COMPARATIVO ENTRE COLHEITA MECANIZADA E SELETIVA DO CAFÉ



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Transcrição:

COMPARATIVO ENTRE COLHEITA MECANIZADA E SELETIVA DO CAFÉ João Luiz P. Toratti¹,Wesley Gabriel C. Prates¹,Jose Vitor Salvi² ¹Discente FATEC Shunji Nishimura, Pompéia-SP ²Eng.Agrônomo,Mestre,Professor Associado 1, FATEC Shunji Nishimura, Pompéia - SP Resumo: A qualidade do café é influenciada diretamente pelos meios de colheita sendo colheita seletiva uma forma de agregar qualidade ao produto. O objetivo do trabalho é comparar a colheita mecanizada e seletiva do café de forma a se obter a diferença de custo entre os métodos e analise de qualidade da colheita seletiva e verificando a viabilidade dos métodos de colheita para os produtores. Palavras Chaves: Café, Colheita mecanizada, colheita seletiva, classificação e custo. COMPARING MECANICAL HARVESTING AND SELECTIVE HARVESTING OF COFFEE Abstract: The quality of coffee is influenced directly by means of harvest and selective harvest a way to add quality to the product. The objective is to compare the mechanical harvesting and selective fashion coffee to get the cost difference between the methods and quality analysis of selective logging and checking the feasibility of harvesting methods for producers. Key Words: coffee Mechanical harvest, selective harvesting cost. 1

INTRODUÇÃO: O café é um importante commodity do mercado internacional, sendo considerado uma importante fonte de renda e de divisas para as nações produtoras, razão pela qual sua contribuição para o crescimento das economias menos desenvolvidas tem sido de caráter fundamental (BDMG, 2002). As primeiras lavouras surgiram na era da colonização, onde a colheita era feita a dedo, esse tipo de colheita demanda muito grande de mão de obra e tem um custo muito elevado, por esse motivo, atualmente, somente propriedades pequenas conseguem fazer esse tipo de colheita. Apesar do elevado custo, a grande procura pelos grãos colhidos a dedo é enorme, pois esse tipo de colheita traz uma bebida de alta qualidade (CONAB, 2013). Devido ao alto custo, o processo de colheita passou por mudanças para atender as necessidades do mercado de exportação passando a ser mecanizado (Pimenta. 2003). Na colheita mecanizada todos os tipos de grão são colhidos verde, maduros ou cereja, ou seja, a colhedora não consegue ser seletiva nesse parâmetro trazendo um bebida de baixa qualidade e como consequências os produtores não alcançam um alto preço pelos seus commodity (Marques, 2010). Recomenda-se que inicie a colheita quando a maior parte dos frutos estiver madura, preferencialmente quando se tem 70% dos mesmos na fase denominada de cereja. O café verde diminui a qualidade da bebida e interfere no valor do produto (Santos. 2014). A colheita do café constitui-se, em uma série de operações, que podem ser realizadas de maneiras distintas, dentro de uma seqüência flexível, a exemplo da varrição, que pode ser feita antes ou após a derriça, derriça essa, que pode ser no chão ou no pano de abanação, na lavoura ou no terreiro após o transporte, etc. Os mecanismos utilizados para se realizar as operações e a ordem das mesmas, definem os sistemas de colheita, que podem ser classificados como manual, semi-mecanizado e mecanizado (Degaspare,2013). A colheita manual é o sistema que pode ser considerado convencional, por ser o mais utilizado. Nele, as diversas operações da colheita, com exceção do transporte, são realizadas a partir de serviços manuais, demandando grande mão de obra (Embrapa,2005). O sistema semi-mecanizado consiste na utilização intercalada do serviço manual e máquinas, para a execução das operações de colheita. Este sistema varia muito, podendo ter 2

apenas uma ou quase todas as operações realizadas mecanicamente. É um sistema que tende a crescer muito, podendo atender a pequenos e grandes cafeicultores (Silva, 2014). O sistema mecanizado considera-se que todas as operações de colheita são realizadas mecanicamente, sendo um sistema mais difundido e empregado em propriedades grandes e tecnificadas, com topografia favorável. Apesar de esse sistema ser chamado de mecanizado, não dispensa totalmente o uso de serviço manual, pois as máquinas não conseguem colher todos os frutos da planta. (CORTEZ, 2001). Na colheita seletiva o processo é semelhante ao de colheita manual, mas grãos são selecionados na planta de forma a só se colher os grãos cereja como forma de priorizar a qualidade (Pimenta. 2003). Com a escassez de mão de obra, ocorre a tendência de se antecipar a colheita, o que prejudica a qualidade. Ao decorrer do amadurecimento, ocorrem modificações significativas nas características físicas e químicas dos grãos, destacando a coloração, que passa de verde - amarelado para vermelho ou amarelo. Simultaneamente, ocorrem modificações na composição química, que conduzem o grão à condição ideal de colheita, café-cereja; em seguida, os frutos entram em fase de senescência, com oxidação e escurecimento da casca, decrescendo a qualidade do café acentuadamente. Isso pode ocorrer com os frutos na planta ou caídos no chão, constituindo a parcela de pior qualidade, que é o café de varrição. O início da colheita deve ocorrer com o mínimo de frutos verdes e sem que uma grande quantidade de grãos secos tenha caído no chão (SOUZA, 1997). O objetivo do trabalho é comparar os métodos de colheita e verificar se afetam a qualidade do café e qual é o custo dessa qualidade. MATERIAIS E METÓDOS Materiais: Medidor de humidade eletrônico Beneficiadora manual Colhedora K-3 Jacto Trator com transbordo Peneiras Panos de abanação 3

Terreiro de secagem Métodos: Para avaliação dos custos, utilizou-se o salário base de um Operador de Maquinas, e o salário de um trabalhador rural, e o custo de hora maquina de colhedora e tratores que foram fornecidos pelos proprietários da Faz. Segredo, localizada no município de Serra do Salitre - MG onde foi realizado o experimento, dados este dispostos na tabela a seguir: TABELA 1-Dados para cálculo de custos dos conjuntos mecânicos da colheita mecanizada Dados Utilizados Valores Eficiência Gerencial 65,00% Jornada de trabalho(h) 14 Valor inicial colhedora K3 R$ 550.000,00 Valor final Colhedora K3 R$270.000,00 Valor inicial trator carretas R$ 70.000,00 Valor final trator carretas R$ 15.000,00 Faixa de trabalho (m) 4 Velocidade de trabalho (km/h) 1,5 Eficiência operacional 65,00% Fator de reparo trator 100,00% Preço diesel R$ R$ 2,40 Fator de reparo do trator carreta 100,00% Taxa de juros colhedora 7,50% Taxa de juros trator carreta 7,50% ALST colhedora 1,00% ALST trator carreta 1,00% Vida útil colhedora (anos) 10 Vida útil trator carreta (anos) 10 Vida útil colhedora horário 12000 Vida útil trator carreta horário 12000 Potencia do motor colhedora + trator (KW) 114 Salario mão de Obra manual mensal R$1.400,00 Produção média hectare de café (sacas) 40 Salario médio operador de maquinas R$ 2.500,00 Dias agronomicamente secos; para Realização da colheita 26 Fonte: Fazenda Segredo, Serra do Salitre MG. 4

Para avaliação da produção e qualidade, foram selecionadas, aleatoriamente, duas ruas paralelas com comprimento de 50 metros cada, e vizinhas. Café arábica variedade Mundo Novo, com idade aproximada de 6 anos, onde se realizou a colheita mecânica com a colhedora K-3, e seletiva, separando-as em dois lotes. O café do lote mecanizado foi secado em terreiro de asfalto ate atingir 12,0º de teor de umidade, e encaminhado para beneficiamento. O café do lote seletivo foi secado em terreiro de asfalto, ate atingir 12,2º de teor de umidade, e posteriormente, encaminhado para beneficiamento. Ambos os lotes, mecanizado e seletivo, foram beneficiados no mesmo maquinário, sendo realizada uma limpeza na beneficiadora, entre o beneficiamento dos lotes. Foram coletadas três amostras de ambos os lotes, e foi realizada a catação física, seguindo o padrão de classificação COB. A análise foi realizada em cima de uma amostra uniforme de 300 gramas do produto, cujo "tipo" será determinado em função da quantidade de defeitos. A tabela COB (Classificação Oficial Brasileira) classifica o café de "Tipo 2" a "Tipo 8" e mais uma qualidade inferior -, sendo que um "tipo" de número menor indica um café com menos defeitos. Para efeito de exportação, o mercado trabalha com café "tipo 4/5" para melhor. Além da classificação por defeitos, outros fatores são considerados na análise da amostra: aspecto do café, coloração, peneira (tamanho médio do grão), torração, umidade e safra. Após a classificação física foi retirado o PVA (grão pretos, verdes e ardidos) e foi realizado a torra do café ate o ponto caramelo, padrão COB. A classificação pela qualidade de bebida é o fator preponderante na classificação geral do produto. Através da degustação do café, os classificadores avaliam as características da bebida, assim como acidez, corpo e sabor, entre outras características. Um quesito que define e valoriza o tipo de café é a uniformidade. Os classificadores usam uma terminologia específica para avaliar o tipo de bebida: "Estritamente Mole" (Strictly Soft), "Mole" (Soft), "Dura" (Hard), "Riada" (Rioy), "Rio" (Rio) e "Rio Zona" (Rio Zona). Torradas as amostras, foi realizada a degustação do café, avaliando, o corpo, acidez, presença de verdes, e se apresentavam problemas de bebida, como rio ou riado, ou se apresentavam características como bebidas moles testes de classificados por um profissional certificado pela COB. 5

RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados a seguir demonstram o padrão da catação da colheita mecanizada de café, onde fica evidente que ocorre maior concentração de defeitos, ocasionado pela maior porcentagem de catação, devido principalmente a grãos verdes, verdes escuros e pretos. Tabela 2: Resultado Classificação Lote Colheita Mecanizada. T.U. 12,0º Catação 19% Defeitos 154 Peneira 18 5% Peneira 17 9% Peneira moka11 4% Peneira 16 23% Peneira moka10 7% Peneira 15 19% Peneira 14 12% Peneira 13 2% *T.U. Teor de Umidade Fonte: autor O resultado da classificação física da colheita seletiva de café demonstra que o café possui menor numero de defeitos quando comparados com o mesmo processo realizado de forma mecânica, devido a separação na colheita de grãos verdes, velhos, passas, que estavam na planta do ano anterior, ou, ainda, não chegaram ao ponto cereja, o que apresenta uma menor catação, e por isso, um melhor padrão de café. Tabela 3: Resultado Classificação Lote Colheita Seletiva. T.U. 12,2º Catação 9% Defeitos 87 Peneira 18 8% Peneira 17 11% Peneira moka11 7% Peneira 16 25% Peneira moka10 9% Peneira 15 20% Peneira 14 10% Peneira 13 1% 6

*T.U. Teor de Umidade Fonte: autor. No café colhido mecanizado o teste de qualidade de bebida apresentou nas cinco xícaras (padrão COB), uma característica de café encorpado, limpo e de bebida dura, com duas xícaras levemente com sabor de grãos verdes, sem características marcantes. Sendo classificado apenas com um café duro padrão. No café colhido seletivamente o teste de qualidade apresentou um café encorpado, limpo, sem presença de verdes e podendo-se notar características que lembraram um café Cereja, tendo como classificação de sua bebida, um resultado de bebida mole. Demonstrando que na degustação dos lotes, se nota uma melhor qualidade dos cafés colhidos seletivamente, já que os grãos verdes presentes na colheita mecanizada ocultam características dos grãos, enquanto quando colhidos seletivos, eles tornam essas características interessantes ao comercio mais visíveis. Os custos da colheita mecanizada estão descrito na tabela a seguir: Tabela 4: Colheita mecanizada: Custo fixo anual da colhedora 14,74% Custo fixo anual do trator + carretas 13,41% Custo fixo horário da colhedora R$ 67,59 Custo fixo horário do trator + carretas R$7,82 Custo reparo e manutenção colhedora R$ 45,83 Custo reparo e manutenção trator carreta R$5,83 Consumo de combustível colhedora trator 18,58 l*h-¹ Consumo de combustível colhedora trator R$ 44,60 Custo total horário conjunto trator carreta R$ 29,70 Custo total horário da colhedora R$142,20 Custo total horário dos conjuntos trator colhedora R$155,85 Fonte: autor Com esses resultados é possível verifica a distribuição dos custos da colheita mecanizada e onde ele possui maior peso sendo possível gerenciar as informações para controle dos maquinários utilizados. 7

GRÁFICO1: DISTRIBUIÇÃO DOS CUSTOS DE COLHEITA MECANIZADA 3% 17% 5% Distribuição dos custos do conjunto 9% 27% 39% CFH (custo fixo horario) Colhedora CRM (Custo reparo e manutençao)colhedora CHC (custo horario combustivel)colhedora CFH (custo fixo horario)trator carreta CRM (Custo reparo e manutençao)trator carreta CHC (custo horario combustivel)trator Fonte: autor Tabela 5: Comparativo do custo de colheita seletiva e mecanizada. Custo de colheita seletiva de café: Custo de colheita mecanizada de café: Salario R$1400,00/mês Custo total horário conjunto trator colhedor R$ 155,85 CCE 0,00206 há*h-¹ CCE (capacidade de campo efetiva) Produção funcionário dia Custo de colheita seletiva por saca de café Fonte: autor. 1sc/dia, 30sc/mês CCE (capacidade de campo efetiva) R$ 46,67 Custo de colheita mecanizada por saco de café A partir dessa comparação percebemos que devido curta janela para realização da colheita do café, o rendimento operacional da colheita seletiva é extremante inferior ao da mecanizada vendo que uma maquina realiza a operação de colheita equivalente a 200 funcionários aproximadamente e que seu custo é aproximada mente 4 vezes maior que mecanizada. 0,39 ha*h-¹ 15,6 sacos*h-¹ R$ 12,41 8

CONCLUSÃO A colheita seletiva de café apresenta uma melhor qualidade na bebida e na classificação física, mas traz um custo de colheita por saco que pode atingir de 3 a 4 vezes acima do custo por saco da colheita mecanizada. A colheita mecanizada demanda menor mão de obra em sua execução, sendo essa, outra vantagem de sua utilização, já que possui uma CCE (capacidade de campo efetiva) alta, substituindo cerca de 200 funcionários permitindo uma melhor gestão da área colhida, sendo indispensável para grandes áreas de produção, já que essa possui uma janela de colheita pequena para realizar a operação em toda área. A colheita seletiva é indicada para produtores menores, que pretendem conquistar espaço no mercado através do diferencial de qualidade, e disponham de mão de obra para execução da colheita, agregando valor em seu produto, normalmente em áreas pequenas e com mão de obra familiar. Dependendo da situação momentânea do mercado de café, e da diferença entre os preços das diferentes qualidades das bebidas, a opção da colheita seletiva se torna inviável, já que o custo de sua utilização ultrapassará os ágios ganhos na qualidade da classificação do café, necessitando verificar se o preço e o mercado destinados e se serão viáveis. 9

REFERÊNCIAS Acompanhamento da Safra Brasileira. Brasília Conab, 2013 anual. Disponível em:<http://www.conab.gov.br/olalacms/uploads/arquivos/13_09_09_15_34_48_boletim_ca fe_-_setembro_2013.pdf> Acesso em: 2/10/2014 BDMG BANCO DE DESENVOLVIMENTO DE MINAS GERAIS (2002), Minas Gerais do Século XXI. Rona Editora. COB, Classificação Oficial Brasileira. Decreto lei 27.173 CORTEZ, José. Efeito de espécie e cultivares e do processamento agrícola e industrial nas características da bebida da bebida do café. 2001. 74 f. Tese (Doutorado em agronomia) Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba, 2001. Disponível em: < http://www.sbicafe.ufv.br/bitstream/handle/10820/3233/168948f.pdf?sequence=1>. Acesso em: 12/10/2014 Degaspare Larissa. Processamento e beneficiamento do café. Casa do produtor rural. São Paulo. 19 Nov. 2013. Disponível em:<http://www.esalq.usp.br/cprural/boaspraticas.php?boa_id=88> Acesso em:11/10/2014 Embrapa, 2005.Cultivo do Café Robusta em Rondônia. Disponível em:< http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/fonteshtml/cafe/cultivodocaferobustaro/c olheita.htm> Acessado em :15/10/2014 PIMENTA, C.J. Qualidade do café. Lavras: UFLA, 2003. SANTOS, Perivaldo. Café. CEPLAC. Mato Grosso do Sul. Disponível em:<http://www.ceplac.gov.br/radar/cafe.htm> Acesso em: 10/10/2014 SILVA, Renata. Colheita semi-mecanizada e BRS Ouro Preto foram destaques em evento de café, Embrapa,2014.Disponível em :< https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/- /noticia/1800856/colheita-semi-mecanizada-e-brs-ouro-preto-foram-destaques-em-evento-decafe> Acessado em: 20/10/2014 SOUZA, Sára Maria Chalfoun de; CARVALHO, Vicente Luiz de. Efeito de microorganismos na qualidade da bebida do café. Informe Agropecuário. Qualidade do café. Belo Horizonte: EPAMIG, 1997. 10