PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1. CONDUTA. 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt



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1 DIREITO PENAL PONTO 1: Conduta PONTO 2: Resultado PONTO 3: Nexo Causal PONTO 4: Tipicidade 1.1 TEORIAS DA CONDUTA 1. CONDUTA 1.1.1 CAUSALISMO ou NATURALÍSTICA Franz Von Liszt Imperava no Brasil até a década de 70. No Brasil, Nelson Hungria. Para essa teoria, conduta é o comportamento humano e voluntário que causa uma modificação do mundo exterior. Basta um movimento humano voluntário. Neste momento histórico, dolo e culpa estão na culpabilidade. CRÍTICA:... 1.1.2 FINALISTA Welzel Surge na década de 30. No Brasil: Assis Toledo, Nucci, Damásio e Mirabete. Para essa teoria, conduta é o comportamento humano voluntário e consciente dirigido a uma determinada finalidade. A principal modificação é a inserção do elemento volitivo dolo e culpa. Neste momento histórico, dolo e culpa migram da culpabilidade para dentro do tipo. CRÍTICA:... Pode-se dizer que o Brasil adotou a teoria finalista no art. 20, caput do CP. 1.1.3 TEORIA SOCIAL Wessels direito. Conduta é o comportamento humano voluntário e socialmente relevante para o CRÍTICA:... O mérito da teoria é a criação do PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SOCIAL.

2 1.1.4 TEORIA JURÍDICO PENAL Francisco de Toledo Conduta é a ação ou omissão, dolosa ou culposa, que ofende ou expõem a perigo bens ou interesses protegidos pela norma penal. Essa teoria não tem nenhuma relevância prática. 1.1.5 TEORIA CONSTITUCIONALISTA Gomes. Vertente da Tipicidade Conglobante de Zaffaroni, elaborada por Luis Flávio Não basta para que haja conduta penalmente relevante à prática de ato formalmente típico, é necessária a efetiva ofensa a um bem constitucionalmente tutelado. Não basta o desvalor da conduta, também é necessário o desvalor jurídico do resultado. Princípio da Efetiva Proteção ao bem jurídico. Essa ofensa ao bem jurídico relevante é o que se chama hoje de tipicidade material. 1.1.6 TEORIA FUNCIONALISTA a) Funcionalismo Moderno Claus Roxin A função do direito penal é regrar a vida em sociedade, sempre a partir da sociologia e dos princípios relevantes. b) Funcionalismo Radical Günther Jakobs Direito Penal serve para reafirmar a vigência da norma: Estado pode tudo, porque o fim justifica o meio. Tese do Direito Penal do Inimigo: existem dois tipos de Direito Penal: Direito Penal do cidadão: repleto de garantias, juízo de culpabilidade; Direito Penal do inimigo: inimigo não possui prerrogativas, juízo de periculosidade, deseja a prisão perpétua para o inimigo, pauta em procedimento de guerra. No Brasil: Lei do Abate regulamentação do ano de 2004 ao Código Brasileiro da Aeronáutica. Silva Sànchez, no livro: A expansão do Direito Penal, traz as VELOCIDADES DO : 1ª VELOCIDADE: pena de prisão por excelência e respeito a garantias constitucionais.

2ª VELOCIDADE: penas restritivas à prisão por excelência e flexibilização de garantias constitucionais. Ex: Lei n. 9.099 (transação penal). 3ª VELOCIDADE: resgata-se a pena de prisão por excelência e flexibilizam-se as garantias constitucionais. Vinculado ao direito penal do inimigo. 3 2.1 TEORIAS: 2. RESULTADO 2.1.1 TEORIA NORMATIVA OU JURÍDICA Resultado é a ofensa ou a exposição a perigo de bens ou interesses tutelados pela lei penal. Para essa teoria, todos os crimes possuem resultado. 2.1.2 TEORIA NATURALÍSTICA Resultado é a efetiva modificação do mundo exterior. Resultado localizado num plano do ser e não do dever ser, plano físico. Para essa teoria há crimes sem resultado. do crime. Art. 13, caput do CP adotou a Teoria Normativa resultado depende da existência Posição majoritária da doutrina prefere a teoria naturalística, embora o CP tenha adotado a teoria normativa. 3. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE 3.1 TEORIAS: 3.1.1 TEORIA DA EQUIVALÊNCIA DOS ANTECEDENTES CAUSAIS Conditio sine qua non. Stuart Mill, Von Buti. ocorreu. Causa é todo antecedente lógico sem o qual o crime não teria ocorrido como Thyrèn Processo Hipotético de Eliminação. 3.1.2 TEORIA DA CAUSALIDADE ADEQUADA Von Kries Causa como toda condição idônea apta a produzir o resultado segundo a experiência comum e o julgamento normal dos homens. No Brasil, essa teoria só é adotada como exceção, art. 13, 1 do CP.

4 Problema da teoria da Conditio sine qua non: o REGRESSO AO INFINITO ( Regressus ad Infinitum ) - afastada pela Imputação Subjetiva (dolo e culpa). 3.1.3 TEORIA DA IMPUTAÇÃO OBJETIVA Essa teoria não está expressa na lei, é trazida pela doutrina. Requisitos: a) criação de um risco proibido; b) princípio da confiança c) domínio causal, significa: c.1) c.2) c.3) requisitos. Teoria da imputação objetiva é mais benéfica ao réu devido às exigências dos Precedentes: * AC n. 70009953985, TJ/RS entendimento de que não cabe a aplicação da imputabilidade objetiva. * STJ, Resp n. 822517/DF * STJ, HC 46525/MT. 3.2 DA SUPERVENIÊNCIA CAUSAL Concausas são causas que concorrem para o evento criminoso, elas podem ser: a) DEPENDENTES desdobramento normal. b) INDEPENDENTES, podem ser: b.1) ABSOLUTAMENTE INDEPENDENTE não se originam da conduta do agente. Em todas causas absolutamente independentes com animus mecandi, preexistentes, concomitantes e supervenientes, resolve-se com a tentativa de homicídio.

b.2) RELATIVAMENTE INDEPENDENTE originam-se da conduta do agente. A lei trata somente da relativamente independente superveniente, nessa: Por si só produz o resultado Não produz o resultado por si só 5 Ambas, a absolutamente independente e a relativamente independente, podem ser: PREEXISTENTES CONCOMITANTES SUPERVENIENTES 4. TIPICIDADE 4.1 TEORIA DA TIPICIDADE A) ADEQUAÇÃO TÍPICA A.1) Por subordinação imediata ou Direta A.2) Por subordinação mediata ou Indireta Necessita da NORMA DE EXTENSÃO OU AMPLIAÇÃO DA FIGURA TÍPICA, na participação é o art. 29 do CP e na tentativa é o art. 14, II do CP. B) EVOLUÇÃO DO TIPO 1ª FASE: FASE DO TIPO OBJETIVO Ernest Beling, 1906. O tipo é puramente objetivo, sem nenhum elemento normativo ou subjetivo. Expressão: TATBESTAND. 2ª FASE: FASE DO TIPO INDICIÁRIO Max Ernest Mayer ilícito. A tipicidade indica a antijuridicidade. Presunção de que o fato típico é também Tipicidade é a RATIO COGNOSCENDI (razão de conhecer a ilicitude).

6 Metger. 3ª FASE: FASE DO TIPO TOTAL OU GLOBAL DE INJUSTO Edmundo Tipicidade e ilicitude estão englobadas no mesmo tipo. Fase da RATIO ESSENDI (tipicidade como razão de ser da ilicitude). TEORIA DOS ELEMENTOS NEGATIVOS DO TIPO:... No Brasil, estamos na 2ª fase.