A agropecuária na economia gaúcha Rodrigo D. Feix Fundação de Economia e Estatística
AGROPECUÁRIA E CRESCIMENTO ECONÔMICO NO RS
Evolução da estrutura do Valor Adicionado Bruto por setores de atividade 51 54 47 44 62 64 66 Serviços Indústria 20 22 36 44 Agropecuária 30 28 24 29 23 17 12 8 8 10 1950 1970 1980 1990 2000 2010 2013 FONTE: FEE NOTA: As séries não são rigorosamente comparáveis, mas indicam a tendência de redução da participação da agropecuária na composição do produto estadual.
Estrutura do Valor Adicionado Bruto por setores de atividade - 2013 16,4 5,3 VAB Agropecuária 14,2 10,1 24,9 VAB Indústria VAB Serviços 24,3 53,3 VAB Administração e Serviços Públicos 51,4 FONTE: IBGE e FEE
A AGROPECUÁRIA NA COMPOSIÇÃO DO PRODUTO DO RS - Se tornou corrente no Rio Grande do Sul repetir que quando a agropecuária vai bem, a economia gaúcha vai bem. - Nos últimos anos, diante do quadro recessivo, a agropecuária é indicada como a atividade que contribui para o abrandamento da crise. Por que se atribui tamanha relevância a um setor de atividade que historicamente perde participação econômica e atualmente contribui diretamente com apenas 10% do valor adicionado do Estado?
A) Nos últimos anos, a agropecuária apresentou um dinamismo diferenciado Variação acumulada do Produto Interno Bruto (PIB), do Valor Adicionado Bruto (VAB) da agropecuária, da indústria e dos serviços no RS 1995-2014 FONTE: FEE, PIB Trimestral NOTA: Os índices têm como base 1995 = 100; as informações para o período 2011-14 são estimativas.
FONTE: CONAB e FEE Elaboração: FEE, Assessoria Econômica
Elaboração: FEE, Núcleo de Contas Regionais
Elaboração: FEE, Núcleo de Contas Regionais
CARACTERÍSTICAS ECONÔMICAS DA AGROPECUÁRIA GAÚCHA
Participação dos principais produtos no Valor Bruto da Produção (VBP) da agropecuária do RS e do Brasil 2014
AGRICULTURA Evolução da produção física das principais culturas agrícolas do RS 1991-2015 FONTE: Conab
Milhões AGRICULTURA Evolução do Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura do RS 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 19.351 6.391 Soja Arroz Fumo Milho Trigo Batata - inglesa Uva FONTE: MAPA * Valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV - abril/2016.
AGRICULTURA No início dos anos 2000 a China importava 10 milhões de toneladas de soja
AGRICULTURA Área plantada de soja nos municípios do RS 1990, 2000 e 2013 FONTE: IBGE.
AGRICULTURA Evolução da área plantada de soja nas mesorregiões do RS 2010 e 2016 Estado e Mesorregiões Geográficas 2010 2016 Var. 2010-16 Var. 2010-16 (ha) (%) Noroeste Rio-grandense - RS 2.747.879 3.056.488 308.609 11,2 Nordeste Rio-grandense - RS 212.210 291.790 79.580 37,5 Centro Ocidental Rio-grandense - RS 511.890 718.260 206.370 40,3 Centro Oriental Rio-grandense - RS 139.103 298.351 159.248 114,5 Metropolitana de Porto Alegre - RS 18.756 101.253 82.497 439,8 Sudoeste Rio-grandense - RS 280.200 614.330 334.130 119,2 Sudeste Rio-grandense - RS 111.740 391.208 279.468 250,1 Rio Grande do Sul 4.021.778 5.471.680 1.449.902 36,1 Fonte: IBGE e Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias
AGRICULTURA Evolução da área plantada de milho nas mesorregiões do RS 2010 e 2016 Estado e Mesorregiões Geográficas 2010 2016 Var. 2010-16 Var. 2010-16 (ha) (%) Noroeste Rio-grandense - RS 613.735 352.448-261.287-42,6 Nordeste Rio-grandense - RS 155.350 112.445-42.905-27,6 Centro Ocidental Rio-grandense - RS 58.200 38.204-19.996-34,4 Centro Oriental Rio-grandense - RS 133.290 103.954-29.336-22,0 Metropolitana de Porto Alegre - RS 59.751 44.028-15.723-26,3 Sudoeste Rio-grandense - RS 43.600 34.690-8.910-20,4 Sudeste Rio-grandense - RS 87.471 63.530-23.941-27,4 Rio Grande do Sul 1.151.397 749.299-402.098-34,9 Fonte: IBGE e Grupo de Coordenação de Estatísticas Agropecuárias -A redução da área de milho aumentou a necessidade externa (balanço de oferta e demanda negativo no RS) -Em um quadro de demanda externa aquecida e de quebra na safra nacional, o encarecimento do produto impactou a rentabilidade da produção animal e de carnes
R$ milhões PECUÁRIA Evolução do Valor Bruto da Produção (VBP) da pecuária do RS 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 6.135 3.935 3.676 2.460 Frango Bovinos Leite Suínos Ovos FONTE: MAPA * Valores deflacionados pelo IGP-DI da FGV - abril/2016.
AGRICULTURA FAMILIAR Distribuição do pessoal ocupado na agropecuária nas mesorregiões do RS 2006 B) O número de pessoas ocupadas na agropecuária é expressivo, especialmente na agricultura familiar - 440 mil estabelecimentos agropecuários - 1,2 milhão de pessoas ocupadas - 991 mil pessoas ocupadas na agricultura familiar
AGRICULTURA FAMILIAR FONTE: IBGE, Censo Agropecuário 2006.
AGRICULTURA FAMILIAR Participação percentual da agricultura familiar na produção agropecuária, por produtos selecionados, do RS 2006 FONTE: IBGE.
AGROINDÚSTRIA C) Apesar de participar com 10% do Valor Adicionado Bruto, a agropecuária origina significativa parcela das matérias-primas utilizadas pela indústria de transformação do Estado
AGROINDÚSTRIA FONTE: IBGE, MTE/RAIS Elaboração: FEE, Assessoria Econômica
INSUMOS E BENS DE CAPITAL D) Apesar de participar com 10% do Valor Adicionado Bruto, a agropecuária demanda bens industriais (insumos, máquinas, armazéns) e serviços de distribuição e transporte que são produzidos localmente
INSUMOS E BENS DE CAPITAL Máquinas agrícolas e rodoviárias produção por Unidade da Federação Fonte: ANFAVEA (2016) A indústria gaúcha de máquinas e equipamentos para o agronegócio, nascida para atender ao mercado regional, se fortaleceu com a expansão da produção agrícola nacional
INSUMOS E BENS DE CAPITAL A indústria de Máquinas e Equipamentos no RS PESOS Descrição Na Indústria Na Geral Atividade Maquinas e equipamentos para a agropecuária 6,0313 50,5125 Tratores agrícolas, inclusive motocultores 1,8156 15,2058 Máquinas para colheita 1,3630 11,4152 Semeadores, plantadeiras ou adubadores 0,9346 7,8273 Partes e peças para máquinas para colheita, debulha, etc. 0,4435 3,7143 Reboques e semi-reboques autocarregáveis, etc., para uso agrícola 0,3315 2,7763 Silos metálicos para cereais, fixos [...] 0,2279 1,9087 Máquinas e aparelhos para projetar ou pulverizar para uso agrícola 0,2241 1,8769 Partes e peças para máquinas e aparelhos para agricultura e pecuária, n.e. 0,2146 1,7973 Partes e peças para semeadores, adubadores, arados [...] 0,1922 1,6097 Peças e acessórios para tratores agrícolas 0,1411 1,1817 Secadores para produtos agrícolas 0,0723 0,6055 Máquinas ou aparelhos para avicultura, n.e. 0,0709 0,5938 Outros 5,9089 49,4875 TOTAL 11,9402 100,0000 FONTE: IBGE (PIM-PF).
INSUMOS E BENS DE CAPITAL Evolução da produção física da indústria e da divisão de máquinas e equipamentos do RS e do Brasil 2002-14 Se é inegável que a economia gaúcha depende da agropecuária local, também se fortalece a percepção de que o avanço da indústria gaúcha está cada vez mais atrelado ao desempenho da agricultura nacional.
INSUMOS E BENS DE CAPITAL 10.000 9.000 8.000 7.000 6.000 5.000 4.000 3.000 2.000 1.000 Emprego - Fabricação de tratores e máquinas e equipamentos para a agropecuária 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Pré-Colheita Pós-Colheita Colheita 9.567 6.315 5.218 FONTE: MTE, Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-MTE) Em conjunto, os três aglomerados respondem por 65% do emprego gaúcho das atividades Além de sua importância para a indústria, por sua localização, essas aglomerações contribuem para o desenvolvimento regional mais equilibrado
FONTE: MTE, Relação Anual de Informações Sociais (RAIS-MTE) INSUMOS E BENS DE CAPITAL Distribuição do emprego formal das atividades de fabricação de tratores e máquinas e equipamentos para a agropecuária 2013
MÁQUINAS AGRÍCOLAS Saldo de trabalhadores admitidos e desligados nas atividades de Fabricação de tratores e máquinas e equipamentos agropecuários no RS 2013-2016 4.000 3.000 2.000 1.000 2013 0-1.000 Rio Grande do Sul Panambi Santa Rosa Passo Fundo Não-Me-Toque 2014 2015-2.000 2016-3.000-4.000-5.000 FONTE: MTE, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED- MTE) NOTA: Os dados de 2016 referem-se ao acumulado até o mês de abril.
Por que se atribui tamanha relevância a um setor que historicamente perde participação econômica e atualmente contribui diretamente com apenas 10% do valor adicionado do Estado?
AGRONEGÓCIO
AGRONEGÓCIO Participação no valor das saídas fiscais da indústria gaúcha grupos de atividades Indústrias Extrativas e de Transformação % Atividades do agronegócio 30,96 Abate e fabricação de produtos de carne 6,03 Fabricação de tratores e de máquinas e equipamentos para a agricultura e pecuária 5,89 Moagem, fabricação de produtos amiláceos e de alimentos para animais 5,10 Fabricação de óleos e gorduras vegetais e animais 3,31 Laticínios 2,82 Fabricação de bebidas alcoólicas 2,37 Fabricação de outros produtos alimentícios 1,85 Curtimento e outras preparações de couro 1,09 Fabricação de produtos do fumo 0,96 Processamento industrial do fumo 0,90 Fabricação de conservas de frutas, legumes e outros vegetais 0,45 Desdobramento de madeira 0,10 Preservação do pescado e fabricação de produtos do pescado 0,05 Fabricação de defensivos agrícolas 0,03 Outras atividades 69,04 FONTE: FEE
US$ Bilhões AGRONEGÓCIO Participação do agronegócio nas exportações gaúchas 2006-2016 30 90% 25 20 15 50,7% 55,5% 56,9% 57,5% 60,3% 63,2% 63,2% 53,4% 66,4% 66,6% 60,3% 80% 70% 60% 50% 40% 10 30% 5 20% 10% 0 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016* Demais Setores Agronegócio Participação do Agronegócio 0% FONTE: NEA/FEE
AGRONEGÓCIO
AGRONEGÓCIO
DESAFIOS
DEMOGRAFIA
DEMOGRAFIA Elaboração: FEE, Assessoria Econômica
DEMOGRAFIA Elaboração: FEE, Assessoria Econômica
DEMOGRAFIA Elaboração: FEE, Assessoria Econômica
DESAFIOS
PRODUÇÃO DE BENS DE CAPITAL O aumento da demanda por máquinas agrícolas fora do eixo Sul-Sudeste pode impactar as decisões de investimento em novas plantas industriais. Os entraves ao acesso dos produtos brasileiros no mercado argentino são um complicador para a indústria gaúcha As aglomerações produtivas gaúchas são fonte de vantagens competitivas importantes para as empresas: mercado de trabalho especializado, infraestrutura, ambiente inovador...
Núcleo de Estudos do Agronegócio NEA/FEE Carolina Agranonik (Analista-Pesquisadora) Rodrigo Feix (Coordenador) Sérgio Leusin Jr (Analista-Pesquisador) Lucas Leão (Bolsista) Fundação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser Diretoria Presidente: Igor Alexandre Clemente de Morais Diretor Técnico: Martinho Roberto Lazzari Diretora Administrativa: Nóra Angela Gundlach Kraemer Rua Duque de Caxias, 1691 Centro Histórico, Porto Alegre CEP: 90010-283 (51) 3216.9000