Aspectos de Forma em Plantas Forrageiras

Documentos relacionados
Principais famílias: 28/05/2015 MORFOLOGIA. Morfologia de Leguminosas e Gramíneas Forrageiras. Poaceae (gramíneas) grama, pastagem.

Universidade de São Paulo

Captação de energia 6/10/2010. * Carbono principal constituinte dos tecidos vegetais (90%)

AVALIAÇÕES CHAMADA E FREQUÊNCIA LIVROS. Importância do estudo de plantas forrageiras DISCIPLINA DE FORRAGICULTURA 06/09/2016

Principais características de gramíneas e leguminosas

E S P É C I E S. Profª Msc. Sílvia Maria Marinho Storti F O R R A G E I R A S

BIOLOGIA E FISIOLOGIA DE PLANTAS FORRAGEIRAS

ASPECTOS MORFOLÓGICOS DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS TROPICAIS E SUA RELAÇÃO COM ALGUNS EVENTOS FISIOLÓGICOS

MANEJO DE PLANTAS FORRAGEIRAS TROPICAIS PARA PRODUÇÃO DE FORRAGENS CONSERVADAS. CINIRO COSTA Prof.: Forragicultura e Pastagens FMVZ - UNESP Botucatu

DIFERIMENTO DE PASTAGENS

Espécies forrageiras exóticas. Forragicultura e pastagens Prof. Eduardo Bohrer de Azevedo

FUNDAMENTOS PARA O MANEJO DE PLANTAS FORRAGEIRAS

Características morfológicas, fisiológicas e agronômicas de plantas forrageiras

RECOMENDAÇÕES PARA O USO DE CORRETIVOS E FERTILIZANTES EM MINAS GERAIS

Pastagens. Área de pastagem no Brasil. (ANUALPEC 2009 e IBGE 2010) 122 milhões de hectares. Espécies cultivadas

Princípios de fisiologia vegetal x crescimento de plantas forrageiras

ZAZ 1376 Produção e Conservação de Forragens. Medicina Veterinária LISTA DE EXERCÍCIOS P2

Morfologia de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras

Morfologia de Gramíneas e Leguminosas Forrageiras

Plantas forrageiras possuem padrões estacionais de crescimento. Variam com a espécie, práticas agronômicas (adubação e irrigação), local e entre anos

PRODUÇÃO DO CAPIM TANZÂNIA NO MUNICÍPIO DE POMBAL-PB

UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Comunicado Técnico. Características Agronômicas das Principais Plantas Forrageiras Tropicais. A Gramíneas. Gênero Brachiaria. Brachiaria decumbens

Morfogênese de gramíneas forrageiras

Métodos de pastejo: conceitos básicos, uso e implicações

Caracterização das gramíneas do Gênero Panicum

Premissa básica para produção animal em pasto é a existência de pasto

Conceitos básicos sobre pastagens e sementes para sua formação

Plantio do amendoim forrageiro

Disciplina Forragicultura

INSTITUTO DE ZOOTECNIA - IZ

Consórcio de milho com braquiária: aspectos práticos de implantação. Intercropped corn-brachiaria: practical deployment.

DEMONSTRATIVO DE CÁLCULO DE APOSENTADORIA - FORMAÇÃO DE CAPITAL E ESGOTAMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

CONHEÇA NOSSOS PRODUTOS ANOS

Semente de Brachiaria Ruziziensis (Pastejo, fenação e cobertura morta para plantio direto)

Pastagem para ovinos e caprinos

30/03/2016. Fatores ambientais que afetam a produção da planta forrageira

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

PRÓ-TRANSPORTE - MOBILIDADE URBANA - PAC COPA CT /10

PROBLEMAS OCASIONADOS PELO MANEJO INADEQUADO DO SOLO

NÚMERO DE PERFILHOS E COMPRIMENTO MÉDIO DE FOLHAS E PERFILHOS DOS CAPINS MOMBAÇA E MARANDU SUBMETIDOS A DIFERENTES INTERVALOS DE CORTES

Restrição dos solos brasileiros em relação à fertilidade

Gramíneas do Gênero Cynodon

Intensificação da bovinocultura de corte

Principais espécies forrageiras na alimentação de ruminantes

Centro de Ciências Agrárias Dom Pedrito Curso de Zootecnia. Forrageiras II. Manejo, produção e crescimento de pastagens

Pastagens para Caprinos

Estrutura e Desenvolvimento da Raiz e Caule

TÍTULO: EFEITOS DA PROFUNDIDADE DE PLANTIO NA GERMINAÇÃO E PRODUÇÃO DE MASSA DO CAPIM BRAQUIARÃO ADUBADO NO PLANTIO

Pastagens consorciadas

Manejo do pastejo 16/06/2016. Pesquisas com plantas forrageiras. Prof. Leandro C. Araujo (DBZ) Zootecnista

MORFOLOGIA DE GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS

Manejo intensivo da pastagem para altas lotações Lilian Elgalise Techio Pereira

II Simpósio sobre alternativas para alimentação do gado na seca

Curso de Pós-Graduação em Estratégias Integradas para Pecuária de Corte: Produção, Eficiência e Gestão

Manejo do pastejo como ferramenta para aumentar a produção animal em pastagens. Sila Carneiro da Silva Departamento de Zootecnia ESALQ/USP

Formação e manejo de pastagem

VII Jornada NESPRO/UFRGS Bovinocultura de corte: Intensificação com equilíbrio

AULA 2. Morfologia de Leguminosas e Gramíneas Forrageiras

Programa Analítico de Disciplina ZOO450 Fundamentos de Forragicultura

MANEJO DO PASTEJO NA PRIMAVERA E VERÃO

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ZOOTECNIA

MEDICINA VETERINÁRIA SISTEMAS DE PASTEJO. Prof. Dra. Fabiola Grecco

Variações sazonais no crescimento de plantas forrageiras. Fatores que afetam o crescimento estacional de plantas forrageiras

Gramíneas do Gênero Cynodon

INTEGRAÇÃO LAVOURA- Prof. Dr. Gelci Carlos Lupatini. UNESP Campus Experimental de Dracena 8200

DELEGACIA REGIONAL TRIBUTÁRIA DE

Degradação de Pastagens: processos e causas

Opções forrageiras e manejo de pastagens em áreas de baixada

DINÂMICA POPULACIONAL DE PLANTAS NA CONSORCIAÇÃO DE AMENDOIM FORRAGEIRO E TIFTON INTRODUÇÃO

TABELA PRÁTICA PARA CÁLCULO DOS JUROS DE MORA ICMS ANEXA AO COMUNICADO DA-46/12

Aspectos de Função em Plantas Forrageiras

GDOC INTERESSADO CPF/CNPJ PLACA

ADUBAÇÃO VERDE. Prof. Francisco Hevilásio F. Pereira (UAGRA/CCTA/UFCG) AGRICULTURA GERAL. Objetivos principais. Objetivos específicos

MANEJO DO PASTEJO: AVALIAÇÃO AGRONOMICA E ESTRUTURAL

A DINÂMICA DO CRESCIMENTO DE PLANTAS FORRAGEIRAS E O MANEJO DAS PASTAGENS

Gramíneas Perenes de Inverno

DATA DIA DIAS DO FRAÇÃO DATA DATA HORA DA INÍCIO DO ANO JULIANA SIDERAL T.U. SEMANA DO ANO TRÓPICO

COOPERCITRUS SIMPÓSIO DE ALTA TECNOLOGIA / 2018

PLANTAS DANINHAS EM PASTAGENS

ADUBAÇÃO E MANEJO DAS PASTAGENS BUSCANDO A INTENSIFICAÇÃO DA PRODUÇÃO

IMPORTÂNCIA DAS CARACTERÍSTICAS MORFOFISIOLÓGICAS NA SELEÇÃO E INGESTÃO DE FORRAGEM PELOS ANIMAIS EM PASTEJO (REVISÃO DE LITERATURA) 1

OBJETIVOS PASTAGENS NA RECRIA DE TERNEIROS REDUÇÃO NA IDADE DE ABATE. Luís Fernando G. de Menezes

TÍTULO: PRODUÇÃO DE FORRAGEM DE ESPÉCIES DE BRACHIARIA SUBMETIDAS A DIFERENTES ALTURAS DE CORTE

Qual utilizar? PECUÁRIA LEITEIRA E AS PASTAGENS TROPICAIS

Uso e manejo intensivo de pastagens no Semiárido (parte 1) As forrageiras

CARACTERÍSTICAS ESTRUTURAIS DO CAPIM-MARANDU DURANTE O PERÍODO DE DIFERIMENTO. Apresentação: Pôster

MORFOLOGIA E ANATOMIA DO CAULE

SISTEMÁTICA DE MONOCOTILEDONEAS

MORFOLOGIA E ANATOMIA DO CAULE

GRAMÍNEAS FORRAGEIRAS PERENES DE INVERNO

Gramíneas Forrageiras

A importância do manejo do pastejo rotativo

plants/ipimovies.html

CAPACIDADE DE SUPORTE: VOCÊ SABE CALCULAR?

INTEGRAÇÃO LAVOURA- PECUÁRIA NO NORTE DO PARANÁ

Documentos 46. Manejo de pastagens tropicais. 8) Literatura consultada

Data Moeda Valor Vista Descrição Taxa US$ 07-Jul-00 Real 0,5816 Sem frete - PIS/COFINS (3,65%) NPR 1,81 14-Jul-00 Real 0,5938 Sem frete - PIS/COFINS

Aspectos de Função em Plantas Forrageiras

Transcrição:

LZT 520 Plantas Forrageiras e Pastagens Aspectos de Forma em Plantas Forrageiras MORFOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ESTRUTURAL RELACIONADOS COM A PRODUÇÃO E O MANEJO DE PASTAGENS

Duas famílias Poaceae (Gramineae) Gramas, capins, "pasto" Fabaceae (Leguminosae) Leguminosas, "vagens"

A planta forrageira - Co-evolução com os grandes herbívoros em ecossistemas de alta pressão de seleção (pastejo, fogo, seca...)

Van Soest (1994)

A planta forrageira - Nas espécies perenes, reflexos sobre morfologia, fisiologia e fenologia - Resultado: organismos altamente especializados, especialmente as gramíneas perenes

Princípios da produção e perenidade das plantas forrageiras VIGOR DE REBROTAÇÃO Área foliar Meristemas Reservas orgânicas

FORMA (morfologia, ou como a planta é)

Parte aérea Folhas Colmos Lâmina/Limbo Conexão com o colmo: Bainha/pecíolo Características específicas gram. x leg. Sistema radicular Funções "mecânicas" Absorção de água e nutrientes Armazenamento de reservas

GRAMÍNEAS PARTE AÉREA

Aspectos morfológicos das folhas das gramíneas

- Vascularização paralela (e paralela à nervura central) - Formato lanceolado

PSEUDOCOLMO

Margens abertas e separadas Margens abertas e sobrepostas Margens fechadas

Bainhas achatadas Bainhas arredondadas

Lâmina foliar Bainha foliar Perfilho em desenvolvimento Meristema apical Folha jovem Gema axilar Raízes

Ponto de crescimento

NÓ COLMO ENTRE-NÓ

GEMA AXILAR - dá origem a perfilho aéreo (lateral) - germina sob condições específicas de ambiente e s/ dominância apical - novo perfilho é clone do perfilho-mãe - menos vigorosos que os perfilhos que lhes deram origem - importante na propagação vegetativa (elefante, Cynodons) - aplicações específicas no manejo de espécies com alto potencial de alongamento de colmos (Pennisetum, Panicum)

Qual a altura do colmo? Onde ele termina?

Corte longitudinal Fim (ou ápice) do colmo

Aqui ó! Tá vendo?

Pseudo-colmo (feixe de folhas jovens e bainhas) Colmo verdadeiro nós e entre-nós

Para que serve esse conhecimento? 1) Compreender tolerância a níveis de intensidade de desfolhação por corte ou pastejo. Implicações sobre o desempenho do pasto e reflexos na persistência (questão da degradação). 2) Particularidades de manejo e entendimento da "hierarquia" existente no perfilho. - manejo de espécies de alto potencial de alongamento de colmos (capim-elefante e cultivares de Panicum) - estabelecimento vegetativo

ESTOLÃO Estolão caule de crescimento horizontal / possui nós e entrenós Local de armazenamento de reservas orgânicas Plantas estoloníferas

LEGUMINOSAS PARTE AÉREA

Aspectos morfológicos das folhas das leguminosas

- Vascularização reticulada

- Vascularização reticulada - Formatos diversos

GRAMÍNEAS SISTEMA RADICULAR

RIZOMA Rizoma diferenciação do sistema radicular / não é caule e, por isso, não possui nós e entrenós Local de armazenamento de reservas orgânicas Plantas rizomatosas

NÍVEL DO SOLO

Funções de rizomas e estolões - conferir habilidade competitiva à espécie (capacidade de colonizar e ocupar novas áreas) - conferir habilidade de persistir a intempéries como fogo, seca, frio - armazenamento de compostos de reserva (por exemplo carboidratos não-estruturais) - material para propagação vegetativa; presença de pontos de crescimento

LEGUMINOSAS SISTEMA RADICULAR

Nodulação em alfafa

O pasto como uma população de plantas

Produção por perfilho (g MS) Densidade populacional vs. produção por perfilho Perfilhos por m 2 colapso B Altura do pasto A

dez-06 jan-07 fev-07 mar-07 abr-07 mai-07 jun-07 jul-07 ago-07 set-07 out-07 nov-07 dez-07 jan-08 fev-08 Nº de perfilhos/m² Dinâmica populacional: aparecimento vs. mortalidade 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Dinâmica populacional de perfilhos em Brachiaria brizantha cv. Marandu sob lotação contínua mantida a 30 cm de altura e fertilizada com 450 kg/ha de N. (Caminha, 2010)

Porte e hábito de crescimento

- Cespitosas / eretas (porte médio a alto) Gramíneas - Geniculadas / decumbentes (porte médio) - Prostradas / rasteiras (porte baixo; presença de estolões)

Prostrada / rasteira Cynodon sp. Tifton 85

Decumbente Brachiaria decumbens Capim-braquiária

Semi-decumbente Brachiaria brizantha cv Marandu

Cespitosa / ereta Panicum maximum cv Tanzânia

Cespitosa / ereta Pennisetum purpureum capim-elefante

- Arbustivas / arbóreas (porte médio a alto) Leguminosas - Semi-arbustivas (porte médio) - Rasteiras (porte baixo; trepadeiras ou não)

Arachis pintoi amendoim forrageiro Porte baixo / rasteiro

Neonotonia wightii soja perene Porte baixo / rasteiro

Medicago sativa alfafa Porte médio / semi-arbustiva Porte baixo / rasteira

Cajanus cajan guandú Porte alto / arbustiva

Leucaena leucocephala leucena Porte alto / arbórea

Mensagem: Alterações em forma (morfologia) constituem adaptações das plantas forrageiras ao processo de desfolhação (resistência ao pastejo) Estas correspondem a modificações em: hábito de crescimento porte tamanho dos constituintes morfológicos propogação vegetativa Plantas mais resistentes ao pastejo são aquelas de maior flexibilidade (plasticidade fenotípica) Interação com alterações em função (fisiologia) na determinação da resistência ao pastejo assunto da próxima aula.