BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Documentos relacionados
DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 1. Prof ª. Taíse Sossai

Gustavo Rene Nicolau

Sucessão que segue as regras da lei quando: DIREITO DAS SUCESSÕES

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária.

A SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL

DIREITO CIVIL. Direito das Sucessões. Sucessão Legítima Ordem de Vocação Hereditária Parte 2. Prof ª. Taíse Sossai

SEPARAÇÃO E SUCESSÃO NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL. Aspectos Relevantes

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 25/02/2019. Ordem vocacional hereditária.

1 - Introdução: 1 - Introdução: SUCESSÃO LEGÍTIMA: ASPECTOS ESPECÍFICOS 20/10/2014

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

Pós Graduação em Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Aula dia 27/02/2019. Ordem vocacional hereditária.

SUCESSÃO DOS ASCENDENTES - REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE

CARTILHA INFORMATIVA SOBRE:

Continuando o estudo de sucessão legítima

AVALIAÇÃO 2 1 LEIA COM ATENÇÃO:

REGIMES DE BENS E PLANEJAMENTO SUCESSÓRIO

Direito Civil Prof. Conrado Paulino Rosa

Premissas para Reforma do Código Civil Sucessão Legítima

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2009

Direito Civil. Direito das Sucessões. Prof. Marcio Pereira

DIREITO CIVIL VI AULA 5: Petição de Herança e Ordem de Vocação

Planejamento Patrimonial. Questionamento para mulheres de executivos

Direito Civil. Sucessão em Geral. Professora Alessandra Vieira.

DIREITO DAS SUCESSÕES

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO QUARTA CÂMARA DE DIREITO PRIVADO

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima. Família e Sucessões.

Direito das Sucessões

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO PROCESSUAL CIVIL.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 3ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 18/06/2018. Sucessão.

CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SOBREVIVENTE COM OS DESCENDENTES (ARTIGO 1829, INCISO I DO CÓDIGO CIVIL)

Sucessão do(a) companheiro(a). Art , CC

2'LUHLWRGDV6XFHVV}HVQRQRYR&yGLJR&LYLO

Sucessão dos ascendentes Sucessão do cônjuge Sucessão dos colaterais

BuscaLegis.ccj.ufsc.br

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões.

Instituições de Direito Público e Privado. Parte X Herança

Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu Shikicima, (14/08/2017) Continuação de execução de alimentos, e ordem hereditária.

SEÇÃO III DIREITO CIVIL E PROCESSUAL CIVIL SUBSEÇÃO I DIREITO CIVIL 1. ARTIGOS 1.1 SUCESSÃO LEGÍTIMA DO CÔNJUGE E DO COMPANHEIRO NO NOVO CÓDIGO CIVIL

OAB XXI EXAME DE ORDEM 1ª FASE Direito Civil Aula 05 Luciano Figueiredo Sucessões Teoria Geral

BuscaLegis.ccj.ufsc.Br

SUCESSÃO DO CÔNJUGE CC/02, art. 1829, I.

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Prof. Nelson Sussumu Shikicima. 4ª aula de laboratório de sucessões ministrada dia 20/06/2018.

Sexta da Família: planejamento sucessório

Regime de comunhão universal, cláusula de incomunicabilidade, fideicomisso

Conceito: é a relação afetiva ou amorosa entre homem e mulher, não adulterina ou incestuosa, com estabilidade e durabilidade, vivendo ou não sob o

$VXFHVVmRQDXQLmRHVWiYHOIDFHDRQRYR&yGLJR&LYLO

juiz de paz ministro religiosa

CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO CIVIL E PROCESSO CIVIL. Aula Ministrada pelo Prof. Nelson Sussumu. (20/08/2018) Execução de alimentos.

Problemática da equiparação do Casamento com a União Estável para fins sucessórios

Na comunhão parcial, cônjuge só tem direito aos bens adquiridos antes do casamento

CEM. Direito Civil. CERT 10ª Fase TRE PE

Registro: DECISÃO MONOCRÁTICA. Agravo de Instrumento Processo nº Relator(a): Fábio Podestá

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

Supremo Tribunal Federal

EXCELENTÍSSIMO SENHOR MINISTRO LUIS ROBERTO BARROSO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

IGUALDADES E DESIGTUALDADES ENTRE COMPANHEIRO E CÔNJUGE NO PLANO SUCESSÓRIO.

Núcleo de Pesquisa e Extensão do Curso de Direito NUPEDIR VIII MOSTRA DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA (MIC) 20 de novembro de 2015

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Sucessão.

A evolucao historica da uniao estavel e do casamento com reflexo na sucessao

Primeira Seção A SUCESSÃO DO CÔNJUGE E DO COMPANHEIRO NO NOVO CÓDIGO CIVIL INACIO DE CARVALHO NETO

XXII EXAME DE ORDEM DIREITO CIVIL: FAMÍLIA E SUCESSÕES PROF.ª CARLA CARVALHO

Professora Alessandra Vieira

DIREITOS PATRIMONIAIS: CASO DE MORTE X CASO DE DIVÓRCIO

ALGUNS ASPECTOS QUE DIFERENCIAM A UNIÃO ESTÁVEL DO CASAMENTO

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Disposições testamentárias.

Direito Civil VI - Sucessões. Prof. Marcos Alves da Silva

Caderno de apoio Master MASTER /// JURIS

SUCESSÃO DOS DESCENDENTES REGRAS DE CONCORRÊNCIA COM O CÔNJUGE

Direito Civil Aula 14 Profª Patrícia Strauss

MATERIAL DE LEITURA OBRIGATÓRIA AULA 09

CONVIVENTE: A PERSPECTIVA DE UM NOVO ESTADO CIVIL E SEUS REFLEXOS PARA O RCPN

OS DIREITOS SUCESSÓRIOS DO CÔNJUGE SUPÉRSTITE. Introdução

Sucessão que segue as regras da lei quando: DIREITO DAS SUCESSÕES

Professora: Vera Linda Lemos Disciplina: Direito das Sucessões 7º Período

SUCESSÃO ENTRE DESCENDENTES E O CÔNJUGE: estudo das correntes doutrinárias à afirmação da luta pelo direito de herança

É a primeira classe a herdar. Não há limitação de grau para herdar. Regra do grau mais próximo exclui o mais remoto (art. 1833, CC) Filho 1 Filho 2

A NOVA ORDEM DE VOCAÇÃO HEREDITÁRIA E A SUCESSÃO DOS CÔNJUGES

DIREITO DAS SUCESSÕES. CONCEITOS FUNDAMENTAIS E REGRAS GERAIS

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO ACÓRDÃO

DIREITO CIVIL VI AULA 1: Introdução ao Direito das Sucessões

O STJ E O REGIME DE BENS E DIVISÃO DA HERANÇA: DÚVIDAS JURÍDICAS NO FIM DO CASAMENTO

Tribunal de Justiça de Minas Gerais

A MUTABILIDADE DO REGIME PATRIMONIAL DE BENS NO CASAMENTO E NA UNIÃO ESTÁVEL

O REGIME DE SEPARAÇÃO CONVENCIONAL DE BENS E A NÃO CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE SUPÉRSTITE COM OS DESCENDENTES DO DE CUJUS

Superior Tribunal de Justiça

Assim, passaremos a relatar as principais características dessas cinco modalidades.

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

O casamento é a união plena entre duas pessoas, na qual ambos têm os MESMOS direitos e deveres.

SUMÁRIO PREFÁCIO... 9 PARTE I O PANORAMA DO DIREITO PATRIMONIAL DA FAMÍLIA E DAS SUCESSÕES NO DIREITO BRASILEIRO

1. Ordem de vocação hereditária - Sucessão Legítima:

ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores JOSÉ JOAQUIM DOS SANTOS (Presidente) e LUÍS FRANCISCO AGUILAR CORTEZ.

SUMÁRIO. Parte I TEORIA 1. INTRODUÇÃO AO DIREITO DAS SUCESSÕES... 21

Pós Graduação Direito de Família e Sucessões. Ordem vocacional hereditária.

QUINTA CÂMARA CÍVEL DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

SUCESSÃO LEGÍTIMA DO CÔNJUGE: CONCORRÊNCIA COM DESCENDENTES COMUNS E EXCLUSIVOS DO AUTOR DA HERANÇA

TRIBUNAL DE JUSTIÇA PODER JUDICIÁRIO São Paulo

A sucessão dos companheiros no novo Código Civil

PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO DECISÃO MONOCRÁTICA

DECLARAÇÃO DE ÚNICOS HERDEIROS

Transcrição:

BuscaLegis.ccj.ufsc.br Ordem De Vocação Hereditária Gustavo Rene Nicolau[1] 1. INTRODUÇÃO A sucessão legítima foi um aspecto que realmente sofreu alterações com a entrada em vigor do Código Civil (CC) em 2003. Resida talvez aí a maior revolução legislativa civil deste milênio. O núcleo dessa alteração está no art. 1.829, que trouxe em confusa redação a nova ordem de vocação hereditária (seqüência de pessoas que a lei estabelece como destinatárias da herança deixada pelo de cujus. É a ordem que a lei presume ser a vontade do falecido). Foi nesse artigo que o legislador trouxe a inédita figura da concorrência sucessória do cônjuge com descendentes e ascendentes. Não foi nesse momento, entretanto, que o legislador se lembrou da sucessão do companheiro. Desincumbiu-se dessa tarefa no art. 1.790, um local indevido, nas palavras do próprio coordenador do projeto, Miguel Reale. 2. SITUAÇÃO DO CÔNJUGE

No revogado CC, era correto afirmar que a bisavó herdava antes que o cônjuge. De fato, o art. 1.603 daquele Código entregava aos ascendentes (na falta de descendentes) todo o patrimônio do de cujus, sem restrições ou divisões. No CC de 2003, todavia, o cônjuge foi alçado à categoria de herdeiro necessário, concorrendo (dependendo do regime) com descendentes e (independentemente do regime) com ascendentes, logo nas primeiras convocações sucessórias. Ademais, qualquer que seja o regime de bens e sendo ou não herdeiro, terá assegurado o direito real de habitação, relativamente ao imóvel destinado à moradia da família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar (art. 1.831). É um típico direito real sobre coisa alheia. Pela letra fria da lei, se o cônjuge supérstite casar-se novamente, ele remanesce com esse direito real, e o proprietário (descendente do de cujus, v.g., que pode inclusive não ser descendente da sobrevivente) continuará privado de sua fruição. O Projeto n. 6.960/2002 inverte a orientação e retira referido direito real, caso o supérstite habitante se case (ou se una estavelmente). Por outro lado, a lei impede (justamente, a nosso ver) de participar na herança o cônjuge separado judicialmente ou separado de fato há mais de dois anos, salvo a dificílima prova de que a convivência tornara-se impossível sem sua culpa (art. 1.830). 3. CONCORRÊNCIA DO CÔNJUGE COM DESCENDENTES Uma análise do inc. I do art. 1.829 deixa claro que o tema não é dos mais simples. Não é em qualquer hipótese que o cônjuge terá o direito de concorrer com os descendentes do de cujus. Importa saber qual o regime de bens que disciplinava a relação do casamento. Comunhão universal e separação obrigatória não darão ao cônjuge o direito de concorrer com descendentes do de cujus. Evidente a mens legis: na comunhão universal, o cônjuge já recebe por força da meação 50% de todo o patrimônio do falecido (com as raras exceções do art. 1.668). Não seria justo, então, ainda concorrer com os filhos na outra metade. Por sua vez, no

regime de separação obrigatória (cuja referência no texto da lei está errada, querendo, na verdade, indicar o art. 1.641), também é justa a disposição da lei, dado que, em casamentos dessa natureza, o legislador não vê com bons olhos a transferência de patrimônio entre os cônjuges. Na separação convencional e no regime de participação final de aquestos, há direito à concorrência com descendentes. O problema (e o interesse também, dado que entraremos agora no mais comum dos regimes) afigura-se quando observamos as regras atinentes à comunhão parcial. Foi nesse específico ponto que o legislador outorgou uma redação ainda mais confusa e de difícil interpretação, devido à dupla negativa que o dispositivo carrega. No regime da comunhão parcial, o supérstite só concorrerá com os descendentes na hipótese de o de cujus ter deixado bens particulares[2]. A intenção da lei também é flagrante: uma comunhão parcial sem bens particulares significa que todos os bens são comuns e, por isso, estamos na prática diante de um regime de comunhão universal. A metade de tudo que o casal possui, então, já pertence ao cônjuge supérstite, por direito próprio de meação, não havendo necessidade de herdar esses bens. Com essa redação, o legislador dividiu o patrimônio do de cujus em duas partes: a primeira constituída de bens particulares, excluídos da comunhão (art. 1.659). Um típico exemplo de bem particular é o adquirido por força de herança, ainda que na constância do casamento. A segunda parte do patrimônio do de cujus é constituída de bens comuns, correspondente à parte que lhe caiba nos bens amealhados onerosamente na constância do casamento com esforço do casal (ainda que esse esforço seja presumido). Quando a esposa viúva concorrer com descendentes, ela disputará a herança justamente na massa patrimonial composta pelos bens particulares e não pelos bens comuns, em que já meou. O Conselho da Justiça Federal já se pronunciou sobre o assunto no Enunciado n. 270, proferido na III Jornada de Direito Civil[3]: O art. 1.829, inc. I, só assegura ao cônjuge sobrevivente o direito de concorrência com os descendentes do autor da herança quando casados no regime da separação convencional de bens ou, se casados nos regimes da comunhão parcial ou participação

final nos aquestos, o falecido possuísse bens particulares, hipóteses em que a concorrência restringe-se a tais bens, devendo os bens comuns (meação) ser partilhados exclusivamente entre os descendentes. 4. QUOTAS NA CONCORRÊNCIA COM DESCENDENTES Analisadas as situações em que o cônjuge herdará, passemos às quotas de participação na herança. Concorrendo com os descendentes comuns[4], a lei (art. 1.832) preserva o que chamamos de piso da herança. É o mínimo de um quarto da herança garantido ao cônjuge. Isso significa que, havendo mais de três descendentes, e sendo todos comuns, no mínimo, a quarta parte ficará para o cônjuge e o restante será dividido entre os descendentes. Concorrendo com descendentes exclusivos do de cujus, cai a regra da quarta parte, e o cônjuge herda como se fosse mais um deles. Assim, havendo cinco filhos do de cujus concorrendo com o sobrevivente, divide-se o montante em seis partes. Mais uma vez, o legislador foi omisso e não tratou de uma situação muito comum que chegará em breve aos Tribunais. Há direito ao piso (um quarto da herança) para a hipótese de o sobrevivente concorrer com descendentes comuns e com descendentes exclusivos do de cujus? A doutrina atribui a essa hipótese o nome de situação híbrida. O art. 1.832 é lacunoso, dizendo apenas que esse direito terá o cônjuge sempre que ele for ascendente dos herdeiros com que concorrer. A maioria da doutrina civilista sustenta que só haverá direito a um quarto do patrimônio quando o sobrevivente concorrer exclusivamente com filhos comuns. 5. CONCORRÊNCIA COM ASCENDENTES Menos tormentosa a solução para esses casos. Não existindo descendentes, porém havendo ascendentes, o cônjuge concorrerá independentemente do regime de bens. O art. 1.837 traz as quotas de participação. Havendo pai e mãe do de cujus, a lei reserva ao supérstite um terço dos bens. Qualquer que seja outra hipótese de ascendentes (apenas o pai, apenas avós, um avô materno e uma avó paterna etc.), metade da herança será

destinada ao cônjuge e a outra metade terá como destinatários os ascendentes, sejam quantos e quem forem. Nesse momento, é bom lembrar uma regra já prevista no CC de 1916 e repetida no art. 1.836, 2., que se refere à sucessão ascendente. Nessa hipótese, havendo igualdade em grau (por exemplo, 1. grau: pais, 2. grau: avós) e diversidade na linha (materna ou paterna), faz-se a divisão ao meio, entregando metade à linha paterna e metade à linha materna. Lembrando sempre que metade do patrimônio do de cujus já foi entregue ao sobrevivente. 6. SUCESSÃO DO CÔNJUGE INEXISTINDO ASCENDENTES E DESCENDENTES Nessa hipótese, tudo pertence ao cônjuge, como, aliás, era a regra do art. 1.603 do CC de 1916, independentemente de regime de bens. Era assim também com o companheiro na Lei n. 8.971/94, no art. 2., III. Atente para o verbo no pretérito, pois o CC de 2003 regulamentou a sucessão do companheiro de modo bastante diferenciado; mas isso é tema para outro artigo. [1] Advogado, Mestre e Doutorando em Direito Civil pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), Diretor Acadêmico da Faculdade de Direito Prof. Damásio de Jesus (FDDJ) e Professor no Complexo Jurídico Damásio de Jesus (CJDJ). [2] Entenda-se: bens que só a ele pertencem, v.g., aqueles que ele trouxe ao casamento oriundos de herança ou que se sub-rogaram no lugar daqueles, que recebeu com cláusula de incomunicabilidade etc. [3] De 1.º a 3 de dezembro de 2004, foi realizada a III Jornada de Direito Civil, organizada pelo Conselho da Justiça Federal, em Brasília. Nesse evento, mais de 150 profissionais e professores de Direito Civil do Brasil reuniram-se no Superior Tribunal de Justiça, a fim de definir enunciados interpretativos para o CC. [4] A saber, concorrendo com descendentes que sejam, ao mesmo tempo, seus e do de cujus.

Disponível http://www.damasio.com.br/?page_name=art_027_2007&category_id=432 Acesso em: 23 de agosto de 2007 em: