileno, sugerindo eles terem degradado mais os ácidos, em consequência do aumento da taxa respiratória possibilitada pelos tratamentos durante o período de armazenamento. De acordo com Rocha et al. (2001), o consumo dos ácidos orgânicos no processo respiratório é o principal responsável pela diminuição da acidez e o aumento do ph. Houve aumento do ph durante o período de armazenamento para todos os tratamentos (Tabela 4). Segundo Medlicott et al. (1986) e Chitarra & Chitarra (2005), com a redução da acidez ocorre um aumento dos valores de ph, comportamento decorrente do consumo dos ácidos orgânicos no processo respiratório, fato observado neste experimento. Porém, não houve diferença significativa entre os diferentes tratamentos avaliados, o que está de acordo com as observações de Paull & Chen (2000), Gil et al. (2006) e Gonzáles-Aguilar et al. (2007), que também não encontraram diferenças significativas nas variações de ph da polpa de manga ao longo do período de armazenamento, portanto, este parâmetro, por apresentar uma variação muito pequena em função da redução dos teores de ácidos orgânicos, não é consistente para comparar efeitos de tratamentos sobre a qualidade frutos durante e após o armazenamento. Tabela 1. Firmeza da polpa das mangas tratadas hidrotermicamente e revestidas com película de cera de carnaúba, fécula de mandioca a 2 % e embalagens plásticas de PVC e polietileno Table 1. Firmness of the pulp of the mangos hydrothermally treated and covered with carnauba wax, cassava starch at 2% and plastic packings of PVC and polyethylene Firmeza da polpa (N) Média Tratamento 1 2 3 4 5 6 Trat. hidrot. 62,25 47,51 42,88 37,81 35,76 33,53 43,29D Trat. hidrot.+ Filme PVC 65,13 47,38 44,53 43,89 43,36 38,88 47,19C Trat. hidrot.+ Filme polietileno 67,75 46,13 45,41 44,25 43,57 42,80 48,32BC Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba 68,25 52,18 42,56 41,71 41,46 40,30 47,74BC Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de PVC 65,50 57,00 48,61 47,06 44,78 42,51 50,91AB Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de polietileno 62,95 53,80 48,73 45,67 41,08 42,35 49,10ABC Trat. hidrot.+ Fécula a 2% 62,20 54,80 45,93 41,38 44,97 38,62 47,98BC Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de PVC 68,63 57,25 47,56 46,99 45,72 43,29 51,58A Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de polietileno 68,70 58,13 48,33 47,63 46,14 44,09 52,17A CV (%) = 8,93

144 Efeito do tratamento hidrotérmico e diferentes revestimentos na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins Tabela 2. Sólidos solúveis das mangas tratadas hidrotermicamente e revestidas com película de cera de carnaúba, fécula de mandioca a 2 % e embalagens plásticas de PVC e polietileno Table 2. Soluble solid of the mangos hydrothermally treated and covered with carnauba wax, cassava starch at 2% and plastic packings of PVC and polyethylene Sólidos solúveis (ºBrix) Média Tratamento 1 2 3 4 5 6 Trat. hidrot. 10,80 11,80 11,90 12,05 12,55 13,20 12,05A Trat. hidrot.+ Filme PVC 11,00 11,10 12,00 12,05 12,35 12,30 11,80AB Trat. hidrot.+ Filme polietileno 11,15 11,75 10,93 11,55 11,65 12,35 11,56ABC Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba 10,70 10,90 11,08 11,65 11,85 11,95 11,35BCD Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de PVC 10,45 10,58 11,50 11,65 11,65 11,80 11,27CD Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de polietileno 10,85 11,00 11,00 11,60 11,85 12,00 11,38BCD Trat. hidrot.+ Fécula a 2% 10,15 11,25 11,55 11,60 12,00 12,10 11,44BCD Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de PVC 10,30 10,45 10,50 11,15 12,00 12,00 11,07CD Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de polietileno 10,25 10,40 10,50 11,40 11,60 11,80 10,99D CV (%) = 5,52 Trat. Hidrot. = Tratamento hidrotérmico * Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade Tabela 3. Acidez titulável das mangas tratadas hidrotermicamente e revestidas com película de cera de carnaúba, fécula de mandioca a 2 % e embalagens plásticas de PVC e polietileno Table 3. Titratable acidity of the mangos hidrothermally treated and covered with carnauba wax, cassava starch at 2% and plastic packings of PVC and polyethylene Acidez titulável (% ac. cítrico) Média Tratamento 1 2 3 4 5 6 Trat. hidrot. 0,90 0,80 0,78 0,66 0,39 0,39 0,62 C Trat. hidrot.+ Filme PVC 0,92 0,87 0,82 0,70 0,34 0,34 0,64 C Trat. hidrot.+ Filme polietileno 0,92 0,89 0,80 0,71 0,42 0,42 0,67BC Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba 0,98 0,91 0,88 0,81 0,58 0,58 0,75 A Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de PVC 0,93 0,90 0,87 0,77 0,54 0,54 0,73AB Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de polietileno 0,94 0,88 0,85 0,79 0,55 0,55 0,72AB Trat. hidrot.+ Fécula a 2% 0,94 0,86 0,80 0,74 0,56 0,56 0,72AB Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de PVC 0,98 0,95 0,84 0,77 0,60 0,60 0,75 A Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de polietileno 0,97 0,89 0,86 0,70 0,68 0,68 0,76 A CV (%) = 7,58 Trat. Hidrot. = Tratamento hidrotérmico * Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade

A. E. O. dos Santos et al. 145 Tabela 4. Valores de ph das mangas tratadas hidrotermicamente e revestidas com película de cera de carnaúba, fécula de mandioca a 2 % e embalagens plásticas de PVC e polietileno Table 4. Levels of ph of the hidrothermally treated and covered with carnauba wax, cassava starch at 2% and plastic packings of PVC and polyethylene ph da polpa Média Tratamento 1 2 3 4 5 6 Trat. hidrot. 3,72 3,87 3,83 4,07 4,32 4,71 4,09 A Trat. hidrot.+ Filme PVC 3,73 4,00 4,00 3,93 4,28 4,38 4,05 A Trat. hidrot.+ Filme polietileno 3,74 3,65 3,66 3,73 3,89 4,45 3,85 A Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba 3,65 3,80 3,84 3,99 4,18 4,41 3,98 A Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de PVC 3,82 3,91 3,72 3,96 4,54 4,33 4,05 A Trat. hidrot.+ Cera de carnaúba + Filme de polietileno 3,65 3,74 3,84 3,93 4,39 4,46 4,00 A Trat. hidrot.+ Fécula a 2% 3,74 3,43 3,69 3,99 3,97 4,16 3,82 A Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de PVC 3,67 3,25 3,81 3,93 3,89 4,09 3,77 A Trat. hidrot.+ Fécula a 2% + Filme de polietileno 4,09 3,43 3,79 3,87 4,09 4,19 3,91 A CV (%) = 6,69 Trat. Hidrot. = Tratamento hidrotérmico * Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade CONCLUSÕES O uso de cera, fécula de mandioca e embalagens plásticas de PVC e polietileno, associado ao armazenamento refrigerado, foi eficiente na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins tratadas hidrotermicamente, pois eles propiciaram menor perda de massa, além de terem retardado a maturação dos frutos. LITERATURA CITADA Assis, J.S. Cultivo da mangueira: Colheita e pós-colheita. http:/ /www.cpatsa.embrapa.br/spmanga/colheita.htm. 30 Jul. 2004. Bernardes-Silva, A.P.F.; Lajolo, F.M.; Cordenunsi, B.R. Evolução dos teores de amido e açúcares solúveis durante o desenvolvimento e amadurecimento de diferentes cultivares de manga. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.23, suplemento, p.116-120, 2003. Crossref Chitarra, M.L.F.; Chitarra, A.B. Pós-colheita de frutos e hortaliças - Fisiologia e manuseio. Lavras: UFLA, 2005. 785p. Filgueiras, H.A.C.; Amorim, T.B.F.; Menezes, J.B.; Alves, R.E. Colheita e Manuseio pós-colheita. Manga: pós-colheita. Brasília: Embrapa, 2000. p.22-37, (Embrapa. Séries Frutas do Brasil 2). Gil, M.I.; Aguayo, E.; Kader, A.A. Quality changes and nutient retention in fresh-cut versus whole fruit during storage. Journal of Agricultural Food Chemistry, v.54, n.12, p.4284-4296. 2006. Crossref González-Aguilar, G.A.; Celis, J.; Sotelo-Mondo, R.R.; de la Rosa, L.A.; Rodrigo-Garcia, J.; Alvarez-Parrilla, E. Physiological and biochemical changes of different freshcut mango cultivars stored at 5 o C. International Journal of Food Science & Technology, v.43, n.1, p.91-101, 2007. Crossref Henrique, C.M.; Cereda, M.P. Utilização de biofilmes na conservação pós-colheita de morango (Fragaria Ananassa Duch) cv IAC Campinas. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.19, n.2, p.231-233, 1999. Crossref Jacobi, K.K.; Macrae, E.A.; Hethenington, S.E. Effect of hot air conditioning of Kensington mangos fruit on the response to hot water treatment. Postharvest Biology and Technology, v.21, n.1, p.39-49, 2000. Crossref Medlicott, A.P.; Bhogol, M.; Reynolds, S.B. Changes in peel pigmentation during ripening of mango fruit (Mangifera indica var. Tommy Atkins). Annals of Applied Biology, v.109, n.3, p.651-656, 1986. Crossref Oliveira, F.A. de M.B. Comportamento térmico e qualidade pós-colheita do mamão submetido a radiação de microondas e a hidrotermia. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 1999. 51p. Dissertação Mestrado. Paull, R.E.; Chen, N.J. Heat Treatment and fruit ripening. Postharvest Biology and Technology, v.21, n.1, p.21-37, 2000. Crossref Rocha, R.H.C.; Menezes, J.B.; Morais, E.A.; Silva, G.G.; Ambrosio, M.M.Q.; Alves, M.Z. Uso do índice de degradação de amido na determinação da maturidade da manga Tommy Atkins. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, n.2, p.302-305, 2001. Crossref Sañudo, R.; Bustillos, R.J.A.; Garcia, L.P.L.; Molina, E.B.; Nuno, S.O.; Algel, D.N. Manejo postcosecha del mango. México: EMEX, 1997. 92p.

146 Efeito do tratamento hidrotérmico e diferentes revestimentos na conservação pós-colheita de mangas Tommy Atkins Sigrist, J.M.M.; Bleinroth, E.W.; Moretti, C.L. Manuseio póscolheita de frutas e hortaliças. In: Cortez, L.A.B.; Honório, S.L.; Moretti, C.L. (Eds.). Resfriamento de frutas e hortaliças. 1.ed. Brasília, DF: Embrapa Hortaliças - Embrapa Informações Tecnológicas, 2002. 428p. Sugai, A.Y. Processamento descontínuo de purê de manga (Mangifera indica Linn), variedade Haden: estudo da viabilidade do produto para pronto consumo. São Paulo: Universidade de São Paulo, 2002. 82p. Dissertação Mestrado. Tovar, B.; Garcia, H.S.; Mata, M. Physiology of pré-cut mango II. Evolution of organic acids. Food Research International, v.34, n.8, p.705-714, 2001. Crossref Vilas Boas, B.M.; Nunes, E.E.; Fiorini, F.V.A.; Lima, L.C. de O.; Vilas Boas, E.V. de B.; Coelho, A.H.R. Avaliação da qualidade de mangas Tommy Atkins minimamente processadas. Revista Brasileira de Fruticultura, v.26, n.3, p.540-543, 2004. Crossref Yamashita, F.; Tonzar, A.M.C.; Fernández, J.G.; Morya, S.; Benasi, M.T. Embalagem individual de mangas cv Tommy Atkins em filme de plástico: efeito sobre a vida de prateleira. Revista Brasileira de Fruticultura, v.23, n.2, p.288-292, 2001. Crossref