PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR.

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25 a 28 de Outubro de 2011 ISBN 978-85-8084-055-1 PROMOÇÃO DA SAÚDE NUTRICIONAL DE ESCOLARES DO ENSINO FUNDAMENTAL DO MUNICIPIO DE FOZ DO IGUAÇU-PR. Marieta Fernandes Santos 1 ; Oscar Kenji Nihei 2, Helder Ferreira 3, Elaine Olkoski 4 ; Adriana Dias Lourenço Izuka 5 RESUMO: A obesidade tem se tornado um problema de saúde pública e uma das desordens nutricionais mais crescentes, tanto nos países mais desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. Neste sentido, o presente estudo tem por objetivo o acompanhamento e a analise do estado nutricional em escolares de 1ª a 4º série (ano) do ensino fundamental da rede de ensino municipal de Foz do Iguaçu PR, que integram um projeto de extensão sobre a Saúde Educacional. Por meio da avaliação do estado nutricional, utilizando o cálculo do IMC e analisando nos gráficos da Organização Mundial da Saúde, foi possível verificar que, dentre as 257 crianças avaliadas 56 estavam acima do peso, sendo que 27 foram diagnosticadas com obesidade. Percebeu-se que os hábitos alimentares também têm grande influência no desenvolvimento destas desordens nutricionais. A realização deste trabalho tem como intuito contribuir com ações de caráter social, educativa e preventiva da saúde para uma melhor qualidade de vida à comunidade atendida. PALAVRAS-CHAVE: Avaliação nutricional; adolescentes; crianças; promoção da saúde. 1 INTRODUÇÃO A obesidade infantil é uma epidemia global e as tendências crescentes de sobrepeso e obesidade são aparentes nos países desenvolvidos e países em desenvolvimento (FLYNN et al., 2006). Além disso, a obesidade predispõe e contribui para o surgimento da doença cardíaca precoce, hiperlipidemia, diabetes, hipertensão e derrame (BERENSON et al., 1993). A avaliação do estado nutricional é uma etapa fundamental no estudo de uma criança, para que possamos verificar se o crescimento está se afastando do padrão esperado por doença e/ou por condições sociais desfavoráveis. Ela tem por objetivo verificar o crescimento e as proporções corporais em um indivíduo ou em uma comunidade, visando estabelecer atitudes de intervenção (MELLO, 2002). Bons hábitos alimentares na infância são de grande importância, pois garantem um 1 Doutora em Enfermagem, docente do curso de Enfermagem/ UNIOESTE/ Foz do Iguaçu. Participante do Projeto. E do Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva GPSC da UNIOESTE. 2 Doutor em Imunologia, docente do curso de Enfermagem/ UNIOESTE/ Foz do Iguaçu. Coordenador do Projeto e Participante do Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva GPSC da UNIOESTE. 3 Mestre em Enfermagem, docente do curso de Enfermagem/UNIOESTE/ Foz do Iguaçu. Coordenador e Participante do Projeto e do Grupo de Pesquisa em Saúde Coletiva GPSC da UNIOESTE.. E-mail: ferreira.helder@bol.com.br; (45) 3576 8137. 4 Acadêmica do Curso de Enfermagem/UNIOESTE/ Foz do Iguaçu. Bolsista PROEX. 5 Enfermeira, Coordenadora do SISVAN Vigilância Epidemiológica da Secretaria Municipal de Saúde de Foz do Iguaçu PR.

crescimento e desenvolvimento adequado, previnem problemas nutricionais e podem evitar o surgimento de doenças na idade adulta. Além disso, muitas evidências sugerem que os hábitos alimentares da infância influenciem a alimentação na idade adulta. (ROSSI et. al. 2008). O Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) corresponde a um sistema de coleta, processamento e análise contínuo dos dados de uma população, possibilitando diagnóstico atualizado da situação nutricional, suas tendências temporais e, também, dos fatores de sua determinação (BRASIL, 2003). Este estudo tem como objetivo acompanhar e analisar o estado nutricional e os hábitos alimentares de escolares de 1ª a 4º série (ano) do ensino fundamental de uma escola do município de Foz do Iguaçu-PR, visando contribuir com ações de caráter social, educativa e preventiva da saúde, colaborando com uma melhor qualidade de vida a comunidade atendida. 2 MATERIAL E MÉTODOS A avaliação do estado nutricional foi realizada no período do mês de agosto do ano de 2010 a abril do ano de 2011. Para a execução do projeto foram realizadas atividades semanais na Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, localizado no Bairro da Vila C, do município de Foz do Iguaçu-PR, para avaliar o estado nutricional dos escolares das 1ª, 2ª, 3ª, 4ª séries ou anos, nos períodos da manhã e da tarde. Foram distribuídos aos escolares um Termo de Compromisso Livre e Esclarecido (TCLE) que precisou ser assinado pelos pais ou responsáveis para que estes pudessem participar das atividades do projeto. Como medida de assegurar a fidelidade dos resultados em seguida foi feita a reavaliação em crianças que apresentaram alguma alteração nutricional. Para realizar a avaliação do estado nutricional foi feito o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), onde a altura e peso de cada escolar foram aferidos e calculados na seguinte fórmula: (IMC= Peso/Altura²) e comparado com as curvas padronizadas na relação IMC x faixa etária para crianças do sexo masculino e do sexo feminino (WHO, 2007). De acordo com os valores obtidos, os que estavam igual ou acima do percentil de 97 ( percentil 97), foram classificados de obesidade, entre os percentis 85 e 97 ( percentil 85 e < percentil 97) foram classificados como sobrepeso; entre os percentis 3 e 85 ( percentil 3 e < percentil 85) foram classificados como eutróficos, e os escolares que obtiveram valor de IMC abaixo do percentil 3 (< percentil 3) foram classificados, como abaixo do peso. Com relação à avaliação dos hábitos alimentares, os escolares foram entrevistados individualmente por um colaborador (acadêmico), por meio de um formulário de inquérito nutricional utilizado pelo Sistema de Vigilância Nutricional - SISVAN. Durante esta entrevista e/ou posteriormente, os alunos foram orientados a respeito de hábitos alimentares saudáveis. Também está sendo realizada a inclusão dos dados coletados dos escolares no SISVAN, em parceria com o SISVAN de Foz do Iguaçu. 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO A avaliação do estado nutricional foi realizada em 257 escolares, 135 (52,52%) do sexo feminino e 122 (47,47%) do sexo masculino. Ao se realizar o diagnóstico nutricional, obteve-se 171 (66,53%) alunos com IMC de padrão eutrófico, sendo 94 (54,97%) do sexo feminino e 77 (45,02%) do sexo masculino. Com relação aos 257 alunos avaliados os que apresentaram IMC fora do padrão eutrófico apenas 6 (2,33%) apresentaram diagnóstico nutricional de baixo peso,

sendo 3 (50%) do sexo feminino e 3 (50%) do sexo masculino. Quanto aos escolares que estavam acima do peso ideal, num total de 80 (31,12%), 43 (16,73%) escolares apresentaram sobrepeso, sendo 22 (51,16%) do sexo feminino e 21 (48,83%) do sexo masculino; e 37 (14,39%) escolares apresentaram obesidade, sendo 16 (43,02%) do sexo feminino e 21 (56,68%) do sexo masculino (Tabela 1). Tabela 1: Resultados da avaliação nutricional de Escolares do ensino fundamental da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, 2010 e 2011. *Diagnóstico nuticonal Sexo Total F M Baixo IMC 3 (50,00%) 3 (50,00%) 6 (2,33%) Eutrófico 94 (54,97%) 77 (45,02%) 171 (66,53%) Obesidade 16 (43,24%) 21 (56,75%) 37 (14,39%) Sobrepeso 22 (51,16%) 21 (48,83%) 43 (16,73%) Total 135 (52,52%) 122 (47,47%) 257 (100,00%) *Valores da tabela expressos em número absoluto, seguido do percentual entre parênteses. Destes 67 foram reavaliados, sendo 29 (43,28%) do sexo feminino e 38 (56,71%) do sexo masculino, onde se verificou que, 11 (16,41%) passaram a apresentar IMC eutrófico passados alguns meses da primeira avaliação nutricional (Tabela 2). Tabela 2: Resultados obtidos da reavaliação de 67 escolares com IMC fora do padrão eutrófico, da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima, 2010 e 2011. *Diagnóstico nutricional Sexo Total F M Baixo IMC 0 (0%) 0 (0%) 0 (0,00%) Eutrófico 4 (36,36%) 7 (63,63%) 11 (16,41%) Obesidade 11 (40,74%) 16 (59,25%) 27 (40,29%) Sobrepeso 14 (48,27%) 15 (51,72%) 29 (43,28%) Total 29 (43,28%) 38 (56,71%) 67 (100%) *Valores da tabela expressos em número absoluto, seguido do percentual entre parênteses. Com relação aos hábitos alimentares dos escolares, obteve-se um importante resultado. Em média, os escolares com obesidade costumam consumir mais salada crua, feijão, leite, iogurte, bolachas salgadas, diferente doa escolares com baixo IMC, que consomem mais hambúrguer e embutidos, em relação aos demais escolares (tabela 3).

Tabela 3: Resultados obtidos sobre os hábitos alimentares dos escolares, da Escola Municipal Arnaldo Isidoro de Lima no ano de 2010 e 2011. * Gênero alimentar Frequência alimentar por semana de cada item segundo o diagnóstico nutricional Baixo IMC Eutrofia Sobrepeso Obesidade Salada crua 2,0 ± 2,9 3,1 ± 2,5 3,5 ± 2,6 4,3 ± 2,5 Legumes e Verduras Cozidos 2,0 ± 1,2 1,3 ± 1,9 1,6 ± 2,2 1,8 ± 2,4 Frutas Frescas ou salada de frutas 3,6 ± 3,5 4,0 ± 2,6 5,3 ± 2,3 4,5 ± 2,6 Feijão 6,4 ± 1,3 6,0 ± 2,0 5,8 ± 2,2 6,4 ± 1,7 Leite ou iogurte 5,6 ± 3,1 5,4 ± 2,4 5,9 ± 1,8 6,3 ± 1,7 Batata frita, batata de pacote e 1,8 ± 2,9 2,0 ± 2,3 2,3 ± 2,3 1,9 ± 2,2 salgados fritos Hambúrguer e embutidos 4,0 ± 3,3 2,0 ± 2,1 2,2 ± 2,3 2,2 ± 2,3 Bolachas salgadas ou salgadinhos de pacote 2,6 ± 2,7 2,9 ± 2,5 3,0 ± 2,8 3,3 ± 2,5 Bolachas doce ou recheada, doces, balas e chocolates 3,6 ± 2,8 2,8 ± 2,6 3,7 ± 2,7 3,7 ± 2,8 Refrigerante 4,2 ± 3,0 3,0 ± 2,3 3,4 ± 2,3 3,5 ± 2,5 * Valores da tabela expressos como média ± desvio padrão (dias) 4 CONCLUSÃO Dentre os 257 escolares avaliados, 56 (21,87%) estavam acima do peso, sendo que 27 (10,54%) foram diagnosticados com obesidade. Esse percentual de escolares com obesidade pode ser considerado alto e preocupante, e medidas educativas estão sendo elaboradas para orientar esses escolares e seus familiares para que conceitos de reeducação alimentar e atividades físicas possam ser adotados no cotidiano dos alunos. Espera-se com este estudo contribuir para mudanças significativas nas propostas da merenda da rede de ensino público de Foz do Iguaçu e atender as necessidades nutricionais dos escolares, buscando alternativas junto às famílias para a aquisição de hábitos alimentares saudáveis. REFERÊNCIAS - BERENSON GS, SRINIVASAN SR, WATTIGNEY WA, HARSHA DW. Obesity and cardiovascular risk in children. Annals of New York Academy of Science. v.699:93-103, 1993. - BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Política nacional de alimentação e nutrição. 2. ed rev. Brasília, DF; 2003. - FLYNN MA, MCNEIL DA, MALOFF B, MUTASINGWA D, WU M, FORD C, TOUGH SC. Reducing obesity and related chronic disease risk in children and youth: a synthesis of evidence with 'best practice' recommendations. Obesity Reviews. v.7 Suppl 1:7-66,2006. - MELLO, Elza Daniel. O que significa a avaliação do estado nutricional. Jornal de Pediatria, Rio de Janeiro, v. 78, n.5, 2002. - OGDEN CL, Carroll MD, Curtin LR, McDowell MA, Tabak CJ, Flegal KM. Prevalence of

overweight and obesity in the United States, 1999-2004.Journal of American Medical Association, v.295(13):1549-55, 2006. - ROSSI, Alessandra; MOREIRA, Emília Addison Machado and RAUEN, Michelle Soares. Determinantes do comportamento alimentar: uma revisão com enfoque na família. Rev. Nutr. [online]. 2008, vol.21, n.6, pp. 739-748. ISSN 1415-5273. - WORLD, Health Organization. WHO Child Growth Standards, 2007. Disponível em: http://www.who.int/childgrowth/standards/en/. Acesso em: 20 mar.2010.