O intérprete de Libras na sala de aula de língua inglesa Angelita Duarte da SILVA 1 Maria Cristina Faria Dalacorte FERREIRA 2



Documentos relacionados
Critérios de seleção e utilização do livro didático de inglês na rede estadual de ensino de Goiás

A INCLUSÃO ESCOLAR DE UM ALUNO SURDO: UM ESTUDO DE CASO NA REGIÃO DO CARIRI ORIENTAL DA PARAÍBA

ALGUNS ASPECTOS QUE INTERFEREM NA PRÁXIS DOS PROFESSORES DO ENSINO DA ARTE

O Intérprete de Libras no Contexto da Sala de Aula na Cidade de Pelotas-RS

A DESCRIÇÃO DO NOVO PERFIL PROFISSIONAL EXIGIDO EM PROCESSOS SELETIVOS DO RJ A ATUAÇÃO DO PROFESSOR- INTÉRPRETE NA EDUCAÇÃO DE SURDOS.

ENSINO DE CIÊNCIAS PARA SURDOS UMA INVESTIGAÇÃO COM PROFESSORES E INTÉRPRETES DE LIBRAS.

RESUMOS DE PROJETOS RELATOS DE EXPERIÊNCIA ARTIGOS COMPLETOS (RESUMOS)

AS COMPETÊNCIAS PEDAGÓGICO-DIGITAIS NECESSÁRIAS AO TRABALHO NA MODALIDADE EAD: VIVÊNCIAS NA PLATAFORMA MOODLE

UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA CAMPUS DE JAGUARÃO CURSO DE LICENCIATURA EM LETRAS PLANO DE ENSINO

DIFICULDADES DE LEITURA E ESCRITA: REFLEXÕES A PARTIR DA EXPERIÊNCIA DO PIBID

ALFABETIZAÇÃO DE ESTUDANTES SURDOS: UMA ANÁLISE DE ATIVIDADES DO ENSINO REGULAR

AS RELAÇÕES DO ESTUDANTE COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL E SUAS IMPLICAÇÕES NO ENSINO REGULAR INCLUSIVO

Eixo temático: Tradução/interpretação de língua de sinais: identidades em questão

PRÓ-MATATEMÁTICA NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES

O olhar do professor das séries iniciais sobre o trabalho com situações problemas em sala de aula

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

O uso de Objetos de Aprendizagem como recurso de apoio às dificuldades na alfabetização

O PERFIL DOS PROFESSORES DE SOCIOLOGIA NAS ESCOLAS ESTADUAIS DE FORTALEZA-CE

Aprendizagem da Matemática: um estudo sobre Representações Sociais no curso de Administração

CONSIDERAÇÕES SOBRE O PROCESSO DE ENSINO APRENDIZAGEM DO ESPORTE NA ESCOLA POR MEIO DE UM ESTUDO DE CASO

ESCOLA, LEITURA E A INTERPRETAÇÃO TEXTUAL- PIBID: LETRAS - PORTUGUÊS

DISCURSOS SOBRE ALFABETIZAÇÃO DENTRO DO CONTEXTO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE LÍNGUA PORTUGUESA

6 Metodologia. 6.1 Situando a pesquisa

Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais/ NÚCLEO DE APOIO À INCLUSÃO DO ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS

DOCENTE INTERLOCUTOR DE LIBRAS-LÍNGUA PORTUGUESA NA REDE ESTADUAL DE ENSINO DE SÃO PAULO: ANÁLISE DE UMA NOVA FUNÇÃO

PROJETO DE PESQUISA GEOGRAFIA E SURDEZ: DA ESCOLA REGULAR À ESCOLA BILÍNGUE

Crenças, emoções e competências de professores de LE em EaD

PALAVRAS-CHAVE: PNLD, livro didático, língua estrangeira, gênero.

CURSO Pedagogia DISCIPLINA Elaboração de projetos de pesquisa

12. CONEX Apresentação Oral Resumo Expandido 1. Língua estrangeira nas séries do Ensino Fundamental I: O professor está preparado para esse desafio?

OLIVEIRA, Luciano Amaral. Coisas que todo professor de português precisa saber: a teoria na prática. São Paulo: 184 Parábola Editorial, 2010.

(Prof. José de Anchieta de Oliveira Bentes) 3.

MATEMÁTICA FINACEIRA E EXCEL, UMA PARCEIRIA EM FAVOR DE UM CONSUMO MAIS CONSCIENTE

UM ESTUDO SOBRE A CONSTITUIÇÃO DA IDENTIDADE DO PROFESSOR DE INGLÊS DA CIDADE DE FAGUNDES - PB

O PROCESSO DE INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA VISUAL: UM ESTUDO DE METODOLOGIAS FACILITADORAS PARA O PROCESSO DE ENSINO DE QUÍMICA

Débora Regina Tomazi FC UNESP- Bauru/SP Profa. Dra. Thaís Cristina Rodrigues Tezani.

A PRÁTICA DE MONITORIA PARA PROFESSORES EM FORMAÇÃO INICIAL DE LÍNGUA INGLESA DO PIBID

A PROPOSTA DE ENSINO DE LÍNGUA ESTRANGEIRA DOS PCN E SUA TRANSPOSIÇÃO ENTRE OS PROFESSORES DE INGLÊS DE ARAPIRACA

JANGADA IESC ATENA CURSOS

A INFLUÊNCIA DA PRÁTICA DO JUDÔ NO BENEFÍCIO DO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE CARATINGA

A Educação Bilíngüe. » Objetivo do modelo bilíngüe, segundo Skliar:

A PESQUISA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NATURAIS: RELAÇÃO ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA DOCENTE DE ENSINO

ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA ACERCA DO PROJETO A CONSTRUÇÃO DO TEXTO DISSERTATIVO/ARGUMENTATIVO NO ENSINO MÉDIO: UM OLHAR SOBRE A REDAÇÃO DO ENEM

PERSPECTIVAS DO PROJETO ENSINO A DISTÂNCIA (EAD) NA EEEC * PALAVRAS-CHAVE: Ensino a Distância (EaD), TelEduc, Moodle, Conexões de Saberes.

GÊNEROS TEXTUAIS E ENSINO DE LÍNGUA INGLESA: UM BREVE ESTUDO

O CIBERESPAÇO NO ENSINO E GEOGRAFIA: A PROBLEMÁTICA DO USO/DESUSO DO GOOGLE EARTH EM ESCOLAS PÚBLICAS DE DIAMANTINA

Os desafios da pesquisa sobre Estágio Supervisionado nos cursos de Licenciatura em Pedagogia

A Educação Brasileira dos Surdos: Um Novo Mundo a Ser Desvendado

Relato de experiência sobre uma formação continuada para nutricionistas da Rede Estadual de Ensino de Pernambuco

JOGOS MATEMÁTICOS: EXPERIÊNCIAS COMPARTILHADAS

EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA E PRÁTICA PEDAGÓGICA: UM OLHAR SOBRE O

ENSINO DE BIOLOGIA E O CURRÍCULO OFICIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO: UMA REFLEXÃO INICIAL.

EMENTÁRIO LETRAS EaD INGLÊS

LIBRAS: A INCLUSÃO DE SURDOS NA ESCOLA REGULAR

TÍTULO: ALUNOS DE MEDICINA CAPACITAM AGENTES COMUNITÁRIOS NO OBAS CATEGORIA: CONCLUÍDO ÁREA: CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E SAÚDE

ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR? ESTUDAR E BRINCAR OU BRINCAR E ESTUDAR?

POLÍTICAS DE SAÚDE PARA OS SURDOS E O PRINCÍPIO DE UNIVERSALIDADE

AS CONTRIBUIÇÕES DAS VÍDEO AULAS NA FORMAÇÃO DO EDUCANDO.

NÚCLEO DE APOIO DIDÁTICO E METODOLÓGICO (NADIME)

ANÁLISE DE VÍDEOS DOCUMENTAIS: PERSPECTIVAS PARA DISCUSSÕES ACERCA DO PROGRAMA ETNOMATEMÁTICA NEVES

RESOLUÇÃO Nº 05/12 CAEPE

Currículo e tecnologias digitais da informação e comunicação: um diálogo necessário para a escola atual

ATIVIDADES DESENVOVLIDAS PELO LABORATÓRIO DE ENSINO DE MATEMÁTICA LEM- FOZ

PALAVRAS-CHAVE: Formação de professor, Estágio, Identidade.

UMA EXPERIÊNCIA EM ALFABETIZAÇÃO POR MEIO DO PIBID

Sequências Didáticas para o ensino de Língua Portuguesa: objetos de aprendizagem na criação de tirinhas

RESUMEN. Palavras-chave: turismo, projetos de extensão, aplicabilidade

LEITURA E ESCRITA: HABILIDADES SOCIAIS DE TRANSCREVER SENTIDOS

DESAFIOS DA INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM PARINTINS-AM.

Centro de Estudos Avançados em Pós Graduação e Pesquisa

USO DA INFORMÁTICA COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO ENSINO DE CIÊNCIAS NO 9º ANO

SIGNIFICADOS ATRIBUÍDOS ÀS AÇÕES DE FORMAÇÃO CONTINUADA DA REDE MUNICIPAL DE ENSINO DO RECIFE/PE

REFORÇO AO ENSINO DE FÍSICA PARA CURSOS TÉCNICOS INTEGRADOS DO INSTITUTO FEDERAL FARROUPILHA

TEORIA E PRÁTICA: AÇÕES DO PIBID/INGLÊS NA ESCOLA PÚBLICA. Palavras-chave: Ensino; Recomendações; Língua Estrangeira.

Duração: 8 meses Carga Horária: 360 horas. Os cursos de Pós-Graduação estão estruturados de acordo com as exigências da Resolução CNE/CES nº 01/2007.

Planejamento didático para o ensino de Surdos na perspectiva bilíngue. Vinicius Martins Flores Universidade Luterana do Brasil ULBRA

O ENSINO DE EDUCAÇÃO FINANCEIRA NA EDUCAÇÃO DOS JOVENS E ADULTOS EM UMA ABORDAGEM CTS 1. Educação Matemática na Educação de Jovens e Adultos GT 11

INCLUSÃO DE ALUNOS SURDOS: A GESTÃO DAS DIFERENÇAS LINGUÍSTICAS

A influência das Representações Sociais na Docência no Ensino Superior

PROFESSORES DE CIÊNCIAS E SUAS ATUAÇÕES PEDAGÓGICAS

Plano de Aula ESCOLA: ANO: TURMA: PROFESSORA: DISCIPLINA: DATA: / / 201 UNIDADE DIDÁTICA: OBJETIVOS ESPECÍFICOS: CONTEÚDOS: DESENVOLVIMENTO: RECURSOS:

A FORMAÇÃO DO PROFESSOR E A EDUCAÇÃO INCLUSIVA: UMA BARREIRA ENTRE A TEORIA E A PRÁTICA

SUA ESCOLA, NOSSA ESCOLA PROGRAMA SÍNTESE: NOVAS TECNOLOGIAS EM SALA DE AULA

PROFESSOR OU INTÉRPRETE? REFLEXÕES SOBRE A ATUAÇÃO DO TILS NA EDUCAÇÃO DE SURDOS DA ESCOLA REGULAR

Organizar uma Biblioteca Virtual PÚBLICO-ALVO: Licenciandos, estudantes do ensino superior. TEMPO DE DURAÇÃO: 14 dias (2 semanas)

II Congresso Nacional de Formação de Professores XII Congresso Estadual Paulista sobre Formação de Educadores

CRENÇAS DE UMA ALUNA INICIANTE NO CURSO DE LETRAS INGLÊS ACERCA DA ORALIDADE

As contribuições do PRORROGAÇÃO na formação continuada dos professores da Rede Municipal de Educação de Goiânia.

CURSO: LICENCIATURA DA MATEMÁTICA DISCIPLINA: PRÁTICA DE ENSINO 4

Palavras-chave: Fisioterapia; Educação Superior; Tecnologias de Informação e Comunicação; Práticas pedagógicas.

EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS E EDUCAÇÃO ESPECIAL: uma experiência de inclusão

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CENTRO-OESTE - UNICENTRO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MÍDIAS NA EDUCAÇÃO MARIA MAZUR

REFLEXÕES INICIAIS DE ATIVIDADES PEDAGÓGICAS PARA INCLUIR OS DEFICIENTES AUDITIVOS NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA.

PENSAMENTO E LINGUAGEM: ESTUDO DA INOVAÇÃO E REFLEXÃO DOS ANAIS E DO ENSINO/APRENDIZAGEM DO INGLÊS EM SALA DE AULA

Faculdade de Ciências Humanas Programa de Pós-Graduação em Educação RESUMO EXPANDIDO DO PROJETO DE PESQUISA

EDUCAÇÃO INCLUSIVA: ALUNO COM DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA NO ENSINO REGULAR

EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA E POLÍTICAS PÚBLICAS SOCIAIS

O USO DAS TECNOLOGIAS EDUCACIONAIS COMO FERRAMENTA DIDÁTICA NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

INTEGRAÇÃO DE MÍDIAS E A RECONSTRUÇÃO DA PRÁTICA PEDAGÓGICA

Transcrição:

O intérprete de Libras na sala de aula de língua inglesa Angelita Duarte da SILVA 1 Maria Cristina Faria Dalacorte FERREIRA 2 Faculdade de Letras - UFG Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística Palavras-chaves: Inclusão, ensino de Surdos, interpretação de Libras, ensinoaprendizagem de língua inglesa. Introdução Escolas da rede pública de ensino de Goiás passam por um processo de inclusão de pessoas com diversas necessidades especiais. Por atuar como professora de Língua Inglesa e intérprete de Libras na rede estadual de ensino em Goiás, observo o pouco preparo dos profissionais para que a inclusão seja realizada de fato, especialmente com relação à inclusão de alunos surdos, com os quais tenho trabalhado mais. Nesse sentido, a interpretação da Libras dentro do processo de ensinoaprendizagem de língua estrangeira merece ser investigado, pois vivenciamos um problema em nossas escolas já que o professor da língua estrangeira geralmente não sabe Libras e o intérprete de Libras não sabe a língua estrangeira que está sendo ensinada, sendo que, no meio desse problema, encontramos o aluno Surdo que espera que o seu direito ao ensino seja preservado. Parto, assim, da observância da chamada Lei da Libras ou Lei nº 10.436 e o decreto nº 5.626 que oficializam e mostram a importância de um profissional preparado para realizar a interpretação da Língua de Sinais Brasileira (Libras). Dessa forma, tomo como base a pesquisa realizada pela professora Silva (2005) e da sugestão da Secretaria de Educação Especial do MEC (SEE do MEC, 2004) que propõem que o serviço do intérprete de Libras seja pesquisado para que possamos avançar nessa área. Para tal, recorro a estudos teóricos da área 1 Endereço eletrônico: angeldss@hotmail.com 2 Endereço eletrônico: fdfcma@gmail.com

de ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras, revisando autores como, por exemplo, Krashen (1981; 1982) e Swain (1985); documentos e artigos sobre o trabalho do intérprete tais quais a Lei da Libras e documentos do MEC; estudos sobre as modalidades das línguas (gestual ou oral) como, por exemplo, Meier, R. P.; Cormier, K.; Quinto-Pozos, D. (2002); artigos e trabalhos sobre a cultura Surda como os de Perlin (1998; 2003); e livros e pesquisas sobre o ensino de Surdos ao longo da história, com base em autores como Goldfeld (2002), dentre outros. Justificativa e métodos Pesquisar o papel do intérprete de Libras nas aulas de língua estrangeira Inglês é de extrema importância, especialmente porque, como professora, passo por dificuldades e, como intérprete, escuto comentários de que não interpreto na aula de inglês. Assim, no meu caso, e provavelmente em diversos outros casos de professores e intérpretes, existem inúmeras dúvidas sobre o melhor caminho a seguir, sobre como desempenhar o papel de professor e intérprete de maneira eficiente. No caso da sala de aula de língua inglesa, um problema comum que encontramos, conforme Silva (2005), trata-se do fato de expor o aluno surdo a uma proposta de aprendizagem inglês a partir de explicações, muitas vezes, dadas pela professora na língua portuguesa, ao invés de na língua inglesa, e interpretadas em Libras por uma intérprete que não sabe inglês. Observamos também que muitas pessoas com fluência em Libras são certificadas para essa função, mas, ainda assim, encontram dificuldades de interpretação durante a aula de língua inglesa. Dessa forma, para a realização dessa pesquisa, foram coletados dados em uma escola pública da rede estadual de ensino de Goiás, na cidade de Pires do Rio com a finalidade de possibilitar reflexões que possam auxiliar na atividade do profissional intérprete de Libras nas aulas de Língua Inglesa. Para desenvolver este trabalho e buscar alcançar os objetivos propostos, realizo uma pesquisa qualitativa, pois essa abordagem, de acordo com Creswell (2007), parte do princípio de que a pesquisa seja realizada em um cenário natural, no qual o pesquisador vai ao local para conduzir sua pesquisa; os métodos utilizados por ela são interativos e humanísticos, buscam o envolvimento dos

participantes na coleta de dados e primam por uma relação harmoniosa e de credibilidade com os envolvidos na pesquisa, proporcionando mudanças e refinamento nas questões de pesquisa. Além disso, o pesquisador passa a refletir constantemente sobre sua história, sobre o que vê e sua prática e tem a possibilidade de utilização de uma ou mais estratégias de investigação. Desta forma, com base na abordagem qualitativa de pesquisa, realizo um estudo de caso, que, de acordo com Lüdke e Andre (1986), visa à descoberta, enfatiza a interpretação em um contexto, busca retratar a realidade de forma completa e profunda e utiliza uma linguagem e uma forma mais acessível do que outros relatórios de pesquisa. Para esses autores, o estudo de caso consiste de três fases: a primeira é aberta ou exploratória, a segunda é mais sistemática com relação à coleta de dados e a terceira consiste de uma análise e interpretação sistemática dos dados, além da elaboração de um relatório, em meu caso, a dissertação. Como instrumentos de pesquisa para a coleta de dados, utilizo observações da sala de aula e da interpretação durante as aulas de língua inglesa, filmagem desses eventos em sala de aula. Além disso, foram feitas anotações de campo; realizadas entrevistas e aplicados questionários sobre a função do intérprete e o processo de interpretação na aula de língua inglesa para o professor da disciplina, o intérprete e o(s) aluno(s) surdo(s). Realizo, ainda, momentos de reflexão com o professor e o intérprete para buscar formas de entender o processo de interpretação nas aulas de língua inglesa. Resultados e discussão Atualmente, todo o material coletado está sendo organizado para que seja analisado, a fim de chegar a uma reflexão e, consequentemente, um posicionamento sobre o intérprete de Libras na sala de aula de Língua Inglesa. Conclusões Ao final dessa pesquisa pretendo mostrar e entender como tem acontecido o processo de interpretação na aula de língua inglesa, quais os efeitos positivos e negativos desse processo de interpretação, de forma a buscar

possibilidades de reflexões que nos permitam pensar em maneiras de melhorar o trabalho desse profissional na sala de aula de língua estrangeira - inglês. Referências BRASIL. Decreto n 5626, de 22 de dezembro de 2005. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-2006/2005/decreto/d5626.htm>. Acesso em 18 set. 2009.. Lei n 10.436, de 24 de abril de 2002. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10436.htm>. Acesso em 18 set. 2009.. O tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais e língua portuguesa. Brasília, DF: MEC; SEESP - Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos, 2004. CRESWELL, J.W.Procedimentos Qualitativos. In:. Projeto de pesquisa: métodos qualitativo, quantitativo e misto. 21ª Ed. Porto Alegre: Artmed/Bookman, 2007. p. 184-210. FERNANDES, E. Problemas lingüísticos e cognitivos do surdo. Rio de Janeiro: Agir, 1990. LÜDKE, M.; ANDRE, M.E.D.A. Abordagens qualitativas de pesquisa: a pesquisa etnográfica e o estudo de caso. In:. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p. 11-24.. Métodos de Coleta de dados: observação, entrevista e análise documental. In: LÜDKE, M.; ANDRE, M.E.D.A. Pesquisa em Educação: Abordagens Qualitativas. São Paulo: EPU, 1986. p. 25-44. MARTINS, V.R.O. Intérprete de língua de sinais, legislação e educação: o que temos, ainda, a escutar sobre isso?. Educação Temática Digital, Campinas, v. 8, p. 171-191, jun. 2007.

TELLES, J. É pesquisa, é? Ah, não quero, não bem!. Sobre a pesquisa acadêmica e sua relação com a prática do professor de línguas. Linguagem e Ensino, v.5, n. 2, 2002. p. 91-116. SILVA, C.M.O., O surdo na escola inclusiva aprendendo uma língua estrangeira (inglês): um desafio para professores e alunos. 2005. 230f. Dissertação (Mestrado em Linguística Aplicada) Instituto de Letras, Universidade de Brasília, Brasília, 2005. SOUZA, R.M. O professor intérprete de língua de sinais em sala de aula: ponto de partida para se repensar a relação ensino, sujeito e linguagem. Educação Temática Digital, Campinas, v. 8, p. 154-170, jun. 2007.