LZT 520 Plantas Forrageiras e Pastagens Aspectos de Forma em Plantas Forrageiras MORFOLOGIA E DESENVOLVIMENTO ESTRUTURAL RELACIONADOS COM A PRODUÇÃO E O MANEJO DE PASTAGENS
Duas famílias Poaceae (Gramineae) Gramas, capins, "pasto" Fabaceae (Leguminosae) Leguminosas, "vagens"
A planta forrageira - Co-evolução com os grandes herbívoros em ecossistemas de alta pressão de seleção (pastejo, fogo, seca...)
Van Soest (1994)
A planta forrageira - Nas espécies perenes, reflexos sobre morfologia, fisiologia e fenologia - Resultado: organismos altamente especializados, especialmente as gramíneas perenes
Princípios da produção e perenidade das plantas forrageiras VIGOR DE REBROTAÇÃO Área foliar Meristemas Reservas orgânicas
FORMA (morfologia, ou como a planta é)
Parte aérea Folhas Colmos Lâmina/Limbo Conexão com o colmo: Bainha/pecíolo Características específicas gram. x leg. Sistema radicular Funções "mecânicas" Absorção de água e nutrientes Armazenamento de reservas
GRAMÍNEAS PARTE AÉREA
Aspectos morfológicos das folhas das gramíneas
- Vascularização paralela (e paralela à nervura central) - Formato lanceolado
PSEUDOCOLMO
Margens abertas e separadas Margens abertas e sobrepostas Margens fechadas
Bainhas achatadas Bainhas arredondadas
Lâmina foliar Bainha foliar Perfilho em desenvolvimento Meristema apical Folha jovem Gema axilar Raízes
Ponto de crescimento
NÓ COLMO ENTRE-NÓ
GEMA AXILAR - dá origem a perfilho aéreo (lateral) - germina sob condições específicas de ambiente e s/ dominância apical - novo perfilho é clone do perfilho-mãe - menos vigorosos que os perfilhos que lhes deram origem - importante na propagação vegetativa (elefante, Cynodons) - aplicações específicas no manejo de espécies com alto potencial de alongamento de colmos (Pennisetum, Panicum)
Qual a altura do colmo? Onde ele termina?
Corte longitudinal Fim (ou ápice) do colmo
Aqui ó! Tá vendo?
Pseudo-colmo (feixe de folhas jovens e bainhas) Colmo verdadeiro nós e entre-nós
Para que serve esse conhecimento? 1) Compreender tolerância a níveis de intensidade de desfolhação por corte ou pastejo. Implicações sobre o desempenho do pasto e reflexos na persistência (questão da degradação). 2) Particularidades de manejo e entendimento da "hierarquia" existente no perfilho. - manejo de espécies de alto potencial de alongamento de colmos (capim-elefante e cultivares de Panicum) - estabelecimento vegetativo
ESTOLÃO Estolão caule de crescimento horizontal / possui nós e entrenós Local de armazenamento de reservas orgânicas Plantas estoloníferas
LEGUMINOSAS PARTE AÉREA
Aspectos morfológicos das folhas das leguminosas
- Vascularização reticulada
- Vascularização reticulada - Formatos diversos
GRAMÍNEAS SISTEMA RADICULAR
RIZOMA Rizoma diferenciação do sistema radicular / não é caule e, por isso, não possui nós e entrenós Local de armazenamento de reservas orgânicas Plantas rizomatosas
NÍVEL DO SOLO
Funções de rizomas e estolões - conferir habilidade competitiva à espécie (capacidade de colonizar e ocupar novas áreas) - conferir habilidade de persistir a intempéries como fogo, seca, frio - armazenamento de compostos de reserva (por exemplo carboidratos não-estruturais) - material para propagação vegetativa; presença de pontos de crescimento
LEGUMINOSAS SISTEMA RADICULAR
Nodulação em alfafa
O pasto como uma população de plantas
Produção por perfilho (g MS) Densidade populacional vs. produção por perfilho Perfilhos por m 2 colapso B Altura do pasto A
dez-06 jan-07 fev-07 mar-07 abr-07 mai-07 jun-07 jul-07 ago-07 set-07 out-07 nov-07 dez-07 jan-08 fev-08 Nº de perfilhos/m² Dinâmica populacional: aparecimento vs. mortalidade 4000 3500 3000 2500 2000 1500 1000 500 0 Dinâmica populacional de perfilhos em Brachiaria brizantha cv. Marandu sob lotação contínua mantida a 30 cm de altura e fertilizada com 450 kg/ha de N. (Caminha, 2010)
Porte e hábito de crescimento
- Cespitosas / eretas (porte médio a alto) Gramíneas - Geniculadas / decumbentes (porte médio) - Prostradas / rasteiras (porte baixo; presença de estolões)
Prostrada / rasteira Cynodon sp. Tifton 85
Decumbente Brachiaria decumbens Capim-braquiária
Semi-decumbente Brachiaria brizantha cv Marandu
Cespitosa / ereta Panicum maximum cv Tanzânia
Cespitosa / ereta Pennisetum purpureum capim-elefante
- Arbustivas / arbóreas (porte médio a alto) Leguminosas - Semi-arbustivas (porte médio) - Rasteiras (porte baixo; trepadeiras ou não)
Arachis pintoi amendoim forrageiro Porte baixo / rasteiro
Neonotonia wightii soja perene Porte baixo / rasteiro
Medicago sativa alfafa Porte médio / semi-arbustiva Porte baixo / rasteira
Cajanus cajan guandú Porte alto / arbustiva
Leucaena leucocephala leucena Porte alto / arbórea
Mensagem: Alterações em forma (morfologia) constituem adaptações das plantas forrageiras ao processo de desfolhação (resistência ao pastejo) Estas correspondem a modificações em: hábito de crescimento porte tamanho dos constituintes morfológicos propogação vegetativa Plantas mais resistentes ao pastejo são aquelas de maior flexibilidade (plasticidade fenotípica) Interação com alterações em função (fisiologia) na determinação da resistência ao pastejo assunto da próxima aula.