MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

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Vara Regional Leste 1 de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher do Foro Regional VI Penha de França Autos nº 0010470-72.2016.8.26.0635 Controle nº 2496/16 Meritíssimo Juiz, O Ministério Público oferece denúncia em separado, em 03 (três) laudas digitadas e rubricadas somente nos anversos, em face de ABRAHÃO AMERICO DE CAMPOS SOUSA. em nome do denunciado. Requer-se a vinda da F.A. e as demais certidões criminais identificados no caso ora denunciado. Requeiro, ainda, a juntada do termo de fatores de risco Quanto ao suposto crime de ameaça, verifica-se no Boletim de Ocorrência (fls.11) que a ofendida foi orientada quanto ao prazo decadencial, mas não ofereceu representação na ocasião. Dessa feita, considerando a ausência da condição de procedibilidade, requer-se a declaração de extinção de punibilidade do agente pela decadência, nos termos do artigo 107, inciso IV, do Código Penal.

Ademais, intime-se a vítima para, em sua oitiva na audiência de instrução e julgamento, comprovar eventuais danos patrimoniais e/ou morais causados pela infração, a serem fixados na sentença penal condenatória, nos termos do artigo 387, inciso IV, do Código de Processo Penal e consoante o entendimento do Superior Tribunal de Justiça (Resp n 1.585-684/DF, j. 09/08/16, Inf. 588). São Paulo, 26 de julho de 2017 MARIA GABRIELA PRADO MANSSUR PROMOTORA DE JUSTIÇA ANNA CLAUDIA C. G. FONSECA ANALISTA DE PROMOTORIA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA REGIONAL LESTE 1 DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER DO FORO REGIONAL VI PENHA DE FRANÇA Autos nº 0010470-72.2016.8.26.0635 Controle nº 2496/16 Noticiam os inclusos autos de inquérito policial que, no dia 30 de outubro de 2016, por volta das 15h30, na Rua Geni Clara Baroni Palma, n 7, Penha, nesta cidade e comarca da Capital, ABRAHÃO AMERICO DE CAMPOS SOUSA, qualificado à fls. 13 e 29 prevalecendo-se das relações domésticas e familiares contra a mulher na forma da Lei 11.340/06, ofendeu a integridade corporal de sua companheira Ruth Teles Lavrador causando-lhe as lesões corporais de natureza grave, que resultaram debilidade permanente da função digestiva mastigatória, conforme laudo de exame de corpo de delito de fls. 69/70. um filho em comum. Apurou-se que as partes convivem em união estável, possuindo Na data dos fatos, enquanto a vítima alimentava seu filho, o denunciado visualizou o aparelho celular dela e, em seguida, passou a agredi-la, desferindo um tapa em seu rosto, arrastando-a pelos cabelos até o quarto, onde a jogou ao chão e apertou seu pescoço. diversão vezes no chão. A vítima tentou se defender, porém, Abrahão bateu sua cabeça

Ato contínuo, a vítima gritou por socorro e conseguiu se desvencilhar, correndo para sala, no entanto, Abrahão a alcançou e desferiu diversos socos em seu rosto e corpo, causando-lhe sangramento na boca e nariz. Ato seguinte, duas vizinhas compareceram ao imóvel, ocasião em que Abrahão arrastou a vítima até o quintal. A vítima conseguiu se desvencilhar e correu para dentro do imóvel, contudo, Abrahão entrou ao imóvel, apanhou uma faca, e correu atrás dela, momento em que, ao alcançá-la, enforcou-a, até que quase perdesse os sentidos. A Polícia Militar, logo após ser acionada, compareceu ao local, e diante dos fatos, conduziram as partes ao 58 Distrito Policial, sendo o denunciado preso em flagrante delito. Posteriormente, foi concedida a liberdade provisória (fl. 37/40- apenso). O laudo pericial às fls. 70 constatou que a vítima sofreu lesão corporal de natureza grave pela debilidade permanente da função digestiva mastigatória. Por todo o exposto, o Ministério Público denuncia ABRAHÃO AMERICO DE CAMPOS SOUSA como incurso no artigo 129, parágrafo 1º, inciso III, c.c. o parágrafo 10º, do Código Penal, nos termos da Lei 11.340/06, requerendo que, recebida e autuada esta, inaugure-se a competente ação penal, citando-se, intimando-se e interrogando-se o denunciado para se ver processar, ouvindo-se a vítima e a testemunha abaixo arroladas e prosseguindo-se o feito conforme o rito comum sumário estabelecido no artigo 392, 1º, inciso II do Código de Processo Penal, até a final decisão condenatória. Requer-se, por fim, seja fixado na sentença indenização dos danos causados patrimoniais e/ou morais, de acordo com o artigo 387, inciso IV,

do Código de Processo Penal, tendo em vista o prejuízo suportado pela vítima, consoante a prova a ser produzida sob o contraditório. Rol: 1- Ruth Teles Lavrador vítima (fls. 10); 2- PM Leandro Augusto de Moura- fl. 03; 3- PM Ricardo Luiz da Silva fl. 06; 4- Ana Cristina Araujo de Oliveira Moura testemunha fls. 08; São Paulo, 26 de julho de 2017 MARIA GABRIELA PRADO MANSSUR PROMOTORA DE JUSTIÇA ANNA CLAUDIA C. G.FONSECA ANALISTA DE PROMOTORIA