ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE LARANJA SOB SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO PARA A CIDADE DE LONTRAS/SC

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Transcrição:

ANÁLISE DE CRESCIMENTO DE VARIEDADES DE LARANJA SOB SISTEMA DE PRODUÇÃO ORGÂNICO PARA A CIDADE DE LONTRAS/SC Autores: Mirielle Aline GREIN 1 ; Jeferson IELER 1 ; Marcelo PEZENTI 1 ; Leonardo NEVES 2. 1 Bolsista PET Agroecologia; 2 Orientador IFC-Campus Rio do Sul. Introdução A demanda crescente por alimentos saudáveis, produzidos sem agressões ao meio ambiente, valorizando a diversidade biológica e sem o uso de adubos químicos e defensivos agrícolas, é uma tendência que favorece a criação de novas oportunidades, principalmente aos pequenos produtores rurais. O sistema de cultivo orgânico de citros vem sendo adotado por produtores de vários estados brasileiros, sendo São Paulo o maior produtor (Camargo et al., 2006). Os citros estão entre as frutas mais produzidas e consumidas no mundo, sendo seu cultivo expressivo em países de clima tropical. Entre as espécies citrícolas a laranja apresenta 89,4% de produção, seguida da tangerina com 5,5% e lima ácida e limão com 5% (IBGE, 2013). Com grande importância econômica para o Brasil, que detém o título de maior produtor mundial de laranjas doces (Citrus sinensis (L.) Osbeck). Na safra 2011/2012 correspondeu a aproximadamente 35% da produção mundial, que gira em torno de 18 milhões de toneladas de laranja (USDA, 2012). O cultivo de citros está presente em todos os estados brasileiros, onde, Santa Catarina encontra-se no 10º lugar, com 3.816 hectares, produzindo 57.625 toneladas de laranja (EMBRAPA, 2013). A laranjeira doce Folha-Murcha (Citrus sinensis L. Osbeck) é uma variedade originária do Rio de Janeiro, com frutos de ótima qualidade, cuja maturação se dá nos meses de janeiro a março nas condições daquele Estado, período em que existe uma forte demanda por laranjas (entressafra) (STUCHI, 2000). Leite Júnior (1992) assim a descreveu: é originária do Rio de Janeiro e atualmente é a cultivar mais plantada nesse Estado. É provavelmente uma mutação da laranja Valência, com frutos semelhantes, porém a planta apresenta como característica as folhas enroladas. Plantas de porte médio. Resistente ao cancro cítrico. A laranja 'Valência' é uma cultivar de grande importância econômica devido à alta produtividade e qualidade dos frutos, sendo plantada nas principais regiões produtoras de citros do mundo. Essa cultivar apresenta maturação tardia dos frutos e pode ser destinada tanto para o mercado interno como para o externo, atendendo ao consumo de fruta fresca e ao processamento industrial (FIGUEIREDO et al, 2016). A cultivar de laranja doce IAPAR 73 destaca-se pela produção de frutos de maturação precoce, com qualidade tanto para a indústria quando para o consumo in natura. As plantas apresentam resistência moderada ao cancro cítrico e boas qualidades agronômicas. Desenvolvida no Instituto Agronômico de Campinas e avaliada nas Estações Experimentais do IAPAR em Londrina e Paranavaí. A cultivar é recomendada para o cultivo em todas as regiões citrícolas do Estado do Paraná (IAPAR, 1996). Com a diversidade de cultivares existente no mercado, pode-se dizer que escolha da variedade de citros é feita em função da destinação que o produtor dará ao produto final e que tipo de produto que pretende-se colocar no mercado. Por esse motivo, conhecer a região, o mercado consumidor e as espécies mais recomendadas àquele local são de grande importância para o sucesso do pomar.

O objetivo deste trabalho foi analisar o crescimento de variedades de laranja sob sistema orgânico de produção na região do Alto Vale do Itajai/SC. Material e Métodos O projeto foi implantado em uma propriedade particular localizada na cidade de Lontras/SC (27º16 24 S; 49º27 18 W; alt 861m). De acordo a classificação de Köppen o clima da região é considerado, Cfa, subtropical úmido com verão quente (FIGURA 1). Foram implantadas 102 mudas de citros, sendo 51 de laranja e 51 de tangerina. As variedades de laranja implantadas são: Folha Murcha, Valência, Iapar 73, e as de tangerina são as variedades Mexerica, Clemenules e Ponkan, sendo todas com portaenxerto Citrumelo Swingle. O espaçamento utilizado para implantação do pomar é de 3 metros entre plantas e 6 metros entre linhas. O delineamento do experimento foi de blocos ao acaso, sendo 6 tratamentos com 3 parcelas (FIGURA 1). O plantio das mudas foi realizado no mês de agosto de 2014, na qual foram abertas covas de 50x50x50cm, para implantação das mudas, sendo conduzido sob o sistema orgânico de produção. Foram realizadas cinco avaliações, a primeira avaliação ocorreu no momento da implantação das mudas em agosto de 2014, a segunda avaliação foi realizada em dezembro de 2014, a quarta em julho de 2015, a quinta em dezembro de 2015 e a terceira em junho de 2016. FIGURA 1. Delineamento experimental das variedades de citros em Lontras - SC. A TABELA 1 apresenta o laudo de análise de solo da área antes da implantação das mudas de citros. A quantidade de calagem e adubação para a área de citros foi determinada com base dos resultados da análise de solo de modo a diminuir a acidez do solo elevando seu ph para 6,0, neutralizando o alumínio toxico as plantas, além de aumentar a relação Ca/Mg. TABELA 1 - Laudo de análise de solo da área da implantação do pomar de citros (Lab. de análises de solo EPAGRI, 2013). Argila ph Índice M.O P K Al Ca Mg troc CTC % H2O SMP % mg/dm3 cmolc/dm3 24 4,9 5,4 1,6 7,3 60,0 1,8 2,8 1,3 12,98

Os resultados foram submetidos à análise de variância e as comparações de médias foram realizadas pelo teste de Tukey a 5 % de probabilidade. Resultados e discussão A FIGURA 2 apresenta a variação da temperatura média do ar e da precipitação durante o período experimental. Pode ser observado que durante o período analisado a temperatura média do ar foi de 17,23±2,7 o C, variando entre 11,3 o C a 22,1 o C. Durante todo o período analisado a temperatura média do ar ficou abaixo da temperatura ótima de desenvolvimento do citros, segundo a SENTELHAS (2008) acima de 12 o C, a taxa de crescimento da parte aérea da planta, expresso em termos de massa verde, aumenta gradativamente, alcançando o máximo por volta dos 23 o C a 31 o C. Acima de 32 o C, a taxa de crescimento passa a decrescer, até que a partir dos 37 o C o crescimento cessa, devido a danos fisiológicos. Já a precipitação apresentou uma média anual de 1342, 2 mm, e uma média mensal de 167,8±80,7 mm, variando entre 418,1 mm a 19,0 mm durante o período experimental. A precipitação média anual ficou de acordo com ORTOLANI et al. (1991) onde para um bom desenvolvimento dos citros as necessidades hídricas anuais devem atingir valores entre 600 e 1300 mm. FIGURA 2 Variação da temperatura do ar e da precipitação durante o período experimental. Pode ser observada na FIGURA 3 a variação da altura durante todo o período analisado. Observa-se que a laranja apresentou um crescimento médio de 58,8%, sendo a variedade Folha murcha com maior taxa de crescimento, e as variedades Iapar e Valência apresentaram taxa de crescimento 59,0% e 46,6%, respectivamente. Como as variedades não apresentaram nenhum período de estresse térmico e hídrico, além disso, as variedades não foram submetidas a nenhuma adubação agroecológica, todas as variedades apresentaram uma boa taxa de crescimento. Resultados encontrados discordam com os encontrados por STUCHI e DONADIO et al. (2000) em estudo com diferentes variedades de laranja doce, a resultados encontraram que a folha Murcha possui um desenvolvimento vegetativo menos vigoroso quando comparado a outras variedades comerciais de laranja doce. Esse

resultado pode possivelmente ser explicado devido as condições de tempo e característica do solo da região do Alto Vale do Itajaí. FIGURA 3 Percentagem de crescimento vegetativo das variedades de laranja. A TABELA 2 apresenta a análise das diferentes variedades implantadas no pomar, com as avaliações de altura e diâmetro das plantas, sendo que pode ser observado que tanto para altura de planta quanto para diâmetro não houve diferença significativa entre as variedades analisadas. O resultado obtido indica que as plantas ainda não expressaram seu máximo potencial, devido ainda estarem em fase de crescimento. Espera-se que nas próximas avaliações os resultados sejam mais expressivos, ao longo de desenvolvimento e melhor adaptação do pomar. TABELA 02. Médias de altura e diâmetro das variedades de laranja avaliadas. TRATAMENTO ALTURA DIÂMETRO 1. Iapar 73 76,2 a 17,9 a 2. Folha Murcha 71,4 a 16,0 a 3. Valência 68,8 a 19 a C.V. 8,82% 13,07% * Médias seguidas da mesma letra na coluna não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5%. Conclusão Dentre as variedades de laranja, a Folha Murcha foi a que apresentou maior taxa de crescimento, sendo recomendado seu cultivo na região do Alto Vale do Itajaí-SC. As condições foram semelhantes de adubação dentre as variedades, não induzindo a uma expressiva variação nos resultados de altura de planta e diâmetro de caule. O pomar encontra-se em fase de crescimento, não expressando o vigor máximo das plantas. Espera-se que nas próximas avaliações os resultados sejam mais expressivos, ao longo de desenvolvimento e melhor adaptação do pomar. Agradecimentos (opcional)

Agradecimento ao Sr. Fernando Bussi pela área cedida para implementação do pomar, ao FNDE Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação pela bolsa e a todos os bolsistas envolvidos no projeto desde a implantação. Referências CAMARGO A. M. M. P.; CASER D.V.; CAMARGO FILHO, W. P.; CAMARGO, F. P.; VOELHO P. J. Área cultivada com agricultura orgânica no estado de São Paulo, 2006. EMBRAPA. EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA. Produção brasileira de laranja. 2013. FIGUEIREDO, J. O.; PIO, R. M.; SOBRINHO, J. T.; MULLER, G. W. M.; SALIBE, A. A. Laranja valência. Citromudas Ouro Verde (2012). Disponível em: http://citromudasouroverde.com.br/mudasdecitros.php. Acesso em: 03 de set. 2016. IAPAR, INSTITUTO AGRONÔMICO DO PARANÁ. Laranja doce IAPAR 73. Recomendações técnicas para a cultivar IAPAR 73. Maio, 1996. IBGE. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA ESTATÍSTICA. Indicadores IBGE. Estatística da Produção Agrícola. 2013. KÖPPEN, W. Grundriss der Klimakunde. Berlin: Walter de Gruyter, 1931. 390p. LEITE JÚNIOR, R.P. Cultivares copas e porta-enxertos. A citricultura no Paraná. Londrina: Instituto Agronômico do Paraná, 1992. 288p. (Circular, 72). ORTOLANI, A. A.; PEDRO JUNIOR, M. J.; ALFONSI, R. R. Agroclimatologia e o cultivo dos citros. In: Citricultura brasileira. 2. ed. Campinas: Fundação Cargill, 1991. v.1, p.153-188. SENTELHAS, P. C. Agrometeorologia dos Citros. ppt>. Acesso em: 8 jun. 2008.Disponível em: <http://ce.esalq.usp.br/aulas/lce630/aula_climaxcitros. STUCHI, E. S.; DONADIO, L. C. Laranjeira Folha-Murcha Boletim citrícola, 12. Jaboticabal Funep, 2000. USDA - UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE. Foreign agricultural service. Citrus: world markets and trade, 2012.