EZT- Histórico, indicações, resultados e complicações



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Transcrição:

EZT- Histórico, indicações, resultados e complicações Trocando Idéias XV Junho de 2010 Fábio Russomano 29 de agosto de 2008

Eletrocirurgia? cauterização de feridas e tumores 1847 1a exérese de tumor por eletrociururgia 1890 geradores de corrente de alta frequência - fulguração 1920 geradores de corrente valvulados corte e combinados 1932 fulguração de tumor de bexiga 1906 eletrocauterização profilática 1928 Conização de Hyams 1929-1965 popularização da eletrocauterização profilática 1949 Cauterização de NIC (Younge) 1968 1o estudo sobre cauterização de NIC (Richart & Sciarra) 1984 Conização de Boulanger com novos geradores eletrocirúrgicos 1984/1985 Diatermia radical (Chanen) 1938 1a alça para biópsia de colo com filamento de platina espécimes histológicos em cervicite crônica (Durel) 1953 tratamento de displasias (Palmer) 1970 Cartier 1986 Prendiville: LLETZ Cartier, Richart & Wright, 1993. The evolution of loop diathermy in cervical disease. Eletrocirurgia no colo uterino

Cartier, 1984. Colposcopia prática.

Cartier, 1984. Colposcopia prática.

Cartier, 1984. Colposcopia prática.

Prendiville, 2003. Colposcopy - Management Options.

Preparo do espécime para exame histopatológico

Definição e indicações Exérese da zona de transformação do colo uterino: Retirada da zona de transformação, por meio da cirurgia de alta frequência. Possui objetivo terapêutico, sendo realizado a nível ambulatorial, sob anestesia local e visão colposcópica. Recomendada para o tratamento de lesões pré-invasivas diagnosticadas por biópsia prévia ou como parte do método Ver e Tratar, quando a zona de transformação está completamente visível e situada na ectocérvice (ZT tipo I) ou quando a junção escamocolunar estiver localizada até 1 cm do orifício externo do colo do útero (zona de transformação ecto e endocervical ZT tipo II até 1cm). Portaria GM 2918, de 13 de novembro de 2007, do Ministério da Saúde

Prendiville, 2003. Colposcopy - Management Options.

Exérese da Zona de Transformação (EZT) Objetiva retirar toda a lesão e zona de transformação Lesão ectocervical, ecto e endocervical até 1 cm Bem indicada quando: Lesão não se extende à vagina (diferenciar de lesão de baixo grau) Ausência de suspeita de invasão ou CIGN Ausência de doença inflamatória ou discrasia sanguínea Pós-parto > 90 dias Pressão arterial normal Sellors JW, Sankaranarayanan R. 2004. Colposcopia e tratamento da neoplasia intra-epitelial cervical. Manual para principantes. http://screening.iarc.fr/colpoappendix.php?lang=4

Resultados

Quais as opções para tratamento das Lesões de Alto Grau do Colo? Nuovo et al., 2000. Treatment outcomes for squamous intraepithelial lesions.

Que vantagens obtivemos ao adotar o Ver-e-tratar? Abordagem No de casos Tempo médio entre a captação e tratamento DP V&T 288 17,05 dias 42,2 dias Biópsia prévia 48 102,5 dias 81,05 dias (IFF, out98-dez/04; p < 0.0001) Monteiro, et al. 2009. Efetividade da abordagem ver e tratar em lesões pré-invasivas no colo uterino. Revista de Saúde Pública. In press.

Que vantagens obtivemos ao adotar o Ver-e-tratar? Abordagem No de casos Abandonos (%) %IC95% V&T 292 4 (1,4) 0,04-2,7 Biópsia prévia 51 3 (5,9) 0-13,3 (IFF, out98-dez/04; p= 0,07) Monteiro, et al. 2009. Efetividade da abordagem ver e tratar em lesões pré-invasivas no colo uterino. Revista de Saúde Pública. In press.

Citologia = HSIL, JEC visível e alterações maiores à colposcopia => Ver-e-tratar Monteiro, et al. 2009. Efetividade da abordagem ver e tratar em lesões préinvasivas no colo uterino. Revista de Saúde Pública. In IFF, out/98 a dez/2002 n=189 press.

*Cito=LIEAG, colposcopia satisfatória, sugestiva de LIEAG, lesão a menos de 1cm no canal.

*Exclui casos com diagnóstico de câncer.

Complicações da eletrocirurgia Per-operatórios: Desconforto (procedimentos ambulatoriais) Sangramento excessivo Pós operatórios Infecção Interferência em futuras gestações Persistência/Recorrência Estenose Cullimore, 1993

Meta-análise de complicações Cone clássico, crioterapia, destruição à laser e LEEP, seguimento de 12 meses. Ausência de diferença entre as modalidades para cura das lesões (faixa de 85,2-94,7%) Sangramento excessivo mais frequente em cone clássico (4,6%; IC95%: 2,15, 6,99), seguido de destruição à laser (1,75%; IC95%: 0,70, 2,81), e LEEP (1,35%; IC95%: 0.24, 2.47). Nuovo et al, 2000

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