CONCENTRAÇÃO DE CAPSACININA E DIHIDROCAPSAICINA EM PLANTAS DE PIMENTA TABASCO EM FUNÇÃO DE DOSES DE CO 2, APLICADAS VIA IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO.

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Transcrição:

CONCENTRAÇÃO DE CAPSACININA E DIHIDROCAPSAICINA EM PLANTAS DE PIMENTA TABASCO EM FUNÇÃO DE DOSES DE CO 2, APLICADAS VIA IRRIGAÇÃO POR GOTEJAMENTO. Fabiana Luiza Matielo de Paula², Adalberto Luiz de Paula³[orientador]*, Dalva Paulus³; Ivan Carlos Zorzzi¹, André Lucas Sant' Ana¹, ¹Alunos do curso de, UTFPR-DV E-mail: ivanzorzzi@gmail.com, andrelucassantana@gmail.com ²Aluna de Pós-Doutorado em Irrigação e Drenagem. Universidade Estadual do Oeste do Paraná (UNIOESTE) Email: fabiana.matielo@bol.com.br ³Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Câmpus Dois Vizinhos, Paraná. E-mail: adalbertolpaula@utfpr.edu.br, dalvapaulus@utfpr.edu.br *Autor para correspondência Resumo: O trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos de diferentes doses de dióxido de carbono (CO 2 ), aplicadas via irrigação por gotejamento na concentração de capsaicina e dihidrocapsaicina nos frutos da pimenta Tabasco (Capsicum frutescens L.). O delineamento experimental utilizado foi bloco casualizados com 4 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos aplicados foram 4 doses de CO 2 : 0 (T1), 206,6 (T2); 309,9 (T3) e 413,2 (T4) kg ha -1. Foram coletadas pimentas vermelhas, em três colheitas. De cada colheita, foram utilizadas quatro amostras correspondentes aos tratamentos (T1, T2, T3 e T4), totalizando 12 amostras. Para cada amostra, foram analisadas duas repetições de capsaicina e dihidrocapsaicina, totalizando 24 valores. As análises foram realizadas por Cromatografia Líquida com detecção por ultravioleta. A concentração de capsaicina nos frutos, tendo-se reduzido a concentração, com a aplicação de CO 2, até um valor mínimo de 0,17 mg por fruto para 244,8 kg CO 2 ha -1, o mesmo comportamento foi observado em relação a dihidrocapsaicina que também diminuiu com o aumento da dose de CO 2, atingindo o mínimo de 0,06 mg para 213,1 kg CO 2 ha -1. Conclui-se que a concentração das substâncias nos frutos foi menor quando comparado ao tratamento sem CO 2, mas em função do aumento do número de frutos por planta em função do CO 2, o rendimento dessas substancia por planta foi maior mesmo não proporcionando aumento da concentração nos frutos. Palavras-chave: Capsicum frutescens L., irrigação localizada, dióxido de carbono Introdução As pimentas constituem um importante segmento do setor de hortaliças, tanto para agricultura, quanto para a indústria alimentícia. Do ponto de vista social, a pimenta tem grande importância devido à exigência de mão de obra, principalmente na colheita (EPAMIG, 2006). A área anual cultivada no Brasil é de dois mil hectares, e os principais Estados produtores são Minas Gerais, Goiás, São Paulo, Ceará e Rio Grande do Sul. A produtividade média depende do tipo de pimenta cultivada, variando de 10 a 30 t ha -1 (EMBRAPA, 2007). No Ceará a pimenta Tabasco é exportada na forma de pasta, para ser utilizada na fabricação do molho tabasco (EPAMIG, 2006). A pimenta tipo Tabasco é pertencente à família solanaceae, ao gênero Capsicum. A espécie Capsicum frutescens é uma planta arbustiva, atingindo 120cm de altura, com formação de ramificações laterais e possibilidade de tornar-se perene, normalmente é autopolinizada, mas pode ocorrer polinização cruzada (NUEZ; ORTEGA; GARCIA, 1996). Produzem frutos com sabor picante, devido à presença de alcalóides, ou mais especificamente, a dois capsaicinóides: a capsaicina e diidrocapsaicina, responsáveis por 90% do conteúdo de capsaicinóides. Estas substâncias são encontradas exclusivamente na placenta e nas sementes e em menor quantidade no pericarpo e são liberados quando o fruto sofre qualquer dano físico, conferindo a pungência nos frutos (ARAÚJO, 2005). Segundo, Sukrasmo & Yeoman (1993) a capsaicina é responsável por 66% e a dihidrocapsaicina 33% do total. 15 e 16 de Outubro de 2012 6

A demanda por alimentos de melhor qualidade requer o uso de tecnologias que minimizem os efeitos que limitam a produtividade. Dentre estas tecnologias tem-se o uso do dióxido de carbono (CO 2 ) aplicado via irrigação, com o objetivo de maximizar a produtividade, melhorar a qualidade de frutos e reduzir os custos de produção (FURLAN et al., 2002). A falta de informação sobre o efeito da aplicação CO 2 na cultura da pimenta tem limitado a utilização desta técnica, sendo necessários estudos para determinar as doses de CO 2 mais adequadas para otimizar seu cultivo, em ambiente protegido. Este trabalho teve como objetivo analisar os efeitos de diferentes doses de dióxido de carbono (CO 2 ), aplicadas via irrigação por gotejamento na concentração de capsaicina e dihidrocapsaicina no fruto e o rendimento na planta de pimenta Tabasco (Capsicum frutescens L.). Material e Métodos O experimento foi conduzido em ambiente protegido instalado na área experimental do Departamento de Engenharia Rural da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, ESALQ USP, localizada no município de Piracicaba, São Paulo. O delineamento experimental utilizado foi blocos casualizados com 4 tratamentos e 8 repetições. Os tratamentos aplicados foram 4 doses de CO 2 : 0 (T1), 206,6 (T2); 309,9(T3) e 413,2 (T4) kg ha -1. A cultura utilizada foi a pimenta (Capsicum futescens L.) cv Tabasco mcilhenny. O sistema de aplicação de CO 2 foi composto de cilindro de CO 2 (11kg), equipado com uma válvula reguladora de pressão, manômetro e fluxômetro com escala de 0,2 a 2,0 L min -1 para quantificar o volume de CO 2 injetado via água de irrigação com freqüência de quatro dias. As doses de CO 2 aplicadas foram quantificadas com o auxilio de uma balança com precisão de 10g, sendo o cilindro pesado durante a aplicação. A aplicação de CO 2 foi controlada por fluxômetro, que por apresentarem baixa precisão de escala não permitiram um controle rigoroso da quantidade de CO 2 injetada no sistema de irrigação, sendo também utilizado a pesagem dos cilindros de CO 2 antes e após a aplicação do gás. Foram determinadas em pimentas vermelhas, coletadas em três datas de colheita, nos dias 02/03/07; 12/03/07 e 28/03/07, que correspondem às 4 a, 6 a e 7 a colheitas. De cada colheita, foram utilizadas quatro amostras correspondentes aos tratamentos (T1, T2, T3 e T4), totalizando 12 amostras. Para cada amostra, foram analisadas duas repetições de capsaicina e dihidrocapsaicina, totalizando 24 valores. As análises de capsaicina e dihidrocapsaicina foram realizadas por Cromatografia Líquida com detecção por ultravioleta. Essas análises foram realizadas na Universidade de São Paulo, no Instituto de Química de São Carlos, no Laboratório de Cromatografia (CROMA). Resultados e Discussão As análises estatísticas de capsaicina e de dihidrocapsaicina nos frutos estão apresentadas nas Tabelas 1, respectivamente. Observa-se efeito quadrático significativo (Pr<0,05) das doses de CO 2 sobre a concentração de capsaicina nos frutos, tendo-se reduzido a concentração, com a aplicação de CO 2, até um valor mínimo de 0,17 mg por fruto para 244,8 kg CO 2 ha -1 (Figura 1). A interação entre a estufa e as doses de CO 2 também foi significativa. Quanto à concentração de dihidrocapsaicina nos frutos, observou-se efeito quadrático significativo (Pr<0,0 e 0,01) das doses de CO 2 sobre a concentração de dihidrocapsaicina. A concentração de dihidrocapsaicina diminuiu com o aumento da dose de CO 2, atingindo o mínimo de 0,06 mg para 213,1 kg CO 2 ha -1 (Figura 2). 15 e 16 de Outubro de 2012 7

O desdobramento da interação entre o ambiente (estufa) e as doses de CO 2 para a produção de capsaicina nos frutos. Observa-se que, na estufa 1, quando avaliadas as doses de CO 2, verificaram-se diferenças significativas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. O T1 (sem CO 2 ) apresentou a maior concentração de capsaicina nos frutos, mas sem diferenças significativas entre T3 e T4, diferindo apenas de T2 que, apresentou a menor concentração de capsaicina nos frutos e que não diferiu significativamente de T3. Na estufa 2, a concentração de capsaicina nos frutos não diferiu a 5% pelo teste de Tukey entre as doses de CO 2 aplicadas. Quando se compararam os dois ambientes de cultivo em cada dose aplicada, observou-se efeito significativo entre as estufas de cultivos para T2. Na estufa 2, a concentração de capsaicina nos frutos foi maior que na estufa 1. Para a concentração de dihidrocapsaicina, o desdobramento da interação entre a estufa e as doses de CO 2 está apresentado na Tabela 3. Observa-se que, na estufa 1 de cultivo, a diferença entre as doses de CO 2 foi significativa pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Nessa estufa, o tratamento T4 apresentou a maior concentração de dihidrocapsaicina nos frutos, diferindo apenas de T2, que apresentou a menor concentração nos frutos. Na estufa 2, não se observaram diferenças entre as doses de CO 2 aplicadas. Quanto ao ambiente (estufa), observou-se diferença significativa quando aplicada a dose T2, com a maior concentração de dihidrocapsaicina na estufa 2. Conclusão A concentração de capsaicina e dihidrocapsaicina nos frutos foi menor quando comparado ao tratamento sem CO 2, mas em função do aumento do número de frutos por planta em função do CO 2, o rendimento dessas substancia por planta foi maior mesmo não proporcionando aumento da concentração nos frutos. Referências ARAÚJO, N.C. Sistema brasileiro de resposta técnicas. Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (CETEC). Disponível em: <https://sbrt.ibict.br/upload/sbrt475.pdf>. Acesso em: 18 de ago. de 2005. EMBRAPA. Sistema de produção de pimentas (Capsicum sp). Disponível em: <htt://www.cnph.embrapa.br/capsicum/cultivo.html>. Acesso em 18 de ago. de 2007. EMPRESA DE PESQUISA AGROPECÚARIA DE MINAS GERAIS (EPAMIG). Cultivo da Pimenta. Informe agropecuário. Belo Horizonte v.27, n. 235, p. 7-15, 2006. FURLAN, R.A.; REZENDE, F.C.; ALVES, D.R.B.; FOLEGATTI, M.V. Lâmina de irrigação e aplicação de CO 2 na produção de pimentão CV Mayata, em ambiente protegido. Horticultura Brasileira. v.20, n.4, p. 547-550, 2002. NUEZ, F.; ORTEGA, R.G.; GARCIA, J.C.; El cultivo de pimientos: chiles y ajies. Madrid: Mundi- Prensa. 607 p, 1996. SUKRASMO, N.; YEOMAN, M.M.; Phenylpropainoid metabolismo during growth and development of Capsicum frutescens fruits. Phytochemistry, New York, v.32, n. 4, p. 839-844, 1993. 15 e 16 de Outubro de 2012 8

Tabela 1. Resultado da análise da variância referente à análise de capsaicina e dihidrocapsaicina nos frutos da pimenta Tabasco. ESALQ USP, Piracicaba, 2007. Causas de variação GL Capsaicina (mg fruto -1 ) Dihidrocapsaicina (mg fruto -1 ) Doses de CO 2 (D) 3 0,00095** 0,00013** Efeito linear 1 0,00096 ns 0,00002 ns Efeito quadrático 1 0,00171* 0,00039** Desvio 1 0,00012 ns 0,0000006 ns Estufa (E) 1 0,00006 ns 0,000007 ns Bloco 3 0,00032 ns 0,00004 ns E x D 3 0,00111** 0,00016** Resíduo 21 0,00019 0,000027 Cv (%) 7,76 7,95 Média (mg fruto -1 ) 0,18 0,066 ** significativo a 1% de probabilidade pelo teste F; * significativo a 5 % de probabilidade pelo teste F; ns não significativo 0,30 Capsaicina (mg fruto -1 ) 0,25 0,20 0,15 0,10 0,05 (244,8; 0,17) y = 4E-07x 2** - 0.0002x* + 0.1946** R 2 = 0.9576 0,00 0 100 200 300 400 500 Doses de CO 2 (kg ha -1 ) (ns); (*) (**) representam não significativo, significativo a 5% e a 1% de probabilidade, respectivamente Figura 1. Concentração de capsaicina por fruto em função das doses de CO 2. ESALQ USP, Piracicaba, 2007. 15 e 16 de Outubro de 2012 9

0,10 Dihidrocapsaicina (mg fruto -1 ) 0,08 0,06 0,04 0,02 0,00 (213,1; 0,06) y = 2E-07x 2 **- 8E-05x** + 0.0701** R 2 = 0.9985 0 100 200 300 400 500 Doses de CO 2 (kg ha -1 ) (ns); (*) (**) representam não significativo, significativo a 5% e a 1% de probabilidade, respectivamente. Figura 2. Concentração de dihidrocapsaicina por fruto em função das doses de CO 2. ESALQ USP, Piracicaba, 2007. 15 e 16 de Outubro de 2012 10