PREFÁCIO A Strider está chegando ao final do seu terceiro ano em 2016, e a vida anda corrida por aqui. Este foi o ano em que o agronegócio percebeu que a mudança é para agora: vemos a palavra AgTech na grande mídia pelo menos uma vez por semana e o assunto é tema recorrente nos eventos da área.
Do nosso lado, estamos construindo o futuro. Para os produtores que usam nosso software, a Strider faz parte da rotina da fazenda, como uma tecnologia fundamental para tomada de decisão.
A imagem ao lado mostra onde estão nossos clientes no Brasil.
Podemos dizer que deixamos de ser uma startup em algum ponto deste ano que passou. Mas a cultura original continua aqui, inclusive a visão de que só se constrói valor neste negócio criando alguma coisa realmente útil e servindo ao cliente. Para comemorar essa transição, gostaríamos de compartilhar com você este estudo, fruto de um trabalho excelente da nossa equipe de inteligência de mercado. Graças a este estudo pudemos identificar cada um dos pontinhos do mapa: os clientes visionários, que estavam preparados para adotar tecnologia como diferencial competitivo em seus negócios.
Os dados desta pesquisa foram obtidos através de entrevista telefônica guiada com mais de 3000 produtores por todo o Brasil. Os dados foram catalogados e organizados através de ferramentas estatísticas. Distribuição dos produtores por região A concentração de amostras no centro-oeste, nordeste e sudeste faz com que os dados apresentem menos distorções nestas regiões. Pode-se esperar, portanto, um índice de incerteza maior e mais flutuação nos dados no sul e no norte.
A maior parte das fazendas acessa Internet através de um link de rádio em visada direta com a cidade mais próxima. Geralmente é um link de boa (ou razoável) qualidade. O serviço não costuma ser muito caro. Veja a foto de uma torre tipicamente usada nas fazendas para sustentar as antenas. Como alternativa, principalmente no sudeste, há cabos e redes de celulares em uma minoria das fazendas. Veja a seguir a distribuição de Internet nas fazendas por região do país e tamanho da propriedade.
Acesso à Internet na sede da fazenda por tamanho da propriedade e região do Brasil O acesso à Internet nas fazendas como um todo já não é um gargalo no Brasil, uma vez que já está disponível em mais da metade da base amostral. À medida que o tamanho das propriedades aumenta, o acesso à Internet converge rapidamente para 100%, em todas as regiões. Com uma ligeira desvantagem para o norte, a distribuição de Internet é regular, independente da região. Regiões altamente tecnificadas do nordeste, como o oeste baiano e o vale do São Francisco, puxam a média da região para cima, principalmente nas propriedades menores. Podemos creditar a alta penetração de Internet ao barateamento dos equipamentos de telecom e à disponibilidade de provedores locais de Internet, preparados para prestar serviço de qualidade nas cidades do agronegócio do Brasil.
Extrapolando o SIM ou NÃO, mostrado no gráfico a seguir, os clientes informaram uso de sistemas de gestão estilo ERP, fornecidos por desenvolvedores locais. O uso de ferramentas de software de nova geração, como as fornecidas pela Strider, ainda é pouco comum nas respostas dos clientes.
Uso de sistemas de TI nas fazendas por tamanho da propriedade e região do Brasil O sul desponta como a região com mais uso de TI do país. O uso de TI aumenta drasticamente em propriedades com mais de 10.000 hectares, principalmente em regiões mais remotas. Atribuímos esta tendência ao fato delas serem geridas por empresas sediadas em cidades distantes, que dependem de TI para acompanhar a operação diária de suas fazendas. Apesar da infraestrutura de Internet, o uso de TI ainda é pouco difundido no agronegócio. Saindo do sul e do sudeste, o uso de TI em propriedades com menos de 2000 hectares é praticamente inexistente.
Mão-de-obra especializada é um grande (talvez o maior) gargalo para a adoção de tecnologia nas fazendas. Sabemos que a equipe de campo está no centro da evolução organizacional que os nossos clientes buscam quando investem em nosso produto. No nosso processo comercial, entendemos que, sem uma equipe qualificada trabalhando no cliente, não há como garantir o sucesso da adoção de uma ferramenta de TI. Como alternativa a equipes internas, muitos produtores recorrem a equipes terceirizadas e consultorias. Alguns produtores ouvidos, inclusive, não fazem inspeção de campo, decidindo sobre as ações a serem tomadas apenas com base na experiência de safras passadas.
O gráfico a seguir mostra a disponibilidade de mão-de-obra para inspeção a campo nas fazendas. Equipe exclusiva dedicada à inspeção a campo nas fazendas por tamanho da propriedade e região do Brasil O nordeste, ao contrário do que se poderia prever, está alinhado com sul e sudeste, sendo líder nas fazendas de 2000 a 5000 hectares. Esta tendência está fortemente ligada à cultura do algodão no oeste baiano, altamente tecnificada. O sul novamente está na vanguarda, confirmando a tendência mostrada na pesquisa sobre TI. O aumento da complexidade da operação, torna equipes de campo dedicadas praticamente obrigatórias em fazendas acima de 5000 hectares.
A adoção de TI ainda é pequena, com um amplo espaço para desenvolvimento. Propriedades maiores tendem a ser mais tecnificadas em qualquer região do país, por disporem de mais investimento e ganho de escala. Apesar da liderança do sul, a difusão de tecnologia no agronegócio brasileiro é bem regular. Não há grandes diferenças regionais no país. Internet rural já é altamente disponível por todo o país, não sendo um gargalo para adoção tecnológica. Equipes dedicadas de campo nas fazendas também estão se tornando mais comuns e mais profissionais.