NOTAS DE SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM

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a) Sabendo disso, preencher o diagrama de Superelevação adotando o método de BARNETT (α 1 =0,25% e α 2 =0,50%), deixando os cálculos no pautado.

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Transcrição:

NOTAS DE SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM As notas de serviço de terraplenagem constituem um conjunto de planilhas nas quais são relacionados todos os pontos característicos da seção transversal necessários à implantação da geometria projetada, estaca por estaca. Os pontos são referenciados nas notas de serviço em termos de seus afastamentos (distâncias) em relação ao eixo de locação e as correspondentes cotas. Os principais pontos de interesse, conforme ilustra a figura 6.1, são os seguintes: Eixo: terreno natural e greide; Bordos da plataforma; Off-sets; Canteiro central (fundo), e Banquetas (crista e fundo). Em cada seção transversal deve ser considerada a plataforma efetivamente projetada, ou seja, levando em conta o abaulamento transversal em tangente e a superelevação e a superlargura calculadas para as extensões em curva. O cálculo da nota de serviço por processo convencional (não informatizado) é fundamentalmente analítico, estando associado à gabaritagem da seção de projeto. Para a gabaritagem de uma seção típica de rodovia em pista simples, sem banquetas, é recomendável a seguinte seqüência: 1. Cálculo da caderneta de nivelamento da seção transversal, determinando afastamentos (distâncias) e cotas da seção, à direita e à esquerda do eixo; 2. Desenho da seção transversal do terreno, usualmente em escala 1:200; 3. Marcação, na posição correspondente ao eixo, da cota do greide. A diferença entre a cota do terreno e a cota do greide, como visto anteriormente, é designada por cota vermelha; 4. Considerado o abaulamento transversal ou a superelevação (em tangente ou em curva, conforme o caso), desenhar com auxílio de par de esquadros o caimento de cada semi-plataforma a partir do eixo; 5. Na distância correspondente à soma entre a semi-plataforma e a eventual superlargura, marcar o bordo da plataforma de terraplenagem; 6. Novamente com auxílio de par de esquadros, traçar a partir do bordo da plataforma a direção do talude de corte ou aterro, consideradas as correspondentes inclinações; 7. Na interseção de cada talude com o terreno natural, ficam definidos os off-sets.

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 2 Figura 6.1

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 3 Para o cálculo da nota de serviço, os dados são registrados em planilha específica, conforme modelo anexo, adotando-se, para rodovia em pista simples, em seção sem banquetas, a seguinte seqüência: 1. Transcrição, para a linha da planilha correspondente à estaca considerada, da cota do terreno e da cota do greide na posição do eixo locado; 2. Cálculo da cota vermelha, considerando sinal algébrico positivo para cortes e negativo para aterros; 3. Anotação da distância de cada bordo ao eixo, tomando-se para tal a soma da largura da semi-plataforma com a superlargura (se existente); 4. Cálculo da cota de cada bordo, levando em conta a distância anteriormente anotada e o abaulamento transversal ou a superelevação; 5. Medir graficamente, na seção gabaritada, a distância de cada off-set ao eixo, registrando no campo específico; 6. Cálculo da cota de cada off-set, da seguinte forma: calcular inicialmente a distância do bordo ao off-set; com a inclinação do talude chegar à cota do offset, a partir da cota do bordo. A imprecisão decorrente da medida gráfica que dá origem à definição do off-set é aceitável, sendo corrigida na fase de obra.

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 4

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 5 CÁLCULO DE NOTA DE SERVIÇO DE TERRAPLENAGEM Gabaritar a seção de projeto e calcular a nota de serviço de terraplenagem correspondente às estacas 48+12,30, 51, 53+12,30 e 56, considerando: 1. Giro pelo eixo; 2. Abaulamento transversal em tangente: d t = - 3% 3. Plataforma de terraplenagem: L=11m 4. Superelevação e superlargura: Estaca Ponto Esquerda Direita (L/2) + SL SE (%) (L/2) + SL SE(%) 48 5,50-3,00 5,50-3,00 48+12,30 TS 5,50-3,00 5,50-3,00 49 5,52-3,00 5,52-2,31 50 5,58-3,00 5,58-0,51 51 5,64-3,00 5,64 +1,29 52 5,70-3,09 5,70 +3,09 53 5,76-4,90 5,76 +4,90 53+12,30 SC 5,80-6,00 5,80 +6,00 54 5,80-6,00 5,80 +6,00 55 5,80-6,00 5,80 +6,00 56 5,80-6,00 5,80 +6,00 5. Seções transversais: conforme desenho anexo. 6. Cotas do greide e cotas do terreno no eixo: inseridas na planilha Nota de Serviço de Terraplenagem, anexa.

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 6 Est. 48 + 12,30 10m Eixo 10m 617,800 7,80 616,00 614,0 9,80 612,0 Est. 51 7,60 617,546 6,20 616,00 614,0 612,0 Est.53+12,30 616,0 11,00 614,0 612,0 12,40 614,448 Est. 56 8,60 620,0 618,0 616,0 614,0 617,022 17,00 Seções Transversais

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 7

DTT/UFPR Introdução à Terraplenagem 8 1 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DNER - Especificações Gerais para Obras Rodoviárias - 1974. DNER - Manual de Serviços de Consultoria - 1978. DNER - Manual de Projeto de Engenharia Rodoviária - Volume 2-1974. DNER - Materiais para Obras Rodoviárias - Métodos e Instruções - 1955. REGO CHAVES, C. - Terraplenagem Mecanizada - Editora Rodovia - 1955. SOUZA RICARDO, H. e CATALANI, G. - Manual Prático de Escavação - Editora McGraw- Hill do Brasil Ltda. - 1977. LA TECHNIQUE MODERNE-CONSTRUCTION - Le Matériel de Travaux Publics, Tomos I e II - DUNOD - 1951. CARVALHO, M.P. - Curso de Estradas - Volume 1 - Editora Científica - 1966. MARQUES, P.L. e HEY, S. - Prospecção de Sub-Superfície para Obras de Engenharia - UFPR. GISCO - General Catalog - New Edition - 1981. CATERPILLAR - Manual de Produção - 4ª Edição - 1974. CATERPILLAR - Princípio Básicos de Terraplenagem - 1977. LOPES, J.A.U. - Conferência proferida na IV SEDEGEO - Porto Alegre - 1969. Catálogos diversos de fabricantes de equipamentos rodoviários. PEREIRA, D.R.M. e COSTA, R. - TERRAPLENAGEM Tomo I - Editora EDUCA - 1983. PEREIRA, D.R.M. e COSTA, R. - TERRAPLENAGEM Tomo II - 1988. IPT - Sísmica de Refração e Sondagens Elétricas, Metodologia de Campo RHODIA-STER - Fortrac, Geogrelha de Poliester de Alta Tenacidade para Reforço de Solos