ACTIVIDADE ACUMULADA ATÉ AGOSTO DE 2010



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Transcrição:

LINHA DE CRÉDITO PARA ESTUDANTES DO ENSINO SUPERIOR COM GARANTIA MÚTUA ACTIVIDADE ACUMULADA ATÉ AGOSTO DE 2010 Comissão de Acompanhamento 22 de Fevereiro de 2011

Introdução Este relatório vem na sequência do que foi apresentado relativamente ao final de 2009, tendo como objectivo actualizar a informação sobre a evolução da Linha de Crédito para Estudantes do Ensino Superior com Garantia Mútua, tomando em consideração a informação conhecida até ao final do ano lectivo 2009/2010. Esta linha de financiamento com garantia mútua, que teve o seu arranque no ano lectivo de 2007 2008, entrou já no seu quarto ano de funcionamento. A tabela seguinte permite analisar a forma como, ao longo do tempo de funcionamento desta linha de crédito com garantia mútua, foi evoluindo a adesão dos(as) estudantes do ensino superior a este produto de financiamento. Ano Lectivo Data Nº de Empréstimos 2007 / 2008 Dezembro 2007 1 524 Agosto 2008 3 693 2008 / 2009 Dezembro 2008 6 452 Agosto 2009 7 943 2009 / 2010 Dezembro 2009 11 108 Agosto 2010 11 058 (*)(**) (*) Informação disponível a 31 de Setembro, com dados disponibilizados por todas as IC (**) A diminuição em 50 empréstimos, de Dezembro para Agosto, deve-se a problemas de reporte por parte de uma IC. Assim, em Agosto de 2010, correspondendo ao final do terceiro ano lectivo de funcionamento da linha, estavam contratados 11 058 empréstimos, divididos pelas diversas instituições de crédito conforme acima apresentado. 2 / 14

Análise da evolução do sistema de empréstimos O valor total de 11 058 contratos registados refere-se a Agosto de 2010, data que funciona como denominador comum quanto à mais recente e completa prestação de informação por parte das diferentes instituições de crédito protocoladas. Isto é, nem todas essas instituições estão a conseguir apresentar os seus reportes de actividade nos termos oportunamente acordados, pelo que a informação analisável nesta data se refere ao final de Agosto. Atendendo às dificuldades sentidas por uma dessas instituições em fazer os seus reportes, temos alguma dificuldade em estimar o número previsto de empréstimos em vigor no final do corrente ano lectivo. Admitimos, no entanto, que o mesmo possa situar-se no intervalo 11 500 12 000. Esta linha de crédito, tal como já anteriormente referido, foi considerada inovadora do ponto de vista de diversas entidades que se dedicam ao estudo de mecanismos de apoio ao financiamento das actividades inerentes ao ensino superior, designadamente pela OCDE (Tertiary Education for the Knowledge Society, 2008). Os seus principais aspectos são a possibilidade de o(a) estudante do ensino superior obter um crédito de modo praticamente automático (salvaguardado que esteja a sua idoneidade pessoal), encontrando-se vedada a obtenção por parte da entidade financiadora de garantias pessoais dos pais ou outros familiares do(a) estudante, e, adicionalmente, o facto de a taxa de juro a suportar pelo empréstimo ser baixa, quando comparada com produtos de financiamento semelhantes, além de evoluir de modo inversamente proporcional à classificação académica do(a) estudante, o que tende a incentivar o desempenho académico. Esta linha de crédito com garantia mútua é posta à disposição dos seus destinatários através de oito instituições de crédito portuguesas, nomeadamente a Caixa Geral de Depósitos, o Banco Santander Totta, o Millenniumbcp, o BPI, o BES, o Montepio, o Banif e o Crédito Agrícola. Alguns destes bancos e/ou por outras razões de gestão interna, têm conseguido volumes de actividade muito significativos. Até Agosto de 2010, o valor de crédito contratado ascendia a cerca de 127 milhões de euros, valor a ser desembolsado a favor dos(as) estudantes durante o período de tempo que durarem os respectivos estudos (até um máximo de cinco anos). Na mesma data, o valor do crédito já efectivamente utilizado era de 73.2 milhões de euros, correspondendo a um valor médio por contrato de, aproximadamente, 11 500 euros. 3 / 14

Financiamento Nº de créditos contratados Valor Total dos créditos contratados Valor do crédito já utilizado Valor Médio do crédito contratado Valor médio do crédito a utilizar no ano lectivo em curso 11 058 126 690 387 73 189 455 11 457 6 619 O valor destes empréstimos encontra-se garantido pelo Sistema Português de Garantia Mútua, concretamente pelas Sociedades de Garantia Mútua Garval, Lisgarante e Norgarante, que, por seu turno, beneficiam de uma contragarantia do Fundo de Contragarantia Mútuo, entidades todas sujeitas à supervisão do Banco de Portugal. Do total de 11 058 empréstimos já contratados, encontram-se ainda na fase de carência (isto é, em que o(a) estudante não tem ainda que fazer o seu reembolso, podendo estar a decorrer o período de desembolso do capital mutuado) 9848 empréstimos. Pouco mais de 1000 contratos e, portanto, igual número de estudantes, estão já na fase de amortização do capital recebido, o que equivale a um valor total de 5.3 milhões de euros contratados. Por sua vez, 174 empréstimos foram liquidados antecipadamente, sendo o seu valor inferior a 2 milhões de euros. Distribuição Nº Empréstimos n.º valor contratado Valor Efectivamente Utilizado valor médio Empréstimos Período Amortização 1 036 5 278 620 4 625 657 5 095 Empréstimos Período Carência 9 848 119 486 692 68 013 062 12 133 Empréstimos Liquidados Antecipadamente 174 1 925 075 550 736 11 064 Total 11 058 126 690 387 73 189 455 11 457 A análise dos gráficos seguintes permite-nos, ainda, retirar algumas ilações sobre a forma como a linha de crédito com garantia mútua tem vindo a evoluir. O maior número de empréstimos tem um valor entre 10 mil e 15 mil euros para um período de 3 anos, sendo de relativamente baixa expressão o número de contratos de valor superior a 15 mil euros. Esta realidade indicia uma tendência de o valor médio da dívida por estudante se encontrar estável. 4 / 14

Número de Empréstimos e Valor Contratado 4 000 3 510 N.º de empréstimos 3 500 3 000 2 500 2 000 1 500 1 000 2 551 2 918 1 300 770 500 9 Até 5 mil euros Entre 5 mil e 10 mil euros Entre 10 mil e 15 mil euros Entre 15 mil e 20 mil euros Entre 20 mil e 25 mil euros Superior a 25 mil euros O valor do empréstimo obtido pelo(a) estudante está, naturalmente, relacionado com a duração do curso que se frequenta, aliás nos próprios termos previstos na regulamentação da linha de crédito. O mutuário tem direito a obter um crédito de valor até cinco mil euros por ano de duração do curso (até um máximo de 25 mil euros). Existe, naturalmente, uma relação muito próxima entre a duração do curso e a duração do contrato de crédito. Isto é, quanto maior a duração do curso maior tenderá a ser não só o valor do empréstimo como a duração do contrato (que se obtém, em termos máximos, pelo triplo do número de anos do curso acrescido de um ano de carência quanto à amortização do capital mutuado). Valor Médio Contratado e Duração do Curso 25 000 23 991 Valor médio contrtado (euros) 20 000 15 000 10 000 5 000 5 579 10 984 14 114 17 904 Até 1 ano Entre 1 e 2 anos Entre 2 e 3 anos Entre 3 e 4 anos Entre 4 e 5 anos 5 / 14

Valor Médio Contratado e Duração do Empréstimo 25 000 23 991 20 000 17 904 Valor médio contratado (euros) 15 000 10 000 5 000 3 790 6 304 10 984 14 114 Até 3 anos Entre 3 e 6 anos Entre 6 e 9 anos Entre 9 e 12 anos Entre 12 e 15 anos Superior a 15 anos Recusas e resolução de contratos Esta linha de crédito com garantia mútua regista um determinado número de situações de não realização dos pedidos de financiamento apresentados, apesar do seu tendencial automatismo de aprovação dos pedidos de crédito. Com base na informação reportada pelas instituições de crédito, 591 pedidos de financiamento terão sido recusados pela banca ao longo do período de vigência da linha, o que entendemos ser relativamente diminuto face ao elevado número de empréstimos contratados. Naturalmente, estas recusas de contratação são passíveis de concretizar pela banca apenas num muito limitado tipo de enquadramento, nomeadamente o registo de incidentes bancários por parte do proponente da operação e a titularidade de outras dívidas bancárias, o que impossibilita a aplicação automática da linha de crédito. Um número muito restrito de casos resulta da não elegibilidade do curso e/ou estabelecimento de ensino (quando o(a) estudante frequenta estabelecimento de ensino e/ou curso não qualificado como de ensino superior nos termos da legislação nacional aplicável, nomeadamente não concedendo qualquer grau académico aos respectivos formandos, ou quando frequenta estabelecimento situado noutro país). 6 / 14

Pedidos Recusados Nº de Créditos Recusados Valor Total dos Créditos Recusados Valor Médio do Crédito Recusado 591 3 308 506 5 598 Até ao final de Agosto, foram resolvidos 44 contratos de empréstimo com um valor total de 227 mil euros e, consequentemente, executados junto do Sistema Português de Garantia Mútua. A maior parte destas situações resulta da não evidência por parte dos(as) estudantes da obtenção de comprovativo de não reprovação académica. Nos termos protocolados, a instituição de crédito pode aceitar a justificação para um primeiro insucesso académico, mantendo o empréstimo, mas uma segunda ocorrência deste tipo implica a resolução do contrato de crédito. Pedidos Executados Nº de Créditos Executados Valor Total dos Créditos Executados Valor Médio do Crédito Executados 44 226 923 5 157 Reclamações Em nosso entender, o funcionamento desta linha de crédito com garantia mútua tem sido muito pacífico, o que, entre outros indicadores, é reflectido no muito baixo número de casos de reclamações apresentados. Tivemos conhecimento apenas de três situações em que o(a) estudante apresentou um protesto pela forma como teria sido tratado(a) pela instituição de crédito a que recorrera. Desses três casos, um demonstrou alguma precipitação no tratamento dado pela instituição de crédito ao pedido de crédito apresentado. Tal decisão acabaria por ser corrigida, possibilitando à pessoa envolvida o acesso ao empréstimo solicitado. Nos restantes casos, a insatisfação prendia-se, fundamentalmente, com prazos de resposta. Naturalmente, nalgumas situações adicionais a estas três referidas, foi-nos possível esclarecer dúvidas colocadas por estudantes sobre o funcionamento da linha de financiamento. 7 / 14

Informação adicional Os quadros seguintes permitem retirar alguma informação adicional sobre a linha de crédito para estudantes do ensino superior com garantia mútua. No entanto, atendendo à dificuldade que algumas instituições de crédito ainda sentem no tratamento da informação detalhada referente aos empréstimos, mantém-se um determinado número de situações para as quais não dispomos de informação estatística. Não obstante, a qualidade da informação extraível dos dados disponíveis é aceitável, permitindo conhecer melhor a forma como a linha de crédito tem vindo a funcionar. Como seria de esperar, a maior parte dos apoios canalizados através da linha dirige-se a estudantes que realizam estudos ao nível do grau de licenciatura e mestrado, sendo muito reduzido o peso de estudantes que recorrem aos empréstimos apenas para realização de períodos de curta duração de estudo no estrangeiro (v.g., programa Erasmus). Licenciaturas + Mestrados Integrados Pós-Graduações Mobilidade Internacional Total N.º Valor N.º Valor N.º Valor N.º Valor 9 307 109 172 961 182 1 347 492 22 92 783 9 511 110 613 236 97,86% 98,70% 1,91% 1,22% 0,23% 0,08% 100% 100% Não Especificados 1 547 16 077 151 Total 11 058 126 690 387 Valor Médio 11 730 Valor Médio 7 404 Valor Médio 4 217 Valor Médio 11 457 Constata-se um maior peso do número de estudantes matriculados em estabelecimentos de ensino superior públicos, com um maior peso das Universidades por oposição aos Institutos Politécnicos. Tipo de estabelecimento n.º valor valor médio Ensino Superior Privado Politécnico 1 347 17 112 165 12 704 Ensino Superior Privado Universitário 2 019 25 319 810 12 541 Ensino Superior Público Militar e Policial 2 37 350 18 675 Ensino Superior Público Politécnico 2 172 22 780 180 10 488 Ensino Superior Público Universitário 3 921 44 200 246 11 273 Universidade Católica Portuguesa 296 3 745 015 12 652 Sub-total 9 757 113 194 765 11 601 Não Especificado 1 301 13 495 622 10 373 Total 11 058 126 690 387 11 457 8 / 14

O quadro seguinte apresenta, por ordem decrescente do número dos empréstimos contratados, os cursos frequentados pelos(as) estudantes. Curso (top 25 em valor) n.º valor valor médio Enfermagem 683 9 069 718 13 279 Direito 547 7 203 991 13 170 Arquitectura 373 5 465 909 14 654 Psicologia 346 3 909 375 11 299 Gestão 300 3 164 837 10 549 Medicina 251 4 144 071 16 510 Engenharia Informática 237 2 485 425 10 487 Marketing 222 2 527 979 11 387 Engenharia Civil 206 2 302 127 11 175 Economia 194 1 879 319 9 687 Fisioterapia 162 2 332 086 14 396 Serviço Social 154 1 605 334 10 424 Ciências Farmacêuticas 152 2 634 522 17 332 Design 149 1 626 263 10 915 Turismo 136 1 325 545 9 747 Ciências da Comunicação 134 1 426 613 10 646 Educação Física e Desporto 121 1 394 073 11 521 Medicina Veterinária 119 2 159 689 18 149 Medicina Dentária 115 2 089 274 18 168 Engenharia Mecância 92 1 149 387 12 493 Solicitadoria 81 873 780 10 787 Análises Clínicas 76 1 067 974 14 052 Farmácia 75 1 087 014 14 494 Biologia 70 793 705 11 339 Contabilidade e Administração 65 645 956 9 938 Sub-total 5 060 64 363 965 12 720 Restantes Cursos 4 385 45 578 315 10 394 Não Especificado 1 613 16 748 107 10 383 Total 11 058 126 690 387 11 457 A distribuição geográfica dos apoios contratados (analisável nos dois quadros seguintes) evidencia um maior peso das grandes cidades portuguesas. Enquanto distrito, o Porto ultrapassou Lisboa, mantendo-se, no entanto, o concelho de Lisboa como a região com maior número de contratos de empréstimo. 9 / 14

Distrito (e ilhas) n.º valor valor médio Porto 2 235 26 300 771 11 768 Lisboa 2 178 23 668 334 10 867 Braga 1 080 12 342 830 11 429 Setúbal 853 9 501 198 11 139 Aveiro 785 8 978 876 11 438 Santarém 531 6 279 425 11 826 Coimbra 497 5 284 278 10 632 Faro 469 5 609 460 11 960 Leiria 454 5 159 413 11 364 Viseu 331 3 875 592 11 709 Ilha da Madeira 325 4 250 010 13 077 Viana do Castelo 190 2 451 994 12 905 Castelo Branco 184 1 855 730 10 085 Vila Real 182 2 120 200 11 649 Évora 138 1 548 559 11 221 Guarda 127 1 459 215 11 490 Beja 115 1 231 952 10 713 Bragança 115 1 336 349 11 620 Portalegre 105 1 265 201 12 050 Ilha Terceira 76 1 088 955 14 328 Sub-total 10 970 125 608 345 11 450 Restantes Distritos 79 994 533 12 589 Não Especificado 9 87 509 9 723 Total 11 058 126 690 387 11 457 Nota: classificação por distrito em função da morada indicada pelo(a) estudante. 10 / 14

Concelho n.º valor valor médio Lisboa 679 7 077 490 10 423 Porto 435 4 824 910 11 092 Vila Nova de Gaia 366 4 277 802 11 688 Sintra 360 3 987 262 11 076 Cascais 293 3 399 144 11 601 Coimbra 289 2 947 579 10 199 Braga 275 2 886 063 10 495 Matosinhos 262 2 955 212 11 279 Vila Nova de Famalicão 216 2 576 285 11 927 Funchal 212 2 807 021 13 241 Guimarães 209 2 468 829 11 813 Almada 201 2 170 559 10 799 Oeiras 180 1 872 169 10 401 Maia 177 2 169 131 12 255 Gondomar 172 2 039 082 11 855 Santa Maria da Feira 161 1 899 979 11 801 Loures 151 1 655 635 10 964 Seixal 148 1 482 752 10 019 Setúbal 137 1 586 354 11 579 Leiria 128 1 315 463 10 277 Barcelos 127 1 425 340 11 223 Amadora 122 1 249 735 10 244 Odivelas 121 1 251 520 10 343 Valongo 110 1 290 057 11 728 Viseu 110 1 214 367 11 040 Sub-total 5 641 62 829 736 11 138 Restantes Concelhos 5 408 63 773 143 11 792 Não Especificado 9 87 509 9 723 Total 11 058 126 690 387 11 457 Nota: clasiificação por concelho em função da morada indicada pelo(a) estudante. 11 / 14

Região do Estabelecimento Ensino (top 10 em valor) n.º valor valor médio Lisboa 3 176 36 778 700 11 580 Porto 2 209 26 688 459 12 082 Coimbra 867 10 160 467 11 719 Braga 692 8 272 725 11 955 Castelo Branco 374 4 149 449 11 095 Aveiro 362 3 846 514 10 626 Faro 301 3 295 904 10 950 Setúbal 292 3 823 607 13 095 Leiria 287 2 969 798 10 348 Santarém 202 2 120 151 10 496 Sub-total 8 762 102 105 774 11 653 Restantes Regiões 995 11 088 991 11 145 Não Especificada 1 301 13 495 622 10 373 Total 11 058 126 690 387 11 457 12 / 14

Análise das condições sócio-económicas dos estudantes com empréstimos No âmbito do trabalho de acompanhamento que esta Comissão tem desenvolvido, e em sintonia com a SPGM Sociedade de Investimento, S. A., foi por esta solicitado ao CIES Centro de Investigação e Estudos Sociais (CIES-ISCTE) um estudo assente num inquérito social a todos os estudantes que usufruem deste tipo de empréstimos. A primeira edição do referido estudo foi já efectuada, sendo o mesmo susceptível de consulta pública. Esse trabalho incidiu sobre a análise das origens sociais dos(as) estudantes, remetendo para um duplo padrão de recrutamento social dos estudantes do ensino superior: a presença simultânea de estudantes oriundos quer de famílias com inserções profissionais mais remuneradas e qualificadas, quer de pais e mães com menos recursos escolares e económicos. De acordo com os seus autores, esta distribuição indicia que os empréstimos para estudantes do ensino superior com garantia mútua têm tido um impacto considerável na abertura do ensino superior a estudantes oriundos de camadas sociais menos favorecidas, designadamente porque: a) o empréstimo com garantia mútua pode constituir para as famílias de classe média baixa, com inserções profissionais menos qualificadas e remuneradas, um instrumento de apoio financeiro a aspirações de mobilidade social ascendente; b) o elevado número de estudantes provenientes de famílias de técnicos e quadros médios e superiores (profissionais técnicos e de enquadramento), com um maior volume de recursos escolares e económicos, permite também perceber que o empréstimo pode ser mobilizado como meio de potenciar a autonomia pessoal e as opções de estilo de vida por parte desses estudantes. O estudo conclui assim que o recurso ao empréstimo não está vinculado às origens sociais dos estudantes que a ele recorrem. O empréstimo funciona, sobretudo, como complemento a outros rendimentos, possibilitando potenciar a autonomia pessoal e os estilos de vida dos estudantes. Sublinhe-se que apenas cerca de 30% dos estudantes com empréstimos são bolseiros da Acção Social do Ensino Superior. Face à relevância das conclusões do estudo, e com o objectivo de continuar a ser efectuado o acompanhamento da evolução da linha ao longo dos sucessivos anos lectivos de funcionamento, esta Comissão está informada pela SPGM Sociedade de Investimento, S.A. de que a segunda edição do estudo se encontra em marcha, através da realização do questionário a estudantes não anteriormente interrogados(as). 13 / 14

A Comissão de Acompanhamento: Director-geral do Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais, GPEARI, do MCTES,; Director-geral do Ensino Superior, DGES-MCTES; João Miguel Araújo de Sousa Branca, administrador executivo da SPGM Sociedade de Investimento, S. A., em representação da SPGM; Madalena Torres, directora coordenadora do Gabinete de Universidades do Banco Espírito Santo, em representação da APB Associação Portuguesa de Bancos. 14 / 14