EFEITO DE DOSES DE GESSO SOBRE O CRESCIMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM SOLO SALINO-SÓDICO



Documentos relacionados
IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 455

COMPONENTES DE CRESCIMENTO DA MAMONEIRA (Ricinus cumunnis L.) CULTIVAR BRS ENERGIA ADUBADA ORGANICAMENTE

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 888

PRODUÇÃO DO ALGODÃO COLORIDO EM FUNÇÃO DA APLICAÇÃO FOLIAR DE N E B

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 486

PRODUÇÃO DE MAMONEIRA CV BRS 149 NORDESTINA ADUBADA COM NITROGÊNIO, FOSFÓRO E POTÁSSIO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO OPERACIONAL DE UM EQUIPAMENTO ITINERANTE PARA DESCASCAMENTO DE FRUTOS DE MAMONA DA CULTIVAR BRS PARAGUAÇU

CALAGEM, GESSAGEM E AO MANEJO DA ADUBAÇÃO (SAFRAS 2011 E

EFEITO DE FERTILIZANTES FOSFATADOS SOBRE O CONSUMO DE ÁGUA E PRODUÇÃO DE MATÉRIA SECA DA MAMONEIRA (Ricinus communis L.)

RESUMO. Introdução. 1 Acadêmicos PVIC/UEG, graduandos do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

FONTES E DOSES DE RESÍDUOS ORGÂNICOS NA RECUPERAÇÃO DE SOLO DEGRADADO SOB PASTAGENS DE Brachiaria brizantha cv. MARANDÚ

AVALIAÇÃO DE PROGÊNIES DE MILHO NA PRESENÇA E AUSÊNCIA DE ADUBO

RELATÓRIO FINAL. AVALIAÇÃO DO PRODUTO CELLERON-SEEDS e CELLERON-FOLHA NA CULTURA DO MILHO CULTIVADO EM SEGUNDA SAFRA

DESEMPENHO DE MUDAS CHRYSOPOGON ZIZANIOIDES (VETIVER) EM SUBSTRATO DE ESTÉRIL E DE REJEITO DA MINERAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO

TITULO DO PROJETO: (Orientador DPPA/CCA). Para que se tenha sucesso em um sistema de plantio direto é imprescindível uma boa cobertura do solo.

PRODUTIVIDADE DA MAMONA HÍBRIDA SAVANA EM DIVERSAS POPULACÕES DE PLANTIO NO SUDOESTE DA BAHIA* 4 Embrapa Algodão

Disciplinas. Dinâmica de Potássio no solo e sua utilização nas culturas

CRESCIMENTO DE PINHÃO MANSO SOB IRRIGAÇÃO COM ÁGUA SUPERFICIAL POLUIDA 1

Produção de feijão-fava em resposta ao emprego de doses de esterco bovino e presença e ausência de NPK

Crescimento de milho fertilizado com manipueira aplicada via foliar

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 2139

Palavras-Chave: Adubação nitrogenada, massa fresca, área foliar. Nitrogen in Cotton

PLANTIO DIRETO. Definição JFMELO / AGRUFBA 1

FERTILIDADE E MATÉRIA ORGÂNICA DO SOLO EM DIFERENTES SISTEMAS DE MANEJO DO SOLO

ENSAIOS DE ALGODOEIROS DE FIBRAS COLORIDAS NO VALE DO IUIU 1 INTRODUÇÃO

NECESSIDADES HÍDRICAS DAS CULTIVARES TERRA MARANHÃO E TERRINHA NA REGIÃO DO RECÔNCAVO BAIANO

DENSIDADE DE SEMEADURA DE CULTIVARES DE MAMONA EM PELOTAS, RS 1

EFEITO DE DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA CALIFÓRNIA VERMELHA INCORPORADOS AO SOLO E COM APLICAÇÕES DE BIOFERTILIZANTE NA CULTURA DO FEIJÃO

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 528

AVALIAÇÃO DE VARIEDADES DE ALGODÃO HERBÁCEO EM ESPAÇAMENTO ESTREITO COM CLORETO DE MEPIQUAT RESUMO

DESEMPENHO PRODUTIVO DE MIRTILEIRO (Vaccinium corymbosum) EM FUNÇÃO DO USO DE TORTA DE MAMONA

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 410

COMPORTAMENTO DE HÍBRIDOS EXPERIMENTAIS DE MILHO EM CONDIÇÕES DE ESTRESSES DE SECA

ABSORÇÃO DE MICRONUTRIENTES APÓS APLICAÇÃO DE BIOSSÓLIDO NO DESENVOLVIMENTO INICIAL DE EUCALIPTO

AVALIAÇÃO DO DESEMPENHO DE UMA SEMEADORA-ADUBADORA DE PLANTIO DIRETO NA CULTURA DA SOJA

TOLERÂNCIA DA MAMONA BRS ENERGIA A DIFERENTES NÍVEIS DE ÁGUA SALINA

8º Congresso Brasileiro de Algodão & I Cotton Expo 2011, São Paulo, SP 2011 Página Desenvolvimento Agrícola-EBDA; 4 Cotton Consultoria.

INFLUÊNCIA DO USO DE ÁGUA RESIDUÁRIA E DOSES DE FÓSFORO NA ÁREA FOLIAR DO PINHÃO MANSO

EFEITO DO ESTRESSE HÍDRICO E DA PROFUNDIDADE DE SEMEADURA NA EMERGÊNCIA DE BRACHIARIA BRIZANTHA CV. MG-5

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1293

COMPARAÇÃO DE DIFERENTES FONTES DE CÁLCIO EM SOJA

IT AGRICULTURA IRRIGADA. (parte 1)

PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DE FLORESTAS TROPICAIS-PG-CFT INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS DA AMAZÔNIA-INPA. 09/abril de 2014

IRRIGAÇÃO COM ÁGUA RESIDUÁRIA E DE ABASTECIMENTO SUBMETIDO À ADUBAÇÃO FOSFATADA EM PLANTAS DE PINHÃO MANSO

NUTRIÇÃO FOLIAR (FATOS E REALIDADES) Prof. Dr. Tadeu T. Inoue Solos e Nutrição de Plantas Universidade Estadual de Maringá Departamento de Agronomia

Efeito da evapotranspiração da cultura do Feijão (IPR Colibri)

Claudinei Kurtz Eng Agr MSc Epagri EE Ituporanga Fertilidade do Solo e Nutrição de Plantas. Governo do Estado

22º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental II USO DE EFLUENTES DE LAGOAS DE ESTABILIZAÇÃO PARA

Fertilização em Viveiros para Produção de Mudas

Doses de adubo para produção de mudas de tomate (Solanum lycopersicum)

Crescimento e produção da mamoneira BRS Paraguaçu sob irrigação, cobertura do solo e adubação orgânica

Analise de crescimento do algodão colorido sob os efeitos da aplicação de água residuária e biossólidos

CRESCIMENTO INICIAL DO GIRASSOL cv. Embrapa 122 / V 2000 SUBMETIDO A ESTRESSE SALINO NA ÁGUA DE IRRIGAÇÃO

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

ESSENCIALIDADE DE MACRONUTRIENTES EM MILHO CULTIVADO EM SOLUÇÃO NUTRITIVA

MUDANÇAS CLIMÁTICAS E SUAS CONSEQUÊNCIAS NA AGRICULTURA ANALISE DA CULTURA DO ALGODOEIRO

ESPAÇAMENTO DAS MUDAS DE CAFÉ NA COVA (*)

USO DE REGULADOR DE CRESCIMENTO NO TRATAMENTO DE SEMENTE DO ALGODOEIRO COM DIFERENTES MATERIAIS EM PRIMAVERA DO LESTE- MT

Propagação de Acessos de Bacurizeiro (Platonia Insignis Mart.) Através da Raiz Primária de Sementes em Início de Germinação.

RESPOSTAS FISIOLÓGICAS DA MAMONEIRA À DIFERENTES TENSÕES DE ÁGUA NO SOLO

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO SECRETARIA DE APOIO RURAL E COOPERATIVISMO SERVIÇO NACIONAL DE PROTEÇÃO DE CULTIVARES ANEXO VIII

DIAGNOSE NUTRICIONAL DE PLANTAS DE SOJA, CULTIVADA EM SOLO COM ADUBAÇÃO RESIDUAL DE DEJETOS DE SUÍNOS, UTILIZANDO O DRIS

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1066

Pesquisa da EPAMIG garante produção de azeitonas

Uso de húmus sólido e diferentes concentrações de húmus líquido em características agronômicas da alface

10 AVALIAÇÃO DE CULTIVARES DE SOJA

DÉBORA SAMARA CRUZ ROCHA FARIAS 1, JOSÉ DANTAS NETO 2

ALTERAÇÕES QUÍMICAS DO SOLO E RENDIMENTO DE MILHO VERDE APÓS APLICAÇÃO DE COMPOSTAGEM DE CARCAÇA DE AVES

AVALIAÇÃO DE GENÓTIPOS DE ALGODÃO NO CERRADO DA BAHIA, SAFRA 2008/09. 1 INTRODUÇÃO

RESPOSTAS BIOMÉTRICAS EM MUDAS DE DUAS ESPÉCIES LENHOSAS DA CAATINGA À SALINIDADE DO SOLO

EFEITO DO ARRANJO DE PLANTAS NO RENDIMENTO E QUALIDADE DA FIBRA DE NOVAS CULTIVARES DE ALGODOEIRO HERBÁCEO NO AGRESTE DE ALAGOAS

PRODUTIVIDADE DO FEIJOEIRO COMUM EM FUNÇÃO DA SATURAÇÃO POR BASES DO SOLO E DA GESSAGEM. Acadêmico PVIC/UEG do Curso de Agronomia, UnU Ipameri - UEG.

IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB 2010 Página 1047

Helem Fernandes Naves Peixoto 1,3 Severino de Paiva Sobrinho 2,3 Mariane de Carvalho Vidal 2,4. Voluntário Iniciação Científica PVIC/UEG

EFEITO DA ADUBAÇÃO FOSFATADA SOBRE O RENDIMENTO DE FORRAGEM E COMPOSIÇÃO QUÍMICA DE PASPALUM ATRATUM BRA

CULTIVO AGROECOLÓGICO DE TOMATE CEREJA COM ADUBAÇÃO VERDE INTERCALAR 1

Práticas Agronômicas que Interferem na Produção de Silagem de Milho

Conceitos e Princípios Básicos da Experimentação

ANÁLISE DE FITOMASSA DO FEJOEIRO CAUPI SUBMETIDO A DIFERENTES QUANTIDADES DE HÚMUS DE MINHOCA E ADUBAÇÃO ORGÂNICA VIA FOLIAR

Expansão Agrícola e Variabilidade Climática no Semi-Árido

PRODUÇÃO DE PORTA-ENXERTO DE MANGUEIRA EM SUBSTRATO COMPOSTO POR RESÍDUOS DA AGROINDÚSTRIA CANAVIEIRA

PRODUTIVIDADE DO CONSÓRCIO MILHO-BRAQUIÁRIA EM INTEGRAÇÃO COM PECUÁRIA E FLORESTA DE EUCALIPTO

Concimi Speciali PH DE CALDA 137

RELATÓRIO TÉCNICO GERALDO HENRIQUE FAZENDA ESTREITO FEVEREIRO 2010

RESULTADOS E DISCUSSÃO

PRODUÇÃO DE MUDAS DE TOMATEIRO EM DIFERENTES SUBSTRATOS À BASE DE MATERIAIS REGIONAIS SOB ADUBAÇÃO FOLIAR 1 INTRODUÇÃO

Sistema Baseado em Regras Fuzzy para Avaliação do Efeito de Lâminas de Irrigação na Produtividade e Diâmetro da Raiz de Cultivares de Beterraba

CRESCIMENTO DA MAMONEIRA SOB DOSES DE GESSO AGRÍCOLA APLICADAS AO SOLO

ALTERAÇÕES DAS PROPRIEDADES FÍSICAS EM UM CAMBISSOLO APÓS 12 ANOS DE CULTIVO DE MILHO PARA SILAGEM 1

AVALIAÇÃO DA FITOMASSA E COMPRIMENTO DAS RAÍZES DA MAMONEIRA BRS NORDESTINA INFLUENCIADOS PELA FERTILIZAÇÃO ORGÂNICA

Desempenho produtivo de clones de capimelefante nos Tabuleiros Costeiros de Alagoas

Produção de Híbridos Comercias de Pimentão (Capsicum annuum) em Cultivo Protegido no Estado de Roraima.

TEOR DE UMIDADE DOS GRÃOS

Espacialização comparativa de dados de produtividade de milho com teores agronômicos das propriedades químicas dos solos

COMPOSTAGEM DE RESÍDUOS ORGÂNICOS GERADOS NA EMBRAPA RORAIMA

UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA Centro de Aquicultura - Setor de Carcinicultura Responsável: Prof. Dr. Wagner Cotroni Valenti

MÉTODOS DE CORREÇÃO DO SOLO

Avaliação de linhagens de alface tipo americana no município de Bambui-MG

MAMÃOZINHO-DE-VEADO (Jacaratia corumbensis O. kuntze): CULTIVO ALTERNATIVO PARA ALIMENTAÇÃO ANIMAL NA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE

Transcrição:

http://dx.doi.org/10.12702/ii.inovagri.2014-a166 EFEITO DE DOSES DE GESSO SOBRE O CRESCIMENTO DE GENÓTIPOS DE MAMONEIRA EM SOLO SALINO-SÓDICO J. P. Alexandre 1, J. H. Zonta 2, E. S. A. B. de Almeida 3, W. P. Araújo 4, V. Sofiatti 2, J. R. Pereira 5 RESUMO: Com o objetivo de verificar o efeito de diferentes doses de gesso no crescimento inicial de genótipos de mamoneira sobre solo salino-sódico, um ensaio experimento foi conduzido em casa de vegetação, localizada na Embrapa Algodão, no município de Campina Grande, PB. Foi coletado solo salino-sódico, proveniente da região de Ipanguaçu, RN. O experimento foi instalado num esquema fatorial 4 x 4, sendo os tratamentos constituídos por 4 doses de gesso agrícola (0%NG, 50%NG, 100%NG, e 150%NG) e 4 genótipos de mamoneira (BRS Energia, BRS Paraguaçu, BRS Gabriela e CNPAM 2009-7), distribuídos em delineamento experimental inteiramente ao acaso com 4 repetições. O solo, depois de corrigido sua fertilidade e aplicado o gesso em função dos tratamentos, foi colocado em baldes com volume de 10 litros. Aos 60 dias após a emergência foram feitas avaliações do crescimento das plantas por meio da altura das plantas, diâmetro caulinar e área foliar. Observou-se que o diâmetro do caule e a altura de planta foram influenciados pelas doses de gesso. As cultivares de mamoneira não foram afetadas pelas doses de gesso em todas as variáveis analisadas. Quanto à interação entre cultivares x gesso, apenas a variável altura de planta foi influenciadas. Podemos concluir que as doses de gesso influenciaram o crescimento inicial da mamoneira. PALAVRAS CHAVE: Ricinus communis L., altura, diâmetro, área foliar EFFECT OF DOSES OF PLASTER ON GROWTH OF YIELD IN CASTOR SALINE-SODIC SOIL ABSTRACT: In order to verify the effect of different doses of gypsum on the growth of castor bean genotypes on saline-sodic soil, a trial experiment was conducted in a greenhouse at Embrapa Cotton located in the city of Campina Grande, PB. Was collected saline-sodic soil, from the region of Ipanguaçu, RN. The experiment was a 4 x 4 factorial, with treatments consisting of 4 doses of gypsum (0%NG, 50%NG, 100%NG and 150%NG) and 4 genotypes of castor bean (BRS Energy, BRS Paraguassu, BRS Gabriela and CNPAM 2009-7), distributed in completely randomized experimental design with four replications. The soil after corrected fertility and the plaster applied on the treatments was placed in buckets with a volume of 10 liters. At 60 days after emergence were evaluated plant growth by plant height, stem diameter and leaf area. It was observed that the stem diameter and plant height were influenced by rates of gypsum. The castor bean were not affected by rates of gypsum in all variables. Regarding the interaction between cultivars x gypsum, only plant height was influenced. We conclude that the rates of gypsum influenced the early growth of castor bean. KEYWORDS: Ricinus communis L., height, diameter, leaf area 1 Graduando em Agronomia. UFPB/CCA. Areia - Paraíba. Email: jpagroalexandre@hotmail.com. 2 Doutor. Pesquisador da Embrapa Algodão. Campina Grande - Paraíba. Email: joao-henrique.zonta@embrapa.br; valdinei.sofiatti@embrapa.br. 3 Engenheira Agrônoma. Estagiária da Embrapa Algodão. Campina Grande - Paraíba. Email: ericasamara@gmail.com. 4 Doutorando, UAEAg/CTRN/UFCG. Campina Grande - Paraíba. Email: wpacordao@hotmail.com. 5 Doutorando, UAEAg/CTRN/UFCG. Pesquisador da Embrapa Algodão. Campina Grande - Paraíba. Email: jose.r.pereira@embrapa.br.

J. P. Alexandre et al. 1246 INTRODUÇÃO A mamoneira (Ricinuscommunis L.) é uma planta de origem africana que se encontra amplamente distribuída em todo o território brasileiro, onde se adaptou com grande facilidade. Sua capacidade de adaptação a variadas condições e sua resistência ao estresse hídrico, permitem-na desenvolver-se em solos pouco férteis e em condições adversas (SEVERINO et al., 2005b). Dessa forma, amamoneira(ricinuscommunisl.)torna-seuma das oleaginosasmais importantes nocenárioeconômicodo semiárido. A área de insuficiência hídrica do Nordeste brasileiro abrange uma superfície de 150 milhões de hectares. Nessa região, a maioria dos perímetros de irrigação apresenta solos com alto teor de salinidade, que provocam desde a diminuição nos rendimentos das culturas até o abandono das áreas exploradas (ANDRÉO-SOUZA et al., 2010). Nas regiões áridas e semiáridas, o excesso de sais no solo tem limitado a produção agrícola, pois a salinidade, tanto dos solos como das águas, é uma das principais causas da redução do rendimento das culturas. Entretanto, os efeitos dependem, ainda, de outros fatores, como espécie, cultivar, estádio fenológico, tipos de sais, intensidade e duração do estresse salino, manejo cultural e da irrigação e condições edafoclimáticas (TESTER e DAVÉNPORT, 2003). Uma das formas de amenizar o efeito negativo da salinidade é o uso de gesso agrícola (BERNARDO et al., 2008). Entretanto, devido principalmente ao custo com frete, muitas vezes tornase muito oneroso a aplicação do produto nas áreas, quando este é requerido em grandes quantidades. Com relação à tolerância de diferentes genótipos de uma mesma cultura à salinidade, Galvão et al. (1998), estudando a influência de níveis de salinidade do solo em genótipos de gergelim, afirmaram que existe variabilidade entre os genótipos de gergelim em termos de tolerância à salinidade. Jácome et al. (2003) também observaram diferença quanto a tolerância à salinidade entre diferentes genótipos de algodão. Silva et al. (2008) comparando a tolerância a salinidade entre duas cultivares de mamoneira, concluíram que a cultivar BRS Energia foi mais tolerante à salinidade que a Paraguaçu, sendo mais precoce na colheita, proporcionando maior número de frutos. Diante do exposto, objetivou-se, com o presente trabalho, verificar o efeito de diferentes doses de gesso no crescimento inicial de genótipos de mamoneira sobre solo salino-sódico. MATERIAL E MÉTODOS O experimento foi conduzido em casa de vegetação, localizada na Embrapa Algodão, no município de Campina Grande, PB. Foi coletado solo salino-sódico, proveniente da região de Ipanguaçu, Ceará. O solo foi destorroado e passado em peneira de 2 mm, sendo amostras coletadas para envio ao laboratório de Irrigação e Salinidade (LIS) da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG) para determinação da salinidade do solo, sendo o resultado da análise apresentado na Tabela 1. Com os resultados da análise de solo, foi determinada, de acordo com Cavalcanti (1998), a quantidade de gesso necessário para corrigir a salinidade do solo, e desta forma, determinados os tratamentos conforme a Tabela 2. Conforme apresentado na Tabela 2, o experimento foi instalado num esquema fatorial 4 x 4, sendo os tratamentos constituídos por 4 doses de gesso agrícola (0%, 50%NG, 100%NG, e 150%NG) e 4 genótipos de mamoneira (BRS Energia,BRS Paraguaçu, BRS Gabriela e CNPAM 2009-7), distribuídos em delineamento experimental inteiramente ao acaso com 4 repetições. O solo, depois de corrigido sua fertilidade e aplicado o gesso em função dos tratamentos, foi colocado em baldes com volume de 10 litros. Os baldes foram preenchidos 10 dias antes do plantio, sendo irrigados diariamente a fim de garantir que o gesso reaja no solo. Após este período, no dia 21/01/2013 foram semeadas 8 sementes de mamona por vaso, a uma profundidade de 3,0 cm. Após a germinação, de três a cinco dias após a emergência das plântulas foi feito o desbaste deixando-se apenas uma planta por unidade experimental. As irrigações para manutenção da umidade dos vasos foi feita diariamente, dependendo da necessidade, sempre à

II INOVAGRI International Meeting, 2014 superfície dos recipientes, por meio de microaspersores através de um sistema automatizado, com acionamento pré-programado por um Timer. Aos 60 dias após a emergência foram feitas avaliações do crescimento das plantas por meio da altura das plantas, diâmetro caulinar e área foliar, seguindo metodologia proposta porseverino et al. (2005a).Foideterminada também a massa fresca e seca da parte aérea. A massa fresca da parte aérea foi determinada com uso de balança de precisão. O material vegetal foi seco em estufa de ventilação forçada de ar (Biopar / modelo TLK 48), a 70 C até peso constante. Em seguida foi pesado em balança semi-analítica (Marte Slim / modelo M2K), para determinação da massa seca da parte aérea. Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância e regressão. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Tabela 3 são apresentados os valores da analise de variâncias referentes aos parâmetros de crescimento inicial das cultivares de mamoneira em função das diferentes doses de gesso aplicadas ao solo. Observa-se na Tabela 3 que para o parâmetro altura de plantas houve interação significativa, enquanto que o diâmetro do caule, massa fresca e seca da parte aérea foi influenciada somente pelas doses de gesso. A área foliar não foi influenciada nem pelas diferentes cultivares de mamoneira nem pelas doses de gesso aplicadas. Na Figura 1 é apresentado o gráfico que relaciona o comportamento da altura das plantas de diferentes genótipos de mamoneira em função das diferentes doses de gesso aplicadas ao solo. De acordo com a Figura 1 observa-se que a altura de plantas para as cultivares BRS Energia e BRS Gabriela apresentaram comportamento linear em função das doses de gesso, a BRS Paraguaçu apresentou comportamento quadrático, enquanto que a BRS 2009-7 não apresentou diferença para este parâmetro em função das diferentes doses de gesso. Para a cultivar BRS Gabriela, a dose de 28,5 ton ha -1 (150% da necessidade de gesso) foi a que apresentou melhores resultados. Para a cultivar BRS Energia a dose 9,45 ton ha -1 (50% da necessidade de gesso) foi a que apresentou melhores resultados e para a BRS Paraguaçu a testemunha (sem aplicação de gesso) e a dose de 150% da necessidade de gesso apresentaram os melhores resultados. Na Figura 2, 3 e 4 é apresentado o gráfico que relacionam os valores do diâmetro do caule, massa fresca e massa seca da parte aérea da mamoneira com as doses de gesso aplicadas ao solo. Para o parâmetro diâmetro do caule, massa fresca e massa seca da parte aérea (Figuras 2, 3 e 4) o melhor resultado foi obtido para a testemunha, ou seja, sem a adição de gesso. Esse resultado pode ser explicado se forem observados os parâmetros químicos do solo, realizado após o término do experimento. Notou-se que o teor de sódio na solução do solo aumentou com as maiores doses de gesso, devido principalmente a não lixiviação do mesmo (Figura 5). Os teores de sódio, ao contrário do esperado, apresentaram acréscimo com o aumento das doses de gesso. Estes resultados podem ser explicados pelo fato do solo não ter sofrido lixiviação, visto que a irrigação era realizada somente com o intuito de repor a evapotranspiração diária. Segundo Leite et al. (2007), com a solubilização do gesso o teor de cálcio solúvel vai aos poucos aumentando na solução do solo, e, o cálcio reage com o sódio dos pontos de troca e o desloca da forma trocável para a forma solúvel na solução do solo, contribuindo para sua lixiviação, o que neste caso, não ocorreu. Vital et al. (2005) também encontraram elevação nos valores de sódio (Na) trocável na solução do solo com a aplicação de doses de gesso maiores que 100% da necessidade, atribuindo os resultados a uma substituição maior do Na trocável do solo pelo Ca derivado do gesso aplicado como corretivo.devido à toxicidade do sódio devido à alta salinidade imposta pelo mesmo, as plantas apresentaram menor crescimento. Com os resultados, observa-se que a cultivar BRS Gabriela apresenta potencial para crescimento inicial em altura mesmo com altos teores de sódio no solo, podendo ser uma cultivar em potencial para ser explorada em recuperação de solos salino-sódicos, visto seu maior desenvolvimento inicial em comparação as demais cultivares. 1247

J. P. Alexandre et al. CONCLUSÕES As doses de gesso influenciaram o crescimento inicial dos genótipos de mamoneira e, para que se obtenham boas respostas do gesso no solo para correção da salinidade, é necessário que seja aplicada uma lamina de lixiviação, a fim de retirar o sódio do solo. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRÉO-SOUZA, Y. ; PEREIRA, A. L.; SILVA, F. F. S.; RIEBEIRO-REIS5, R. C.; EVANGELISTA, M. R.V.; CASTRO, R. D. ; DANTAS B. F. Efeito da salinidade na germinação de sementes e no crescimento inicial de mudas de pinhão-manso. Revista Brasileira de Sementes, vol. 32, n. 2, p. 83-92, 2010. http://dx.doi.org/10.1590/s0101-31222010000200010 BERNARDO, S. ; SOARES, A. A. ; MANTOVANI, E. C. Manual de Irrigação. 8 ed. Viçosa: UFV, 2008. 596p. CAVALCANTI, F. J. A. C. (Coord.). Recomendação de adubação para o Estado de Pernambuco. 2ª aproximação. Recife: IPA, 1998. 198p. GALVÃO, F. de A. D.; DANTAS, J. P.; NASCIMENTO, J. S. do; ALVES, A. G. C. Influência da salinidade do solo sobre o crescimento e o estado nutricional do gergelim (Sesamum indicum L.). Agropecuária Técnica, v.19, n.1/2, p.23-29, 1998. JÁCOME, A. G.; OLIVEIRA, R. H. de; FERNANDES, P. D.; GHEYI, H. R.; SOUZA, A. P. de; GONÇALVES, A. C. A. Crescimento de genótipos de algodoeiro em função da salinidade da água de irrigação. Acta ScientiarumAgronomy, v.25, n.2, p.305-313, 2003. LEITE, E. M.; CAVALCANTE, L. F.; DINIZ, A. A.; SANTOS, R. V.; ALVES, G. S.; CAVALCANTE, I. H. L. Correção da sodicidade de dois solos irrigados em resposta à aplicação de gesso agrícola. Irriga, v.12, n.2, p.168-176, 2007. SILVA, S. M. S.; ALVES, A. N.; GHEYI, H. R.; BELTRÃO, N. E. de M.; SEVERINO, L. S.; SOARES, F. A. L. Desenvolvimento e produção de duas cultivares de mamoneira sob estresse salino. Desenvolvimento e produção de duas cultivares de mamoneira sob estresse salino. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.12, n.4, p.335 342, 2008. http://dx.doi.org/10.1590/s1415-43662008000400001 SEVERINO, L. S.; CARDOSO, G. D.; VALE, L. S. do; SANTOS, J. W. dos. Método para determinação da área foliar da mamoneira. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005a. 20 p. (Embrapa Algodão. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 55). SEVERINO, L. S.; LIMA, C. L. D.; BELTRÃO, N. E. M.; CARDOSO, G. D.; FARIAS, V. A. Comportamento da mamoneira sob encharcamento do solo. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005b. 16 p. (Embrapa Algodão. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 57). TESTER, M.; DAVÉNPORT, R. Na+tolerance and Na+transport in higher plants. AnnalsofBotany, v.19, p.503-527, 2003. VITAL, A. F. M.; SANTOS, R. V.; CAVALCANTE, L. F.; SOUTO, J. S. Comportamento de atributos químicos de um solo salino-sódico tratado com gesso e fósforo. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola e Ambiental, v.9, n.1, p.30-36, 2005. http://dx.doi.org/10.1590/s1415-43662005000100005 1248

II INOVAGRI International Meeting, 2014 Tabela 1. Análise do solo utilizado no experimento. Campina Grande, PB, 2013. Características Químicas Resultado Cálcio (meq/100 g de solo) 20,00 Magnésio (meq/100 g de solo) 15,30 Sódio (meq/100 g de solo) 15,62 Potássio (meq/100 g de solo) 0,35 Enxofre (meq/100 g de solo) 51,27 Hidrogênio (meq/100 g de solo) 3,31 Alumínio (meq/100 g de solo) 0,20 T (meq/100 g de solo) 54,78 Carbonato de cálcio Qualitativo (%) Ausência Carbono Orgânico (%) 0,59 Matéria Orgânica (%) 1,02 Nitrogênio (%) 0,05 Fósforo Assimilável (mg/100ml) 5,35 ph H2O (1:2,5) 5,26 phkcl (1:2,5) Cond. Elétrica (mmhos/cm) (Suspensão solo-água) 8,707 ph (Extrato de Saturação) 4,96 Cond. Elétrica (mmhos/cm)(extrato de Saturação) 24,87 Cloreto (meq/l) 245,00 Carbonato (meq/l) 0,00 Bicarbonato (meq/l) 2,50 Sulfato (meq/l) Presença Cálcio (meq/l) 77,00 Magnésio (meq/l) 93,50 Potássio (meq/l) 0,47 Sódio (meq/l) 91,98 Percentagem de saturação 60,00 Relação de adsorção de sódio 9,96 PST 28,51 Salinidade Muito forte Classe do solo Salino Sódico Tabela 2. Tratamentos utilizados no ensaio experimental. Campina Grande, PB, 2013. TRATAMENTO DOSE DE GESSO CULTIVAR Dose de gesso (gramas/balde) 1 0% BRS Gabriela 0 2 0% BRS Energia 0 3 0% CNPAM 2009-7 0 4 0% BRS Paraguaçu 0 5 50% (9,45 ton ha -1 ) BRS Gabriela 63 6 50% (9,45 ton ha -1 ) BRS Energia 63 7 50% (9,45 ton ha -1 ) CNPAM 2009-7 63 8 50% (9,45 ton ha -1 ) BRS Paraguaçu 63 9 100% (18,9 ton ha -1 ) BRS Gabriela 126 10 100% (18,9 ton ha -1 ) BRS Energia 126 11 100% (18,9 ton ha -1 ) CNPAM 2009-7 126 12 100% (18,9 ton ha -1 ) BRS Paraguaçu 126 13 150% (28,35 ton ha -1 ) BRS Gabriela 189 14 150% (28,35 ton ha -1 ) BRS Energia 189 15 150% (28,35 ton ha -1 ) CNPAM 2009-7 189 16 150% (28,35 ton ha -1 ) BRS Paraguaçu 189 1249

J. P. Alexandre et al. Tabela 3. Resumo da análise de variância (quadrados médios) referente aos dados da análise dos fatores de crescimento das plantas de mamona: altura de planta, diâmetro do caule, área foliar, massa fresca da parte aérea e massa seca da parte aérea. Campina Grande, PB, 2013. Fonte de variação GL Altura de planta Diâmetro do caule Área Foliar Massa fresca da parte aérea Massa seca da parte aérea Gesso 3 136,2 * 2,64 * 374,3 ns 310,9 * 5,58 * Cultivar 3 27,3 ns 2,01 ns 274,3 ns 88,75 ns 2,16 ns Cultivar x Gesso 9 29,4 * 1,46 ns 256,3 ns 108,8 ns 3,29 ns Resíduo 48 12,6 0,86 326,5 85,8 2,2 Total 63 * - Significativo a 5% de probabilidade; ns não significativo a 5% de probabilidade. Figura 1. Altura de planta das cultivares de mamoneira em função da dose de gesso aplicada ao solo. Campina Grande, PB, 2013. Figura 2. Diâmetro do caule da mamoneira em função de diferentes doses de gesso aplicadas ao solo. Campina Grande, PB, 2013. 1250

II INOVAGRI International Meeting, 2014 Figura 3. Massa fresca da parte aérea da mamoneira em função de diferentes doses de gesso aplicadas ao solo. Campina Grande, PB, 2013. Figura 4. Massa seca da parte aérea da mamoneira em função de diferentes doses de gesso aplicadas ao solo. Campina Grande, PB, 2013. 1251

J. P. Alexandre et al. Figura 5. Teores de sódio do solo em função de diferentes doses de gesso aplicados. Campina Grande, PB, 2013. 1252